Sete cidades superam 100 mil habitantes após aumento acima de 40%

Sete cidades brasileiras que registraram um aumento populacional acima de 40% nos últimos 12 anos superaram a marca dos 100 mil habitantes. São elas: Senador Canedo (GO), Fazenda Rio Grande (PR), Luís Eduardo Magalhães (BA), Sorriso (MT), Camboriú (SC), Nova Serrana (MG) e Sarandi (PR).

Nesta quarta-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as primeiras informações populacionais do Censo 2022, revelando que o Brasil registrou um aumento de 12,3 milhões de habitantes desde 2010, quando houve a última operação censitária. Dessa forma, vivem no país um total de 203 milhões de pessoas.

arte população censo 2022 – Arte/Agência Brasil

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Mutirão inclui quase 16 milhões de brasileiros no Censo 2022.Censo identifica 7.865 pessoas em situação de rua na cidade do Rio.Censo registra 1.652.876 pessoas indígenas no Brasil .Entre os dados já divulgados pelo IBGE, está a lista dos maiores aumentos percentuais considerando cidades que possuem atualmente mais de 100 mil habitantes. As taxas variam entre 84,3% e 38,5%. Dos municípios relacionados, 13 já tinham ao menos 100 mil habitantes em 2010. Os outros sete, que tiveram ao menos 40% de crescimento populacional, atingiram essa marca ao longo dos últimos 12 anos.

Chama atenção que mais da metade dos municípios relacionados situam-se no Sul e no Centro-Oeste. Destaca-se o estado de Santa Catarina, com quatro cidades na lista: Camboriú (SC), Palhoça (SC), Itajaí (SC) e Chapecó (SC). Contando ainda Fazenda Rio Grande (PR) e Sarandi (PR), o Sul aparece com seis representantes.

Entre as cidades do Centro-Oeste, está Senador Canedo (GO), que lidera a lista, com um crescimento de 84,3%, saltando de 84.443 habitantes em 2010 para 155.635 em 2022. Aparecem ainda Sinop (MT) na 4ª posição, Sorriso (MT) na 6ª posição, Valparaíso de Goiás (GO) na 11ª posição e Águas Lindas de Goiás (GO) na 18ª posição.

Os dados divulgados pelo IBGE também revelam um intenso crescimento populacional no Centro-Oeste a partir das capitais. É a única região do país onde houve aumento em todas elas. As taxas superam 10% em todas as três capitais estaduais: Goiânia, Campo Grande e Cuiabá.

Confira a lista das cidades com mais de 100 mil habitantes que tiveram maior crescimento populacional em termos percentuais:

1. Senador Canedo (GO) 84,3%

2. Fazenda Rio Grande (PR) 82,3%

3. Luís Eduardo Magalhães (BA) 79,5%

4. Sinop (MT) 73,4%

5. Parauapebas (PA) 73,1%

6. Sorriso (MT) 66,3%

7. Camboriú (SC) 65,3%

8. Palhoça (SC) 62,1%

9. Maricá (RJ) 54,8%

10. São José De Ribamar (MA) 50,0%

11. Valparaíso De Goiás (GO) 49,5%

12. Rio Das Ostras (RJ) 48,1%

13. Boa Vista (RR) 45,4%

14. Itajaí (SC) 44,0%

15. Nova Serrana (MG) 43,2%

16. Sarandi (PR) 43,0%

17. Santana De Parnaíba (SP) 41,6%

18. Águas Lindas De Goiás (GO) 41,6%

19. Chapecó (SC) 38,8%

20. Paço Do Lumiar (MA) 38,5%

 

arte crescimento população brasileira censo 2022 – Arte/Agência Brasil

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Em 12 anos, Salvador perdeu 257 mil moradores e Rio de Janeiro 109 mil

As primeiras informações populacionais do Censo 2022, divulgadas nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram uma expressiva queda no número de residentes em Salvador. A capital baiana perdeu 9,6% de seus moradores na comparação com os dados da última operação censitária realizada em 2010. Dessa forma, a cidade caiu duas posições entre as mais populosas do país, saindo da 3ª para a 5ª posição: foi superada por Brasília e Fortaleza.

Salvador tem 257.651 residentes a menos do que tinha há 12 anos, o que coloca a cidade na liderança da lista das maiores reduções em dados absolutos. É mais que o dobro do Rio de Janeiro, que figura na segunda posição. No entanto, a redução de 109.023 residentes na capital fluminense representa uma queda de apenas 1,7%.

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Mutirão inclui quase 16 milhões de brasileiros no Censo 2022.Censo identifica 7.865 pessoas em situação de rua na cidade do Rio.Na lista das 20 cidades mais populosas do país, apenas uma teve um percentual de queda superior à Salvador: São Gonçalo (RJ), uma das três que não são capitais e figuram na relação. Distante cerca de 35 quilômetros do Rio de Janeiro, ela viu sua população encolher 10,3% e caiu da 16ª para a 18ª posição.

arte cidades mais populosas censo 2022 – Arte/Agência Brasil

O Brasil costuma realizar o Censo Demográfico de dez em dez anos. O objetivo é oferecer um retrato da população e das condições domiciliares no país. As informações obtidas subsidiam a elaboração de políticas públicas e decisões relacionadas com a alocação de recursos financeiros. O Censo 2022 deveria ter sido realizado em 2020, mas foi adiado duas vezes: primeiro, devido à pandemia de covid-19 e depois por questões orçamentárias.
A operação censitária teve início em junho do ano passado. Com diversos atrasos, devido a dificuldades para concluir as visitas domiciliares em todos os 5.570 municípios do país, a coleta dos dados se encerrou apenas em fevereiro desse ano. Conforme os primeiros dados divulgados, a população brasileira teve um salto de 12,3 milhões nos últimos 12 anos, alcançando um total de 203 milhões.

Concentrações Urbanas

Além do levantamento populacional das capitais, o IBGE também apresentou números relacionados a concentrações urbanas, que podem ser um único município com mais de 100 mil habitantes ou um conjunto de municípios que somam mais de 100 mil habitantes e possuem integração populacional entre si. Essa integração pode ser identificada pelo encontro das áreas urbanizadas ou pelo deslocamento dos moradores com objetivo de trabalho e estudo.

