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09-01-2025 Vol 19

Carro: GUIA DOS AMORTECEDORES: TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER

A suspensão do carro é um dos mais importantes sistemas para o bom desempenho, segurança e conforto durante uma viagem. Ela é constituída basicamente por molas, braços e amortecedores que ligam o chassi às rodas do carro.

Esses componentes são os responsáveis por intermediar a transmissão de movimento oscilatório, garantindo estabilidade e conforto para o motorista e para os passageiros.

Para ajudá-lo a entender um pouco mais sobre essa parte tão importante do seu carro, criamos esse dossiê sobre amortecedores. Aqui, você vai encontrar informações relevantes sobre o funcionamento, importância do componente para o veículo, maneiras de identificar defeitos e os riscos que essas imperfeições podem gerar ao seu carro.

Além disso, vamos dar algumas dicas sobre manutenção e qualidade de peças que podem ajudar a evitar muitos problemas com o seu carro. Vamos nessa?

Como funciona o amortecedor de carro?

A suspensão do carro garante a estabilidade e o conforto, sendo responsável por suavizar movimentos bruscos e garantir que as rodas estejam em constante contato com o chão.

As molas desempenham o papel importante de absorver diretamente o impacto causado pelas irregularidades do solo, enquanto os amortecedores dissipam a energia do movimento, reduzindo as oscilações da mola e evitando que o carro oscile junto com elas.

O amortecedor usado em carros é do tipo hidráulico e é uma peça fundamental para a estabilidade e conforto do veículo, porque ele dissipa as oscilações. O princípio físico envolvido no seu funcionamento é a dissipação de energia de um fluido ao passar por um canal estreito, transformando a energia de movimento em calor.

Tipos de Amortecedores

Existem basicamente dois tipos de amortecedores, os chamados Convencionais e os Pressurizados.

O amortecedor convencional é composto por conjunto de pistão e válvulas fixados à haste que se move por dentro de um tubo com óleo especial, que também resiste à altas temperaturas e pressões. Atualmente, é muito utilizado em caminhões, ônibus e veículos mais antigos, mas ainda estão muito presentes no mercado de reposição de peças e em toda frota brasileira.

O amortecedor pressurizado é uma evolução do convencional, que conta apenas com funcionamento hidráulico (óleo). Ele apresenta em seu sistema a pressurização com nitrogênio à baixa pressão que evita a falta de óleo no ciclo de abertura da haste, eliminando os “vazios” ou falhas no acionamento destes modelos, resultando em maior vida útil do produto que os amortecedores convencionais. A ação da pressão do gás mantém a roda em maior contato com o solo, aumentando aderência e estabilidade do veículo sem comprometer o conforto, resultando em mais eficiência em pisos irregulares e curvas acentuadas.

O que é suspensão ativa, semiativa e passiva?

Os diferentes tipos de dissipação de energia mecânica necessários para diferentes tipos de aplicações fizeram com que fossem desenvolvidos amortecedores específicos com diferentes comportamentos. A principal característica a ser variada em um amortecedor para uma determinada condição é o método de dissipação de energia.

As suspensões ativas são aquelas que contam com amortecedores controlados eletronicamente, por meio de sistemas capazes de ler os movimentos do pistão e exercer força contrária ao movimento na medida exata para dissipar a energia da oscilação.

Esse tipo de sistema consome energia do carro, sendo recomendado o uso apenas para utilitários, como SUV e veículos de carga. Já as suspensões semiativas contam com fluidos ferromagnéticos em seus amortecedores, capazes de alterar sua viscosidade a partir de mudanças no campo elétrico ao qual estão submetidos.

As propriedades desse fluido são controladas por um sistema eletrônico que consome menos energia do que os amortecedores ativos, mas com uma boa eficiência, conforto e segurança para o carro. As suspensões passivas são aquelas que contam apenas com o óleo hidráulico com viscosidade definida.

Portanto, não respondem tão bem quanto os ativos e semiativos em situações diversificadas. São mais baratos do que os outros, sendo mais utilizados em veículos populares, para passeio e transporte de pequenas cargas.

É possível regular a suspensão?

Existem sistemas de suspensão ativa que podem ser regulados manualmente de acordo com os critérios do condutor. Esses sistemas contam com amortecedores dos mais variados tipos, de acordo com a aplicação e das condições de uso do veículo.

Podemos encontrar amortecedores pneumáticos, hidráulicos, regulados por parafuso e regulados por atuadores eletromagnéticos em sistemas de suspensão para diversas aplicações diferentes.

São úteis os sistemas de suspensão regulável para pequenas caminhonetes usadas para o transporte de carga, uma vez que qualquer sobrecarga na suspensão pode comprometer a durabilidade das peças do carro.

Aumentar a altura da suspensão nesse caso pode compensar a carga na carroceria, mantendo o chassi no lugar e melhorando, assim, o conforto do motorista. Para veículos esportivos, cuja estabilidade em altas velocidades é uma vantagem para o bom desempenho do carro, é interessante uma suspensão mais baixa.

