África Fashion Week no Brasil inicia nesta quinta-feira em São Paulo

A iniciativa que já acontece no Reino Unido e na África, a Africa Fashion Week (AFW Brasil) ocorre pela primeira vez no país, no Expo Center Norte, em São Paulo. A partir desta quinta-feira (25) até o dia 27 de maio de 2023, o local recebe desfiles de moda, mas também exposição de produtos e serviços nas áreas de vestuário, decoração, beleza, turismo e gastronomia.

Movimento global fundado pela Rainha Ronke Ademiluyi Ogunwusi, da Nigéria, o evento no país objetiva também o apoio ao empreendedorismo negro, explica a realizadora do AFW Brasil, Silvana Saraiva. “No evento trazemos designers, mas também traz os empreendedores pretos para que eles possam alavancar e inclusive internacionalizar seus negócios, o AFW é um instrumento de combate ao racismo estrutural que ainda hoje está ativo na estrutura social do Brasil”, comenta Silvana, presidente mundial do Instituto Internacional Feafro e da Câmara de Comércio Brasil África.

Segundo a organizadora, a AFW Brasil visa valorizar a diversidade cultural, combater o racismo e fomentar a integração do Brasil com o continente africano. “Não só porque temos 54% da população preta, mas também porque temos a similaridade cultural. A AFW Brasil abre um leque de oportunidades de internacionalização de empresas e também de comércio exterior, porque a África hoje está em diversificação econômica, com toda a cadeia do setor têxtil. E isso também faz com que outros setores da economia brasileira voltem seu olhar para o continente africano e ajuda a compreender melhor os interesses, os desejos e os anseios do consumidor preto brasileiro”.

A moda, destaca Silvana, é um instrumento de combate ao racismo. “A moda passa a ser um instrumento reacionário de combate ao racismo, porque até hoje a moda ainda é euro centrada. A ideia é trazer uma nova ideia não só de design e estética, mas de modelagem que esteja mais alinhado com o corpo principalmente do afro-brasileiro, do povo negro brasileiro”.

Estilistas

Presentes na AFW Brasil, Meninos Rei, é uma marca de moda baiana assinada pelos irmãos Céu Rocha e Júnior Rocha. A marca nasceu em 2015 e tem origem no Subúrbio Ferroviário (Salvador), carregando a cultura da periferia da cidade, evidenciando hábitos, costumes, música e identidade.

Criada para quebrar padrões eurocêntricos, a Meninos Rei cresceu com seus tecidos africanos, mix de estampas, cores fortes, modelagens modernas e volumes. As referências ancestrais estão imprimidas nas peças, que despertam uma consciência de aceitação e valorização da identidade negra.

“Vamos apresentar na AFW Brasil looks com estampa exclusiva. Esse evento traz 17 marcas da África e apenas quatro marcas do Brasil e fomos selecionados, teve uma curadoria muito forte e passamos nessa curadoria, então a gente precisa mostrar a nossa  modelagem novas e estampas exclusivas com a cara da Meninos Rei”, disseram os irmãos Rocha.

Os estilistas explicam quais aspectos simbólicos estão presentes na moda de design africano. “O tecido africano é muito rico, é um tecido muito forte que carrega muitos códigos, com os aspectos simbólicos como os do candomblé, todos esses códigos sempre estiveram presentes. A empresa Meninos do Rei apresenta esse tecido de outra forma, com outra linguagem, com a nossa cara, nossa modernidade, nossa ousadia. Nessa coleção apresentamos uma modelagem muito mais moderna, misturando mesmo o pop”.

Resistência

Autora da pesquisa de mestrado Moda Afro-Brasileira, design de resistência: o vestir como ação política, a pesquisadora e designer de moda Maria do Carmo Paulino dos Santos explica que a moda afro-brasileira é um instrumento contra o racismo, porque, carrega em seu bojo a luta de resistência da população negra.

“Essa moda ressignifica conceitos, tradições, comportamentos e modos de vida. Essa moda vem das periferias, vem dos terreiros, vem dos quilombos, vem das marchas e das manifestações de resistência negra. Essa moda é criada por pessoas pretas que querem ver nas passarelas a representação da sua estética negra, do seu cabelo crespo, dos seus traços negroides (grupo de pessoas que têm sua origem na África): caras pretas, peles retintas, nariz e lábios largos, e cabelos crespos”, explicou.

Para a pesquisadora, eventos como o África Fashion Week (da Nigéria) , o são importantes para valorizar a imensa comunidade de imigrantes africanos no Brasil, de diversos países do continente africano: Angola, Nigeria, Gana, Guiné Bissau, Togo, Costa do Marfim, Moçambique, Namíbia, África do Sul, etc.

“Nestes últimos anos acompanhamos a movimentação forte e crescente de africanos vindos destes lugares, afim de comercializarem produtos têxteis. Uns trazem tecidos afros para vender, outros compram vestuário para revender em seus países de origem, e ainda tem muitos que aqui ficaram e viram uma oportunidade para empreender e revender seus produtos de moda na região do Brás, do Bom Retiro, e na Praça da República em São Paulo”, diz pesquisadora da Moda Afro-Brasileira.

