A reforma trabalhista sob a perspectiva do ciclo econômico

Por Hugo Horta

A Reforma Trabalhista que se materializa por meio da promulgação da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, a vigorar a partir de 11 de novembro deste ano, tem sido alvo de inúmeras críticas, sob a perspectiva de vilipêndio a direitos supostamente adquiridos pelos trabalhadores. As vozes mais altivas contra a Reforma Trabalhista, com tal discurso, buscam atrair para o Direito do Trabalho um princípio que a doutrina e a jurisprudência não reconhecem e que se volta ao Direito Ambiental, qual seja, o princípio do não retrocesso. Os princípios consagrados do Direito do Trabalho são: a aplicação da norma mais favorável, o in dubio pro operario, a proteção ao hipossuficiente e a primazia da realidade.

A meu juízo, a Reforma Trabalhista não fere nenhum desses princípios. Muito pelo contrário, em algumas normas se verifica inclusive o enaltecimento expresso, como, por exemplo, a previsão do parágrafo único do artigo 10-A, da CLT. Segundo o novo dispositivo, quando se tratar de modificação fraudulenta do contrato social, com intuito de burlar o pagamento de verbas trabalhistas, permanece a responsabilidade do sócio retirante.

Ora, é um engano pretender dissociar o Direito do Trabalho do contexto socioeconômico e fechar os olhos ao próprio dinamismo da relação capital x trabalho em um mundo globalizado. Nele, desponta o gigante asiático, crescendo a níveis exorbitantes e impondo ao Ocidente mudanças de paradigmas, além da busca de alternativas disruptivas para rivalizar no comércio internacional, proteger suas divisas mais importantes e manter aceso o mercado interno, a ponto do representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, afirmar que o sistema econômico chinês é uma ameaça “sem precedentes” ao sistema comercial mundial.

De fato, não se trata do velho discurso polarizado de socialismo versus capitalismo, pois o diálogo atual exige que sejam flexibilizadas certas regras, não raras vezes, em velocidade superior ao que se notava décadas antes, pois a revolução tecnológica e o “big data” possuem esse poder disruptivo. A França, modelo seguidamente copiado de socialismo democrático, nos dias atuais, pelo seu Presidente Emmanuel Macron, pretende estabelecer uma reforma de regras trabalhistas, inclusive para permitir a negociação direta entre funcionários e patrões, semelhante ao que foi aprovado aqui no Brasil. Portanto, não é isolada a iniciativa tupiniquim, considerando a perspectiva global. E, por outro lado, tal como aqui se reforma, também há uma contrapartida na França com outros direitos, como o aumento do percentual de indenização por cada ano trabalhado na empresa.

Quero dizer, com isto, que o exame há de ser feito no conjunto (como os operadores do Direito preferem chamar de uma interpretação sistemática), para concluir que há muitas benesses aos trabalhadores na Reforma Trabalhista que, sopesadas na balança da relação de trabalho, contribuirão fortemente à manutenção dos empregos e à criação de novas vagas – circunstância esta que estará sempre a depender, por óbvio, da conjuntura política e econômica que o país atravessar. Não se pode perder de vista também a necessária modernização do estatuto, datado de 1943, para que se possa alcançar o progresso e o desenvolvimento das novas tecnologias, as quais impactam de sobremaneira as relações de trabalho, a fim que não fiquem reguladas ao sabor da jurisprudência e ofereçam segurança e confiabilidade aos trabalhadores, aos empresários e aos investidores.

Diga-se de passagem, a jurisprudência vem desenhando um papel tão importante que muitas das soluções jurídicas estabelecidas de forma interpretativa pelos Tribunais Regionais do Trabalho e consagradas também no Tribunal Superior do Trabalho foram incorporadas, literalmente, ao texto da Reforma. Mas, necessariamente, a modernização estampada na legislação era algo previsível e, até mesmo, salutar, ante o impacto da automação, como dissemos, a contemplar, por exemplo, o teletrabalho e o trabalho intermitente — a fim de diminuir a ociosidade — e a modulação do trabalho em regime de tempo parcial.

Significativas e inolvidáveis melhorias, introduzidas a partir da flexibilização das regras de negociação — sem perder de vista o caráter de irrenunciabilidade — alcançaram, entre outras, a possibilidade de pacto de cláusula compromissória de arbitragem, a extinção do contrato por mútuo acordo e a negociação, pela representação dos empregados, de forma a prevenir conflitos. Cada vez mais se conclama à participação dos trabalhadores nos resultados das empresas e, para confirmar essa tendência, algumas regras foram flexibilizadas, inclusive para atenuar a tributação e, com isso, representar um retorno de produtividade, tais como prêmios, abonos e a exclusão do caráter salarial das diárias.

