China deixa de exigir teste para covid-19 de viajantes internacionais

Antes de ler, confiras as principais ofertas da Brastemp no link clicando aqui

As autoridades alfandegárias da China anunciaram nesta terça-feira (29) que não será mais exigido teste de antígeno para covid-19 a viajantes internacionais que chegam ao país.

A partir desta quarta-feira (30), quem chega à China não precisa mais informar os resultados de testes feitos dentro de 48 horas ao fazer a declaração de saúde para a alfândega da China, de acordo com uma declaração da Administração Geral das Alfândegas.

É proibida a reprodução de deste conteúdo

Pai de Assange segue em campanha no Brasil pela liberdade do ativista

O pai do ativista Julian Assange, John Shipton, segue a campanha pela liberdade do filho no Brasil. Ele está no país para divulgar o documentário Ithaka – A Luta de Assange. A obra mostra o trabalho de Shipton na tentativa de libertar seu filho, que está preso na Inglaterra desde 2019. 

Nesta segunda-feira (28), ele dará entrevista no Cine Petra Belas Artes, às 14h, e à noite, às 19h30, haverá uma sessão debate com exibição do documentário. No dia 31 de agosto, ele estará em Recife. 

Notícias relacionadas:

Lula critica manutenção de prisão de Julian Assange.Tribunal de Londres nega pedido de fiança de Julian Assange.Na última sexta-feira (25), ele esteve no Rio de Janeiro para um ato-entrevista na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e também já passou por Brasília.

Na ABI, Shipton disse que o principal desafio para que o filho seja solto é convencer os Estados Unidos a respeitar a Primeira Emenda da própria Constituição, que trata da liberdade de expressão e de imprensa. Ele também reconheceu a importância do apoio dos jornalistas para que o público compreenda melhor o caso. “Sem esse apoio, todos nós ficamos perdidos em ignorância”, disse Shipton.

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi preso na Inglaterra em 2019 após sete anos asilado na Embaixada do Equador. Ele está em um presídio de segurança máxima. O ativista é acusado pela Justiça norte-americana de 18 crimes, incluindo espionagem, devido à publicação, em 2010, de mais de 700 mil documentos secretos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão. Caso seja considerado culpado, ele pode pegar até 175 anos de prisão.

Shipton agradeceu ao governo brasileiro o apoio a Assange. Em maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em Londres, que a manutenção da prisão do jornalista é “uma vergonha”.

Fonte Agência Brasil – Read More

Bibliotecas comunitárias buscam ecoar diversidade e formar leitores

Nas cidades mais populosas do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, as bibliotecas comunitárias são espaços com histórias tão singulares que poderiam ser contadas em obras como aqueles livros que estão enfileirados nas estantes. A busca por diversidade e pela formação de novos leitores vai também além dos livros. Esses espaços são pontos de vida, de páginas viradas e de transformações que surgem a partir de sonhos individuais e comunitários.  

Em São Paulo, a Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino fica na convergência de ruas em que a numeração das casas se embaralha, uma esquina do bairro Jardim Olinda, na zona sul de São Paulo. Djeanne identificava-se como mulher negra de pele clara, mas não sentia acolhimento no convívio com outras pessoas, nem negras, nem brancas. Ela tirou a própria vida em julho de 2014. Apesar de não ter sentido pertencimento de um modo geral, na biblioteca que frequentava, ela encontrou aceitação e carinho das crianças que adorava.

Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino, na zona sul da cidade de São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Saraus

Notícias relacionadas:

Prêmio destina R$ 9 milhões para bibliotecas comunitárias .Biblioteca Nacional recebe Constituição de 1988 em nheengatu .Até assumir a forma que tem hoje, a Biblioteca Djeanne Firmino passou por uma série de transformações. Tudo começou por iniciativa do poeta Robinson Padial, mais conhecido como Binho, que já teve um bar e organizou, com o apoio da família, saraus e a bicicloteca, um projeto em que leva livros em uma bicicleta para emprestar, doar ou receber. Dos saraus, surgiu a biblioteca, em 2009, primeiramente na favela da Chapena, na zona sul paulistana.

Depois, o mesmo espaço virou Brechoteca, uma mistura de biblioteca com brechó. Com a venda de itens diversos, inclusive eletrodomésticos, as estantes eram alimentadas com mais livros. Quem estava à frente da biblioteca popular era a coletiva “Achadouras de Histórias”, que decidiu honrar a memória de Djeanne, frequentadora do local, emprestando seu nome ao espaço. 

Recentemente a equipe conseguiu fazer a catalogação dos livros por cores, para facilitar o sistema para “quem ainda não é leitor”. O acervo vai preenchendo os cômodos da casa, vindos de vários lugares: por doações de vizinhos e editoras; pela Rede LiteraSampa, que abrange 18 bibliotecas comunitárias de São Paulo, Guarulhos, Mauá e Santo André; e por meio de editais, além da parceria com o Consulado da Alemanha. 

Os exemplares que chegam em mau estado também são aproveitados. Eles são levados para a reciclagem e geram recursos para a compra de outros livros.

Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino, na zona sul da cidade de São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Espaço de trocas

Um grupo que frequenta regularmente a Biblioteca Djeanne Firmino é a “família K”, como são carinhosamente conhecidos os irmãos que têm nomes com a inicial K. “Eles sempre ficaram brincando na rua até tarde da noite. Abre a biblioteca, e eles já vêm para cá. Teve grande importância a biblioteca na vida deles, que estavam sempre na rua, procurando coisas para fazer. Teve um período em que estavam todos os dias aqui, saíam às oito da noite”, conta a pedagoga Vânia Duarte, medidora de leitura do espaço.