Maria do Carmo cita outros eventos importantes, como a Feira Preta, que “há 20 anos é o maior festival de cultura e afro-empreendedorismo da América Latina. Temos também a ExpoFavela que veio para fortalecer o empreendedorismo que já é potente nas favelas das periferias brasileiras. Vejo que todos estes eventos caminham para diminuir as desigualdades sociais e raciais que ainda assolam este território preto e indígena que é o Brasil”.

Abertura

A cerimônia oficial de abertura dos desfiles será às 19h desta quinta-feira (25). Durante os três dias do evento, 25 a 27 de maio, pela manhã e à tarde, o AFW Brasil realizará exposição de produtos e serviços nas áreas de vestuário, decoração, beleza, turismo, gastronomia e bem-estar, além de rodadas de negócios com a participação de investidores brasileiros e estrangeiros previamente inscritos no site. A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas por e-mail.

A AFW Brasil acontece na mesma semana da São Paulo Fashion Week, mais importante evento de moda da América Latina. Segundo a organizadora da AFW Brasil, é uma coincidência. “Marcamos dia 25 de maio porque é o Dia Mundial da África, o Africa Day. Não sabíamos que São Paulo Fashion Week aconteceria na mesma semana. Quem ganha é a cidade de São Paulo que vai respirar moda nesses dias, tanto do São Paulo Fashion Week como da Africa Fashion Week”, comemora.

A AFW Brasil conta com a presença do baiano Carlos Cruz, modelo internacional, que é o vice-diretor da semana AFW Brasil, responsável pela produção dos desfiles e castings, mais conhecido como Rei da Favela (nome adotado para homenagear o avô), e inspiração para os pretos mais jovens.

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Multivacinação no Acre começa neste sábado

A campanha de multivacinação no Acre começa no próximo sábado (27). A proposta é ampliar as coberturas de vacinas do calendário da criança e do adolescente, classificadas pelo Ministério da Saúde como fundamentais para evitar o retorno e o agravamento de doenças já eliminadas no país, como a poliomielite e o sarampo.  

A ação faz parte do Movimento Nacional pela Vacinação e prevê ainda o monitoramento ativo de registros de paralisia flácida aguda – que pode indicar casos de pólio, também conhecida como paralisia infantil. A pasta pretende ampliar a busca ativa de não vacinados em todo o estado. 

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Amazonas realiza Dia D de multivacinação de crianças e adolescentes.Após 34 anos sem poliomielite, baixo índice de vacinação preocupa.Ministério da Saúde antecipa multivacinação no Amazonas.O Amazonas foi a primeira unidade federativa a receber a campanha de multivacinação este ano. A decisão de antecipar a ação nos dois estados se deve ao registro de um caso de pólio no Peru, em dezembro do ano passado – uma criança do distrito de Manseriche, a 500 quilômetros da fronteira brasileira. 

“Dessa forma, todos os imunizantes previstos no calendário nacional para crianças e adolescentes até os 15 anos de idade estarão disponíveis ao público nos locais e horários informados pelos municípios”, destacou o ministério. 

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INSS começa a pagar antecipação da primeira parcela do 13º salário

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa a pagar nesta quinta-feira (25) a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário, junto ao benefício do mês de maio para quem recebe até um salário mínimo.

Os primeiros a receber os créditos são beneficiários que ganham até um salário mínimo e possuem Número de Identificação Social (NIS) com final 1. A partir de 1º de junho, começam a receber os que ganham mais que o piso nacional e têm cartão NIS com final de inscrição 1 e 6.

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Primeira parcela do 13º salário do INSS começa a ser paga nesta quinta.Todos os pagamentos, segundo o instituto, serão feitos até 7 de junho. A antecipação do pagamento foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 4.

Entenda

A primeira parcela do 13º salário é isenta de descontos de impostos. Somente na segunda parcela incide a tributação. A consulta ao valor da primeira parcela pode ser feita pelo aplicativo ou por meio do site.

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Arthur Maia é eleito presidente da CPMI de atos antidemocráticos

O deputado Arthur Maia (União-BA) foi eleito presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ao assumir, o parlamentar designou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) como relatora.

O colegiado também elegeu os senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Magno Malta (PL-ES) como vice-presidentes.

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Pacheco lê requerimento e cria CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro.Padilha: CPMI não atrapalhará tramitação de arcabouço fiscal.Governo vai apoiar CPMI de atos golpistas.Ao assumir a presidência da CPMI, Arthur Maia afirmou que o colegiado investigará o que chamou de “narrativas” sobre os ataques em que o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados em Brasília.  

“Temos a responsabilidade de zelar por esse legado democrático, trazido por tantos homens e mulheres, alguns que perderam a sua vida”, disse.

