Brasil encerra 2ª semana de Liga das Nações com vitória sobre França

Mesmo diante de mais de uma torcida de 5 mil franceses que apoiaram a seleção de seu país, a seleção masculina jogou bem para superar a França por 3 sets a 1 (parciais de 25/20, 25/23, 19/25 e 25/23), neste domingo (25) em Orleans, na segunda semana de partidas da Liga das Nações de vôlei.

É VITÓÓÓÓÓÓÓRIA! 🏐

Com emoção até o fim, seleção brasileira vence os atuais campeões olímpicos na Liga das Nações!

🇧🇷 3×1 🇫🇷

TEM QUE RESPEITARRRRRRRR! 💪😎 pic.twitter.com/lAYxCfq6Q2

— Time Brasil (@timebrasil) June 25, 2023

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Liga das Nações: Brasil retoma caminho das vitórias contra a Eslovênia.Luisa Stefani fatura título de duplas femininas do WTA 500 de Berlim.Brasileiro Feminino: São Paulo derrota Palmeiras e alcança semifinal.E a equipe comandada pelo técnico Renan Dal Zotto contou com mais uma ótima atuação do oposto Alan, que marcou 24 pontos, e do ponteiro Lucarelli, que somou 15, para superar os atuais campeões olímpicos.

Este resultado deixou o Brasil na terceira posição da classificação geral com 19 pontos, três a menos do que o líder Japão. Agora, a equipe brasileira embarca para as Filipinas, onde será disputada a terceira semana de partidas da Liga das Nações, entre os dias 4 e 9 de julho. A fase final será em Gdansk (Polônia), entre 19 e 23 de julho.

Formato da competição

A Liga reúne as 16 seleções mais bem ranqueadas pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB, na sigla em inglês). A primeira fase classificatória teve início em 6 de junho e vai até 9 de julho. Cada equipe disputa 12 partidas (quatro por semana em sedes diferentes). Ao final, as oito melhores avançam às quartas de final, sendo que a Polônia já tem a classificação garantida por sediar a fase final da Liga das Nações. Os jogos da competição também somam pontos para o ranking mundial da FIVB, um dos parâmetros na corrida por vaga para os Jogos Olímpicos de 2024, que serão disputados em Paris (França).

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Câmara de BH aprova passe livre para moradores de favelas e estudantes

A Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte aprovou o passe livre no transporte público municipal para estudantes, mulheres vítimas de violência em deslocamento para atendimento, e em linhas que passem por favelas e vilas.  

Também foram aprovados a criação de auxílio-transporte para pessoas em tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) e famílias em vulnerabilidade social, e a permissão para prefeitura abrir créditos adicionais no orçamento, até o limite de R$25.859.089,80, para implementar o transporte gratuito para toda a população aos domingos e feriados.  

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SP: vereadores propõem lei que dará passe livre para baixa renda.Dez anos após protestos, prefeitura de SP estuda adoção de passe livre.Para entrar em vigor, as medidas, aprovadas em segunda votação na Câmara na última sexta-feira (23), precisarão ainda ser sancionadas pelo prefeito Fuad Noman e, posteriormente, passar por regulamentação.  

Os benefícios da gratuidade no transporte coletivo público municipal foram introduzidos no Projeto de Lei (PL) 538 de 2023 como contrapartidas pela autorização, dada pelos vereadores à prefeitura, de aumento dos subsídios no transporte público em mais R$ 512.795.984,00, no orçamento vigente. Com aumento dos recursos, o preço da passagem no município poderá reduzir. Hoje, dependendo da linha, a tarifa pode chegar a R$ 6. 

No último dia 15, vereadores da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo protocolaram um projeto de lei (PL) que concede o passe livre no transporte coletivo público da cidade às pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e desempregados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).  

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Pesquisa aborda relação entre fé e crime

É madrugada. Enquanto a maioria da favela dorme, um traficante está alerta. Ele é o responsável pela segurança da comunidade naquele dia. O silêncio nos becos é repentinamente interrompido pela aparição de um inimigo de outra facção. Os dois trocam tiros e o que foi surpreendido decide recorrer aos céus. “Eu orei na hora e disse ‘Senhor, se eu sou teu filho, cega esse homem, para que ele não me tire a vida’. E agora, tô eu aqui, pra glória de Deus, em nome de Jesus”.

O episódio é descrito no livro Traficantes evangélicos. Quem são e a quem servem os novos bandidos de Deus, da pastora e cientista da religião Viviane Costa. Ela ouviu a história do próprio protagonista, enquanto dava aulas de teologia em igrejas localizadas no Complexo de Israel. A região, cujo nome se refere ao povo escolhido no Antigo Testamento bíblico, reúne cinco favelas na zona norte do Rio de Janeiro: Parada de Lucas, Vigário Geral, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.

Elas são administradas por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, que além de traficante, também se identifica como pastor evangélico. Há, pelo menos, oito anos, ele tem expandido o número de territórios sob seu domínio.

Seria mais uma história recorrente na guerra de facções do Rio de Janeiro, se não fosse o uso extensivo dos símbolos e narrativas neopentecostais. Uma Estrela de Davi no topo da favela. Bandeiras de Israel desenhadas por toda parte. Passagens bíblicas escritas nos muros, entre as quais se destaca a frase Jesus é o dono do lugar. Para completar, postura intolerante e agressiva contra outras religiões como terreiros de Umbanda e Candomblé fechados e destruídos, imagens de santos católicos proibidas.

Nesse cenário, surgem alguns questionamentos, alguém envolvido em atividades ilícitas – como tráfico de drogas, torturas e assassinatos – pode ser um religioso fervoroso ao mesmo tempo? Crime e fé são compatíveis? O que determina se um cristão é legítimo ou não?

A pesquisa de Viviane Costa passa por essas questões. Em entrevista à Agência Brasil, ela diz que é preciso entender esses traficantes dentro de um contexto maior, de crescimento da fé evangélica pentecostal no país e de como ela vem dialogando com outras identidades culturais.

Agência Brasil: Como surgiu a ideia da pesquisa e como foi o processo para conseguir reunir as informações que você precisava? Quais perguntas você queria responder com o estudo?

