Quinta geração da internet proporcionará verdadeira revolução tecnológica

A tecnologia 5G já é realidade no Brasil. A quinta geração da internet móvel chegou a Brasília no início de julho, e a capital brasileira já têm ao menos 50% de sua área de cobertura concluída. São Paulo será a segunda capital do País a receber o sinal. A previsão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é de que todas as capitais brasileiras recebam a novidade até setembro. Mas afinal de contas, que tecnologia é essa?
 

O 5G é um salto tecnológico quando se fala em conectividade à internet de alta velocidade. Com a nova tecnologia, muito mais dispositivos móveis poderão ser conectados simultaneamente em determinada região, com uma conexão até 100x mais rápida do que a atual rede 4G.
 

“A tecnologia abre uma gama de possibilidades, principalmente no campo da internet das coisas. Carros poderão ter sensores de alta precisão para evitar acidentes, semáforos nas ruas poderão ser interconectados para melhorar o trânsito, as nossas casas poderão ser equipadas com uma infinidade de objetos inteligentes para executar diversas tarefas. Aquelas cenas de ficção científicas de que tudo no nosso dia a dia será permeado pela tecnologia, parece mais próximo do que nunca”, diz Eder Carlos Amador, coordenador do curso de Ciência da Computação da Faculdade Anhanguera.
 

Com o 5G, poderão se popularizar, por exemplo, as geladeiras inteligentes que avisarão quando algum ingrediente ou alimento estiver em falta; ou ainda será possível dar um comando pelo celular para esquentar a água da banheira, antes mesmo de chegar em casa.
 

“Outro ponto muito positivo do 5G é o incremento da área de tecnologia. Com certeza muitos novos empregos serão gerados no futuro próximo com a nova tecnologia, em praticamente todas as áreas da Economia, nas cidades e no campo”, pontua o especialista.
 

PERGUNTAS E RESPOSTAS DO 5G
 

A seguir, o professor da Anhanguera responde às perguntas mais comuns sobre a nova tecnologia.
 

Como funciona o 5G?
O 5G no Brasil vai funcionar em faixas de frequência (são como “estradas” no céu onde circulam os dados) de quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz. Os dados são transmitidos por ondas de rádio mais curtas, por isso, para a cobertura ser efetiva, é preciso um número maior de antenas distribuídas em um menor espaço geográfico – mas que transmitem os dados de forma muito maior e mais rápida. A tecnologia permitirá — acredite — que até 1 milhão de dispositivos estejam conectados em uma área de apenas 1km².

Quão mais rápido é o 5G?
O 4G funciona com velocidade média de 17,1 Mbps (megabits por segundo), e pode chegar a até a 100 Mbps. Já o 5g pode chegar a até 1 e 10 Gbps (gigabits por segundo, ou 1 bilhão de bits por segundo), ou seja, até 100 vezes mais que o 4G. A comunicação (ou “tempo de resposta”, como chamam os profissionais da área) do 5G é bem maior: 1 a 5 milissegundos contra 50 a 70 milissegundos do 4G.
 

Meu celular vai funcionar no 5G?
Só aparelhos fabricados para usar a tecnologia poderão ter acesso à rede mais rápida. Se o seu aparelho só recebe o 4G, não poderá navegar mais rápido. A princípio, os telefones com a tecnologia tendem a tervalores mais elevados, mas com a popularização, a tendência é que os preços baixem.
 

O 5G vai acabar com o sinal das parabólicas?
Sim! As atuais antenas parabólicas, que funcionam nas frequências que serão ocupadas pelo 5G, não receberão mais o sinal das TVs abertas. Em São Paulo, por exemplo, a população de baixa renda que faça parte de programas sociais do Governo Federal pode aderir ao programa “Siga Antenado”, realizado por uma entidade não governamental e sem fins lucrativos, que vai distribuir 27 mil kits digitais gratuitos: eles vão substituir as atuais antenas tradicionais para sintonizar os canais de televisão. As pessoas que já possuem TV por assinatura, antenas digitais e internas não sofrerão nenhuma interferência no sinal.
 

O Brasil inteiro vai ter acesso ao 5G?
Sim, mas isso pode demorar. O cronograma prevê que apenas no final de 2029 o sinal chegue a 100% dos municípios com até 30 mil habitantes.