“Não é razoável que não tenhamos vivido aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro, com a invasão da sede dos Três Poderes e aqui a essa Casa, ao Supremo Tribunal Federal, ao Palácio do Planalto, e nada disso seja investigado por esta própria Casa. Sabemos que há uma narrativa de que tudo que aconteceu está envolvido em uma orquestração maior de um possível golpe para interromper a democracia no Brasil. Isso tem que ser investigado, isso não pode passar em branco”, acrescentou o deputado.

Na avaliação do deputado, a diferença dos trabalhos da comissão e as investigações e análises que já acontecem no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) é a “transparência”, pois acontecerão “em praça pública”.

“Por outro lado, sei também que existe narrativa de que houve facilitações, enfim. Todos esses discursos existem, e nós, 64 senadores e deputados, teremos obrigação de, com toda honestidade, colher as provas e fazer isso publicamente, porque afinal de contas o grande mérito dessa CPI é fazer as coisas em ‘praça pública'”, concluiu

A relatora ressaltou a importância do debate para o fortalecimento da democracia no país e a representação feminina na mesa que conduzirá os debates na comissão. Na próxima sessão, a senadora apresentará o plano de trabalho da comissão. As reuniões serão realizadas semanalmente às quintas-feiras, às 9h.

“Houve uma tentativa de golpe, mas não conseguiram. O fato é claro: todos aqui somos contra aquilo que aconteceu, independentemente do que é base ou oposição”, disse.

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Governo recorre de decisão que anulou posse de Jorge Viana na Apex

O governo protocolou na noite de ontem (24) recurso contra decisão da Justiça Federal de Brasília que, na última segunda-feira (22), anulou a posse de Jorge Viana como presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Pela decisão da juíza Diana Vanderlei, da 5ª Vara Federal de Brasília, fica suspensa também a modificação feita em norma interna da Apex, pela qual foi retirada, em 22 de março, a exigência de fluência em inglês como “requisito mínimo” para presidir o órgão, que é responsável pela promoção de produtos brasileiros fora do país.

A magistrada atendeu pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que alegou que Viana não possui a fluência em inglês, conforme era exigido pelo estatuto social da Apex no momento em que ele foi nomeado. A falta de proficiência em inglês foi revelada pelo jornal Estado de S. Paulo e nunca negada por Viana.

O senador alegou que a modificação no estatuto da Apex teve “desvio de finalidade”, violando a moralidade na administração pública. Ainda na decisão, a juíza deu 45 dias para que Viana comprovasse a fluência em inglês, seja por certificado de proficiência, seja por outro meio, como até mesmo um vídeo em que ele apareça utilizando a língua estrangeira, em reunião ou palestra.

No recurso apresentado na noite de quarta-feira (24), a Advocacia-Geral da União (AGU) argumentou que Viana preenchia os requisitos de nomeação, pois o estatuto social da Apex previa como comprovação da proficiência em inglês a “experiência profissional no Brasil, de no mínimo dois anos, que tenha exigido conhecimento e utilização do idioma”.

Tal possibilidade de comprovação “é justamente a preenchida por Jorge Viana, que durante mais de sete anos integrou a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal e que, ao longo do mandato, participou de 29 missões no exterior, incluindo inúmeras participações como representante do Parlamento brasileiro em conferências das Nações Unidas”, argumentou a AGU no recurso.

O órgão alegou ainda que o afastamento de Viana, ao prejudicar o funcionamento da Apex, prejudica a promoção das exportações, uma área estratégica para o país. A AGU acrescentou que a agência de exportações possui autonomia normativa, e que a modificação em seu estatuto social preencheu todos os requisito formais da lei.

O recurso foi apresentado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), segunda instância judicial, nesse caso. A AGU pediu liminar urgente para reverter a decisão do primeiro grau. Não há prazo definido para julgamento.

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TSE multa deputada Zambelli por desinformação sobre processo eleitoral

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (25) aplicar, por unanimidade, nova multa à deputada Carla Zambelli (PL-SP) por disseminar informações falsas ou desinformações sobre o processo eleitoral. Desta vez, o valor a ser pago é o máximo previsto nas normas eleitorais, de R$ 30 mil.

A parlamentar foi julgada por um vídeo, publicado em seu canal no YouTube antes da eleição geral do ano passado, em que ela diz ter notificado as autoridades competentes para investigar um vídeo segundo o qual as urnas eletrônicas estariam sendo “manipuladas” por pessoas ligadas ao PT dentro de um sindicato do ABC Paulista.

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TSE mantém multa a Zambelli e Flávio Bolsonaro por postagem inverídica.Antes da fala da deputada, o teor do vídeo, que viralizou nas redes sociais e aplicativos de mensagem, foi negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), que disse se tratar de informação falsa.

“Encontrei notória má-fé da representada, que, após nota do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, livre e conscientemente produziu e divulgou o vídeo”, afirmou Gonçalves, relator da representação contra a deputada. Ele justificou o valor máximo da multa ante “a gravidade das infundadas acusações à lisura do processo eleitoral, sem qualquer amparo no mundo dos fatos”.