Viviane Costa: Eu comecei a dar aula nas favelas de Parada de Lucas e da Cidade Alta em torno de 2015 e 2016. Eu tinha me formado em Teologia, estava fazendo licenciatura em História e, quando comecei a dar aula em igrejas pentecostais, passei a conhecer melhor as dinâmicas das favelas na zona norte e zona sul. Apesar de eu ser de Nova Iguaçu, um lugar de periferia, as dinâmicas do lugar onde eu moro, dominado pela milícia, são diferentes das dinâmicas de um lugar como Parada de Lucas e Cidade Alta. Nessa experiência, algumas turmas tinham pessoas que estavam saindo do mundo do crime, em um processo de transição, e que traziam uma perspectiva diferente desse universo. E aí, eu comecei a perceber como a favela identificava o próprio cotidiano nos muros, nas ruas e nos comércios. Entre 2016 e 2017, identifiquei uma mudança nesse cenário, a partir das assinaturas Jesus é o dono do lugar em alguns muros, substituindo outras imagens antigas que estavam ali naquele mesmo espaço. Era o caso das imagens de São Jorge, que foram substituídas por essa mensagem simbólica do universo evangélico pentecostal. Identifiquei que as mensagens tinham uma relação com a dominação do espaço. E essa frase foi o que mais me chamou a atenção e parei para pensar ‘Como Jesus estaria relacionado com essa dominação do tráfico?’. Como teóloga e pastora, pensava em uma forma de provar que o nome de Jesus não poderia ser usado em contextos de violência. Entrei no mestrado em Ciências da Religião, na Universidade Metodista de São Paulo, na linha de pesquisa linguagens da religião. A ideia era, portanto, afirmar que aquela narrativa baseada em Jesus, usada para dominação de um território do Rio de Janeiro pelo crime organizado, não poderia se sustentar. Ao fazer a pesquisa de produção sobre as mudanças do campo religioso brasileiro mais recentes, consultei alguns teóricos da área que já tinham pesquisas sobre o assunto na zona norte. E compreendi que, na verdade, não tinha como eu provar que o nome de Jesus não podia ser usado. O que eu podia fazer era tentar entender por que o nome de Jesus estava sendo usado na construção da narrativa e nas dominações de território no Rio de Janeiro, nessas favelas que hoje ficaram conhecidas como Complexo de Israel.

Agência Brasil: Além de cientista da religião, você também é pastora evangélica. Como essa outra identidade influencia a pesquisa?

Viviane Costa: Quando olhamos para um objeto de pesquisa, olhamos a partir do lugar que estamos. Então, eu posso estar no lugar de uma cientista social, de uma antropóloga, de uma cientista da religião. Eu sou uma cientista da religião religiosa. Se eu olho para o objeto como uma cientista da religião não religiosa, eu vou ter algumas limitações. Por exemplo, não ter vivido aquela experiência mais de perto, não reconhecer alguns símbolos e significados, não entender a teologia que está ali nas narrativas do Complexo de Israel. Então, olhar para o objeto com mais distanciamento, sendo uma não religiosa, teria uma riqueza e importância. Mas também uma limitação de método, por não entender a teologia e a experiência religiosa vivida pelos traficantes. Quando eu olho para esse lugar como uma pastora e teóloga pentecostal, consigo entender a experiência religiosa deles como alguém que viveu experiências semelhantes e ler melhor a teologia que aparece nos lugares.

Agência Brasil: Alguns pesquisadores usam o termo narcopentecostalismo quando se referem ao crescimento de organizações criminosas que adotam narrativas evangélicas. Para você, esse é um conceito adequado para tratar do assunto?

Viviane Costa: Eu discordo do conceito de narcopentecostalismo, porque dá uma ideia de ineditismo ou de exclusividade do movimento pentecostal na relação da religião com o crime. O que não é uma realidade. De acordo com o Marcos Alvito, em As cores de Acari, essas dinâmicas de destruição e substituição de divindades, imagens e pinturas nas paredes já aconteciam antes. A presença da religião na estrutura do crime não é algo novo. Eu prefiro usar “narcoreligião” para pensar de forma mais ampla o papel das identidades religiosas no tráfico de drogas do Rio de Janeiro.

Agência Brasil: Muitos líderes e fiéis evangélicos se incomodam ao ver a religião deles associada com os traficantes. O entendimento é de que as atividades criminosas são incompatíveis com as práticas cristãs. E você usa a expressão no título do livro. Traficantes podem ser considerados evangélicos legítimos?

Viviane Costa: Quem pode dizer quem é evangélico? Primeiro, é preciso pensar no caminho que o campo religioso brasileiro trilhou nas últimas décadas. Nós tínhamos um país hegemonicamente católico e essa cultura religiosa estruturava a sociedade. As pessoas se identificavam com as práticas, os feriados, os cultos e as divindades católicas com muita naturalidade. Sendo elas católicas praticantes ou não. O catolicismo sempre esteve presente na vida das pessoas para além dos ritos e liturgias. E há um tempo a gente começa a ver essa mudança religiosa no caldo cultural brasileiro, que fica cada vez mais evangélico pentecostal. Quando falamos dos católicos, como dizer quem é católico de verdade: o praticante ou o não praticante? Se nos dois casos as pessoas se identificam como católicas? Quando o movimento evangélico começa a crescer, as fronteiras que determinavam uma conversão à fé evangélica, se ela seria legítima do ponto de vista mais tradicional, tanto para uma teologia reformada ou pentecostal, ficam cada vez mais pulverizadas. E ganham mais características de uma religiosidade popular, transversal, construída a partir da experiencia individual e comunitária. E nesse caldo cultural brasileiro que ganha cada vez mais uma identidade evangélica, surgem novas e múltiplas identidades evangélicas. Nesse contexto, podemos entender a existência de um traficante que se identifica como evangélico, tem práticas evangélicas e foi ordenado a pastor evangélica em uma igreja da Baixada Fluminense. E que continua com as práticas evangélicas de oração e de jejum, e relata ter experiências de visão e de revelação. Ao mesmo tempo, determina estratégias para o Complexo de Israel de conquista de territórios e de confrontos. Isso, a partir de leituras bíblicas e de instruções espirituais que diz receber no monte ou nas orações feitas em casa. Ele traz essa experiência religiosa e a aplica na estrutura, dinâmica, ética e estética do Complexo de Israel.

Agência Brasil: No seu entendimento, então, não se trata de uma estratégia de manipulação das narrativas cristãs para tentar suavizar a violência e dar alguma legitimidade às atividades criminosas?

Viviane Costa: Nessa relativização do que é ser evangélico hoje e nas múltiplas identidades que cabem nessa categoria, é possível ser evangélico com menos rupturas do que há alguns anos. Entendendo a partir dessa leitura, ele pode se dizer evangélico. Na perspectiva da Ciência da Religião, é importante olhar para o fenômeno religioso e perceber como o sujeito entende e narra a experiência dele. No exemplo do Álvaro Malaquias, o Peixão, ele se vê como alguém que tem pecados, erros e acertos. Algumas relativizações são necessárias, apesar de outras não serem possíveis nem para ele. Mas aí entra a possibilidade do perdão, do ajuste, da tentativa de ser uma pessoa melhor e de estar caminhando em busca da perfeição. E nesse olhar, eu entendo que, de fato, ele está expressando uma experiência religiosa que é atravessada pela experiência dele no crime. O que não é diferente de um traficante, por exemplo, que procura uma casa de umbanda ou de candomblé para fechar o corpo. Nem de um traficante devoto de São Jorge, que espera proteção do santo guerreiro e justiceiro, que ele o ajuda na conquista de determinado território.

Agência Brasil: E como é a leitura que esses traficantes fazem da bíblia? Chama a atenção que livros e trechos do Antigo Testamento sejam mais usados. Por que essa escolha?