Concluo por prever, mais do que afirmar, que a Reforma Trabalhista advinda com a Lei nº 13.467 certamente promoverá um ambiente de maior segurança jurídica e, porque não dizer, maior responsabilidade contratual. Ainda, novos paradigmas de relacionamento deverão ser construídos entre os sindicatos e as empresas voltados muito mais para a prevenção dos conflitos e apaziguamento das relações, em detrimento das milhões de causas trabalhistas que assoberbam nossos tribunais.

*Hugo Horta é advogado parceiro do escritório Amaral, Yazbek Advogados. É Pós-graduado em Direito Material e Processual do Trabalho, e faz parte da Comissão de Direito do Trabalho da OAB/DF. A reforma trabalhista será um dos principais assuntos da 1ª Maratona de Tributação & Inteligência de Negócios, que será realizada nos dias 27, 28 e 29 de outubro, em Curitiba (PR). Mais informações no site www.mtin.com.br ou pelo telefone (41) 3595-8302.

ARTIGO- A reforma trabalhista sob a perspectiva do ciclo econômico

Por Hugo Horta

A Reforma Trabalhista que se materializa por meio da promulgação da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, a vigorar a partir de 11 de novembro deste ano, tem sido alvo de inúmeras críticas, sob a perspectiva de vilipêndio a direitos supostamente adquiridos pelos trabalhadores. As vozes mais altivas contra a Reforma Trabalhista, com tal discurso, buscam atrair para o Direito do Trabalho um princípio que a doutrina e a jurisprudência não reconhecem e que se volta ao Direito Ambiental, qual seja, o princípio do não retrocesso. Os princípios consagrados do Direito do Trabalho são: a aplicação da norma mais favorável, o in dubio pro operario, a proteção ao hipossuficiente e a primazia da realidade.

A meu juízo, a Reforma Trabalhista não fere nenhum desses princípios. Muito pelo contrário, em algumas normas se verifica inclusive o enaltecimento expresso, como, por exemplo, a previsão do parágrafo único do artigo 10-A, da CLT. Segundo o novo dispositivo, quando se tratar de modificação fraudulenta do contrato social, com intuito de burlar o pagamento de verbas trabalhistas, permanece a responsabilidade do sócio retirante.

Ora, é um engano pretender dissociar o Direito do Trabalho do contexto socioeconômico e fechar os olhos ao próprio dinamismo da relação capital x trabalho em um mundo globalizado. Nele, desponta o gigante asiático, crescendo a níveis exorbitantes e impondo ao Ocidente mudanças de paradigmas, além da busca de alternativas disruptivas para rivalizar no comércio internacional, proteger suas divisas mais importantes e manter aceso o mercado interno, a ponto do representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, afirmar que o sistema econômico chinês é uma ameaça “sem precedentes” ao sistema comercial mundial.

De fato, não se trata do velho discurso polarizado de socialismo versus capitalismo, pois o diálogo atual exige que sejam flexibilizadas certas regras, não raras vezes, em velocidade superior ao que se notava décadas antes, pois a revolução tecnológica e o “big data” possuem esse poder disruptivo. A França, modelo seguidamente copiado de socialismo democrático, nos dias atuais, pelo seu Presidente Emmanuel Macron, pretende estabelecer uma reforma de regras trabalhistas, inclusive para permitir a negociação direta entre funcionários e patrões, semelhante ao que foi aprovado aqui no Brasil. Portanto, não é isolada a iniciativa tupiniquim, considerando a perspectiva global. E, por outro lado, tal como aqui se reforma, também há uma contrapartida na França com outros direitos, como o aumento do percentual de indenização por cada ano trabalhado na empresa.

Quero dizer, com isto, que o exame há de ser feito no conjunto (como os operadores do Direito preferem chamar de uma interpretação sistemática), para concluir que há muitas benesses aos trabalhadores na Reforma Trabalhista que, sopesadas na balança da relação de trabalho, contribuirão fortemente à manutenção dos empregos e à criação de novas vagas – circunstância esta que estará sempre a depender, por óbvio, da conjuntura política e econômica que o país atravessar. Não se pode perder de vista também a necessária modernização do estatuto, datado de 1943, para que se possa alcançar o progresso e o desenvolvimento das novas tecnologias, as quais impactam de sobremaneira as relações de trabalho, a fim que não fiquem reguladas ao sabor da jurisprudência e ofereçam segurança e confiabilidade aos trabalhadores, aos empresários e aos investidores.