Para ela, foi uma descoberta e tanto perceber que as bibliotecas poderiam ser um local de intercâmbios de conhecimento e percepções sobre questões sociais, e não um em que se deve manter silêncio, rigorosamente. 

No lar onde Vânia cresceu, não havia o hábito da leitura. O pai conseguiu a proeza de concluir o ensino superior aos 72 anos. Ela iniciou o curso de Relações Internacionais, e não terminou por conta de uma gravidez. Foi apenas em 2020 que ela se formou em Pedagogia, graduação feita com a ajuda do Programa Universidade Para Todos (Prouni).

Hoje, a correria da rotina dita o ritmo e impede Vânia de achar brechas para sustentar assiduidade na leitura. Quando tem um tempo, contudo, gosta de poesia, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes e Clarice Lispector. 

“Eu tenho uma lembrança muito legal do ensino fundamental: a professora de português. Ela pegou um livro, um romance, e lia toda semana. A gente já ficava na expectativa de saber qual era o final daquele livro. Era a professora Edna, uma japonesa. Isso me marcou bastante”, revela a mediadora, evidenciando que, para cativar cada leitor em potencial, é necessário um chamariz diferente.

Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino, na zona Sul da cidade de São Paulo. Na foto: mediadora de Leitura Vânia Duarte (esq) e a coordenadora de projetos, Alessandra Leite (dir). Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Justiça social

“Aqui, nosso carro-chefe é a justiça social”, destaca a geógrafa Alessandra Leite, coordenadora de projetos da biblioteca. Ela aponta que o espaço dá muita ênfase à literatura infantil e às obras de grupos racializados, como negros, indígenas e amarelos. 

“A gente nunca chega com a literatura crua. Nunca”, destaca a coordenadora, sentada diante de um quadro com palavras como desigualdade e raça. Ela defende que, ao se apresentar uma obra, se faça a conexão com contextos sociais.

Alessandra é de família baiana e de baixa escolaridade e diz que foi uma de suas avós quem mostrou a ela a importância da leitura, ainda que atrelada a uma ideia de livros mais técnicos e ao estudo formal. “Ela dizia: ‘Estuda para ser alguém’. Dava um valor [à leitura] que ela não conhecia no corpo, mas sabia que, perante a sociedade, tinha um valor. Então, ela sempre me estimulou muito a estudar, mesmo sem saber o que isso significava. Deu muito apoio”, conta.

“Quando eu saí da Bahia, aos 5 anos de idade, uma tia que me trouxe disse: ‘Olha, a sua avó está te levando para São Paulo para você estudar’. Eu brinco que escrevi isso na pedra. Essa foi minha missão de vida aqui. A leitura sempre ficou nesse lugar.”

Identificação

Ainda em São Paulo, mas na zona leste da capital, a equipe de reportagem da Agência Brasil confirmou que estava em frente à Biblioteca Comunitária Assata Shakur, na Vila Formosa, pela fileira de personalidades negras na fachada da garagem da casa.

À frente do espaço, um casal de jovens, Tatiane Ribeiro, de 27 anos, e Kairu Kijani, de 26 anos. A iniciativa de abrir a biblioteca, em 2019, como um braço do movimento negro, deu certo. O projeto teve sucesso e se expandiu, a ponto de abrirem turmas de balé infantil em outro local, no bairro Cidade Tiradentes, na Rua Faustino Lopes.

Biblioteca Comunitária Assata Shakur, idealizada por Tatiane Ribeiro e Kairu Kijani, em Vila Formosa. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Os dois já se conheciam por terem se engajado nas lutas da população negra. Até que, certo dia, organizaram um encontro do grupo que participavam, mas o local escolhido cancelou de última hora, deixando todos na mão. Eles conseguiram manter a agenda em outro espaço, mas foi aí que eles perceberam que precisavam de um endereço próprio, que iria assimilar muito do que sabiam sobre modelos de educação popular.

O caminho que os livros percorrem até as prateleiras da Biblioteca Comunitária Assata Shakur difere do feito pelas obras da Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino. Na zona leste, embora grande parte seja de doações, outras origens importantes são a Festa do Livro da Universidade de São Paulo (USP), que ocorre anualmente com generosos descontos, e o garimpo em sebos físicos e virtuais.

Entre as doações, destaca Tatiane, está uma que ocupa posição especial no acervo: um caderno do militante negro Henrique Cunha. A jovem conta que ela e o companheiro visitaram a casa onde Cunha vivia, a convite da família dele, que depois deixou sob a guarda da biblioteca o caderno. “Se eles estão doando, é porque estão confiando na gente”, afirma Tatiane.

Não é somente a doação dos escritos de Henrique Cunha que simboliza a confiança que muitos do movimento negro têm depositado na biblioteca. Segundo Tatiane, diversas pessoas aparecem, volta e meia, buscando algum livro específico, acreditando que lá irão encontrá-lo.

Kairu Kijani, que se formou em Pedagogia, relata que virou motivo de orgulho para sua professora da disciplina de Sociologia, que visitou a biblioteca. Perguntados, Kijani e Tatiane, sobre o porquê de escolherem batizar o local com o nome de uma das pioneiras do feminismo negro, que se exilou em Cuba, eles argumetam: “Primeiro, porque ela está viva”.