Viviane Costa: Quando a gente fala do Antigo Testamento, está pensando na história de um Deus que escolhe um povo e o liberta de uma terra considerada lugar de opressão. Não sem sofrimento, não sem dificuldades, não sem passar por um deserto, nem sem ter muitos inimigos no caminho. Mas que dá a vitória ao povo, que chega na terra prometida. No caso do Complexo de Israel, essa terra prometida é a Cidade Alta. Então, o texto do Antigo Testamento, que é muito importante para os movimentos pentecostais, acaba ganhando maior peso em relação à mensagem do Novo Testamento, que é mais baseado na vida e nos atos de Jesus. Nos textos do Antigo Testamento, são invocadas imagens de Davi, de Josué, dos guerreiros conquistadores de terras e de promessas dadas por Deus. São homens fortes invadiram territórios, mataram pessoas e estabeleceram a vitória do Deus de Israel sobre as outras cidades e povos do Antigo Testamento.

Agência Brasil: Como é, dentro das favelas, a relação dos pastores com os traficantes evangélicos? Existe medo, resistência ou cumplicidade dos líderes das igrejas?

Viviane Costa: Tem um termo que a Cristina Vital usa no livro “Oração de Traficante”, que é “blindagem moral”, para se referir aos que são considerados os verdadeiros “homens de Deus”. Os reconhecidos assim são os que dão bom testemunho, não se envolvem e não aceitam o dinheiro do tráfico, não escondem armas, não participam da dinâmica do crime. Esses são muito respeitados. Inclusive, muitos deles são procurados quando esses traficantes se veem em uma situação de risco, por conta de uma ameaça de facção rival ou por conta de uma operação da polícia. São esses “homens de Deus” que eles procuram para orar pela vida deles e pedir proteção para não morrer em um confronto. Há também outras igrejas, que não representam a maioria, que se envolvem em alguma medida com a dinâmica do crime. Seja recebendo dinheiro para a realização de cultos na praça ou para convidar algum cantor famoso para as festas que são feitas na comunidade. Mas o pastor e a igreja respeitados nesses espaços são os que não participam, nem se “contaminam” com o mundo do crime. São esses que os traficantes procuram quando precisam de uma oração e de uma cobertura espiritual para os confrontos e as guerras na favela. Para lidar com o perigo que vem de todos os lados: do Estado, da facção rival ou de alguém dentro do próprio movimento, como os X-9, traidores que colocam em risco a segurança do movimento.

Agência Brasil: Você tem planos de continuar pesquisando o tema? O que ainda falta investigar sobre as conexões entre religião e crime nas favelas do Rio de Janeiro?

Viviane Costa: Tenho interesse em continuar olhando para o Complexo de Israel e para a relação entre tráfico e religião nas diferentes dinâmicas. Observar traficantes que se identificam também com outras religiões – catolicismo, umbanda, candomblé –, e se enxergam ou não no mundo a partir delas. E, principalmente, o papel da religiosidade no Complexo de Israel, onde a experiência religiosa influencia e estrutura uma construção ética, para além da estética, e serve de base para a violência contra religiões de matriz africana. Lugar onde uma revelação bíblica é fator decisivo nos planos de avanço desse território, como no plano recente de avanço em direção à Igreja da Penha. Tenho interesse em acompanhar quais serão os próximos passos da relação entre a experiência religiosa do Peixão e a vida no Complexo, entender como o Álvaro Malaquias conta a própria experiência e como ela acontece no cotidiano. E quero continuar buscando compreender a relação dele com Deus, com as pessoas da comunidade, com as favelas dominadas por grupos rivais e os desdobramentos disso para dentro e fora do Complexo do Israel.

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ATP 500 de Halle: Marcelo Melo é tricampeão nas duplas masculinas

O tenista Marcelo Melo faturou, neste domingo (25), o título de duplas masculinas do ATP 500 de Halle (Alemanha) ao lado do australiano John Peers. Na decisão, a equipe do brasileiro derrotou os italianos Simone Bolelli e Andrea Vavassori, em pouco mais de uma hora e meia de partida, por 2 sets a 1, com parciais de 7/6 (7-3), 3/6 e 10-6.

É CAMPEÃOOOOOOOO! 🏆🇧🇷

Marcelo Melo é campeão do @atptour 500 de Halle🇩🇪

Em dupla com John Peers 🇦🇺, o brasileiro vence os italianos 🇮🇹 Andrea Vavassori e Simone Bolelli por 2 a 1 na grande final!

Mais um 🏆 pra conta do 🦒! pic.twitter.com/jtzCY16CNj

— Time Brasil (@timebrasil) June 25, 2023

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Luisa Stefani fatura título de duplas femininas do WTA 500 de Berlim.Brasileiro Feminino: São Paulo derrota Palmeiras e alcança semifinal.Nacional de natação paralímpica acaba com recorde das Américas.“Realmente muito feliz com a vitória, de conseguir o terceiro título aqui em Halle. Fizemos um belo torneio, do começo ao fim. Soubemos lidar com as situações difíceis deste a primeira rodada até a final, tendo de jogar bem o match tie-break. Quero agradecer todo mundo que apoia e está sempre comigo” comemorou Marcelo Melo.

Essa foi a primeira conquista da dupla do brasileiro e do australiano e o tricampeonato de Marcelo Melo no ATP 500 de Halle, que é disputado em piso de grama. Outro feito importante na vitoriosa carreira do brasileiro é que esse foi o 37º título de sua carreira, um recorde brasileiro. Agora, os dois partem para o ATP 250 de Maiorca (Espanha), último torneio preparatório para Wimbledon (Londres).

A campanha na Alemanha coloca o brasileiro mais uma vez na liderança brasileira das duplas e o credencia para ingressar no top 30 do ranking mundial, que será divulgado na próxima segunda-feira (26) pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP).

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CPMI de 8 de janeiro ouvirá ex-chefe da PMDF e coronel do Exército

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro tomará nesta segunda-feira (26), às 14h, o depoimento do ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime (foto), sobre a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, em 12 de dezembro de 2022 – data em que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin foram diplomados como presidente e vice-presidente da República, respectivamente, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Naime será ouvido pelos deputados e senadores da CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro como testemunha, a pedido da relatora da comissão mista, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). “Pensa-se que o senhor Jorge trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente comissão”, avalia a senadora. 

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Atos violentos de dezembro estão conectados, diz delegado à CPMI.Relatora da CPMI do Golpe quer notícia-crime contra ex-PRF.Coronel da PM diz que Exército dificultou prisão de golpistas. O coronel Jorge Eduardo Naime está preso no Complexo Penitenciário da Papuda (DF) desde fevereiro, acusado de omissão no 8 de janeiro, quando ocorreram os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, na capital federal. 

Agenda 

Na terça-feira (27), às 9h, será a vez do depoimento do ex-subchefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, coronel Jean Lawand Júnior.  