No caso das capitais, os dados das concentrações urbanas fornecem novos ângulos para análise da variação populacional. Belo Horizonte, por exemplo, registrou uma queda de 2,5% no número de habitantes. No entanto, a concentração urbana de Belo Horizonte, que inclui cidades vizinhas, teve um aumento de 4,4% em sua população. Quase todos os municípios do entorno da capital mineira registraram um crescimento na quantidade de moradores, com altas mais expressivas, por exemplo, em Nova Lima e em Ribeirão das Neves.

Situação similar é observada em Curitiba. Embora tenha ocorrido um leve aumento de 1,2% na população da capital paranaense, o incremento foi mais significativo nas cidades do entorno, gerando uma alta populacional de 10,3% na concentração urbana. No Rio de Janeiro, no entanto, a maioria dos municípios vizinhos registraram situação mais próxima do observado na capital, variando entre um aumento discreto e uma queda discreta.

“Não dá para entender a dinâmica demográfica de uma concentração urbana olhando os municípios isoladamente. É preciso um olhar para o conjunto, para entender a dinâmica demográfica que está acontecendo ali naquele espaço urbano”, pontua o coordenador técnico do Censo 2022, Luciano Duarte.

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População cresce mais de 10% em Manaus e nas capitais do Centro-Oeste

Nos últimos 12 anos, Manaus foi a capital brasileira que registrou o maior percentual de aumento populacional. Seu número de moradores saltou de 1.802.014 em 2010 para 2.063.547 em 2022, um crescimento de 14,5%. Os números também colocam a capital amazonense no primeiro lugar do ranking de maiores aumentos absolutos: a cidade recebeu em pouco mais de uma década incremento de 261.533 novos moradores.

Os primeiros dados populacionais, apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2022, estão sendo divulgados nesta quarta-feira (28). Desde 2010, quando houve a última operação censitária, a população brasileira teve salto de 12,3 milhões, alcançando o total de 203 milhões.

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Censo registra 1.652.876 pessoas indígenas no Brasil .Censo 2022 traça perfil demográfico de brasileiros pós-pandemia.Apesar do crescimento significativo, a capital amazonense se manteve no posto de sétima cidade mais populosa do país. Na lista dos 20 municípios com o maior número de residentes, apenas João Pessoa registrou percentual mais elevado que Manaus. A capital da Paraíba, inclusive, não figurava nessa relação em 2010 e passa a ocupar o 20º lugar, após um aumento populacional de 15,3%, saindo de 723.515 residentes em 2010 para 833.932 em 2022.

Além de Manaus e João Pessoa, entre as 20 cidades mais populosas, mais duas registraram crescimentos percentuais de dois dígitos. São capitais de estados do Centro-Oeste. O crescimento de 10,4% fez Goiânia subir duas posições e se colocar como o 10º município com maior quantidade de moradores. São 1.437.237 residentes na maior cidade do Centro-Oeste.

Em Campo Grande, foi registrada uma população de 896.744 pessoas, o que significa crescimento de 14,1%. O aumento significativo foi responsável por fazer a capital do Mato Grosso superar outras cinco cidades e colocá-la na lista das 20 mais populosas do país. Subindo cinco posições, ela ocupa agora a 17ª posição.

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A variação populacional das três capitais do Centro-Oeste se deram na mesma direção e com forte intensidade. Embora não figure na relação das 20 cidades brasileiras com o maior número de moradores, Cuiabá também registrou elevado crescimento, com alta de 18,1%.

Também situada geograficamente no Centro-Oeste, a capital do país registrou aumento significativo. O salto populacional em Brasília foi 9,6%, o que significa incremento de 246.908 moradores. É o segundo maior crescimento do país em números absolutos. Esse aumento fez com que Brasília chegasse ao posto de 3ª cidade mais habitada do país, superando Salvador que curiosamente registrou variação inversa: uma queda de 9,6%. Agora, apenas São Paulo e o Rio de Janeiro têm mais moradores do que a capital federal.

De acordo com o coordenador técnico do Censo 2022, Luciano Duarte, ainda será necessário um período de dedicação para que demógrafos e outros especialistas apresentem avaliações mais aprofundadas sobre os dados. “São os primeiros resultados, e a gente precisa de mais tempo para analisar os movimentos demográficos e entender o que aconteceu em detalhe”.

Movimento uniforme

O Brasil costuma realizar o Censo Demográfico de dez em dez anos. O objetivo é oferecer um retrato da população e das condições domiciliares no país. As informações obtidas subsidiam a elaboração de políticas públicas e decisões relacionadas com a alocação de recursos financeiros. O Censo 2022 deveria ter sido realizado em 2020, mas foi adiado duas vezes: primeiro, devido à pandemia de covid-19 e depois por adversidades orçamentárias. A operação censitária teve início em junho do ano passado. Com diversos atrasos, devido a dificuldades para concluir as visitas domiciliares em todos os 5.570 municípios do país, a coleta dos dados foi encerrada apenas em fevereiro deste ano.

Os dados divulgados nesta quarta-feira apontam o Centro-Oeste como a única região do país onde se observa um movimento uniforme entre as capitais. No Sudeste, por exemplo, enquanto São Paulo registrou crescimento de 1,8%, houve redução de 1,7% no Rio de Janeiro e de 2,5% em Belo Horizonte. Os números do Sul revelam alta de 1,2% em Curitiba e queda de 2,5% em Porto Alegre.

No Nordeste, as variações são bastante discrepantes. Vai de uma leve redução de 1% em Fortaleza e de um leve aumento de 2,3% em São Luís, para a grande queda de 9,6% em Salvador e para a grande alta de 15,3% em João Pessoa. Na Região Norte,, o robusto crescimento populacional de Manaus não foi seguido por Belém: na capital do Pará, houve queda de 6,5%.

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IBGE: anúncio de resultados iniciais do Censo 2022 é momento histórico

O presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e diretor de pesquisas do órgão, Cimar Azeredo, classificou de momento histórico e fundamental para o país a entrega dos primeiros resultados do Censo 2022. O trabalho começou, segundo ele, com a ideia de ser realizado em três meses e levou dez meses de coleta em campo. Azeredo afirmou que apesar dessa demora, o IBGE conseguiu imprimir velocidade na entrega dos dados. “Nunca a gente entregou um resultado definitivo tão rápido como agora”.