“A Assata tem um discurso em que ela fala que Os Panteras [Negras] estavam lendo o livro vermelho, várias teorias, mas sabiam pouca coisa sobre a África. Aí, ela cita autores negros e pensei: ‘Poxa, é uma realidade que a gente tem aqui também’. No coletivo de rap, a gente lia, primeiro, [Karl] Marx, e tinha poucos autores negros. A gente pode até falar em epistemicídio, porque tem esse apagamento de referências negras. E ela era uma militante, tinha a questão da educação. Começou a militância muito jovem, o que tem muito a ver com a gente”, adiciona Tatiane.

Sobre quem os influenciou a levar adiante o costume de ler, Tatiane e Kijani compartilham outra matriz em comum: o movimento hip hop. Para ambos, foram as letras de rap que abriram as capas dos livros. No caso de Tatiane, a atenção sempre se voltou a grupos de MC’s com integrantes mulheres, como o RZO e Atitude Feminina, e ao protagonismo feminino em carreira solo, como Stefanie MC. 

O que ficou, para ela, foi o gosto por autores como a sergipana Beatriz Nascimento, a carioca Thereza Santos e a estadunidense Angela Davis. Kijani prefere outra linha, como a do Quilombo Urbano, grupo do Maranhão, e a d’O Levante.

No Rio de Janeiro, acessibilidade

Na capital fluminense funciona a Biblioteca Comunitária Arlindo Pinho, mantida e administrada por um grupo de oito voluntários ligados ao Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (Ceppes). Criada em 1985, a biblioteca conta atualmente com um acervo de aproximadamente cinco mil obras.

Um dos administradores, o professor de história Antonio Cícero Sousa explica que a biblioteca nasceu com um acervo voltado para ciências sociais, mas, ao longo dos anos, foi ampliando o leque de assuntos e hoje conta, inclusive, com livros infantis, além de publicações em braile e audiolivros, para atender frequentadores cegos ou com baixa visão. 

Antonio Cícero avalia que a biblioteca comunitária funciona como um complemento às instituições públicas, principalmente em regiões sem a presença de outros meios de oferecer de graça à população o acesso a livros. Segundo ele, estudantes são a maior parte dos frequentadores da Arlindo Pinho, que fica no bairro da Praça da Bandeira, zona norte do Rio. 

O professor Antônio Cícero coordena a biblioteca comunitária Arlindo Pinho, na Praça da Bandeira. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

“O interesse é grande. Eles conseguem ter acesso a livros que, às vezes, na escola, na biblioteca da universidade eles não têm, então eles vêm aqui. Essa região tem muitas escolas, universidades e é bastante frequentada por estudantes. Por exemplo, eles vêm pesquisar o material de um autor que estão usando no trabalho de conclusão de curso”, contou à Agência Brasil, acrescentando que também organiza rodas de leituras em escolas e faculdades. 

A estudante de pedagogia Daiana dos Santos é uma das mais assíduas. Ela considera que o equipamento cultural é uma forma popular de acesso aos livros e de criação e incentivo do hábito da leitura.  

“Melhora o vocabulário, abre caminhos. A pessoa pode decidir o que quer ser no futuro por meio de uma leitura”, pontua. “Eu tenho esse hábito, de buscar novos caminhos, novas visões. Só vai enriquecer a minha bagagem pedagógica”, acrescenta. 

A estudante de pedagogia Daiana dos Santos frequenta a biblioteca comunitária Arlindo Pinho, na Praça da Bandeira. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Daiana conta que, além de agregar conhecimento para si, passa adiante o valor dos livros, incentivando o filho: “Pela leitura, ele pode conhecer outras coisas e sentir prazer em estar lendo, não somente quando precisa estudar”. 

O professor Antonio Cícero explica que a biblioteca comunitária – que não faz nenhuma cobrança financeira aos frequentadores – depende do trabalho de voluntários que usam brechas de tempo livre, inclusive em fins de semana, noites e feriados, para manter o acervo. Além disso, contam com o apoio de projetos de financiamento para renovar o acervo e os equipamentos. 

“A gente fica pesquisando, consultando sites para descobrir editais de apoio voltados para bibliotecas comunitárias”, relata. Ele conta que é difícil renovar os equipamentos. “Comprar um computador novo, uma internet de melhor qualidade, porque hoje a gente tem que estar trabalhando nessas duas dimensões, o livro impresso e o digital”, conclui. 

Justamente pela dificuldade em obter mais itens para o acervo, os administradores da biblioteca disponibilizam um email para contato e intermediação de doações: bibliotecaarlindopinho@gmail.com 

A meninada na Ceilândia

Em Brasília, a Biblioteca Roedores de Livros atrai a criançada para rodas de leitura no Shopping Popular da Ceilândia (a maior região administrativa do Distrito Federal e com maior número de crianças e adolescentes). 

Segundo o diretor de administração do projeto, Adriano José Afonso, de 51 anos, a iniciativa teve início há 17 anos pela ideia e sentimentos da professora Ana Paula Bernardes e um grupo de amigos que formaram um coletivo de projeto de leitura voltado para crianças. 

