Abril registra segunda pior performance econômica de microempresas

Pandemia, juros altos e auxílio emergencial menor, ajudaram a puxar o indicador para baixo

 A atividade econômica das microempresas e dos trabalhadores autônomos atingiu, em abril desse ano, o segundo pior resultado para o mês, desde 2015. A performance ruim foi apontada pelo Índice SumUp do Microempreendedor (ISM), desenvolvido pela SumUp, fintech de soluções financeiras diversificadas para microempreendedores e profissionais autônomos.

No mês passado, o índice ficou em 75,05 pontos, o que representa uma queda de 8,88% em relação a abril de 2020 e de 7,36% em comparação a março de 2021. A piora no indicador, aferido pelo ISM, pode ser atribuída à insegurança econômica devido, ainda, à pandemia do coronavírus, assim como pela redução no valor pago pelo auxílio emergencial e pelo aumento dos juros no País.

“O ISM funciona como um termômetro do mercado e da economia. Em abril, com o descontrole da pandemia, somado à redução do auxílio emergencial e o aumento dos juros, vimos, novamente, a piora no indicador, chegando a sua segunda menor marca para o mês, desde 2015”, explica Carlos Grieco, head de pagamentos da SumUp.

Criado para medir a atividade econômica, o ISM se baseia em dados de negócios de empreendedores informais, além de micro e pequenas empresas em todos os estados brasileiros e em mais de 30 ramos de atividades distintos.

“Em 2020, perdemos quase 9 milhões de postos de trabalho segundo o IBGE. Por isso, começamos 2021 com menos gente recebendo salário, o que levou a uma diminuição do consumo. Além disso, tivemos a volta das medidas restritivas e o fechamento do comércio. A conjuntura fez com que a atividade econômica recuasse, e mostrou que a economia não está se recuperando”, finaliza Renan Pieri, professor da Fundação Getúlio Vargas e responsável por elaborar o índice.