Diga-se de passagem, a jurisprudência vem desenhando um papel tão importante que muitas das soluções jurídicas estabelecidas de forma interpretativa pelos Tribunais Regionais do Trabalho e consagradas também no Tribunal Superior do Trabalho foram incorporadas, literalmente, ao texto da Reforma. Mas, necessariamente, a modernização estampada na legislação era algo previsível e, até mesmo, salutar, ante o impacto da automação, como dissemos, a contemplar, por exemplo, o teletrabalho e o trabalho intermitente — a fim de diminuir a ociosidade — e a modulação do trabalho em regime de tempo parcial.

Significativas e inolvidáveis melhorias, introduzidas a partir da flexibilização das regras de negociação — sem perder de vista o caráter de irrenunciabilidade — alcançaram, entre outras, a possibilidade de pacto de cláusula compromissória de arbitragem, a extinção do contrato por mútuo acordo e a negociação, pela representação dos empregados, de forma a prevenir conflitos. Cada vez mais se conclama à participação dos trabalhadores nos resultados das empresas e, para confirmar essa tendência, algumas regras foram flexibilizadas, inclusive para atenuar a tributação e, com isso, representar um retorno de produtividade, tais como prêmios, abonos e a exclusão do caráter salarial das diárias.

Concluo por prever, mais do que afirmar, que a Reforma Trabalhista advinda com a Lei nº 13.467 certamente promoverá um ambiente de maior segurança jurídica e, porque não dizer, maior responsabilidade contratual. Ainda, novos paradigmas de relacionamento deverão ser construídos entre os sindicatos e as empresas voltados muito mais para a prevenção dos conflitos e apaziguamento das relações, em detrimento das milhões de causas trabalhistas que assoberbam nossos tribunais.

ARTIGO – PPI: Se a divergência é natural, a inércia é mortal

Ricardo Inglez de Souza

Afastando-se de uma perspectiva maniqueísta, é possível afirmar que o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Governo Federal é uma iniciativa juridicamente factível e socioeconomicamente muito desejada. Os diversos projetos pretendidos pelo PPI resultarão em concessões ou outras modalidades de transferência da gestão de agentes do governo para o setor privado. Recentemente ficou confirmado que esse esforço deverá incluir, entre outros, o aeroporto de Congonhas, Brasília, Guarulhos, terminais portuários, lotes de transmissão de energia e até mesmo a loteria.

Criado em 2016, o PPI, segundo informações do Governo, realizou duas reuniões, as quais resultaram na qualificação de 89 empreendimentos, dos quais 49 tiveram leilões realizados ou contratos assinados. Na terceira Reunião foram incluídos novos projetos que, somados, representarão R$44 bilhões de investimentos.

O PPI, diga-se de passagem, não criou nenhuma modalidade inovadora de contratação com o Estado. Pelo contrário, usando formas já consagradas, organizou uma agenda institucional que propõe o necessário desenvolvimento de projetos, principalmente na área de infraestrutura.

Há a preocupação, inclusive, com a análise do impacto regulatório dos projetos e o governo, nesse sentido, tem se esforçado para coordenar as ações das diversas autoridades, harmonizando marcos legais e políticas de estado e governo.

No entanto, o programa sofre diversas críticas. Muitas delas são frutos da associação entre criador e criatura. Segundo alguns críticos, se o governante é questionável, toda iniciativa dele originada estaria maculada. A natureza maniqueísta desse tipo de oposição acaba gerando descrédito por ela mesma. De qualquer forma, se a autoridade é competente não deve ser a popularidade (ou sua falta) que deve afetar a legalidade da iniciativa.

Outra modalidade de crítica é a que sugere outros desenhos legais possíveis para um projeto qualificado. Embora não se possa afastar a validade dessas opiniões, esse diletantismo pode ter espaço no ambiente acadêmico, que não tem obrigação de resultar em efetivo e imediato bem-estar social. Porém, para a Administração Pública, a utópica busca da perfeição pode implicar uma inércia prejudicial ao desenvolvimento da sociedade e ao bem-estar do cidadão.

A provocação que se faz é a de que haja maior pragmatismo nas discussões jurídicas para o bem da segurança jurídica e para o desenvolvimento do País.

Grupos sociais e partidários ferrenhos opositores das privatizações dos anos 90, incluíam em suas teses projetos alternativos, modalidades diferentes, mas igualmente factíveis do ponto de vista jurídico. Quando chegaram ao poder, estavam tão aprisionados à cobrança da famigerada e utópica perfeição quenão foram capazes de implementar projetos fundamentais para incorporar e modernizar a infraestrutura necessária ao País.