Ceilândia (DF) – Biblioteca Roedores de Livros atrai a criançada para rodas de leitura no Shopping Popular da Ceilândia. Foto: Marcelo Magalhães/Divulgação

Nada de silêncio

A proposta surgiu da dificuldade que ela ouvia de colegas professores de fazer com que as crianças tivessem prazer com a leitura. “Uma das principais atividades da biblioteca comunitária é a de mediação de leitura, que é o ato de ler junto com as crianças e com os adolescentes”.

Até as crianças que ainda estão em período de alfabetização já participam das atividades. A biblioteca tem um acervo de mais de 5 mil livros de literatura infantil e juvenil. “Nós premiamos os leitores que se destacam como os mais assíduos nas participações das atividades, seja em mediação de leitura ou mesmo oficinas de arte”, conta Afonso. A criançada pinta e desenha a partir do que a leitura proporciona. 

E os temas são escolhidos a dedo: direitos humanos, diversidade, cultura antirracista, afrobrasileira, indígena. “Não é uma biblioteca que se pede silêncio às crianças”.

Ceilândia (DF) – Biblioteca Roedores de Livros atrai a criançada para rodas de leitura no Shopping Popular da Ceilândia. Foto: Marcelo Magalhães/Divulgação

Tapete na grama 

A biblioteca chegou a não ter uma sala para desenvolver os projetos e acondicionar os livros, que antes ficavam em uma creche na Ceilândia. “A alternativa foi estender um tapete na grama debaixo de um pinheiro para evitar o incômodo de se sentar diretamente no chão”, relembra o diretor do projeto. 

Essa tradição de estender o tapete se mantém na sede da biblioteca no shopping popular da Ceilândia. “Todos ficam descalços no tapete com almofadas”. A simbologia virou livro infantil assinado por Tino Freitas e Ana Paula Bernardes, intitulado O Tapete Vermelho. O tapete segue estendido para a criançada viajar por muitos mundos a cada vez que um livro se abre.
 

Fonte Agência Brasil – Read More

Na periferia do DF, biblioteca comunitária reúne 10 mil obras e sonhos

O livro em uma mão e a bola na outra. Para André, de 9 anos, a tela do celular não atrai como a história ilustrada de Romeu e Julieta. Ele achou a história desse tal de William Shakespeare até criativa. E o suficiente para deixar a tela pequena de lado. “No celular, é tudo sempre igual. O livro é sempre diferente”, diz o garoto, morador da região administrativa de São Sebastião, a 35 quilômetros do centro de Brasília. 

Ele é um dos leitores assíduos da Biblioteca Comunitária do Bosque, uma iniciativa de um casal formado por um ex-vigilante aposentado, Sebastião José Borges, de 52 anos, e de uma dona de casa, Dilma Mendes, de 58 anos, apaixonados por literatura. 

Notícias relacionadas:

Prêmio destina R$ 9 milhões para bibliotecas comunitárias .Bibliotecas comunitárias como a deles podem vir a ser contempladas por uma iniciativa do Ministério da Cultura, que lançou, no dia 17 deste mês, o edital do Prêmio Pontos de Leitura 2023. Segundo o edital, serão destinados R$ 9 milhões para premiar 300 bibliotecas comunitárias por suas ações de promoção da leitura e da literatura com o valor bruto de R$ 30 mil para cada

Brasília (DF) – Sebastião Borges e Dilma Mendes são criadores da Biblioteca do Bosque, em São Sebastião (DF) – Wilson Dias/Agência Brasil

Nessa biblioteca em São Sebastião, o acervo é de mais de 10 mil livros. Todos chegaram por doação. Eles não esperavam que a ideia gerada em 2004 e que tomou forma no ano seguinte tomasse forma de realidade. Inconformados com a falta de ponto de cultura e diversão no lugar em que moravam, passaram a movimentar a vizinhança. Primeiro, com a prática de esportes. 

Depois, viram que o livro poderia mexer com a comunidade. Pouco a pouco, a sala da biblioteca na frente da casa deles foi sendo tomada por estantes e obras que faziam as pessoas viajar, assim como sempre fizeram com Sebastião, o ex-vigilante fascinado por Guimarães Rosa e as agruras de Grande Sertão: Veredas. “Gosto da história do povo sertanejo”, diz. 

A biblioteca era para funcionar “somente” de segunda a sexta-feira. Mas a batida no portão é de domingo a domingo.

“Nosso trabalho é muito simples. Nós nos sentimos vitoriosos quando alguém diz que deixou de lado os celulares e os computadores porque estão empolgados com os livros”.

Empolgada, aliás, é uma palavra utilizada pela aposentada Lucivalda Lopes, de 54 anos de idade, quando fala dos romances de ficção que leva a tiracolo por onde vai. “Não assisto mais novelas. Meu negócio é o romance. Me perco até no horário”. Agora, a tentativa dela é fazer com que o filho e os netos a acompanhem nessa mania. “Venho todos os dias na biblioteca comunitária”.

 

Brasília(DF) – Lucivalda Alves é frequentadora da Biblioteca do Bosque, em São Sebastião (DF) – Wilson Dias/Agência Brasil

Ocorre que a biblioteca para a comunidade ganhou um significado até maior do que a reunião dos livros. O ponto de cultura promove na rua feira literária, festas culturais, ações de solidariedade que deixaram o lugar famoso na região, que é um dos mais carentes do Distrito Federal. 

Mobilização

Para o diretor de livro, leitura, literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Jéferson Assumção, pela função que as bibliotecas exercem, é necessário apoio, como o do edital lançado neste mês. “Significa reconhecer a importância dessa mobilização que é para colocar o livro naqueles lugares que, muitas vezes, não têm equipamentos culturais, têm uma mobilização”.