Em defesa da deputada, o advogado Thiago Rocha sustentou durante o julgamento que ela não compartilhou nenhuma informação falsa ou descontextualizada. “Não houve sugestão de fraude, houve exclusivamente a afirmação de que, por conta da viralização daquele vídeo, a deputada pediu informações para averiguar se haveria algum tipo de ilicitude ou não”, disse o defensor.  

Na semana passada, o TSE já havia multado Zambelli em R$ 10 mil por outro caso de disseminação de notícia falsa, dessa vez envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos

Primeiro, poderia parecer uma divisão. Quatro crianças, irmãos consanguíneos, que viviam em um mesmo abrigo na cidade de Patos (MG), souberam que seriam adotados por três famílias diferentes de Brasília. O que parecia divisão, na verdade, era uma multiplicação. 

Os três casais se prepararam, refletiram e aprenderam que, para adotar, o fundamental era pensar nas crianças, em primeiro lugar, e respeitar os vínculos afetivos entre elas. 

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CNJ lança manual sobre entrega voluntária de crianças para adoção.Hoje é Dia lembra Dia da África, da adoção e da Mata Atlântica.Busca Ativa iniciou mais de 60 processos de adoção em 2022.Mesmo sem ter relação prévia de amizade, os casais uniram-se, somaram-se em sentimentos, a partir de um centro de apoio à adoção (chamado Aconchego, na capital federal), e chegaram à conclusão de que, para ser de verdade e tudo funcionar, deveriam formar uma “família grande” e nunca mais se deixarem. 

Brasília (DF) – Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. – Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. – Família da Bianca – Foto: Arquivo Pessoal – Arquivo pessoal

O grande dia em que os documentos estavam prontos está guardado no calendário como a data mais especial: 13 de maio de 2016. Contam de cabeça: lá se vão mais de sete anos. O dia é considerado um novo nascimento para crianças e os adultos, que ouviram desde o começo as palavras que sonharam: “mãe”, “pai”. Sete anos depois, eles todos têm uma certeza: esta é uma história de aprendizado, que não pode ser romantizada ou idealizada, mas que é feita de amor. 

Eles já perderam as contas de festas, almoços e encontros em fins de semana. Lá se vão, por exemplo, sete festas de Natal antecipadas para reunir os irmãos. Os adultos passaram também a ter uma relação fraterna. “Hoje, as outras mães são como minhas irmãs”, afirma Denise Mazzuchelli, que é psicóloga e tem 39 anos de idade. Foi com ela e com o marido Alison que ficaram duas das crianças. 

A mais velha tinha nove anos (hoje tem 16), e o mais novo, perto dos três anos (prestes a comemorar os 10). “Foi uma mudança muito grande para eles e para nós também. Éramos eu e meu marido e, de repente, a gente tinha dois filhos com idades distantes. Fomos nos conhecendo e foi uma conquista mútua”, diz Denise. Diante da novidade, a mãe entende que a adaptação à nova vida foi “muito boa”.

Brasília (DF) – Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. – Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. – Família da Lilian – Foto: Arquivo Pessoal – Arquivo pessoal

 “Acho que a gente deu muita sorte também em relação às outras famílias que adotaram. Embora sejamos diferentes, temos valores primordiais muito semelhantes. São pessoas que realmente entraram na minha vida e que eu não quero jamais que saiam. Hoje são minha família”, garante Denise.

Ela enfatiza que os pretendentes à adoção devem ter preparo psicológico adequado. O desejo deles por adotar surgiu porque Denise atuava como psicóloga voluntária no grupo de apoio à adoção Aconchego. Ao conhecer outras histórias, pensou com o marido que adotar faria parte da vida deles. Depois, tiveram uma terceira filha biológica. “O processo de adoção, eu entendo, não deve durar menos do que uma gestação porque necessita que a criança tenha o melhor acolhimento possível”.

Distância curta

Um baque na vida de Denise foi quando o pai, no ano passado adoeceu e morreu, há dois meses. Isso fez com que o núcleo dela mudasse, ao menos temporariamente, para Uberlândia (MG), a pouco mais de 400 quilômetros de Brasília.  “Mas estamos todos tão ligados que as outras famílias com os irmãos biológicos dos meus filhos vêm para cá com frequência. Não estamos tão próximos quanto antes, na mesma cidade”. 

Para tomar essa decisão de mudar, foi preciso conversar muito com as outras mães e crianças. “E todos me deram apoio. Somos uma família”. Em Minas Gerais, atua também como psicóloga voluntária em outra organização não governamental (a ONG Pontos de Amor). 

Plano antigo

Como uma “irmã” de Denise, Bianca Tinoco, de 44 anos, que é servidora pública, recorda que ela e o marido Lúcio tinham o plano antigo de serem pais. Entraram na fila da adoção, e o grupo de apoio com encontros mensais de acolhimento foi fundamental para que se conscientizassem e se fortalecessem, inclusive em relação à ideia de adotar uma criança mais velha. 