O militar aparece em mensagens periciadas pela Polícia Federal, no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Nas conversas telefônicas reveladas, o coronel Jean Lawand Júnior pediu a Cid que convencesse o ex-mandatário a dar um golpe de Estado e ordenar uma intervenção militar no Brasil para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 1º de janeiro. 

Os dois depoimentos estão previstos para serem tomados no plenário 2, da ala Nilo Coelho, no Senado Federal e os convocados não podem se recusar a comparecer. 

A CPMI de 8 de Janeiro já aprovou a convocação de 40 nomes para prestar depoimentos, na condição de testemunhas. Entre eles, o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Braga Netto; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e que ocupava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal em 8 de janeiro, Anderson Torres; o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Marco Edson Gonçalves Dias, o G Dias, e o ex-diretor ajunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Ambos indicados no governo do presidente Lula.  

O então ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão em abril, depois de aparecer, junto com outros funcionários da pasta, em imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto, gravadas em 8 de janeiro, no momento em que vândalos destruíam o palácio presidencial. 

Depoimentos recentes 

A CPMI de 8 de Janeiro já ouviu o empresário George Washington Sousa – condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pela tentativa de atentado a bomba em um caminhão próximo ao Aeroporto JK, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022; o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro; e os peritos da Polícia Civil do DF Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, que fizeram exames nas proximidades do aeroporto e no referido caminhão. Além do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, acusado de direcionar ações do órgão, na Região Nordeste, para atrapalhar o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na última terça-feira (20), Silvinei Vasques negou ter interferido no andamento das eleições majoritárias. 

*Com informações da Agência Senado e Agência Câmara de Notícias 

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Mutirão inclui quase 16 milhões de brasileiros no Censo 2022

Previsto para ser lançado na próxima quarta-feira (28), o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) esteve a um passo de ser comprometido. A falta de apoio para acesso dos recenseadores a áreas remotas ou carentes e resistência de alguns cidadãos abastecidos por notícias falsas por pouco fizeram o equivalente a quase um estado do Rio de Janeiro deixar de ser contado.

Ao longo dos últimos três meses, sucessivos mutirões do IBGE e do Ministério do Planejamento conseguiram reverter a situação. Uma série de forças-tarefas incluiu, de última hora, 15,9 milhões de brasileiros no censo. Ao todo, foram três operações especiais. A primeira buscou alcançar brasileiros na Terra Indígena Yanomami, que nunca tinham sido recenseados. As outras procuraram reduzir a taxa de não resposta em dois ambientes opostos, mas com resistência a recenseadores: favelas e condomínios de luxo.

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IBGE divulga resultado do censo no final de junho.IBGE se une a órgãos públicos e sociedade civil para concluir Censo .Em Heliópolis, Simone Tebet convoca população a responder ao censo.“Nesta semana, vamos deixar para trás informações de 13 anos atrás, do Censo de 2010. Para formular políticas públicas, conhecer as demandas da população e atuar em emergências, precisamos de informações atualizadas. O recenseamento é essencial para conhecer quem somos, quantos somos e como somos hoje. Não como éramos”, diz o assessor especial do Ministério do Planejamento, João Villaverde.

Indígenas

Realizado em março, o recenseamento na Terra Indígena Yanomami incluiu 26.854 indígenas no censo, dos quais 16.560 em Roraima e 10.294 no Amazonas. O mutirão foi essencial para atualizar a população indígena no Brasil, estimada em 1,65 milhão de pessoas segundo balanço parcial apresentado em abril. O número completo só será divulgado em julho, quando o IBGE apresentará um balanço específico do Censo 2022 para a população indígena.

A operação na Terra Yanomami foi complexa, mas conseguiu, pela primeira vez na história, recensear 100% da etnia no território. Por envolver dificuldades de acesso a aldeias aonde só se chega de helicóptero, o mutirão foi coordenado por cinco ministérios e reuniu 110 servidores federais dos seguintes órgãos: Polícia Rodoviária Federal, que forneceu os helicópteros; Ministério da Defesa, que forneceu o combustível; guias do Ministério dos Povos Indígenas; servidores da Secretaria de Saúde Indígena da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); além dos próprios recenseadores do IBGE.

Realizado de 7 a 30 de março, o mutirão foi necessário porque o recenseamento tradicional não conseguia chegar a todas as aldeias yanomami. Por causa das operações para retirar os garimpeiros e do remanejamento de helicópteros para as ações de resgate humanitário, o censo teve de reduzir o ritmo em fevereiro, quando cerca de apenas 50% da população do território havia sido contabilizada.

Favelas

Nas favelas, o censo esbarrava em outras dificuldades. Além da falta de segurança em alguns locais, muitos moradores não queriam abrir a porta para o recenseador porque tinham recebido falsas notícias de que teriam benefícios sociais cancelados. Outro problema, principalmente em áreas mais densas, era a falta de endereços nas comunidades. Muitas vezes, os recenseadores não tinham informação sobre novas moradias surgidas nos últimos anos, como puxadinhos e lajes num mesmo terreno.

“O que impedia a entrada dos recenseadores na favela era a falta de conexão dos recenseadores e do Poder Público com as pessoas que moram lá. Além disso, havia a falta de conscientização das pessoas por falta de uma explicação que alcançasse os moradores das favelas da importância do censo e de respostas sinceras e objetivas”, analisa o Marcus Vinicius Athayde, diretor do Data Favela e da Central Única adas Favelas (Cufa), que auxiliou o IBGE no mutirão.

O mutirão começou no fim de março, com o lançamento de uma campanha na Favela de Heliópolis, em São Paulo, do qual participou a ministra do Planejamento, Simone Tebet. A operação ocorreu em 20 estados e registrou aglomerados subnormais (nomenclatura oficial do IBGE para favelas) em 666 municípios. O número de habitantes só será conhecido em agosto, quando o IBGE divulgará um recorte do Censo 2022 para as favelas.

Segundo Athayde, a Cufa ajudou primeiramente por meio de uma campanha chamada Favela no Mapa, que usou as lideranças estaduais da entidade para conscientizar os moradores de favelas da importância de responder ao censo. Em seguida, a Cufa recrutou moradores de favelas e lideranças locais para atuarem como recenseadores e colherem os dados das comunidades onde moram. Também houve mutirões de respostas em eventos comunitários.

“Responder ao censo traz benefícios de volta para o morador da favela, para seus vizinhos, para sua família, na medida em que o governo e as políticas públicas atuarão de forma mais adequada para essa população”, destaca Athayde.

Condomínios

Por fim, o último flanco de resistência a recenseadores concentrava-se em condomínios de luxo, principalmente em três capitais: São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá. “Historicamente, a taxa de não resposta, que é o morador que não atende ao recenseador, fica em torno de 5%. Isso em todos os países que fazem censo. Nessas três cidades, a taxa estava em 20% em condomínios de alto padrão”, conta Villaverde, do Ministério do Planejamento.

No Censo 2022, a média nacional de não respostas estava em 2,6% segundo balanço parcial divulgado em janeiro. No estado de São Paulo, alcançava 4,8%, principalmente por causa da recusa de moradores de condomínios de renda elevada.