Como definido por lei, os censos têm que ser realizados a cada dez anos. Depois da edição de 2010, o IBGE se preparou para realizar a pesquisa de 2020, o que não ocorreu. A pandemia de covid-19 impediu que os recenseadores fossem para a coleta de campo. Seguindo recomendações do Ministério da Saúde, o instituto precisou adiar o trabalho esperado para aquele ano. “Isso porque pandemias enquadram-se como situações de caso fortuito ou força maior, já devidamente positivadas nos planos jurídicos doméstico e internacional”, informou o IBGE.

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IBGE revela desigualdade no acesso à educação e queda no analfabetismo.Em Heliópolis, Simone Tebet convoca população a responder ao censo.IBGE se une a órgãos públicos e sociedade civil para concluir Censo .No ano seguinte, outra questão impediu a realização do censo. O corte profundo no orçamento transferiu a coleta de dados para 2022. O trabalho, segundo Azeredo, incluiu uma pesquisa de pós-enumeração, que será divulgada pela primeira vez. “A pesquisa de pós- enumeração avalia o Censo. Isso é fundamental. Não se faz auditoria em Censo”, comentou, acrescentando que com essa medida, a transparência pautou o IBGE o tempo todo no trabalho e, mensalmente, havia uma divulgação para a imprensa acompanhar o andamento das atividades. 

“Esse Censo, tenho certeza, foi um divisor de águas para o IBGE. É o IBGE antes e depois do Censo 2022. O IBGE se reinventou para fazer a pesquisa. A despeito de todos os problemas estamos entregando à sociedade um produto incrível e temos muito orgulho disso”, afirmou.

O gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte, informou que, de forma inédita, o resultado vai trazer dados sobre as coordenadas geográficas dos endereços visitados pelos recenseadores ao longo dos dez meses de operação. “Ver esse retrato da ocupação humana em todo o território nacional, desde as maiores concentrações nas regiões Sul e Sudeste à população que fica às margens dos rios da região amazônica, é um retrato muito importante que trazemos. É uma informação inédita, que a gente produz nesse Censo”.

Segundo o presidente substituto, o apoio dado pelo Ministério do Planejamento nos últimos cinco meses foi fundamental não só pela liberação adicional de R$ 350 milhões, que não estavam previstos no orçamento original, como também pela participação em campanhas para incentivar a população a responder ao Censo.

De acordo com Azeredo, com os recursos adicionais foi possível assegurar o trabalho em terras yanomami, em um consórcio entre os ministérios do Planejamento, Povos Indígenas, Justiça e Defesa e levar o Censo a mais 2 milhões de pessoas moradoras em favelas. O presidente do IBGE lembrou que apenas uma favela ainda não recebeu recenseadores, mas já está sendo montada uma estratégia para que isso ocorra em breve. Por questão de segurança, ele não revelou o nome da comunidade. “Só nesses cinco meses, com a ajuda do Ministério do Planejamento, colocamos 2 milhões de pessoas moradoras de favelas na operação censitária.

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Orgulho LGBTQIA+ é caminho para saúde mental e bem-estar coletivo

Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexo e assexuais e mais, ou LGBTQIA+, uma sigla que reúne muitas especificidades e acima de tudo, o reconhecimento e orgulho de ser como se é. Neste dia 28 de junho, dia do Orgulho LGBTQIA+, a Agência Brasil conversou com psicólogos sobre o que é ter orgulho e como isso faz parte não apenas da construção e quem se é, mas de uma sociedade mais saudável e mais tolerante. 

Segundo a professora de psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), pesquisadora e ativista Jaqueline Gomes de Jesus, o orgulho está relacionado a saúde mental individual e coletiva. “Esse orgulho é fundamentalmente necessário para a garantia da saúde mental, para o bem estar mais individual e também um bem estar coletivo para uma condição de se reconhecer como sujeito possível naquele lugar, sujeito possível na sua riqueza de desejos e formas de se sentir de estar no mundo para viver livremente”. 

Rio de Janeiro (RJ – Professora de psicologia e ativista Jaqueline Gomes de Jesus. Foto: Divulgação/Dani Villar Idiart

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Hoje é Dia: Orgulho LGBTQIA+, Allende e Dia de São Pedro são destaques.Na publicação virtual Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos, Jaqueline define orgulho como: “Antônimo de vergonha. Conceito desenvolvido pelo movimento social LGBT para propagar a ideia de que a forma de ser de cada pessoa é uma dádiva que a aproxima de comunidades com características semelhantes às suas, e deve ser afirmada como diferença que não se altera, não deveria ser reprimida nem recriminada”.

“Eu explico o orgulho como o contrário da vergonha e, sendo o contrário da vergonha, significa reconhecer-se como se é e valorizar essa forma de ser em toda a sua complexidade, nas suas diferentes dimensões, apesar de muita gente da nossa cultura dizer que essa forma de ser de identidade e de desejo não são valorizadas”, complementa Jaqueline. “Se as pessoas não conseguem expressar livremente sua identidade de gênero, por serem pessoas trans, por exemplo, ou não conseguem vivenciar sua orientação sexual sendo homossexuais ou bissexuais, como podermos superar a saúde mental da população LGBTQIA+?”.

Pesquisa realizada pelo Datafolha em 2022 mostra que oito em cada dez jovens brasileiros, de 15 a 29 anos, tiveram problemas relacionados a saúde mental. Os problemas incluem pensamentos negativos, dificuldade de concentração, crise de ansiedade, transtornos alimentares, pensamentos suicidas e ter ferido o próprio corpo. Entre os jovens que se identificam como LGBTQIA+ esses problemas são ainda mais comuns, relatados por nove a cada dez, ou 92% desse grupo. 

Rio de Janeiro (RJ – – Psicólogo Lucas de Vito atende pacientes na Clínica LGBT com Local. Foto: Divulgação/ Igor Salomão

O psicólogo, empresário e influencer Lucas de Vito, defende que muitos desses problemas estão relacionados a ser impedido de ser quem se é. “É falar quem a gente é e viver a vida de acordo com nossos desejos, respeitando todo mundo e a todos. Por isso que impacta bastante nossa saúde mental porque quando a gente não consegue viver esse orgulho significa que a gente está anulando nossa existência e vivendo uma vida que não é nossa”, diz.