Os projetos de privatização dos anos 90, diga-se de passagem, por mais que se queira questionar a idoneidade dos governantes da época, inegavelmente fizeram evoluir os serviços prestados aos cidadãos e atraíram novas tecnologias e investimentos ao nosso mercado. E, evidentemente, havia uma grande variedade de outras formas juridicamente possíveis para se formatar a mesma iniciativa de privatização.

O pragmatismo jurídico que se propõe não deve ser confundido com qualquer hipótese de concessão moral ou mesmo jurídica. Se houver corrupção, desvios de finalidade ou se o projeto for flagrantemente ilegal, a sociedade não deve permitir sua sustentação. Porém, aniquilar apriori a hipótese de evolução social por preciosismos jurídicos não parece o melhor serviço que o Direito pode proporcionar para a Sociedade.

As iniciativas anunciadas pelo governo do Município de São Paulo sofrem do mesmo assédio e, em relação a tais críticas, o mesmo cuidado e os mesmos critérios devem ser observados.

Sugestões de melhoria e mesmo divergências são esperadas e salutares, mas a dose e certos limites devem ser respeitados. Caso contrário, como defendia Paracelsus, essa postura vira veneno e gera a inércia que impede o progresso do País.

Ricardo Inglez de Souza é advogado especialista em Concorrência, Comércio Internacional e Compliance e sócio do IWRCF Advogados.

 

Exposição no Parque Trianon transforma lixo tecnológico em arte

Esculturas inspiradas em divindades africanas, do artista visual, Valter Nu, que confecciona arte com sucata desde 1993, está em exposição até o dia 1 de outubro, no Parque Trianon, na Avenida Paulista, em frente ao MASP.

As obras da exposição são um recorte da série “Tecno orixás vol IV” e foram produzidas com restos de materiais tecnológicos descartados, encontrados nas caçambas de entulho da cidade de São Paulo.

Do descarte e da sucata, o artista colhe sua matéria prima não orgânica e tece suas criações orgânicas, sem a presença de soldas, parafusos e colas, todas as obras são tecidas sem nenhum processo industrial. Valter Nu, conta que a série é resultado de uma pesquisa iniciada em 2011, com a ideia de dar luz para divindades da cultura afro brasileira para além do recorte religioso.

“Estas divindades, no meu olhar, poderiam estar no mesmo local da cultura popular de outras figuras mitológicas que estão no imaginário coletivo, como Buda e Afrodit. Uma das obras recebe, uma contemporaneidade e também uma leitura de suas matrizes musicais como Ogum inspirada na música “o homem na estrada” dos Racionais mc´s, onde Ogum vem montado e uma motocicleta e trafega em uma estrada  povoada  por de hard disk´s”, explica Valter Nu.

Os visitantes do parque poderão conferir as esculturas de Ogum, Oxum, Iansã e seu Oxóssi. Todo o trabalho mostra a tradição de oralidade da cultura afro-brasileira, que foi propagada por meio de canções populares, Orixás cantados em canções da MPB.

 Serviço:

Exposição – Tecno orixás vol IV

Período: até 01/10/2017

Horário: De segunda-feira a domingo das 6h às 18h
Local: Parque Tenente Siqueira Campos (ParqueTrianon)

Endereço: Rua Peixoto Gomide, 949, São Paulo/ SP

Site: www.valternu.net

 

 

Previdência Privada ou Pública ? Especialista explica

“Todos nós queremos saber qual escolha nos trará mais segurança financeira, para tomar diferentes rumos em nossas vidas conforme a idade avança”, diz André Bona, Educador Financeiro do Blog de Valor.

Sendo preparada para votação no congresso nacional, após passar pela comissão especial do senado onde foi definido o seu texto principal, a Reforma da Previdência deixa em dúvida a população sobre onde é melhor investir para se aposentar. “Todos queremos saber qual escolha nos trará mais segurança financeira, para tomar diferentes rumos em nossas vidas conforme a idade avança”, diz o educador financeiro do Blog de Valor, André Bona. Dados do próprio governo confirmam um déficit de R$ 150 bilhões nos cofres federais por causa dos custos de aposentadoria, o que traz um certo desconforto sobre como será o futuro para quem pretende “pendurar as chuteiras”. A dúvida sobre como será a previdência do governo (INSS) atormenta a vida de todo trabalhador de carteira assinada.

André Bona alerta para que seja feita uma pergunta pessoal sobre o quanto será necessário receber, para o padrão de vida não ser afetado quando estiver na época de descansar. “É fundamental que o investidor tenha uma ideia do quanto precisará para manter os custos. Se optar por uma Social, ele deve saber que o valor do teto é um pouco acima de R$ 5 mil, tendo em vista que pouquíssimas pessoas recebem este montante.