Para contornar os problemas, o Ministério do Planejamento e o IBGE promoveram uma campanha maciça em redes sociais. Parte das inserções foi direcionada a sensibilizar porteiros, que obedecem a regras restritas para entrada de estranhos. Outra parte esclareceu que síndicos não têm o poder de proibir o morador de receber o IBGE. “Muitas pessoas queriam atender ao censo, mas não sabiam que o recenseador não tinha vindo porque o síndico vetava”, recordou Villaverde. Também houve reportagens de quase 10 minutos em televisões locais sobre o tema.

Segundo o assessor especial do Planejamento, a mobilização foi um sucesso. “Em uma dessas três capitais, conseguimos reduzir a taxa de não resposta para menos de 5% em condomínios de alta renda”, diz. A operação para os condomínios começou em 14 de abril e estendeu-se até 28 de maio, último dia de coleta de dados para o Censo 2022.

Entraves

A realização do Censo 2022 enfrentou diversos entraves. Inicialmente previsto para 2020, o recenseamento foi adiado por causa da pandemia de covid-19. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou o governo anterior a realizar o censo em 2022.

Na época, o Ministério da Economia autorizou R$ 2,3 bilhões para o censo, mesmo orçamento de 2019 que desconsiderava a inflação acumulada em dois anos. Com a coleta de dados iniciada em 1º de agosto, o Censo 2022 inicialmente estava previsto para encerrar-se em outubro do ano passado. Com dificuldades para a contratação, o pagamento e a manutenção de recenseadores, o fim do censo foi primeiramente adiado para fevereiro deste ano.

Com falta de verba e alta proporção de não recenseados, o governo atual decidiu fazer uma suplementação orçamentária de R$ 259 milhões ao IBGE. O Ministério do Planejamento também decidiu seguir a recomendação do Conselho Consultivo do IBGE, formado por ex-presidentes do órgão, demógrafos e acadêmicos, e estender a coleta de dados até o fim de maio. Em abril, uma série de remanejamentos internos no órgão evitou um novo pedido de verbas pelo IBGE.

Desde 29 de maio, o IBGE está rodando os dados, para a divulgação na próxima quarta-feira. “No início do ano, o ministério tomou a difícil decisão de seguir 100% das recomendações do Conselho Consultivo porque os dados colhidos até então não garantiam a qualidade do censo. Agora, com as operações especiais e o tempo extra de coleta, temos a certeza de que o recenseamento está robusto e em linha com os parâmetros internacionais de qualidade”, diz Villaverde.

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Esportes: Brasileiro Feminino: São Paulo derrota Palmeiras e alcança semifinal

da Agência Brasil –

Três dos quatro semifinalistas da Série A1 do Brasileiro Feminino de futebol foram conhecidos na manhã deste domingo (25). O São Paulo, que havia empatado em casa e precisava buscar a vaga no Allianz Parque, fez 3 a 1 de virada no Palmeiras e avançou. Ferroviária e Santos já chegaram às partidas de volta em vantagem e venceram novamente.

As Guerreiras Grenás, que tinham a vantagem do empate após triunfarem por 1 a 0 no Sul, carimbaram a vaga com a vitória por 3 a 0 no Internacional. Na Vila Belmiro, as Sereias já tinham conquistado resultado favorável no Rio de Janeiro (3 a 1 no Flamengo) e fizeram 4 a 1 para se garantiram nas semifinais. Na próxima etapa, Ferroviária e São Paulo duelam por uma vaga na decisão e o Santos aguarda o classificado de Corinthians e Cruzeiro, que duelam na próxima segunda-feira (26), a partir das 18h30 (horário de Brasília), em São Paulo. No primeiro jogo, as Brabas do Timão fizeram 2 a 1 e jogam pelo empate para avançarem.

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Tudo definido! Teremos clássicos estaduais e nacionais para conhecermos as classificadas para a semifinal! E aí, pra quem vai a sua torcida? pic.twitter.com/Txj1Aae9A9
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Tricolor vence Choque-Rei

O São Paulo bateu o Palmeiras por 3 a 1 de virada na manhã desse domingo (25), no estádio Allianz Parque. Após empate de 1 a 1 no primeiro jogo, o resultado levou o Tricolor às semifinais e manteve vivo o sonho do título inédito. Os gols da partida foram de Amanda Gutierres, para as Palestrinas, e de Rafa Mineira, Ana Alice e Micaelly para o São Paulo. Na próxima etapa, o duelo será contra a Ferroviária.

No Choque-Rainha, deu @SaoPauloFC_Fem! Grande vitória fora de casa para garantir a classificação para das semifinais!#QuartasBRFEM pic.twitter.com/7KCrNdtRex

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Guerreiras Grenás batem Coloradas

A Ferroviária superou o Internacional por 3 a 0, no estádio da Fonte Luminosa, no interior paulista. Após a vitória por 1 a 0 no Rio Grande do Sul, os gols de Aline Gomes, Suzane Pires e Cuesta definiram o duelo.

Deu @guerreirasgrena com autoridade! 2 vitórias em 2 jogos e um 4-0 no placar agregado! Parabéns, Guerreiras!#QuartasBRFEM pic.twitter.com/e4eWW8i4F3

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Sereias goleiam cariocas na Vila

O Santos podia até perder por um gol de diferença para se classificar contra o Flamengo, mas venceu e de goleada: 4 a 1. A craque do jogo foi Ketlen, com dois gols, Camila Martins e Bia Menezes completaram o placar para as paulistas. Leidi fez para o Flamengo. O próximo rival, já nas semifinais, sairá do confronto entre Corinthians e Cruzeiro, que duelam na próxima segunda-feira, a partir das 18h30 em São Paulo. No primeiro jogo, as Brabas do Timão fizeram 2 a 1 e jogam pelo empate para avançar.

Goleada na Vila! @SereiasDaVila vencem a partida por 4-1, conseguem um placar de 7-2 no agregado e agora aguardam seu adversário na seminal!#QuartasBRFEM pic.twitter.com/2VoUEqlVII

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Multicultural, Bom Retiro tem projeto de se tornar bairro de coreanos

Localizado entre os rios Tietê e Tamanduateí, próximo à Estação da Luz e bem na região central de São Paulo, o bairro do Bom Retiro reúne uma grande variedade de lojas, centros culturais, instituições religiosas e restaurantes, mas a sua marca principal são as confecções. A história do bairro remonta a 1880, quando o barão do café, Joaquim Egídio de Sousa Aranha, que tinha uma propriedade na região, chamada de Chácara do Bom Retiro, decidiu lotear a fazenda para a construção de casas para os trabalhadores da indústria.

Isso ocorreu pouco tempo depois da inauguração de uma linha de trem que passava pela região e que ligava as cidades de Jundiaí e de Santos, com passagem pela capital paulista. Trajeto que era muito utilizado pelos imigrantes, que desembarcavam no Porto de Santos.