Outra definição de orgulho pode ser encontrada no dicionário Michaelis: Sentimento de prazer ou satisfação que uma pessoa sente em relação a algo que ela própria ou alguém a ela relacionado realiza bem”. Mas o que é realizar algo bem? Para os entrevistados, na nossa sociedade existe um entendimento de um padrão que é considerado satisfatório. Um padrão que muitas vezes exclui a diversidade.

“O orgulho quanto a orgulho de ser LGBTQIA+ é a gente conseguir ir contra a maré de retrocesso que existe no nosso país. Contra um sistema que quer ver a gente sem direito, que não quer ver a gente se expor, que diz que a gente pode existir entre quatro paredes, que a gente pode existir sem existir, no caso”, diz Devito.

Uma questão coletiva

Entender que não se está só pode ser um passo importante na afirmação da própria identidade. No ano passado, pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletou os dados de pessoas homossexuais e bissexuais do Brasil. O instituto registrou 3 milhões de pessoas e admitiu que o número pode ser maior.

Rio de Janeiro (RJ) – Presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Gastalho de Bicalho. Foto: Conselho Federal de Psicologia

Para o professor da Universidade Federal do Rio e Janeiro (UFRJ) e presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, é preciso rever os atuais padrões sociais, que muitas vezes excluem a diversidade, em prol de um sociedade que seja para todos. “Existe uma construção de um padrão do que se orgulha e é necessário desconstruir esses padrões, inclusive por dentro da comunidade LGBTIQI+, é necessário que a comunidade olhe para esses padrões como algo historicamente construído e o que é historicamente construído pode também desconstruído historicamente”, diz que acrescenta: “É muito importante que se entenda que os padrões só são construídos através das relações de poder e essas relações de poder podem ser reconfiguradas e podemos construir outros padrões, aqueles padrões que são produzidos de fora para dentro podem ser repensados e recolocados a partir de outro lugar”.

Quando a sociedade não é capaz de acolher, o autoconhecimento e o fortalecimento através de uma comunidade LGBTQIA+ tornam-se alternativa. “O Brasil é campeão no assassinato de pessoas LGBTQIA+, em especial a população de travestis e transexuais, portanto, chegar ao orgulho apesar de tanta violência, não é um percurso fácil, é um percurso em que é necessário descriminalizar subjetivamente aquilo que historicamente se diz”, explica, Bicalho. “O orgulho é orgulho também de se entender não mais como doente, não mais como desviantes, portanto, o percurso que leva as pessoas até o orgulho é o percurso do empoderamento, é o percurso de, apesar das violências, ter orgulho de ser quem se é”.

O coletivo também tem força, aponta o professor. O próprio dia do Orgulho nasce em uma ação coletiva. Em 28 de junho de 1969, frequentadores do bar Stonewall Inn, bar LGBTQIA+, em Greenwich Village, em Nova Iorque, nos Estados Unidos reagiram pela primeira vez conta a constante truculência policial. O acontecimento virou um marco de defesa de direitos civis para essa população. 

“É a primeira vez que as pessoas se revoltam e dão um basta para a violência policial. Então, a origem histórica é o orgulho por ter se rebelado, é o orgulho por não ter mantido as repressões costumeiras e, assim, a comunidade olha para essa data com orgulho de ter um dia conseguido reagir e começar um novo processo histórico onde a luta se torna também a luta por garantia de direitos civis”, diz Bicalho.

A segurança e a saúde mental da população LGBTQIA+, segundo os especialistas entrevistados, passa também pelo reconhecimento da sobreposição de identidades sociais que muitas vezes leva a mais discriminação.

De acordo com a psicóloga clínica da Coordenação de Testagem Rápida e Saúde Mental do Grupo Arco-Iris, Marcelle Esteves, todas essas identidades formam os indivíduos. “Todas essas intersecções são fatores que vão incidir sobre esse indivíduo se olhar, se perceber com orgulho, com dignidade, com força de ação na sociedade sobretudo. Se eu tenho uma mulher, lésbica, preta, gorda e de favela, olha quantas barreiras ela precisa enfrentar diariamente para provar, por exemplo as suas qualidades. Então, esse caminho é mais tortuoso, porque ela é rechaçada enquanto mulher, rechaçada porque ela é gorda, rechaçada porque é lésbica”, diz.

“Existe uma questão, quando nós falamos de interseccionalidade e quando nós somos pessoas que vivenciamos diferentes discriminações. Para nós, as violências que sofremos e os obstáculos são muito maiores. Há um nível, não só de uma soma, mas um nível de multiplicação desses fatores que nós não temos muito controle de até que ponto eles nos afetam ou nos prejudicam, mas sabemos desse prejuízo e que é muito maior”, complementa Jaqueline.

Segundo ambas, a construção do orgulho passa pelo conhecimento individual, mas também pelo núcleo familiar, pelos amigos e pelas redes de apoio. Em termos de políticas públicas, passa por setores como saúde e educação. Todos esses atores são importantes para garantir que os indivíduos possam viver plenamente em nossa sociedade.

A imprensa e as redes sociais também têm papel relevante. “A mídia tem papel fundamental. A gente precisa falar de mídia como mídia como um todo. A gente tem várias possibilidades e várias mídias, não só as predominantes, mas tem as redes sociais, temos jornais, as rádios de bairro, que podem, cada vez mais, trazer debates, falar sobre esse processo de constituição do ser, do aceitar-se, do perceber-se quem é, do se olhar e se achar bonita, bonito, bonite”, ressalta Marcelle.

Fonte Agência Brasil – Read More

Glossário explica termos para debate sobre crise do clima

Trazer informação mais direta, clara e transparente para esclarecer a população sobre diversos termos que entraram nos debates sobre a crise climática é o objetivo do Glossário Ilustrado de Justiça Climática.

A publicação – elaborada em parceria por diversos movimentos ambientais – reúne 43 expressões ilustradas em versão trilíngue (português, espanhol e inglês), que abordam termos como Net Zero, descarbonização, maquiagem verde e siglas como BECCS e REDD, além de conceitos sobre agroecologia, desperdício zero, refugiados ambientais e racismo ambiental.