Dia Nacional da Adoção, por Arquivo pessoal

“Minha filha tinha sete anos. Hoje tem 14. Desde então, somos essa família que tinha 12 pessoas e agora tem 13. Hoje é muito tranquilo. Nós temos conexão”. Essa identificação se deu durante todo o período de convivência anterior, por vídeos. “Falávamos do nosso modo de vida, da nossa casa. Era realmente para se apresentar a criança tentando não gerar tanta expectativa”. O casal também tem um filho biológico, dois anos mais novo.

Denise lembrou que, depois, foram autorizados a mandar alguns presentes e as crianças se prepararam para encontrar os pais. “Foi um período bacana e também de muita ansiedade durante um mês”. No dia 13 de maio, em que houve a autorização da guarda provisória, os três casais foram buscar os filhos. “Foi um encontro de encantamento. A gente brinca, eu e meu marido, que ganhamos uma família de 13 pessoas”. Aprenderam a exercer o papel de educação, orientar e chamar atenção sem constrangimentos. A garota gosta de estudar e de esportes.

“A gente acredita que a adoção vem antes da filiação. O filho adotivo não tem nada diferente de um filho biológico”, afirma o pai Lúcio Pereira, de 44 anos, que é jornalista. Ele entende que a maternidade e a paternidade não devem ser idealizadas e, por isso, é tão importante um grupo de apoio para os pretendentes à adoção. 

A forma como ocorreu a adoção da filha dele, que gerou uma relação mais próxima com outras famílias, foi possível graças a um sentimento de fraternidade entre eles. Entre os filhos, afirma, foram sendo fortalecidos, passo a passo, confiança, carinho e respeito. 

Novidade 

Dia Nacional da Adoção, por Arquivo pessoal

A professora Lilian Ribeiro, 41 anos, e o marido Normando, de 50, são o outro casal dessa parceria de três famílias. “Temos uma relação de muita resiliência, muita partilha entre nós, os pais, de aprendizado e amor”, diz a mãe. A chegada da filha foi um presente para eles. “Mas, além dela, trouxe pra gente também uma grande família. Eu sempre fui muito unida com os meus irmãos e queria muito que a minha filha não fosse privada do convívio com os irmãos biológicos”. A garota tem um irmão também adolescente dentro de casa. E essa relação de amor é uma novidade para a filha.

A mãe recorda que foi também, aos poucos, que a menina foi se sentindo mais segura e se soltando. Foi entendendo que aquela ali era a casa dela e que não ficaria mais sozinha. “Eu lembro que, uma vez, ela ficou com gripe e eu cuidando dela. Ela falou assim: ‘mamãe, eu nunca fiquei assim’”. A mãe se surpreendeu: “Como assim, nunca ficou doente?

A menina respondeu: “já fiquei doente várias vezes, mas nunca fiquei assim e alguém cuidando de mim’”. 

Estrutura de família

A psicóloga Soraya Pereira, presidente da Aconchego, que apoiou a decisão pela adoção de irmãos consanguíneos, defende que o primeiro passo do grupo de apoio foi trabalhar a estrutura familiar desses adultos para garantir o sentido de  pertencimento às crianças.

“Ao mesmo tempo, trabalhamos com as crianças mostrando que elas precisam confiar, que elas se têm e que não vão se afastar. Elas sabem que pertencem a uma grande família”.

Segundo a psicóloga, é necessário explicar aos pais que eles passam a ter papel diário e que decisões e exemplos acontecem na intimidade de casa. “Esse amor é construído. Essa ideia de que você olha e já começa a amar é mentira. Essa construção, muitas vezes, não ocorre de imediato e demora um pouco para acontecer “. Por isso, o adulto precisa estar muito bem amparado.

“Perfeitamente possível”

Em entrevista à Agência Brasil, a professora de direito Samantha Dufner, que é pesquisadora do tema e autora do livro Famílias multifacetadas, lançado recentemente, aponta que o Estatuto da Criança e do Adolescente tem um dispositivo que recomenda a adoção de irmãos em conjunto. 

No entanto, considera que, em casos assim, é difícil que uma família tenha estrutura para receber quatro pessoas de uma vez. “Nesse caso, por exemplo, é perfeitamente possível que a adoção tenha sido ajustada para que esse elo afetivo não seja perdido. Dentro da realidade brasileira, vejo com muito bons olhos que eles tenham sido adotadas dessa maneira. O foco tem que ser a criança”. 

Estrutura de família

Brasília (DF) – Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. – Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. – Família do Ricardo – Foto: Arquivo Pessoal – Arquivo pessoal

A psicóloga Soraya Pereira, presidente da Aconchego, que apoiou a decisão das famílias pela adoção de irmãos consanguíneos, defende que o primeiro passo do grupo de apoio foi trabalhar a estrutura familiar desses adultos para garantir o sentido de  pertencimento às crianças.

“Ao mesmo tempo, trabalhamos com as crianças mostrando que precisam confiar, que elas se têm e que não vão se afastar. Essas crianças sabem que pertencem a uma grande família”. 