 

Brasília(DF) – Biblioteca do Bosque em São Sebastião (DF) – Wilson Dias/Agência Brasil

 

Ele identifica que a biblioteca comunitária é capaz de estabelecer relações de formas autônomas. “Atua na promoção da diversidade e também no combate à desigualdade. Isso é algo muito importante. Existem bibliotecas comunitárias no Brasil inteiro e a criatividade do brasileiro é muito grande”.

Contra desinformação

Ele concorda que a comunidade passa a se organizar em volta desse lugar, que é um ponto de cultura e excede até a própria figura do livro.

“A gente está lendo um livro e está nos instrumentalizando cada vez mais para ler a complexidade do mundo”.

As bibliotecas comunitárias, no entender dele, têm esse papel de servir como um espaço que congrega as pessoas. “São fundamentais para compreendermos um mundo cada vez mais fragmentado, cheio de ruído e de desinformação que inundam a sociedade”.

Fonte Agência Brasil – Read More

Pesquisadores brasileiros dominam técnica para sequenciar DNA antigo

Pesquisadores brasileiros dominaram todas as etapas da técnica para extrair e sequenciar o DNA antigo – molécula encontrada em material biológico antigo como o proveniente de escavações arqueológicas, em restos mortais de milhares de anos atrás. 

O processo para o sequencialmente da molécula antiga, normalmente encontrada em fragmentos de ossos, foi desenvolvido pelo biólogo sueco Svante Pääbo, vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2022 por suas descobertas sobre o genoma de hominídeos extintos e a evolução humana.

Notícias relacionadas:

Final de competição sobre mapeamento de biodiversidade será no Brasil.Ondas de calor resultam de mudanças climáticas nos últimos 60 anos.E foi no Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, na Alemanha, onde Pääbo é diretor de genética, que o pesquisador brasileiro Tiago Ferraz desenvolveu seu doutorado, aprendeu e trouxe para a Universidade de São Paulo (USP) o domínio da técnica.

Ainda na Alemanha, Tiago Ferraz foi o responsável pelo processo sequenciamento de DNA antigo que resultou no artigo Genomic History of Coastal Societies from Eastern South America [História Genômica das Sociedades Costeiras do Leste da América do Sul], publicado na revista Nature Ecology & Evolution

Ferraz fez, desde a extração do pó de osso, onde fica retido o material com DNA antigo, até a análise dos dados e a interpretação dos resultados.

O estudo, que teve como pesquisador sênior o arqueólogo do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, André Menezes Strauss, e Tiago Ferraz, como primeiro autor, foi realizado em parceria com pesquisadores do Senckenberg Centre for Human Evolution and Palaeoenvironment da Universidade de Tübingen (Alemanha). 

“Esse é um trabalho que tem um papel institucional muito importante: é a primeira vez que uma equipe liderada por um brasileiro, que envolveu tantas instituições, conseguiu publicar um artigo de alto impacto na área da área arqueogenética”, diz Strauss.

A pesquisa baseou-se na extração do genoma de 34 amostras, com até 10 mil anos de idade, de quatro regiões diferentes da costa leste do Brasil, como dos sítios Cabeçuda, Capelinha, Cubatão, Limão, Jabuticabeira, Kaingang, Palmeiras Xingu, Pedra do Alexandre e Vau Una. Entre o material analisado, está Luzio, o esqueleto mais antigo de São Paulo, com cerca de 13 mil anos.

De acordo com André Strauss, a técnica, agora dominada pelos pesquisadores brasileiros, foi decisiva para decifrar um dos enigmas da arqueologia nacional: essas antigas populações costeiras que habitaram onde atualmente é o litoral brasileiro, chamados de sambaquieiros, ancestrais dos indígenas atuais, pertenciam a apenas um grupo biológico ou a dois ou mais povos distintos? 

“A análise genética mostrou que essa hipótese [de serem povos distintos], estava errada. Os dados genéticos mostram que eles descendem da mesma população ancestral, que povoa há 16 mil anos [onde hoje é o Brasil], assim como qualquer grupo indígena do Brasil ou da América”, destaca Strauss.

Uma das teorias, agora colocada em xeque pela arqueogenética, defendia que o continente havia sido colonizado por duas levas de Homo sapiens vindas da Ásia. A primeira onda migratória teria ocorrido há 14 mil anos, com indivíduos com morfologia não mongoloide, semelhante à dos atuais australianos e africanos, mas que aqui não teriam deixado descendentes. A segunda leva teria entrado há 12 mil anos e seus membros teriam o tipo físico característico dos asiáticos, dos quais os índios modernos derivariam.

O resultado do estudo recente, que utilizou o sequenciamento de DNA antigo, mostra, no entanto, que não houve duas migrações. “[Não houve migrações separadas da Ásia para cá], o que a gente tem são migrações intracontinentais: pessoal vem dos Andes para cá, vem da América do Norte, da América do Sul, mas esses são já processos locais. Essas grandes migrações, os dados genéticos, ao contrário do que se imaginava até agora, mostram que foi uma única migração da Ásia”, ressalta Strauss.

Laboratório na USP

Treinado por dois anos no Instituto Max Planck, na Alemanha, referência mundial sobre DNA antigo, o pesquisador Tiago Ferraz agora espera que, até o final de 2023, o Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva da USP, o 1º laboratório de arqueogenética do país, esteja totalmente em funcionamento. O espaço foi construído em colaboração com o Instituto Max Planck.