Com um sistema de regulagem conectado ao computador de bordo do carro, é possível adequar a suspensão mais baixa quando se deseja estabilidade, e aumentar sua altura quando se deseja maior conforto em relação às irregularidades da pista.

Atualmente, existem carros que vêm com esse controle de fábrica, mas, até 2014, era proibido instalar sistemas de suspensão regulável no carro, a menos que ele viesse de fábrica.

Agora, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) já permite a instalação desse tipo de suspensão em qualquer veículo, desde que a parte mais baixa do veículo esteja no mínimo a 10 centímetros do chão, e que nenhum pneu encoste-se ao veículo.

Qual é a real importância do amortecedor em um carro?

Existem diversos movimentos de instabilidade que o carro executa durante uma viagem e essa instabilidade pode causar problemas de desconforto, falta de dirigibilidade e insegurança para o veículo.

Em pavimentos esburacados, por exemplo, o amortecedor funciona como um isolante de movimento, suavizando os solavancos que as rodas do carro estão transmitindo para o chassi e para os passageiros.

Além disso, os amortecedores têm a função de manter as rodas em contato permanente com o chão. Isso por que a dissipação da energia mecânica nos óleos hidráulicos ajuda a homogeneizar a distribuição do peso para as rodas, o que é muito importante para melhorar a durabilidade das peças em relação à fadiga.

Durante a frenagem

Quando o carro freia, os amortecedores da frente são solicitados a absorver a energia mecânica causada pelo deslocamento do centro de gravidade do carro para frente. A inércia do chassi tendendo a ir para frente também solicita os amortecedores traseiros, que evitam que as rodas traseiras saiam do chão.

Com esse movimento, as molas traseiras são distendidas e as dianteiras são comprimidas, agindo em conjunto com os amortecedores para suavizar o movimento do carro.

Curvas fechadas e em alta velocidade

Quando o carro realiza curvas acentuadas, a tendência é que o chassi seja jogado para fora da curva, saindo pela tangente. Esse movimento desloca lateralmente o peso do carro, sobrecarregando um lado e tendendo a levantar as rodas do outro.

Os amortecedores agem, então, para manter todas as rodas no chão e distribuir o peso do chassi de maneira mais uniforme, compensando os efeitos da inércia do veículo na curva.

Durante a aceleração

Analogamente à frenagem, a aceleração faz o veículo “empinar” a parte dianteira e abaixar a parte traseira. Esse movimento é muito mais aparente em situações em que os amortecedores estão mais desgastados, pois a energia do movimento não é devidamente absorvida por eles.

Em situações de aceleração brusca, o amortecedor suaviza o solavanco produzido, garantindo o conforto do motorista e dos passageiros.

Como identificar problemas no amortecedor?

Algumas boas práticas são indispensáveis para manter seu veículo sempre em bom estado. Saber identificar os problemas é o primeiro passo para a manutenção responsável, e é uma etapa que pode ser bem feita sem conhecimentos técnicos avançados, apenas com um olhar atento e boa disciplina.

No caso dos amortecedores, algumas observações simples podem garantir a identificação do problema antes que ele se agrave.

Sinta o balanço do carro

Todo mundo já viajou “dançando conforme a música” em um carro com a suspensão problemática. Quando as oscilações são muito aparentes, é preciso verificar com o mecânico se a energia da mola está sendo corretamente dissipada pelo amortecedor da suspensão.

Se o problema não for devidamente corrigido, pode ser que ocorra falha por fadiga em outras peças do carro, além de comprometer a segurança e o conforto da viagem.

Verifique se o óleo está vazando

Essa é muito fácil. Basta verificar de tempos em tempos se tem óleo na parte de fora do amortecedor. Isso pode ser sinal de vazamento, o que compromete todo o funcionamento dessa peça.

Com o vazamento do óleo hidráulico, o amortecedor perde sua função principal: a de dissipar a energia. É importante lembrar que mesmo os pequenos vazamentos devem ser tratados com seriedade para evitar problemas maiores no futuro.

Preste atenção nos detalhes

O amortecedor dá sinais de falha, que são, muitas vezes, perceptíveis apenas em longo prazo. Isso dificulta a identificação dos problemas para a maioria das pessoas, pois demanda um monitoramento constante dos detalhes do carro.

O tempo que o carro demora para parar totalmente quando o freio é acionado, por exemplo, pode indicar problemas no amortecedor. Como o freio depende da aderência do pneu no solo, um problema de suspensão pode comprometer o desempenho do freio, aumentando o tempo que o carro leva para parar completamente durante a frenagem.

Outro detalhe interessante de ser observado é o quanto o carro se desloca durante as curvas, acelerações e freios. Com o tempo, esse deslocamento tende a aumentar, devido ao desgaste do amortecedor.