De acordo com a psicóloga, é necessário explicar aos pais que eles passam a ter papel diário e que decisões e exemplos acontecem na intimidade de casa. “Esse amor é construído. Essa ideia de que você olha e já começa a amar é mentira. Essa construção, muitas vezes, não ocorre de imediato e demora um pouco“. Por isso, o adulto precisa estar muito bem amparado.

“Perfeitamente possível”

Em entrevista à Agência Brasil, a professora de direito Samantha Dufner, que é pesquisadora do tema e autora do livro Famílias multifacetadas, lançado recentemente, aponta que o Estatuto da Criança e Adolescente tem um dispositivo que recomenda a adoção de irmãos em conjunto.

Ela considera, no entanto, que é difícil que uma família tenha estrutura para receber quatro pessoas de uma vez. “Nesse caso, por exemplo, é perfeitamente possível que essa adoção tenha sido ajustada para que o elo afetivo não seja perdido. Dentro da realidade brasileira, eu vejo com muito bons olhos que eles tenham sido adotadas dessa maneira. O foco tem que ser a criança”. Ainda mais em uma realidade tão diversa como a do Brasil, conforme mostra o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), a cargo do Conselho Nacional de Justiça. 

Há hoje no Brasil 4.393 crianças aptas à adoção e 33.998 pretendentes em um descompasso. A maioria deles (61,8%) aceitaria adotar uma criança e 35,8% concordariam em receber dois filhos. Acima de três crianças, apenas 2,3% dos pretendentes aceitariam.

Outro dado interessante é que de 2019 a 2022, 9.540 adoções foram feitas de apenas uma criança. Um total de 3.092 foi com um irmão, 1.540, com dois irmãos, 872 com três irmãos e 780 com mais de três.

Preconceitos

O casal de advogados Karina Berardo, de 45 anos, e Hugo Teles, de 44, adotaram dois filhos, o primeiro, um menino (hoje com 13 anos), e depois uma menina (atualmente com 12). O casal estava na fila e continuou para ter a segunda filha.

A partir da experiência da adoção, tornaram-se ativistas nesse tema e atuam como voluntários no grupo de apoio Aconchego. “Os grupos de apoio trabalham antes, durante e depois da adoção. Da situação de pretendente a quem já tem a guarda, há cursos e reuniões de orientação”, afirma a mãe. 

Outra luta do casal, além do processos de adoção, é o combate ao racismo. “Não dá para a gente fingir que não existe”, diz Karina, que se revolta ao verificar situações relacionadas aos filhos. 

Ela conta que as crianças já foram alvo desse tipo de crime em espaços que vão do condomínio à escola. Para sanar questões de representatividade, que não eram contempladas no ambiente educacional, os pais passaram a incentivar o conhecimento de personagens e de artistas negras. 

Também enfrentou o preconceito o arquiteto carioca Ricardo Stumpf, hoje com 72 anos, que mora em Camaçari (BA). Depois de quatro filhos biológicos, ele, em um momento em que estava solteiro e de reflexão sobre a vida, soube de uma situação de vulnerabilidade de uma menina de 9 anos em Vitória da Conquista. Stumpf diz que repensou a própria vida depois de ter sido vítima de um sequestro. 

“Foi depois disso que resolvi adotá-la”. Foi a descoberta de uma amizade de pai e filha. Em um período em que residiu em Brasília, afirma que presenciou episódio de racismo contra ela. Pediu demissão de um emprego e se mudou para a Bahia. Hoje, aquela menina é técnica de enfermagem e atua na saúde pública da cidade de Rio de Contas (BA). “Faço faculdade de enfermagem. Pelo que meu pai me ensinou, penso sempre que um dia vou poder cuidar dele também com minha profissão”.

Brasília (DF) – Dia Nacional da Adoção, comemorado hoje. – Famílias encontram caminhos para adotar irmãos biológicos. – Família da Lilian – Foto: Arquivo Pessoal – Arquivo pessoal

Ricardo hoje tem mais motivos de felicidade e se sente rejuvenescido. Ele é casado, desde 2014, com Adriano, que é contador. O companheiro já havia manifestado o desejo de ter filho. Ricardo teve dúvidas se teria a mesma energia quando já havia passado dos 60 anos. Eles entraram na fila de adoção para adotar duas crianças, mais precisamente dois irmãos, que estavam em situação de vulnerabilidade em um abrigo na cidade de Ilhéus. 

A orientação da Justiça seria que a adoção deveria ser dos dois. Isso ocorreu em 2017. O mais velho tinha quatro anos de idade. O mais novo, um ano e meio. 

“Eu me questionei: será que tenho condições de criar essa criança? Eles vieram quando eu tinha 66 anos. E vi que consigo fazer tudo. Me deu mais um sentido de vida e me sinto mais disposto por causa dela”. Considerando a idade e a experiência de vida, o arquiteto descobriu que o amor era mesmo impossível de ser quantidficado.