Já alguém que investe na previdência privada, terá a sua rentabilidade de acordo com o que acumulou, podendo manter os custos pessoais ou até aumentar em pequena porcentagem. Neste caso o controle é muito maior”, diferencia Bona.

As duas modalidades apresentam benefícios próprios. O trabalhador que decidir pela Social terá alguns seguros, como o de acidente no trabalho, doença, em casos graves impossibilitando-o de trabalhar ao decorrer do tempo e para as mulheres, o seguro durante a gravidez. “Em todo o caso, se alguma dessas situações ocorrer, você estará segurado pelo governo federal, o que não ocorre nos planos de previdência privada”, diz Bona. Para quem optar pela previdência sem vínculos com o governo, os benefícios serão de acordo com o que foi acumulado durante os anos de investimento. Uma das facilidades que existem está na possibilidade de escolher a forma de receber o pagamento durante a aposentadoria, sendo possível o saque total do acumulado e pagamentos vitalícios mensais. “Essas opções não são elegíveis para os que optam apenas pelo INSS.

Os pagamentos mensais serão de acordo com a expectativa de vida de quem investe e do montante acumulado. É interessante esta opção, pois o beneficiário pode garantir uma renda vitalícia“, explica André Bona.

Para o saque de todo o capital existente na previdência, não há nenhuma restrição em ser aplicado em outros investimentos, podendo o previdenciário atuar no mercado financeiro. “Para um bom gestor de patrimônio pessoal é importante ter em mente todas as opções possíveis. Se o investidor decide retirar, ele pode investir no mercado financeiro, em renda fixa, moedas, ações, gerando mais rentabilidade do que tinha, ou começar aquele projeto que tanto quis enquanto estava trabalhando”, comenta Bona. A surpresa na recomendação do educador financeiro fica em não ter que escolher apenas uma das previdências e sim “jogar nos dois times”. Pela lei trabalhista brasileira, o empregador é obrigado a depositar uma parte do salário na previdência social, 11%, fato que não ocorre nos planos de previdência privada, que dependem 100% da iniciativa de cada um. “Daí o conceito de que esta modalidade é uma previdência complementar e não uma previdência substituta a previdência social.

A previdência governamental já é praticamente automática, independe da vontade do empregado. Ela por si só não garante qualquer responsabilidade financeiro pessoal do contribuinte para o seu futuro. Todos, independente da classe social, precisam entender que uma parcela do que ganham, entre 10% e 20% precisa ser guardada e bem investida. Se por um lado a previdência pública garante benefícios adicionais ao contribuinte, por outro, o envelhecimento da população cria problemas, pois o sistema atual se baseia na ideia de que trabalhadores ativos paguem as aposentadorias dos inativos, não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Por isso, uma coisa é certa: de tempos em tempos os sistemas de aposentadoria ao redor do mundo continuarão sendo ajustados para compensar déficits gerados, o que significa que suas regras sempre podem e precisam ser revistas até que se encontre um equilíbrio financeiro para o sistema.

O que significa que cada indivíduo de tempo em tempo estará exposto à mudança de regras. Já na aposentadoria complementar, o benefício é fruto direto da capacidade de cada indivíduo de acumular durante a vida produtiva, então a conta individual sempre fecha. Portanto, quanto antes as pessoas entenderem que elas devem assumir as rédeas de suas vidas financeiras sem depender do governo, melhor”, finaliza André Bona.

Até que ponto o envolvimento com pessoas negativas podem influenciar na baixa da sua saúde?

Para o farmacêutico homeopata Jamar Tejada (Tejard), da capital paulista as emoções negativas afetam o emocional, aumentando as chances de vibrar emoções ruins como ciúmes, raiva, inveja e ódio, influenciamos diretamente a produção hormonal chamada positiva, como a serotonina e dopamina, causando uma baixa da nossa imunidade – que chamamos de imuno depressão –afetando a saúde em geral.

Tejard conta que a energia atua diretamente no nosso corpo e funciona mais ou menos como um espelho: atraindo aquilo que refletimos. “É como se a energia que emitimos se voltasse ao nosso favor. Se estamos bem, conseguimos vibrar em prol da nossa saúde, mas se estamos mal, isso também afeta na mesma proporção.” 

É por isso que orações, mantras e fé, acabam sendo os grandes aliados, atuam como medicamentos para nosso ser. E não estamos falando de religião, mas sim de boas vibrações e tudo que se volta para o bem, como um imã para o alto astral. 