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Aeroporto desativado em Belém será sede da COP30 em 2025.Belém deve receber cerca de 50 mil visitantes para a COP30.O glossário é uma parceria do projeto ArvoreAgua com a Plataforma Latinoamericana de Justiça Climática e a campanha Que Os Grandes Poluidores Paguem. As ilustrações do glossário começaram a ser produzidas no ano passado.

Na avaliação dos movimentos, a utilização de uma linguagem técnica especializada em fóruns internacionais sobre negociações climáticas “esconde a realidade”, e dificulta ou confunde o real entendimento de pessoas leigas no assunto.

Outro ponto destacado é que o uso cada vez maior desse tipo de linguagem acaba por tirar o protagonismo e limitar a participação de povos indígenas, comunidades tradicionais protetoras da floresta e de integrantes de movimentos sociais que atuam no combate à crise climática sobre os problemas e soluções da Amazônia a partir da própria sociedade civil de base.

O documento será lançado na quinta-feira (29), em Santarém, no IV Cinturão Cultural do Tapajós – Territórios e Resistência, encontro de lideranças indígenas e movimentos amazônicos, juristas de povos atingidos por grandes projetos de exploração mineral na América Latina, pesquisadores, jornalistas, artistas, produtores de alimentos e bioprodutos medicinais da floresta.

No lançamento do evento – organizado pelo Instituto Sebastião Tapajós com o Ministério Público do Pará, em parceria com o projeto Luz e Ação da Amazônia, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Coletivo de Mulheres Indígenas As Karuana e Instituto Cabana Tapajós – 100 livros serão distribuídos. Além da versão digital a ser disponibilizada em julho, a intenção é produzir mais exemplares a serem distribuídos gratuitamente.

Vocabulário técnico

Uma das parceiras do glossário, a jornalista e estudante de Engenharia da Ufopa, Patrícia Kalil, disse que os povos da floresta precisam se apropriar de vocabulário técnico usado nesses grandes encontros, como a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) na Amazônia, para não serem enganados e garantir espaço de participação e direito a voz, pois está havendo uma captura corporativa desses espaços de tomadas de decisão. A COP30 está marcada para novembro de 2025, em Belém.

“Trabalhamos para esclarecer toda essa terminologia técnica e superespecializada usada em mesas de negociações internacionais, COPs e relatórios corporativos. Como vamos discutir sem entender? Como vamos questionar os planos Net Zero sem entender que é uma trapaça maquiada de verde? Se o compromisso é de redução de emissões, queremos reduções reais, nada de compensações mentirosas e que não englobam toda a cadeia de produção e consumo”, afirmou a jornalista à Agência Brasil.

O glossário também destaca que, atualmente, as negociações climáticas têm se centrado mais em reduzir o problema das emissões do que em questionar sua causa, centrada no modelo de desenvolvimento calcado no uso de combustíveis fósseis, no extrativismo predatório e na desigualdade.

O documento diz, ainda, que muitas vezes essa linguagem facilita os grandes poluidores que não assumem suas responsabilidades e até geram falsas soluções para uma questão extremamente complexa. “Precisamos entender como os grandes poluidores manipulam as notícias, fazem lobby e infiltram seus interesses no governo, em organismos internacionais e na academia”, sintetizou Patrícia.

Segundo as organizações, esse jargão esconde a dimensão da crise climática e apresenta “falsas soluções” para o problema. Um dos termos apresentados no glossário para justificar o posicionamento é o de “neutralidade de carbono” cujo uso tem sido cada vez mais frequente nos debates ambientais.

  Glossário aborda importância da Amazônia e explica vocabulário técnico     – Nacho Doce/Reuters/Direitos Reservados

O glossário aponta que o termo “neutralidade de carbono” é apresentado por empresas e governos como uma mudança radical que alcançaria um equilíbrio em que a mesma quantidade de gases de efeito estufa emitida pela geração de determinada atividade fosse eliminada “na medida do possível”. Ou seja, cada tonelada de dióxido de carbono fóssil emitida seria igualada a uma tonelada absorvida por plantas, oceanos, solos ou rochas. Segundo o documento, nenhum modelo dependente de petróleo e consumidor de energia fóssil pode ser neutro em carbono.

“Esse falso discurso de ‘neutralidade de carbono’, embora não tenha base científica, na prática contribui para perpetuar a crença na salvação tecnológica e diminui o senso de urgência em torno da necessidade de começar a parar de extrair hidrocarbonetos fósseis subterrâneos. As corporações procuram “queimar agora, compensar depois”, ou o que é o mesmo ‘pagar para poluir’, o que fez com que as emissões de carbono continuassem a aumentar. Também acelerou a destruição do mundo natural, aumentando o desmatamento e o enorme risco de elevar ainda mais a temperatura do planeta,” assegurou Patrícia.   

“Falsas soluções”

Outros exemplos de “falsas soluções”, que não estão voltadas para a redução da emissão dos gases de efeito estufa, seriam as calcadas nas expressões “Emissões Net Zero” ou “emissões líquidas zero”, “mecanismos de compensação”, “Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS, na sigla em inglês), Redução de Emissões por Degradação e Desmatamento (REDD), Geoengenharia e a Agricultura Climaticamente Inteligente (ACI, na sigla em inglês).

No primeiro caso, o glossário aponta que o termo está sendo usado para fazer as pessoas pensarem que um poluidor está diminuindo sua poluição se compensar as emissões. “Esse modelo transforma as emissões em uma equação matemática simplista: as emissões adicionadas em uma área são ‘equilibradas’ pela apreensão do território em outra”.

Os mecanismos de compensação, quando poluidores, dizem “compensar” os danos ambientais de suas atividades por meio de ações da promoção de projetos ambientais no mesmo local ou em um local distante. Já a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal implica uma visão reducionista do que é uma floresta, tratando as árvores apenas como sumidouros de carbono, sem levar em conta o seu papel fundamental para a biodiversidade.

“Em muitos casos, projetos de REDD favorecem grandes empresas poluidoras e especuladores financeiros, pois o valor de uma floresta é calculado de acordo com a quantidade de carbono armazenado” diz o glossário.