Fonte Agência Brasil – Read More

Grupo rebelde russo ameaça repetir ataques a Belgoro: voltaremos

O chefe do grupo rebelde anti-Putin que reivindicou os ataques à região russa de Belgorod nos últimos dias alertou que o território será novamente alvo de incursões. Denis Kapustin, líder do denominado Corpo Voluntário Russo, saudou o “sucesso” da operação que, segundo ele, evidencia as fragilidades russas.

“Acho que nos verão novamente daquele lado”, disse Kapustin, citado pela Reuters, acrescentando que não podia revelar mais informações sobre as futuras incursões ao território russo.

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Rússia acusa Ucrânia de ataque a um dos seus navios em águas turcas.Ucrânia diz que avança pelos flancos de Bakhmut para cercar russos.“A fronteira é muito longa. Brevemente, vamos chegar a um ponto em que as coisas vão escalar”.

Falando a jornalistas no Norte da Ucrânia, perto da fronteira russa, o fundador do Corpo de Voluntários da Rússia disse que entrar na Rússia e regressar à Ucrânia “pode ser considerado um sucesso”.

“A operação está em andamento. Tem várias fases”, afirmou Kapustin, uma figura conhecida nos meios hooligan e de extrema-direita na Rússia, que se estabeleceu antes da guerra na Ucrânia, onde organizava lutas de Artes Marciais Mistas e era dono de uma marca de roupas.

Segundo ele, este tipo de incursões obriga o exército russo a deslocar “um grande número” de forças, destapando assim outras partes da fronteira e da frente de combate.

O porta-voz do outro grupo que assumiu a responsabilidade pela incursão, identificado como César, da Legião da Liberdade Russa, também qualificou a operação de “incrível” enquanto posava em frente a um veículo blindado que garantiu ser um “troféu” retirado das forças russas.

Os combatentes confirmaram que estiveram por quase 24 horas em território russo antes de regressar à Ucrânia na madrugada de quarta-feira (24).

Horas antes, Moscou afirmou ter repelido esta incursão com a ajuda da artilharia e da aviação e ter eliminado “mais de 70 terroristas ucranianos”. Os soldados paramilitares, que se assumem “conservadores de direita e tradicionalistas”, afirmaram, por seu lado, que tiveram apenas dois feridos.

Segundo Kapustin, a reação de Moscou àquela incursão mostrou que “a liderança militar e política na Rússia está completamente despreparada” para lidar com este tipo de manobras.

“Quero provar que se pode lutar contra os tiranos e que o poder de Putin não é ilimitado”, acrescentou, afirmando que luta contra a injustiça e a tortura.

Embora a Ucrânia tenha negado qualquer responsabilidade pela incursão, Kapustin disse que Kievo governo ucraniano os encorajava, sim, porém sem fornecer armas ou equipamentos. Além disso, negou as alegações de que tenham sido usadas armas fornecidas por aliados ocidentais à Ucrânia.

Centrais nucleares

Segundo os serviços de segurança da Federação Russa, foram detidos nesta quinta-feira (25) dois ucranianos que planejavam ataques a centrais nucleares russas para interromper o funcionamento delas.

“Um grupo de sabotagem do serviço de informações externas da Ucrânia (…) tentou explodir cerca de 30 linhas de transmissão de energia das centrais nucleares de Leninegrado e Tver”, disseram em comunicado os serviços de segurança.

“Segundo a ideia dos serviços especiais ucranianos, isso levaria à paralisação dos reatores nucleares, interromperia o funcionamento normal das centrais nucleares e causaria danos significativos à economia e à reputação da Rússia”, informou a mesma fonte.

Classificados como “sabotadores” pelas autoridades russas, os dois militares ucranianos teriam conseguido explodir o poste de uma linha de alta tensão e colocar minas ao lado de outras quatro linhas da central nuclear de Leninegrado, a cerca de 30 quilômetros de São Petersburgo.

A mesma nota informa que os dois ucranianos agora detidos podem ser condenados a 20 anos de prisão. “Dois russos cúmplices dos sabotadores também foram identificados e detidos”, acrescentam os serviços de segurança, que os acusa de terem fornecido meios de comunicação e veículos com registros falsos.

Os serviços especiais russos ainda apreenderam 36,5 quilos de explosivos e cerca de 60 detonadores, diz a nota, salientando que está em curso uma investigação por “sabotagem” e “tráfico de explosivos”. A tentativa de ataque teria acontecido na véspera do Dia da Vitória, celebrado em 9 de maio na Rússia.

Ataques noturnos

Os ataques russos em território ucraniano também continuam. O ministro da Administração Interna da Ucrânia divulgou, no Twitter, imagens de drones russos sendo interceptados pelas forças ucranianas em Kiev, durante a noite passada.

“Mais uma noite sem dormir para muitos de nós. Outro ataque em Kiev”, escreveu Anton Gerashchenko na rede social.

Fonte Agência Brasil – Read More

Pesquisa mostra importância de áreas verdes urbanas para a saúde

Estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revela que há menos internações hospitalares por doenças respiratórias em municípios com mais áreas verdes. A pesquisa, que envolveu ciência de dados, usou bases de informações públicas como o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria Nacional de Trânsito e o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná.