“O Bom Retiro é um bairro que, desde o final do século 19, recebe fluxos sucessivos de estrangeiros que chegam a São Paulo. Não é o único bairro, mas ele tem algumas particularidades: primeiro por causa da localização, que é central, próxima da Estação da Luz. Ele também tem uma atividade econômica importante desde os anos 20, com a indústria de comércio e de confecções, que começa a se estruturar. E ele oferece, além de condições de trabalho, condições de moradias para quem chega A São Paulo”, explicou Sarah Feldman, professora do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) do campus de São Carlos.

Ex-moradora do bairro, ela ajudou a levantar informações para o documentário O Bom Retiro É o Mundo, de André Klotzel. “O Bom Retiro tem essa atividade de comércio de confecções, que permanece hoje com os coreanos, e ele oferece uma forma de moradia de aluguel. Ele sempre foi – e continua sendo – um bairro concentrador de cortiços, que é uma solução de moradia de aluguel, em condições precárias, mas é uma alternativa de moradia na periferia, próxima a emprego e equipamentos públicos. Isso é uma alternativa de moradia para a população de baixa renda e para quem chega a São Paulo”, acrescentou Sarah.

Os primeiros a chegarem ao bairro e que o transformaram em uma vila operária foram os ingleses. “Já na construção da ferrovia, os engenheiros ingleses ocupavam as chácaras porque, antes da urbanização, ali era constituído por chácaras. Depois tem uma sucessão de grupos estrangeiros: os portugueses, os italianos, os espanhóis, os judeus, os gregos, os iugoslavos, os coreanos. E então vem o ciclo de imigrantes latino-americanos, africanos e, os bolivianos”, destacou Sarah.

É por isso que uma das principais características desse bairro é a sua multiculturalidade. “Esses grupos se instalam no bairro mantendo relações de trabalho e de moradia. E é só caminhar pelo bairro para você ver essa diversidade. Toda essa diversidade da população do Bom Retiro está marcada no território”, disse Sarah.

Os coreanos

A partir da década de 1960, os coreanos começaram a vir ao Brasil. O primeiro grupo de imigrantes a chegar ao território brasileiro de forma oficial veio em 1963, há exatos 60 anos, num tipo de imigração que a professora e socióloga Margareth Rogante denomina como familiar.

“Os [coreanos] mais antigos contavam que vieram com a família. Acho que 90% deles vieram por indicação dos parentes que já estavam aqui e vieram com toda a família”, disse ela, em entrevista à Agência Brasil. “Os coreanos vieram com a família, com a intenção de fixar-se. E eles fixaram-se, cresceram e estão aqui [no Brasil]”, acrescentou a socióloga, que há alguns anos desenvolveu o estudo A Imigração Coreana: o Processo de Fixação e Ascensão Social dos Imigrantes e Descendentes do Bairro do Bom Retiro.

Segundo ela, esses imigrantes chegaram ao país inicialmente com uma proposta de ir para o interior, trabalhar no campo. “Eles compraram terras, em princípio, para produção de alimentos na área rural, mas os projetos não deram certo e eles acabaram voltando para a cidade. A massa dessa imigração veio entre as décadas de 60, 70 e 80. E aí eles começaram a se fixar nos bairros centrais”, contou.

E foi assim que os coreanos começaram a ocupar principalmente o bairro do Bom Retiro. “O Bom Retiro tinha características que foram imprescindíveis para a escolha porque eles [coreanos] já vieram com o ofício da costura, a comunidade já tinha esse conhecimento. Então foi uma área mais fácil de atuar, embora muito dificultosa. Eles se reuniam em associações e em igrejas e tiveram que se dar muito apoio. Uma característica muito importante é que uma parte deles [desses imigrantes coreanos] declarou que veio com pouco dinheiro mas, por meio desses consórcios, as pessoas se reuniam e as lideranças entregavam o consórcio de acordo com a necessidade da família e já indicava: ‘olha, está faltando botão de pressão, você pode entrar nesse ramo?’ Então eles foram se agrupando e se organizando desta forma. Por isso a escolha do Bom Retiro. Todos que vinham já tinham mais ou menos a indicação do bairro”, explicou Margareth.

Feira coreana no Bom Retiro ocorre aos sábados e reúne a comunidade coreana. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

A médica Hee Jeung Hong, que desenvolveu um estudo chamado Imigração e Envelhecimento em São Paulo: Perfil de um Grupo de Idosos Coreanos, também constatou que a maior parte dos coreanos que chegaram ao Brasil preferiu viver no Bom Retiro “pela facilidade dos relacionamentos, acesso a restaurantes e produtos culinários típicos”.

À época, o Bom Retiro era conhecido principalmente como um bairro judeu. “Os judeus instalaram toda uma cadeia produtiva ligada à indústria e comércio de confecções. A partir dos anos 20 e até metade da década de 40, os judeus estavam mais presentes nesses estabelecimentos que constituem toda a cadeia produtiva do comércio de confecções, desde as oficinas de costura até as gráficas que imprimiam os talões de nota”, explicou Sarah.

Ao chegar ao Brasil, os coreanos passaram a adquirir esse comércio dos judeus. “E aí ele passa a ser chamado de bairro dos coreanos. Mas nem os judeus e nem os coreanos nunca foram a maioria da população do Bom Retiro. Ele é um bairro marcado sempre pela mistura”, ressaltou a arquiteta e urbanista.

Para a socióloga, o que contribuiu para que os coreanos fincassem raízes principalmente nesse bairro é o fato de eles serem um povo cosmopolita. “Acho que a maior característica que o bairro deu para que os coreanos se fixassem por lá é essa heterogeneidade de grupos étnicos. O Bom Retiro tem essa característica e forte inclinação para o comércio de vestuário. Eles já vinham com conhecimento sobre esse ofício. Outra característica é que os coreanos são muito unidos e se propuseram a trabalhar muito. Então a maioria deles conta que trabalhava de 18 a 20 horas por dia e os mais jovens saíam para vender de porta em porta. Esse trabalho possibilitou que a família toda fosse englobada, todos participavam: os pais cortavam [o tecido], a maioria das mães costuravam e os filhos vendiam. Então como eles vieram com o projeto familiar, eles não se dispersaram como os outros, tentando emprego em outros lugares. Eles acabaram se concentrando nesse ramo que deu possibilidade da família toda participar.”

Feira coreana no Bom Retiro ocorre aos sábados e reúne a comunidade coreana. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

Korea Town

Embora não sejam o maior grupo que vive no bairro hoje, é pelos coreanos que atualmente o Bom Retiro é mais conhecido. Há inclusive projetos sendo planejados que propõem que o bairro se transforme em uma Korea Town. Um desses projetos, por exemplo, já foi aprovado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes, e conseguiu mudar o nome da Rua Prates para Prates-Coreia.

O Korea Town é uma proposta do cônsul-geral na cidade, Insang Hwang. A ideia, por exemplo, é instalar luminárias típicas pelo bairro, acrescentar o nome Coreia à Estação Tiradentes do metrô e pintar murais pelo bairro. A ideia não é nova. Em 2017, por exemplo, o então prefeito João Doria chegou a divulgar a proposta da Little Seul, que acabou não indo para a frente.