“Com auxílio deles, a gente conseguiu montar esse espaço. As amostras de DNA antigo são difíceis de serem extraídas porque elas demandam de uma estrutura física, um laboratório com pressão positiva, sem contato externo com DNA contaminante. É necessário um sistema rígido de processamento de amostras e descontaminação do material”, afirma.

O pesquisador diz que, com o laboratório funcionando em sua totalidade, o sequenciamento de DNA antigo poderá ocorrer no Brasil, sem depender de estruturas estrangeiras. “A gente está numa fase de adaptação de espaço, temos lidado com várias questões técnicas, burocráticas, para poder manter esse espaço funcionando de fato”, conta. “Estamos nos retoques finais para poder, enfim, inaugurar o espaço e trabalhar nele de fato. Ter uma rotina de trabalho mais intensa”. 

A intenção primeira, segundo o pesquisador, é capacitar pesquisadores locais para gerar dados arqueogenéticos in loco. “Já que a gente trouxe essa técnica para o Brasil, vamos implementar isso aqui, fazer de forma local, sequenciar os indivíduos, sequenciar o DNA antigo aqui no Brasil, treinar pessoas para trabalhar com isso e desenvolver esse grupo de pesquisa”.

Fonte Agência Brasil – Read More

Semana da Anistia: programação marca 44 anos da promulgação da lei

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, por meio da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade e da Comissão de Anistia, participará, até 1° de setembro, da “Semana da Democracia e Anistia”. O evento envolve uma série de ações em referência aos 44 anos de promulgação da Lei da Anistia, de 28 de agosto de 1979, considerada um dos marcos do fim da ditadura militar no Brasil e da redemocratização nacional.

A programação conta com seminários, palestras, debates, exposições, rodas de conversa, caminhadas e atos públicos com a participação da sociedade civil e tem como objetivo propiciar o debate e a reflexão sobre o período de exceção; valorizar e difundir a história das pessoas que foram perseguidas e torturadas; dar visibilidade à luta política e ao papel desempenhado pelos ex-perseguidos, partidos e organizações em prol da democracia e da anistia política; e divulgar o trabalho desenvolvido pela Comissão de Anistia.

Notícias relacionadas:

Comissão analisa 20 requerimentos de anistia política .Os eventos irão ocorrer nas cidades de Fortaleza, Belém, Recife, Vitória, Belo Horizonte e Brasília, que no dia 30 de agosto receberá o “Seminário​ Anistia, Justiça de Transição e a democracia no Brasil”, com a presença do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.

As demais agendas contarão com a presença do assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do ministério, Nilmário Miranda; da presidenta da Comissão de Anistia, Eneá de Stutz e Almeida; e de conselheiros da comissão.

Até 30 de agosto, a agenda será nas cidades de Recife, Vitória e Fortaleza, com palestras, encontros com a sociedade civil, aulas magnas e exposições.

A programação da semana se encerra em Belo Horizonte, no dia 1° de setembro, na Universidade Federal de Minas Gerais, com ato de inauguração de placa em memória de João Batista Franco Drummond, desaparecido político.

Fonte Agência Brasil – Read More

Faustão passa por transplante de coração

O apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, passou por cirurgia para transplante de coração na tarde deste domingo (27). Ele está internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

“O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”, informa o boletim médico.

Notícias relacionadas:

Apresentador Faustão pode passar por transplante de coração.Hospital público de Rondônia fará transplante de tecido ósseo.De acordo com o hospital, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo comunicou a unidade na madrugada de hoje, quando “foi iniciada a avaliação de compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”.

O procedimento teve início nesta tarde e durou cerca de 2h30, informou o boletim médico assinado pelo cardiologista Fernando Bacal; pelo cirurgião cardiovascular Fábio Antônio Gaiotto; e pelo diretor médico e de Serviços Hospitalares do Hospital Israelita Albert Einstein, Miguel Cendoroglo Neto.

Faustão foi incluído na fila de transplantes após agravamento de um quadro de insuficiência cardíaca que é acompanhado desde 2020.

Em comunicado no dia 20 de agosto, o hospital informou: “Fausto Silva já foi incluído na fila única de transplantes, regida pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que leva em consideração, para definição da priorização, o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso”.

Fonte Agência Brasil – Read More

Exposição de objetos no Rio retrata avanços científicos e tecnológicos

Uma nova exposição do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), no Rio de Janeiro, busca recontar a história do desenvolvimento científico e tecnológico do país a partir de objetos. A iniciativa foi viabilizada com o apoio de diversas instituições que cederam algumas peças, entre elas o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas a exposição conta também com artefatos que integram o acervo do próprio MAST. Estão reunidos cerca de 100 objetos que se destacaram na época em que foram produzidos ou ao longo das suas trajetórias.

Aberta ao público no dia 14 de agosto, a exposição ficará mais de um ano em cartaz e receberá visitas até setembro de 2024. A entrada é franca. Visitas mediadas podem ser agendadas por escolas. De acordo com o diretor do MAST, Marcio Rangel, a exposição havia sido idealizada no ano passado para celebrar o bicentenário da Independência do Brasil na perspectiva do desenvolvimento científico.

Notícias relacionadas:

Artefatos revelam sítio arqueológico de 3,5 mil anos em Goiás. 