O objetivo do trabalho era avaliar como a infraestrutura verde urbana (IVU), composta por praças, parques, jardins planejados, fragmentos florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na saúde da população.

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Pesquisa mostra que caminhada de 20 minutos melhora saúde cardíaca.Ministério da Saúde descarta suspeita de gripe aviária em humano no ES.Poluição causa 1,2 mil mortes prematuras de crianças por ano na Europa.“Combinamos várias informações e fizemos um estudo que envolve aplicação de ciências de dados, realizando, primeiro, uma análise multivariada de tais dados e, depois, análise de padrão. E chegamos à conclusão com base nesses estudos”, disse à Agência Brasil a engenheira civil Luciene Pimentel, professora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR e uma das autoras da pesquisa.

A pesquisa usou também dados censitários, porque o estudo, que envolvia somente a questão das internações por doenças respiratórias, analisou também indicadores de pobreza. “Encontramos resultados interessantes nesse sentido. Na verdade, os municípios que têm índices de pobreza mais altos também apresentam mais internações hospitalares na comparação com municípios em que os índices são menores.”

A pesquisa envolveu 397 dos 399 municípios paranaenses, porque dois apresentavam falhas de dados. As informações foram coletadas em 2021 e 2022, sendo os resultados divulgados agora. Artigo referente ao estudo, intitulado Ecosystems services and green infrastructure for respiratory health protection: A data science approach for Paraná, Brazil (Serviços ecossistêmicos e infraestrutura verde para a proteção da saúde respiratória: Uma abordagem de ciência de dados para o Paraná, Brasil, em tradução livre), foi publicado na liga internacional de revistas científicas MDPI e pode ser acessado na íntegra neste link.

O estudo é assinado por Luciene Pimentel e pelos professores Edilberto Nunes de Moura e Fábio Teodoro de Souza, da PUCPR, e pelo doutorando da mesma universidade Murilo Noli da Fonseca.

Importância

Luciene salientou a importância do resultado, porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) reporta 4 milhões de mortes anuais por doenças respiratórias, das quais 40% são por doenças pulmonares obstrutivas crônicas. “O mundo inteiro está muito preocupado com essa situação.”

Ainda de acordo com a OMS, 99% da população mundial respiram ar que excede os limites de qualidade recomendados. Além de inúmeros problemas de saúde, a poluição atmosférica causa 7 milhões de mortes anuais em todo o mundo.

Luciene ressaltou a existência de uma dúvida na literatura científica sobre até que ponto a vegetação realmente contribui para diminuir a poluição do ar, tendo em vista que as doenças respiratórias são fortemente conectadas com esse problema nas áreas urbanas, ou se a forma como se dispõe a vegetação urbana pode até piorar a saúde respiratória pela dispersão de pólen.

A professora disse acreditar que os resultados do estudo podem subsidiar políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e a gestão da saúde urbana. A redução das taxas de internações por doenças respiratórias traz acoplada a redução dos custos com hospitalizações por agravos de saúde e outras infecções, podendo contribuir ainda para a queda das faltas ao trabalho e à escola.

Continuidade

A equipe de pesquisadores pretende dar continuidade agora ao estudo envolvendo a capital paranaense, Curitiba, em escala intraurbana, e não mais municipal, com participação da rede de pesquisa Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação, financiada pela Fundação Araucária, no âmbito de emergências climáticas. Será medida, por exemplo, a distribuição de pólen na cidade. De acordo com Luciene, as medições serão usadas para analisar dados em uma escala mais detalhada.

“O que estamos querendo fazer agora é começar a olhar por tipologia de doenças respiratórias, como a asma, por exemplo, que tem aumentado muito no mundo. A asma é uma doença que preocupa. Na faixa de crianças, que interessa à nossa pesquisa, a doença vai comprometer a vida adulta. Asma não tem cura, é doença crônica. A pessoa vai depender de remédios o tempo todo. Enquanto crianças, faltam à escola por causa da doença; os pais faltam ao trabalho”, disse Luciene.

As doenças respiratórias têm sinais diferentes. Daí a razão de o estudo continuar, no sentido de esmiuçar os detalhes. O objetivo dos pesquisadores, mais adiante, é estender a pesquisa para outros estados do país. “A ideia é termos uma pesquisa nacional.”

Fonte Agência Brasil – Read More

Mega-Sena acumula e prêmio vai para R$ 45 milhões

O sorteio do concurso 2.595 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quarta-feira (24) no Espaço da Sorte, em São Paulo. Não houve ganhadores.

O prêmio acumulou e para o próximo concurso, no sábado (27), é estimado em R$ 45 milhões.

As dezenas sorteadas foram: 01 – 13 – 34 – 39 – 50 – 52.

A quina registrou 36 apostas vencedoras. Cada uma vai pagar prêmio de R$ 104.533,47. Já a quadra teve 3.827 ganhadores, cabendo a cada acertador R$ 1.404,75.

As apostas para o próximo concurso podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

A aposta simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 4,50.

Fonte Agência Brasil – Read More