“Esse é um projeto da Coreia, um projeto global deles, liderado pelo cônsul no Brasil. Eles elaboraram o Korea Town. No Bom Retiro, eles conseguiram fazer com que a Rua Prates virasse Rua Prates-Coreia. E eles têm uma proposta para a Rua Três Rios. Eles também têm uma proposta de mudar o nome da Estação Tiradentes para Estação Tiradentes-Coreia. Mas eu acho que não precisa disso. Primeiro porque não é um bairro de coreanos. E, quando se acrescentam nomes de cidades coreanas, está se omitindo a diversidade que tem no Bom Retiro. A Estação Tiradentes, por exemplo, remete ao nome da avenida, mas também ao presídio Tiradentes [onde diversas pessoas foram presas e torturadas na época da ditadura militar]. Não é assim que se muda o nome das coisas”, criticou Sarah.

Já a socióloga Margareth Rogante considera que o projeto tem como base uma característica cultural que é particular do povo coreano, de cuidado com o local onde se vive.

“Eu acho que as nossas elites têm muito preconceito ao não branco. A comunidade judia teve algumas dificuldades [no bairro], mas eu acho que a coreana enfrentou ainda mais. Poucos lugares, por exemplo, ofereciam comida. Hoje se tem bastante, mas eles enfrentaram todo choque cultural: comida, língua, a questão mesmo de participação na comunidade, o cuidado com o bairro. Você está vendo que eles estão propondo melhorar o bairro. Ele se preocupam muito. A comunidade asiática em geral é assim, quer melhorar a vida de todos”, disse.

“Eles estão com a proposta de pôr algumas lâmpadas que são representativas da comunidade coreana. E há muita resistência em falar que eles querem se apropriar do bairro, de falar que eles querem negar ou invisibilizar as outras imigrações. Eu não acho isso. Acho que eles querem se inserir. Eu acho que ele só querem contribuir. Eles são cosmopolitas e eles têm preocupações com o bairro. Eles fazem ações em peso por ali, em favor do bairro todo e de toda a comunidade”, citou Margareth. “Eles estão inseridos na comunidade e precisam ficar visibilizados não só porque a gente vai ao Bom Retiro e olha para eles, mas também para reconhecer a contribuição dessa imigração para São Paulo e para o Brasil. Do ponto de vista econômico e do ponto de vista cultural, acho que eles fazem todos os esforços para se inserirem e participarem da comunidade e se fazerem sentir pertencentes ao Brasil”, acrescentou.

A exposição “Luzes da Coreia”, organizado pelo Centro Cultural Coreano no Brasil, exibe as lanternas que são símbolo tradicional da cultura coreana e remontam à Guerra Imjin. Foto: Elaine Cruz/Agência Brasil

Já a arquiteta e urbanista considera que os coreanos poderiam sim homenagear sua terra natal. Mas em outros espaços como praças ou ruas que não sejam tão significativos para a história do bairro. “Tudo bem quererem homenagear alguém da Coreia. Não há problema nisso. Acho ótimo eles quererem colaborar para a melhoria do bairro. Mas a história das lanternas na Liberdade [bairro paulistano que é frequentemente associado à imigração japonesa] já foi bastante criticada do ponto de vista do patrimônio e da memória da cidade. Acho que essa é uma visão superada”, disse ela.

Fonte Agência Brasil – Read More

Quina de São João: oito apostas ganham e vão dividir R$ 216,7 milhões

O concurso especial da Quina de São João de 2023 teve oito apostas que acertaram as cinco dezenas sorteadas na noite deste sábado (24), no Espaço da Sorte, em São Paulo (SP). As dezenas sorteadas foram 12,13, 45, 47, e 70.  

As apostas vencedoras do concurso n 6.172 da Quina foram registradas em Anápolis (GO), Campo Grande (MS), Jaú (SP), Itaobim (MG), Belo Horizonte (MG), São Mateus do Maranhão (MA), Itabuna (BA) e Guaratuba (PR). 

De acordo com a Caixa Econômica Federal, os ganhadores vão dividir o prêmio de mais de R$ 216,76 milhões e cada aposta vencedora levará o prêmio de R$ 27.098.455,57. É a maior premiação já paga na Quina de São João. O maior prêmio do concurso especial havia sido o de 2021, que pagou R$ 204,8 milhões, também, para oito apostas.  

Considerando todas as quatro faixas de premiação, a Quina de São João premiou mais de 5 milhões de apostadores. Na segunda faixa de premiação, para o acerto de quatro números, 2.567 apostas vão levar R$ 7.431,19 cada. E as 194.275 apostas que acertaram três números vão receber R$ 93,51 cada. Também vão receber premiação da Quina de São João as 4.960.265 apostas que acertaram dois números, com R$ 3,66 cada uma. 

Resgate dos prêmios 

Os prêmios de até R$ 2.112,00 podem ser recebidos em qualquer casa lotérica credenciada ou nas agências bancárias da Caixa Econômica Federal. Mas, os prêmios brutos superiores a este valor são pagos exclusivamente nas agências da instituição.  

A Caixa recomenda que o apostador já escreva no verso do recibo da aposta premiada o nome completo e CPF para assegurar que ninguém retire o prêmio em seu lugar. O bilhete ficará intransferível. Caso contrário, o bilhete é ao portador. Em caso de bolão, cada participante pode fazer o mesmo no verso de seu recibo individual de cota. 

Os prêmios de loterias devem ser retirados em até 90 dias após o sorteio. Após este prazo, o prêmio prescrito é repassado ao Fundo de Financiamento ao Ensino Superior (Fies), conforme Lei 13.756/18.

Fonte Agência Brasil – Read More

Hallyu: a onda coreana que é um fenômeno de exportação da cultura pop

Parasita, Oldboy, Round 6, BTS, Blackpink. Parecem fenômenos isolados, mas todos eles são exemplos de um alvoroço cultural que tem feito o entretenimento pop da Coreia do Sul ascender ao centro do mundo. A popularização de k-dramas, k-pop, Manhwa (os mangás), jogos online e filmes sul-coreanos tem ajudado a divulgar a cultura da Coreia do Sul para o restante do mundo. E isso não está acontecendo por acaso. Esse aumento na divulgação da cultura coreana é resultado de um forte investimento e incentivo da Coreia do Sul no setor. E a isso se chama Hallyu, ou onda coreana.

“A onda coreana é um fenômeno cultural de origem sul-coreana, o momento em que a Coreia do Sul começa a exportar de forma massiva todos os seus produtos culturais, a sua indústria cultural de cultura pop. Não é uma indústria cultural ligada a uma tradição da cultura coreana, mas sim ligada à sua produção de cultura pop. Resumindo: a onda coreana é um fenômeno de exportação da cultura pop sul-coreana, que se expandiu no primeiro momento para os mercados regionais, mercados vizinhos da Coreia do Sul, e hoje nós já podemos considerá-la como um fenômeno global”, explicou Daniela Mazur, doutoranda em comunicação pelo programa de pós da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora associada ao MidiÁsia, grupo de pesquisa em mídia e cultura asiática contemporânea.