“Um comprador de crédito de carbono oferece uma compensação em dinheiro para uma comunidade – muitas vezes comunidades indígenas ou comunidades tradicionais guardiãs de florestas – para não destruírem suas terras. Acontece que eles não planejavam destruir e já estavam preservando. Em troca, o comprador recebe licenças de carbono que podem ser usadas por poluidores ou como ativos financeiros”, diz o glossário.

Agrotóxicos

A Agricultura Inteligente para o Clima é apontada como uma falsa solução uma vez que é voltada apenas para transformar o agronegócio, já que condiciona a segurança alimentar à dependência de produtos agrotóxicos e ao uso de sementes geneticamente modificadas vendidas por grandes populações, além de promover a monopolização do uso da água.

“Mas, na realidade visa deslocar a agricultura familiar e camponesa, acabando com os conhecimentos e técnicas agrícolas tradicionais, com os cuidados e manutenção de variedades de sementes nativas guardadas, guardadas desde tempos imemoriais”, afirma o documento.

Também seria uma falsa solução o modelo proposto pela BECCS, que consiste na produção de energia por meio da queima de biomassa em larga escala e, depois, com o auxílio de maquinários, eliminar o excesso de dióxido de carbono na atmosfera em sumidouros de carbono, como o solo ou o oceano, “neutralidade de carbono”.

Para as organizações, a proposta é arriscada, não validada e perigosa, uma vez que desvia a atenção para a necessidade de redução drástica das emissões de carbono.

“As corporações de combustíveis fósseis tentaram introduzir essa proposta como uma fórmula mágica para enfrentar as mudanças climáticas, buscando lucrar com a destruição de nossos ecossistemas e comunidades. Essas empresas e os governos que as apoiam estão apostando tudo nesse tipo de reengenharia de eficácia questionável, ou tecnologia falha e arriscada”, critica o texto.

As organizações afirmam que a aplicação dessas falsas soluções não apenas acelerará a crise climática, “mas também aumentará as desigualdades e injustiças estruturais e condenará os povos – historicamente excluídos e vulneráveis – a condições de vida cada vez mais adversas, aumentando a vulnerabilidade”.

Efeito estufa

As organizações defendem que é necessário mudar o modelo de desenvolvimento centrado no uso de combustíveis fosseis e que tem resultado em emissões enormes de dióxido de carbono, um dos principais causadores do efeito estufa e da crise climática.

Também deve haver responsabilização dos grandes poluidores, a exemplo do Estados Unidos e da Europa, mas também de grandes corporações transnacionais, privadas e estatais, e de oligarquias e elites financeiras, que lucram com a destruição do planeta.

Glossário Ilustrado de Justiça Climática. Divulgação

“Com a crise climática, é cada vez mais urgente promover discussões sérias sobre os reais desafios brasileiros e globais relacionados ao impacto dos grandes poluidores no planeta. Sim, precisamos de uma mudança que reestruture nossos modelos de organização, responsabilize os culpados pela crise e restaure a harmonia com a natureza, ao mesmo tempo em que promova a justiça social e a equidade”, sugere Patrícia.

Segundo a publicação, essa transição não diz respeito apenas a uma troca de tecnologia, mas sim a um processo que coloca no centro os direitos da natureza e dos povos mais afetados. Modelos que não tenham por base o uso de combustíveis fósseis e centrados na gestão comunitária dos territórios, soberania alimentar e energética, na agroecologia, no desperdício zero, na reciclagem, redução de resíduos, compostagem, no biogás e na redução do consumo e da produção de forma a aumentar o bem-estar humano para garantir o bem-estar da natureza e dos seus recursos.

Por fim, as organizações apontam que essas mudanças devem se centrar na promoção do coletivo, na distribuição igualitária da riqueza, na promoção de uma vida digna, especialmente para as pessoas historicamente marginalizadas, deslocadas e afetadas pelo sistema, no consumo do que é apenas necessário e na promoção dos direitos humanos, respeito às comunidades indígenas, ancestrais, mulheres, camponeses e trabalhadores, bem como no respeito aos direitos da natureza.

Fonte Agência Brasil – Read More

Conheça as regras para participar do Desenrola Brasil

O Ministério da Fazenda publicou, nesta quarta-feira (28), os requisitos, condições e procedimentos para adesão ao Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes (Desenrola Brasil). As regras foram detalhadas em portaria publicada no Diário Oficial da União. 

Faixa 1

A portaria estabelece duas faixas para adesão ao programa. A faixa 1 é para quem tem renda mensal de até dois salários mínimos, o que atualmente soma R$ 2.640, e ainda para devedores inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Para este grupo, a dívida não pode ultrapassar R$ 5 mil.

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Desenrola Brasil poderá reduzir em até 40% inadimplência no país.Desenrola será acompanhado de programa de educação financeira.Desenrola beneficiará famílias com dívidas de até R$ 5 mil.Também é necessário ter sido incluído no cadastro de inadimplentes no período entre 1º de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2022. Podem ser renegociadas todos os tipos de dívidas, incluindo as de consumo, como água, luz, telefone, varejo e bancárias e também as de empréstimo consignado.

Não podem ser renegociadas pelo programa as dívidas com garantia real ou as que sejam relativas a crédito rural, financiamento de imóvel ou de operações como funding (captação de investimentos para empresas). 

As pessoas da faixa 1 só poderão aderir ao Desenrola Brasil pela plataforma digital gov.br, com certificados prata ou ouro, onde poderão escolher o agente financeiro, as dívidas para renegociação e a forma de parcelamento.

Faixa 2

A faixa 2 atende aos devedores com renda mensal de até R$ 20 mil, que poderão aderir ao programa tanto pela plataforma gov.br, quanto por canais indicados pelos agentes financeiros. Eles poderão quitar as dívidas de forma parcelada, a partir de 12 prestações. Também é necessário ter sido incluído no cadastro de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022.

Para esse grupo, não poderão fazer parte do programa dívidas de crédito rural; dívidas que possuam garantia, equalização de juros pela União, entidade pública ou aporte de recursos públicos; e dívidas que não tenham risco de crédito assumido.