“Nós pensamos em demonstrar para a sociedade o papel da ciência brasileira no processo de formação e consolidação da nação. Mostrar seu papel na demarcação das fronteiras, na construção de linhas férreas, na construção de açudes, na estruturação das cidades e em um conjunto de outros processos que foram estratégicos para que nós chegássemos ao formato atual de Brasil, não só do ponto de vista territorial, mas também de outros pontos de vista”, explica.

Segundo Rangel, o título da exposição sintetiza a proposta: 200 anos de ciência e tecnologia no Brasil: um olhar a partir dos artefatos. No entanto, faltou apoio para tirar o projeto do papel em 2022. Os organizadores já haviam desistido de levá-lo adiante quando a situação mudou no início deste ano: houve um aceno positivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e as parcerias começaram a ser articuladas.

Entre os destaques da exposição, estão duas amostras que comprovam a existência de petróleo em solo brasileiro: são os óleos de Lobato, extraídos na cidade de Lobato (BA) em 1939. Também há uma luneta que foi utilizada na expedição científica que demarcou o Planalto Central ainda no século 19, trabalho que posteriormente, na década de 1960, viabilizou a implantação de Brasília.

Marcio Rangel destaca ainda um instrumento feito a pedido do imperador Dom Pedro II e que foi levado para a exposição Universal de Paris de 1889.

“Ele queria demonstrar que o Brasil não era um país somente agrário. Ele queria demonstrar que o Brasil era um país que também produzia ciência e esse objeto foi premiado. Hoje ele faz parte da coleção

Notícias relacionadas:

Artefatos revelam sítio arqueológico de 3,5 mil anos em Goiás. geológica do MAST”.

A exposição está dividida em duas. Começa abordando o primeiro centenário da Independência do Brasil, entre 1822 e 1922. Na segunda parte, em que os objetos são referentes ao segundo centenário (entre 1922 e 2022), ganha destaque o trabalho das universidades, que são atualmente as maiores responsáveis pelos pedidos de depósito de patentes no país.

“Nós desenvolvemos aqui um projeto chamado Valorização do Patrimônio Científico e Tecnológico Brasileiro. Fizemos parcerias com várias universidades brasileiras para fazer um levantamento daquilo que nós poderíamos identificar como patrimônio”, conta Rangel. Segundo ele, um dos espaços da exposição foi formatado levando em conta os resultados desse projeto.

“Temos um conjunto de objetos muito interessantes do Parque Tecnológico da Universidade Federal de Juiz de Fora. Nós temos ali uma produção totalmente nacional que vendeu vários instrumentos e equipamentos para laboratórios brasileiros. E temos também objetos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O que a gente mostra na exposição é o papel que as universidades desempenham no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, aonde hoje parte significativa da pesquisa no Brasil está depositada”, acrescenta o diretor do MAST.

Ainda nessa segunda parte da exposição, há uma sala intitulada Biblioteca dos Objetos. Nesse espaço, chama a atenção

Notícias relacionadas:

Artefatos revelam sítio arqueológico de 3,5 mil anos em Goiás. o papel dos institutos de pesquisa do próprio MCTI, que desenvolvem ações específicas e estratégicas para a política pública de ciência e tecnologia no Brasil. “São pouco conhecidos da sociedade brasileira. Nós selecionamos dez

Notícias relacionadas:

Artefatos revelam sítio arqueológico de 3,5 mil anos em Goiás. objetos que ficam nessa biblioteca. Ela fica em penumbra e aí cada objeto narra a sua experiência em um projeto, em uma pesquisa no instituto ao qual esteja vinculado”.

O percurso do visitante se encerra em uma sala que oferece uma reflexão sobre a influência do conhecimento tradicional na ciência brasileira. A exposição ressalta que o conhecimento científico produzido no país dialogou com saberes de origem indígena e africana.

Fonte Agência Brasil – Read More

SP Ocean Week 2023 chama atenção para conhecimento dos mares

Ao longo de cinco dias, a partir desta quarta-feira (30), o Memorial da América Latina, na capital paulista, recebe a quarta edição do SP Ocean Week 2023, evento anual em celebração à cultura oceânica, e que neste ano traz uma programação consistente e diversa de atividades multidisciplinares para ampliar o conhecimento sobre os mares e sua preservação. Com programação totalmente gratuita, serão painéis, exposições, espetáculos, mostra de cinema, workshops e encontros com ONGs, ambientalistas e personalidades decisivas para a conservação dos oceanos.

A abertura será no Auditório Simon Bolívar, às 19h30, e contará com um talk show com uma hora e meia de duração, reunindo os navegadores David Schurmann e Aleixo Belov, a surfista de ondas gigantes Maya Gabeira, e Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil. Com transmissão online, David e Maya dividirão suas experiências com o velejador de 80 anos Aleixo Belov, um ucraniano radicado na Bahia.

Notícias relacionadas:

Água residual de Fukushima começa a ser lançada no oceano.No Rio, Climate Hub debate preservação de oceanos .Mundo joga um caminhão de lixo, por minuto, nos oceanos.Além das rodas de conversa, haverá apresentações musicais com repertório em exaltação à Iemanjá, divindade do candomblé cultuada como Rainha do Mar, e o orixá mais popular do Brasil, de grande influência na literatura e na música do país, terão a participação da cantora Teresa Cristina. O espetáculo também contará com a apresentação do Coral da USP, das cantoras Grazzi Brasil e Adriana Moreira e de um grupo de candomblé.