Apresentação na Feira Coreana do Bom Retiro que ocorre aos sábados. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

Em entrevista à Agência Brasil, Daniela Mazur disse que esse salto da cultura pop sul-coreana é recente e mostra a ascensão de um país que foi arrasado por diversas guerras e invasões e se transformou em um dos principais players globais neste século. Para isso, houve participação do governo, que criou leis de incentivo para que essa indústria cultural pop – e forte – pudesse se estruturar.

“O papel do governo da Coreia, especialmente no início da estruturação dessa indústria cultural, nacional e local, foi primeiramente legislativo, de dar condições de leis e de incentivos para que essa indústria começasse a se estruturar. No final dos anos 90, o país passou por uma crise financeira muito forte, que atingiu não só a Coreia do Sul. Na realidade, foi a crise financeira asiática, que abalou e destruiu várias economias regionais. A Coreia do Sul também foi um desses países que sentiu isso de forma muito intensa. Foi necessário então repensar as estratégias econômicas nacionais, no qual a cultura se mostrou como uma vertente importante não só para a economia do país, mas também para se pensar a estrutura de uma identidade nacional a ser exportada e ser pensada para além das fronteiras nacionais”, destacou.

Foi assim que o governo sul-coreano estabeleceu não só leis de incentivo, mas abriu cursos de comunicação nas universidades para formar pessoas que pudessem trabalhar nessa nova indústria.

“Essas leis de incentivo, que acontecem até hoje, têm essa perspectiva de ligar a iniciativa privada à iniciativa pública. São essas leis de incentivo que incentivaram as empresas privadas a investir na cultura”, ressaltou Daniela.

Foi a partir do final dos anos 1990 que essa indústria cultural, já com perspectiva de exportação de seus produtos, começou a se estruturar. Mas foi somente no início dos anos 2000 que ela passou a adentrar o Leste e o Sudeste Asiático e, dez anos depois, começou a ser consumida de forma global. “Em 2010, a gente vê mais claramente os produtos chegando a um universo que a gente considera como esse de consumo global, com exportações e vendas de produtos variados tanto de drama de TV quanto k-pop, filmes, animações e jogos sul-coreanos”, observou a doutoranda.

A onda coreana começou a invadir os mercados globais impulsionada pelas novas tecnologias de comunicação de web 2.0 e pelas redes sociais. “E os fãs tiveram um papel muito importante nisso, com esse papel de traduzir esses conteúdos. O coreano é um idioma com pouquíssima penetração global: apenas dois países falam coreano, só a Coreia do Sul e a Coreia do Norte. Então, o trabalho de tradução desses conteúdos foi essencial para que a Hallyu como um todo pudesse chegar a diferentes partes do mundo, especialmente através de um consumo não oficial. Quando eu falo não oficial é quando não é vendido para uma emissora de televisão, para cadeias de cinema ou é tocado na rádio, mas sim através dessa circulação pirateada pelos fãs”, explicou Daniela.

Feira no Bom Retiro ocorre aos sábados e reúne a comunidade coreana. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

No Brasil, esses produtos começaram a chegar de forma crescente há pouco mais de dez anos, principalmente com o avanço das redes sociais e os primeiros shows de k-pop no país. “O marco que nós temos dessa virada é o início dos anos 2010 especialmente porque, nessa década, os primeiros grandes eventos de k-pop são realizados aqui no Brasil. Em 2011, recebemos um primeiro evento oficial, a vinda de um grupo de k-pop no Brasil, primeiramente através de um evento de fã, algo bem específico e, no final do ano, um show de grande porte realizado ali no Espaço Unimed [antigo Espaço das Américas], em São Paulo”, lembrou ela.

Dois anos depois, já marcado por esse impulso, instalou-se no Brasil o Centro Cultural Coreano, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo. “Isso apontou para um consumo crescente aqui no Brasil e uma relevância do Brasil nesse meio para o governo da Coreia, já que o Centro Cultural Coreano é ligado ao consulado da Coreia aqui no Brasil. Na década de 2010 a gente vê esse crescimento no consumo. Não só o crescimento, mas também um enraizamento desse consumo aqui no Brasil”, disse.

“O Brasil é um mercado importante para a onda coreana hoje, especialmente pelo fato de estar literalmente do outro lado do mundo. O Brasil acaba sendo uma bandeira, uma prova, de que a onda coreana realmente tem uma penetração global bastante intensa”, acrescentou.

“O Centro Cultural Coreano, desde 2013, quando foi inaugurado, começou a apresentar a cultura coreana para o povo brasileiro”, explicou Cheul Hong Kim, diretor do Centro Cultural Coreano do Brasil (CCCB), em entrevista à Agência Brasil. “Mas, desde 1963 [quando os primeiros coreanos chegaram de forma oficial ao Brasil], a vida dos coreanos já é uma apresentação cultural, já projetou a cultura coreana para o Brasil”, disse ele.

Segundo o diretor do centro, o governo tem realmente incentivado a onda coreana. “O governo tem visto que bastante gente gosta da cultura coreana, então apoia bastante.”

Atração

Para a pesquisadora Daniela Mazur, o que torna a cultura pop coreana tão atrativa para o mundo é que ela começa a pensar as estruturas culturais para além do “consumo cultural estruturado através do imperialismo estadunidense”.

“O pop sul-coreano, no final das contas, é uma perspectiva local de lógica global que a gente já conhece mas, que de forma específica, se transforma e cria suas próprias identidades de forma local. Então, graças à força da onda coreana nas lógicas regionais e de suas próprias características – e graças às novas tecnologias da comunicação – estes produtos começam a chegar até nós e também a aderir outros consumidores que estão, em realidade, procurando outras formas de consumo desses produtos midiáticos. O interessante desses fluxos midiáticos globais é que cada vez mais eles estão mais diversos”, destacou.

E, com isso, a onda coreana mostra ao mundo que o entretenimento é muito mais diverso do que anteriormente se conhecia. “A onda coreana tem esse viés muito importante de trazer uma nova perspectiva cultural, nacional, não ocidental, não branca e não anglófona, para sermos lembrados, novamente, de que existe muito mais mundo para além desse mundo que a gente aprendeu a enxergar. Existe um universo de produção cultural, de produção midiática, que a gente pode conhecer e que a gente pode engajar para além desses polos centrais e ocidentais de consumo”, disse Daniela.

O superpremiado filme Parasita, que recebeu o prêmio de melhor filme no Oscar de 2020, ajuda a explicar essa importância da onda coreana para o mundo. “De uma forma ou de outra virou-se uma chave para poder mostrar para o resto do mundo que não existe só um centro produtor e de influência cultural global. Na realidade, estamos vivendo uma transição para um mundo multipolar de influências e de produção cultural”, ressaltou a pesquisadora.

Fonte Agência Brasil – Read More