Credor

Os agentes financeiros e credores que quiserem participar precisam se cadastrar na plataforma do programa e no Fundo de Garantia de Operações. Também pode utilizar uma solução tecnológica para troca de informações com a plataforma do programa, por arquivos específicos.

As informações a serem fornecidas são relativas aos registros ativos de inadimplentes no perfil do Desenrola Brasil, como número de contrato, data da negativação e da inserção no cadastro de inadimplência, além os três dígitos iniciais do número do CPF do devedor.

Todas as operações do programa são isentas de IOF e funcionarão por meio de leilão entre os credores que farão ofertas de descontos sobre seus créditos incluídos nos lotes.

Cadastro de devedores

Os devedores que queiram aderir ao Desenrola Brasil devem acessar www.gov.br, clicar em “entrar com o gov.br”, preencher o número do CPF para criar ou alterar a conta.

Para aumentar o nível da conta de bronze para prata ou ouro, pelas orientações do aplicativo, ou pela internet na opção aumentar o seu nível, em selos de confiabilidade.

Ooutra forma de aumentar o nível é realizar o login com a conta do banco. O devedor deverá ter o número de telefone cadastrado no banco para recebimento de SMS e confirmação do acesso.

Fonte Agência Brasil – Read More

IBGE aponta dificuldades para realização do Censo 2022

A realização do Censo 2022 passou por diversas barreiras como corte no orçamento e a pandemia de covid-19, além de dificuldades na contratação de recenseadores. Nesse caso, o motivo era o valor do pagamento, considerado baixo e sem atração diante de um mercado de trabalho que naquele momento oferecia salários mais altos. Até as campanhas eleitorais foram empecilho para a contratação. As pessoas em busca de ocupação preferiam os valores pagos nas campanhas.

“O peso do orçamento faz diferença porque acaba pagando pouco e, com isso, fica difícil contratar recenseadores e permanecer com eles em campo, porque o mercado está mais competitivo, por isso o recurso tem peso importante”, disse o presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e diretor de pesquisas, Cimar Azeredo, durante entrevista virtual para divulgar os primeiros resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022.

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IBGE: anúncio de resultados iniciais do Censo 2022 é momento histórico.População do Brasil passa de 203 milhões, mostra Censo 2022.População cresce mais de 10% em Manaus e nas capitais do Centro-Oeste.Cimar Azeredo associou a falta de contagem da população no meio da década à amplitude da covid-19 no Brasil. “Porque a gente tem que marcar isso com cores fortes? Porque é fundamental que em 2025 a gente faça a contagem da população. Ah, mas acabou de sair o censo, não importa. Temos que fazer uma contagem de população para que a gente não se depare com diferenças grandes em 2010. Isso é fundamental. Acho que a pandemia teria sido muito mais branda se nós tivéssemos uma contagem de população no meio da década. A pandemia pegou o Brasil em um apagão de dados”, alertou.

Segundo o presidente interino, ainda durante a fase de coleta foi preciso enfrentar problemas com chuva e um período conturbado de eleições no país, que passava por uma polarização política refletida no comportamento de moradores a serem pesquisados.

“Mas, cada um dos problemas, nós tentamos solucioná-lo, procuramos contorná-lo ou tentamos de alguma forma minimizá-lo”, afirmou.

Azeredo destacou a estratégia usada para compensar a falta de recursos. Mesmo com o corte nos recursos para a divulgação publicitária e incentivar a população a responder ao questionário do Censo 2022, o trabalho foi feito com o auxílio da imprensa. “Parabéns à imprensa, a cada um dos jornalistas, a cada um dos programas de televisão relacionados à notícia. Foi incrível o trabalho que vocês fizeram tentando convencer a sociedade a participar do censo e a exercer a cidadania”.

Em mais uma forma de contornar o corte de orçamento, o IBGE fez uma parceria com o Ministério da Saúde, que comprou os aparelhos usados pelos recenseadores na coleta de campo. Com o fim do trabalho, os equipamentos serão encaminhados à pasta e poderão ser utilizados nas ações da saúde. “Dessa vez, não gastamos recursos na compra dos equipamentos. Foi feito em parceria com o Ministério da Saúde e, na maior ação de economicidade, vamos repassar esses dispositivos móveis de coleta para o Ministério da Saúde”, disse.

Outro ganho do Censo 2022, de acordo com o presidente, foi poder usar um chip com o qual foi possível transmitir os dados coletados de forma online. “A vantagem disso é que fizemos um censo em tempo real, coletamos as coordenadas do GPS de praticamente todos os domicílios”, revelou.

Para superar a dificuldade de fazer testes dos questionários de coleta de dados em localidades no período de pandemia, o IBGE fechou parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. “Implementamos um teste em Paquetá [ilha-bairro do município do Rio que fica no interior nordeste da Baía de Guanabara], com a ajuda da Secretaria Município, de Saúde, que foi incrível. A gente conseguiu limpar muito os problemas que tinha no questionário”, contou.

Para mobilizar os moradores de comunidades, houve ainda parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) para a campanha Favela no Mapa. “É o Censo do Brasil, não é o Censo do IBGE, por isso a gente precisa de parceiros”, afirmou, lembrando também do apoio recebido de agências da Organização das Nações Unidas (ONU) como a que trata de Refugiados (Acnur), que colaborou com a coleta de dados dessa população, e o Fundo Nacional de População (UNFPA).

Diante da dificuldade de atrair a população para responder aos questionários, pela primeira vez o IBGE incluiu a coleta de dados por ligação telefônica com o recenseador. Além disso, houve a alternativa de encaminhar as informações por meio de formulário na internet. Os questionários aplicados de forma presencial foram 68.659.405, o que significou 98,8% do total. O sistema de autopreenchimento na internet representou 362.563, ou 0,52%, e as entrevistas por telefone somaram 412.725, ou 0,59%.

“Essa foi uma modalidade inédita neste censo. No de 2010, só tínhamos a modalidade presencial e o autopreenchimento pela internet. Neste, inovamos com a entrevista por telefone”, afirmou.

Taxa de não resposta

Apesar das alternativas, a taxa média de não resposta, referente a domicílios ocupados, onde não houve entrevistas, ficou em 4,23%. O estado de São Paulo foi o que registrou o maior percentual (8,11%) seguido pelo Rio de Janeiro (4,50%) e Mato Grosso (4,20%).