A energia é capaz de se transformar a partir do momento que nosso cérebro recebe os comandos e assim, a energia positiva somos nós que construímos. “Construímos no jeito de lidar com os problemas, na maneira de falar com o outro, de encarar uma dificuldade e até de elevar as coisas boas. Somos a consequência daquilo que semeamos, semeie paz e colhera saúde, semeie ódio e colherá doença, você é o resultado da energia que emana”, finaliza Tejard.

Extremismo Religioso no mundo atual

Ultimamente a cidade de Londres tem sido palco de muitos ataques terroristas. O mais recente deles foi o que sofreram os frequentadores de uma mesquita, como se os britânicos houvessem dado “o troco” pelos atentados outrora perpetrados contra cidadãos comuns, praticados e elaborados por extremistas muçulmanos.

É interessante observar – e isso posso falar com propriedade, pois vou a Londres com frequência – que há grande tolerância dos britânicos para com o islamismo. Como paulista, estou acostumado a frequentar vários shopping centers e, quando estou em Londres, basta uma chuvinha e lá vou eu para meu shopping preferido, o Westfield Shepherd’s Bush, sem dúvida o maior shopping center da Europa. Lá é possível encontrar um bom número de muçulmanos de grande poder aquisitivo e muitos outros trabalhando em lojas.

No bate-papo que geralmente tenho com pessoas comuns, britânicos em geral e com taxistas, noto que para eles os muçulmanos são pessoas pacíficas. O que é verdade quando falamos de Londres. Na realidade, a maioria é quieta, fala pouco, não bebe, e isso para o inglês comum é um tipo de virtude. Mas de repente surge um ataque extremista, como vimos nos últimos tempos.

O que nos leva a uma reflexão neste momento é que a religião, seja ela qual for, deve ser baseada na paz, e o que estamos vendo em Londres, contudo, é o início de um conflito religioso, ou seja, islamismo versus valores ocidentais. A partir desse ataque à mesquita, tem início um conflito no qual a semente da vingança pode brotar e criar raízes profundas. Isso, para nós, ocidentais, mesmo para os de origem judaica como eu, é péssimo, pois pode se tornar um ciclo vicioso de “olho por olho e dente por dente”. Nós, judeus, conhecemos bem dois aspectos da história da humanidade: o antissemitismo e o antissionismo – uma nova forma de antissemitismo – e aprendemos com muitas lágrimas a lidar com essa questão. Além disso, fomos ocidentalizados durante muitos anos e nunca, jamais, fizemos da nossa cultura algo que não elevasse os valores morais da humanidade.

A grande questão é que o terrorismo na Europa é coisa nova, e todo esforço europeu deve ser empreendido para o diálogo e para a segurança. Às vezes, quando caminho pelas frias ruas de Londres, penso em quão seguro é estar em Israel hoje em dia. Não há o que temer, pois notícias tenho de que até o Isis teme nosso exército. Mas chegamos a esse ponto à custa de muito sofrimento, angústia, mortes e, acima de tudo, de nossa fé inabalável na grandeza de sempre nos colocarmos como parceiros de D’us neste mundo que precisa agora de muita paz, ética e generoside…..

Fernando Rizzolo é advogado, jornalista, mestre em Direito Constitucional, Prof.de Direito

Ser Humano : Eu não sou acabado, estou em construção

O ser humano se constrói todos os dias e um pouco por dia. Ninguém nasce pronto e nunca estaremos prontos. Vamos nos fazendo. Estamos abertos a construção. Por isso, quando alguém diz “eu já fiz tudo”, ” eu já sei tudo”, está indo contra a própria dinâmica da vida de estar sempre aberta. Nunca estamos concluídos. Enquanto estamos vivos podemos crescer, ser melhores e mais humanos. É crescimento e aperfeiçoamento.

Nascemos humanos, diferente dos animais. Mas isso basta para sermos humanos? Em princípio poderíamos dizer que sim. Um ser humano não pode ser como um animal. Mas sabemos que na verdade a nossa humanização é tarefa. Ela se construirá em nosso ambiente, em nossos relacionamentos, em nossa abertura e aprendizagem. Um ser humano pode não ser tão humano assim. Poderá ser selvagem e perigoso. Se não assumir sua tarefa de humanizar-se poderá permanecer e agir mais pelos instintos do que pela razão e reflexão.