Mas, como o desgaste é bem gradual, é preciso ficar atento a essas mudanças para saber identificar o problema junto com o acompanhamento na oficina.

Quando devo trocar os amortecedores?

Algumas oficinas recomendam trocar todo o sistema de amortecedores a cada 40 mil quilômetros. Essa generalização deve ser interpretada com cuidado, pois o tempo de vida de um determinado componente da suspensão pode ser maior ou menor dependendo da condução feita pelo motorista e pelo tipo de solo no qual o carro está andando.

Por isso, é recomendada uma revisão do funcionamento do carro a cada 10 mil quilômetros, a fim de identificar peças em mau funcionamento.

O desgaste do amortecedor é algo de difícil detecção, pois acontece aos poucos. Por isso, muitos condutores deixam para trocar as peças da suspensão quando o sistema já está em mau funcionamento, com possibilidade de causar defeitos em outros sistemas do carro.

A manutenção preditiva dos amortecedores é mais barata, pois começa por investigar os componentes do amortecedor que estão com alguma falha ou defeito e, então, ocorre a troca apenas desses componentes.

Vazamento de fluidos

Quando o amortecedor apresenta vazamentos, ele se torna incapaz de dissipar a energia de movimento das rodas, comprometendo, assim, sua função principal como componente da suspensão do carro.

Os vazamentos acontecem principalmente por falhas de vedação na região superior do cilindro dos amortecedores, ou falhas devido à fadiga de algum componente. Se houver danos na coifa e nos batentes, é possível a contaminação do óleo hidráulico com partículas estranhas.

Essas partículas geram atrito com as partes internas do cilindro, podendo desgastar a vedação do conjunto e, assim, causar um vazamento de óleo hidráulico. Como as peças são danificadas por dentro, esse tipo de condição requer a troca dos componentes, e não apenas do óleo contaminado.

Ao passar por terrenos acidentados ou em condições desfavoráveis para um carro de passeio, é possível que esses detritos contaminem o fluido interno, pois o desgaste da coifa protetora é rápido nessas situações.

Quando partículas estranhas aderem à haste do amortecedor, elas se comportam como abrasivos internos, o que acaba por causar problemas de vedação. Esses problemas de vedação ocorrem geralmente na parte superior do cilindro, levando ao vazamento do fluido interno.

Quando ocorre esse tipo de falha, o óleo vazado fica bem aparente na parte externa do amortecedor, pois os movimentos da suspensão forçam continuamente a saída dos fluidos internos.

O que é o kit de amortecedor?

O kit de amortecedor é composto por peças que costumam ser trocadas juntas e com maior frequência do que outros componentes do amortecedor. Os kits de amortecedor contam com coxim, coifa e batente, e cada uma dessas peças é de fundamental importância para manter as rodas no chão. Veja só:

  • coxim: é uma peça de metal com revestimento feito de borracha, que auxilia a dissipação de energia cinética. Essa peça recebe o impacto da suspensão do carro, sustentando o amortecedor na carroceria;
  • coifa: é uma capa que envolve a haste de suspensão, protegendo-a contra a poeira, penetração de detritos e vazamentos no amortecedor. É feita de borracha por se tratar de uma peça de vedação;
  • batente: sustenta a mola no amortecedor, sendo dimensionado para manter o curso da mola dentro de uma determinada medida. Reduz, assim, a batida da mola, aumentando sua vida útil.

O que é um amortecedor recondicionado?

Recondicionar um amortecedor significa condicioná-lo novamente ao trabalho, depois que suas funções estiverem comprometidas por alguma falha ou defeito. Não é tarefa fácil cobrir as lacunas de um sistema como esse, pois isso envolve identificar diferentes tipos de defeitos com diferentes tipos de sintomas na suspensão do carro.

É muito recomendado que, em caso de dúvidas, sejam comprados amortecedores novos de marcas confiáveis, como a Nakata, para evitar problemas futuros.

Os amortecedores são partes fundamentais do carro, e seu funcionamento deve ser entendido para que o condutor tenha noção das necessidades de manutenção que seu veículo possui. Como sua função é diretamente relacionada com o controle de estabilidade e diminuição das oscilações, seu mau funcionamento pode gerar falhas por fadiga em outros componentes móveis do carro.

É importante conversar com seu mecânico sobre as condições de uso do carro para saber se o sistema de suspensão está bem dimensionado e tem condições de responder adequadamente aos impactos do solo.

É claro que o sistema de suspensão não trabalha sozinho, o que significa que, mesmo que seus componentes (inclusive os amortecedores) estejam em perfeito funcionamento, um problema como a falta de balanceamento pode comprometer a estabilidade do carro.

Para economizar dinheiro com a manutenção preditiva, é preciso conhecer o funcionamento dos componentes do veículo e diagnosticar bem os sinais que o carro dá quando ocorrem falhas.

Fonte: https://blog.nakata.com.br/

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