“O estado de São Paulo foi o que fechou com maior taxa de não resposta, com mais de 8% e uma taxa de recusa de 2,3%. Então, 2,3% dos domicílios do estado de São Paulo se recusaram a prestar informações para o Censo Demográfico. Em último lugar, com o menor número de não resposta, o que alcançou o melhor resultado foi o estado da Paraíba, com apenas 1,6% de não resposta e um pouco mais de 0,5% de recusa”, informou.

Taxa de recusa

Conforme os dados do Censo 2022, em 1.000.667 domicílios os moradores se recusaram a responder ao questionário. “A resistência da população localizada também foi um grande desafio , mas conseguimos encerrar essa operação com apenas 1,4% de recusa. Isso corresponde a 1 milhão de entrevistas que deixaram de ser realizadas, porque as pessoas não quiseram prestar informações para o Censo Demográfico”, revelou o gerente, acrescentando que essa taxa de recusa ficou abaixo da registrada pela Pnad Contínua no terceiro trimestre de 2023, que foi 2,21%.

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Economia: Comércio encerra semestre com pior nível de confiança em 2 anos

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 106,4 pontos em junho, uma queda mensal de 0,6%, descontados os efeitos sazonais. O índice, apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi divulgado nesta quarta-feira (28).

O otimismo dos varejistas caiu pela segunda vez consecutiva, levando o Icec ao menor nível desde junho de 2021. O indicador mantém a tendência de queda registrada nos últimos dois meses.

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Conheça as regras para participar do Desenrola Brasil.População do Brasil passa de 203 milhões, mostra Censo 2022.IBGE: anúncio de resultados iniciais do Censo 2022 é momento histórico.Na comparação anual, a redução da confiança caiu 13,1%, a maior retração nesse comparativo desde abril de 2021, quando a queda foi de 20,7%. Segundo a CNC, o destaque do mês foi a percepção desfavorável da situação vigente. Há três meses, o índice de condições atuais entrou na zona negativa (abaixo dos 100 pontos), com quedas intensas da avaliação dos varejistas sobre o desempenho da economia e do comércio. A maioria dos comerciantes, 61,2%, aponta que as vendas no comércio pioraram. A proporção também é a mais elevada desde junho de 2021.

“O resultado do Icec de junho mostra que os empresários do comércio estão cautelosos com a situação econômica atual do país, que afeta diretamente o consumo das famílias”, afirmou, em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Segundo ele, a queda da confiança é um sinal de alerta, pois o setor vem sofrendo com as altas taxas de juros e as dificuldades que os consumidores têm de acessar crédito e pagar dívidas.

Intenção de consumo

Embora os consumidores indiquem maior intenção de compra, como tem apontado a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada pela CNC, o nível de endividamento e inadimplência elevado e o crédito caro e restrito limitam a capacidade de consumo.

“O otimismo do consumidor, com maior segurança no emprego e melhora da renda disponível pela inflação mais baixa, não tem se traduzido em alta das vendas no varejo de forma geral e sustentada. Isso tem se refletido na redução da confiança do varejista”, disse, em nota, Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa.

Outro índice que demonstra o pessimismo dos empresários é o de expectativas para desempenho do comércio, que caiu 10,1% entre junho de 2022 e 2023. “Dois em cada dez comerciantes consideram que as vendas no setor devem piorar no curto prazo, mesmo com a dinâmica mais favorável da inflação nos últimos meses. A permanência dos juros altos tem levado os comerciantes a redefinirem as estimativas para as vendas deste ano”, explicou a economista.

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Economia: Crédito do BID vai promover produção sustentável do Brasil

Parte dos R$ 6 bilhões de empréstimos oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para projetos de desenvolvimento sustentável no Brasil será aplicado no Pantanal e na Região Norte para promover o Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, em novembro de 2025. Serão R$ 2 bilhões, o equivalente a US$400 milhões, para cada uma dessas regiões.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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Projeto poderá ampliar proteção ao Pantanal.Lula quer ações para desenvolvimento sustentável da América Latina.Produção sustentável de alimentos depende da reforma agrária, diz MST.Os programas para o Pantanal e para Região Norte estão em fase de construção junto ao BID. Porém, o valor global do crédito foi autorizado em 2022. Falta, ainda, definir os detalhes para implementação dos projetos. Além disso, o recurso precisa de aprovação do Senado e deve ser implementado em até seis anos.

“É algo que queremos deixar de legado durante o período do governo do presidente Lula, a implementação desses programas de produção sustentável”, disse à Agência Brasil o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O ministro acrescentou que os recursos devem ser usados para recuperação de áreas ou biomas que tenham sofrido com intempéries climáticas ou com o avanço da degradação ambiental.

A linha de crédito para a Região Norte será destinada a programas de agroflorestas, que serão desenhados também pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Segundo o ministro Carlos Fávaro, a ideia do presidente Lula é mostrar ao mundo, durante a COP30, que é possível desenvolver a agropecuária preservando o meio ambiente.

“[São] Programas de agrofloresta e de desenvolvimento sustentável para o Norte do país e ancorado ali na região de Belém, para que isso seja uma vitrine para que o mundo possa conhecer os modelos brasileiros de produção sustentável durante a COP de 2025”, explicou o ministro à Agência Brasil.  

Pantanal

Outra parcela da linha de crédito disponibilizada pelo BID será usada no Pantanal nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo Carlos Fávaro, as queimadas que consumiram o bioma nos últimos anos LINK 1 desestimulou a produção pecuária na região. Por isso, US$ 400 milhões serão destinados a projetos de recuperação, incentivo e produção sustentável no Pantanal.

AgroNordeste

Diferentemente dos programas destinados ao Norte e ao Pantanal, os empréstimos do BID para a Região Nordeste já estão na fase de assinatura de projetos. Foram destinados US$ 330 milhões ao programa AgroNordeste, que vai receber ainda um complemento de US$ 70 milhões.

O programa AgroNordeste prevê “aumentar a adoção de tecnologias agrícolas inteligentes para o clima, integrando os produtores nas cadeias de valor; aumentar a segurança jurídica e a regularização ambiental do imóvel rural e melhorar as condições fitossanitárias das fruticulturas”, segundo documento do BID.

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