Isso mostra que não somos acabados. O que somos por natureza, isto é, animais racionais não  é suficiente para garantir nossa socialização. A socialização acontece pela aprendizagem, pela convivência, pelos relacionamentos. Os relacionamentos definem a nossa qualidade de vida. Pessoas que não aprendem a se relacionar não vivem bem e não deixam viver. São as pessoas difíceis, que não crescem, pouco estão dispostas a aprender e, por isso, não se humanizam.

Ter em mente que somos seres inacabados é condição para a humanização. Se eu sair da minha casa de manhã cedo e disser para mim mesmo “hoje eu posso aprender e ensinar”, isso me ajudará a crescer. Posso aprender e ensinar. Não sei tudo e também não sei nada. Minha vida está aberta. Recebo dos outros e também posso dar. Essa ideia clara me fará bem. Tem pessoas que pensam que só podem ensinar e tem outras que pensam que não conseguem ensinar nada. Tem baixa auto estima e uma ideia negativamente de si mesmas. Ter uma ideia muito ideal de si mesmo, pensando que eu só tenho a ensinar, não faz bem. E o contrário também não é verdadeiro. Pensar que eu só tenho a apreender e nada para ensinar.

A vida é uma permanente troca. Isso que faz a vida ser bonita. Essa compreensão me tornará melhor para acolher a realidade da própria vida e da diversidade. O mundo dinâmico e plural exige mente aberta. Quem sabe tudo sobre determinado assunto? Mesmo que saiba muito, nunca saberá tudo. Sendo assim será sempre possível aprender mais. Saber mais. Numa perspectiva aberta isso me tornara melhor. Como a vida é muito ampla. A compreensão daquilo que nos envolve é abrangente e complexa. Se em tudo eu não me fechar em apenas uma ideia que possuo, poderei sempre aprender. Se eu for expert em um assunto, poderei estar aberto para outro. Isso me torna sábio e vai me construindo como ser humano.

Tem muitas pessoas que têm dificuldade de perceber a amplitude da realidade. Se fecham em poucas ideias. Parece que sabem tudo. É no mínimo difícil conviver com pessoas assim. O contrário parece não existir para elas. Isso mostra que são completas, acabadas, por isso, fechadas. O fechamento paralisa. Não há espaço para o avanço, para o novo. Ali não há crescimento. Que triste quando isso acontece. É a morte do humano e de sua humanização.

Somos inacabados. Somos incompletos. Não sabemos tudo. Podemos crescer. Isso é assumir a tarefa de cada um de humanizar-se. E essa tarefa é minha. É de cada um. Não posso passá-la a outros.

Padre Ezequiel Dal Pozzo

Jesus não é religioso

Destaque: Ele retirou o Sagrado da religião e o colocou onde? No ser humano. O ser humano é o território sagrado! Ali você encontra Deus.

 

Há algum tempo escrevi um artigo com o título: Deus não é religioso. Posso dizer que recebi alguns comentários de pessoas chocadas com isso. “Um padre falando isso?” E ainda: “é tão difícil convencer as pessoas para viver a religião, com isso pioramos”, diziam outros. Posso dizer que essa ideia foi se confirmando e amadurecendo. Nas últimas leituras teológicas que fiz fui percebendo que Jesus também não é religioso. Não só porque Jesus é Deus e, se disse que Deus não é religioso, consequentemente Jesus também não é. O argumento não é esse.

Ao falar assim, quero chamar a atenção para o que agrada a Jesus. O que de fato Ele quis mostrar para a humanidade? Dizendo em linguagem moderna: qual o foco de sua palavra e ação?

Sabemos que Jesus era judeu e, como judeu, participava do rito religioso judaico. Ali, no ritual judaico, com a palavra, as leis, os sacrifícios, sacerdotes, doutrinas, o povo compreendia que encontrava o sagrado. Ou seja, se perguntássemos aos judeus onde eles encontravam o Sagrado, ou onde encontravam Deus, certamente, diriam, “o encontramos em nossos rituais religiosos”. Isso é um dado tão claro que, de certa forma, se torna inquestionável ainda hoje, também nas demais religiões. Cremos encontrar Deus através das religiões.

O que Jesus fez diante dessa realidade? O que se pode dizer com a mesma clareza, mas causando um choque nos leitores, é de que Jesus retirou o sagrado da religião do seu tempo. De certa forma, Jesus dessacraliza a religião. Cria, da para dizer, um movimento laico, não religioso. Mas, Ele retira o Sagrado da religião e o coloca onde? Coloca no ser humano! O ser humano é o território sagrado! Ali você encontra Deus. No contato com o ser humano, no processo de humanização empreendida por cada pessoa, no cuidado de si mesmo e dos outros, na compaixão e no amor que faz o ser humano viver, ali Deus está. Ali está o Sagrado. A Palavra e a ação de Jesus não foi outra senão dar vida à vida das pessoas. Vida em plenitude. Isso, naturalmente, é fazer com que a humanidade se eleve, chegue à maturidade do amor, na união fraterna que se sobrepõe às diferenças de pensamento, crenças e posições culturais e ideológicas. No humano, a humanidade poderá se dar as mãos. Será muito difícil a humanidade se unir em torno de uma única crença, uma única ideia, mas no cuidado com o humano poderia se unir. Ali estaríamos vivendo Deus, o Sagrado, na profundidade e na verdade.