Outra atividade do encontro será o Cais do Porto, com estandes de ONGs de conservação marinha e institutos de pesquisa; oficinas com atividades experimentais orientadas por especialistas de diversas áreas; o Palco Mar Aberto, espaço de apresentações artísticas, contação de histórias, palestras e oficinas; um espaço dedicado a sessões de autógrafos e bate-papo com autores de títulos consagrados com temas ligados ao mar; exposições de fotografia, conquiliologia (área da zoologia que estuda conchas e moluscos) e a exposição Barcos do Brasil, com maquetes de barcos artesanais do acervo do Museu Nacional do Mar de São Francisco do Sul. O espaço também sediará a Marina Shop, loja de souvenirs, com camisetas e canecas customizadas, livros, miniaturas e objetos náuticos em geral.

No estúdio da Sala dos Espelhos, haverá uma série de encontros, o Gente do Mar, que reunirá grandes personalidades do mergulho, da vela, do remo, da náutica e do surf. No mesmo local, haverá o painel Ideias Azuis, um ciclo de conversas com renomados especialistas, que apontarão caminhos para atingir as metas da Década do Oceano e do ODS 14, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável – Vida na Água, que pretende entregar um oceano saudável, seguro, produtivo e sustentável para as futuras gerações.

“São cinco dias de atividades das mais variadas para celebrar, informar e engajar as pessoas na causa dos oceanos e para os visitantes entrarem em contato com muito do que está sendo feito no Brasil em defesa da biodiversidade marinha e defesa dos oceanos. Entre os temas dos painéis estão cultura oceânica, geração azul. Os painéis discutindo soluções e caminhos para o futuro sustentável do oceano e para a formação dessa cultura oceânica”, disse um dos organizadores do evento, Alfredo Nastari.

Segundo Nastari, a discussão sobre o futuro dos mares é importante para o país porque a questão dos oceanos é inadiável porque o mar está “cansado”, já que é o principal ecossistema do planeta, onde a humanidade decidirá seu futuro como espécie. “A questão de aquecimento global, mudanças climáticas, passa principalmente pelos oceanos. E nós estamos vivendo uma situação crítica e precisamos de iniciativas e pesquisas para tentar reverter essa situação crítica. A SP Ocean Week se insere nesse contexto. Ela é uma ação de divulgação sobre os oceanos, de conscientização e celebração”, explicou.

Década do Oceano

Os oceanos ocupam 70% do planeta Terra e são inestimáveis para o equilíbrio ambiental do planeta, porque distribuem temperaturas ao redor do globo, produzem mais de 50% do oxigênio que respiramos, provém proteína, por meio da pesca, para ao menos um bilhão de pessoas no mundo; são a grande via de comércio marítimo e uma fonte primordial de riquezas minerais, como o petróleo. Além disso, a biodiversidade dos oceanos também é fonte de princípios ativos para medicamentos, para a indústria de cosméticos e matérias-primas diversas.

Por isso, a Assembleia Geral da ONU nomeou a década de 2021-2030 como a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica Para o Desenvolvimento Sustentável, como um período para que o engajamento da humanidade na reversão desse cenário.

“O braço para se executar a Década do Oceano é a Unesco. No bojo dessas questões, colocou-se também como objetivo a difusão da cultura oceânica, chamada de ocean literacy (letramento oceânico), e a criação de uma geração azul. Tudo o que fazemos, direta e indiretamente, acaba no mar, e ele devolve isso de forma malcriada, com eventos extremos”, disse Nastari.

A SP Ocean Week 2023 vai até o dia 3 de setembro. Para conferir a programação completa, basta acessar o site do evento. Também é possível acompanhar o Instagram para atualizações.

Fonte Agência Brasil – Read More

Provas do Encceja 2023 são aplicadas neste domingo em todo o país

Mais de um milhão de participantes iniciaram, às 9h deste domingo (27), a realização das provas do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2023. Os portões de acesso aos locais de exame foram fechados às 8h45. Os participantes buscam certificação para ensino fundamental ou ensino médio, no período da manhã e da tarde.

Ao todo, 1.104.146 participantes estão inscritos no exame, dos quais 193.572 buscam a certificação para o ensino fundamental e 910.574 para o ensino médio. As mulheres são maioria, com 613.097 participantes. Já o público masculino conta com 491.049 inscritos. 

No período da manhã, os participantes terão quatro horas para realizarem as provas objetivas, cada uma com 30 questões de múltipla escolha. Aqueles que buscam a certificação no ensino fundamental serão avaliados em ciências naturais e matemática. Para o ensino médio, serão verificados os conhecimentos em ciências da natureza e suas tecnologias, além de matemática e suas tecnologias.

No período da tarde, a prova terá cinco horas de duração. Para os participantes que buscam a certificação no ensino fundamental, serão aplicadas as provas de língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física, redação, história e geografia. Já para a certificação no ensino médio, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, além de redação, e ciências humanas e suas tecnologias.

Encceja

O Encceja foi realizado pela primeira vez em 2002, para aferir competências, habilidades e saberes de jovens e adultos que não concluíram o ensino fundamental ou médio na idade adequada. O exame é realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com as secretarias estaduais e municipais de Educação. Já a emissão do certificado e da declaração de proficiência é responsabilidade das secretarias de Educação e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia que firmam Termo de Adesão ao Encceja.

Fonte Agência Brasil – Read More