Mas você pode perguntar: “mas padre, e a religiões ficam como nessa história? Mesmo o próprio cristianismo, qual sua função?”

Aqui aparece o verdadeiro sentido do religioso. Ou seja, toda religião é boa na medida em que me torna melhor, mais humano e me coloca em contato com a humanidade do outro e a humanidade inteira. O culto religioso, a prática religiosa, é legítima não quando me separa  dos outros, como às vezes acontece, mas quando me coloca em sintonia com as alegrias e tristezas, sonhos e angústias das pessoas. É nesse sentido que afirmamos que Jesus não é primeiramente religioso. Ele fica feliz e o tenho como Salvador na medida que entro em contato, no cuidado e no amor, com minha humanidade e a dos demais.

Padre Ezequiel

De onde vem a motivação?

Muitos conseguem acordar bem-disposto todos os dias, e nunca pensaram em  desejar que o tempo passe rápido até o fim do expediente em uma sexta-feira. Mas, se para outros a maior parte das atividades rotineiras parece um martírio, há um claro indício de que está faltando motivação na vida.

Problemas desse tipo são cada vez mais habituais, afinal, é comum ouvir que está errado “se contentar com pouco”, o que nos leva a traçar objetivos sempre mais difíceis – sem tempo para desfrutar aquilo que chamamos de vida. Quando temos dificuldade em identificar o nosso propósito na vida ou, ainda, acreditamos que a ambição material e a fortuna são os segredos da felicidade, é muito provável que nunca estejamos satisfeitos e muitas vezes nos sentimos deprimidos e amedrontados.

Quando telefonamos para alguém perguntando como anda a vida, é habitual que se escute: “na correria”. Mas quando ligamos novamente, a mesma pessoa continua “na correria”. Já reparou? Essa é uma colocação engraçada, podemos imaginar a pessoa correndo em uma esteira de ginástica, sem chegar a lugar algum. É esse “onde chegar” que muitas vezes nos motiva.. Se motivação tem sido um problema em sua vida, reflita sobre os conselhos abaixo:

1 – Viva o presente

Estamos, na maior parte do tempo, pensando no passado (“eu deveria ter feito aquilo”) e no futuro (“amanhã farei isso”). Geralmente, só trazemos nossa mente para o presente quando algo muito bom está acontecendo (pergunte a um surfista no que ele pensa enquanto surfa, e ele provavelmente responderá: “nada” – Ele está no presente!). Encarar a vida dessa forma gera excesso de ansiedade e preocupação, nos deixando desmotivados. Para se libertar desse estresse, é preciso viver no presente, o passado traz culpa e arrependimento e o futuro ansiedade e preocupação.

2 – Filtre as informações negativas

Recebemos muitas informações o tempo todo, nem sempre de fontes apropriadas. Certas notícias nos deixam deprimidos e assustados, especialmente no noticiário, pois nos sentimos impotentes diante de situações negativas que não podemos mudar. Devemos moderar a exposição a fatos negativos, distante de nossos interesses e longe de nosso âmbito de ação.

3 – Se conheça e busque o equilíbrio

Você sabe como é sua rotina (ou seja, tem consciência do que “faz”). Mas, muitas vezes, o que fazemos não é aquilo que, de fato, somos. O autoconhecimento é fundamental para ter prazer em uma atividade e se sentir motivado.

4 – Aproveite aquilo que a vida lhe oferece

Você não gosta do seu trabalho? Se não consegue pensar em nenhum aspecto positivo, pode ser o caso de procurar outro emprego. Mas, antes, faça a reflexão: quantas pessoas gostariam de estar no seu lugar? Quantas pessoas gostariam de não estar sozinhas? Tente valorizar o que já conquistou até aqui (e o seu trabalho, mesmo que tenha defeitos, faz parte disso).

* Alvaro Fernando é especialista em habilidades conversacionais e em comunicação e persuasão. Fernando é premiadíssimo compositor de trilha sonora, vencedor de três leões em Cannes, duas medalhas em New York Festival e três estatuetas no London Festival.