Dólar cai para R$ 5,34 na véspera de decisão sobre juros nos EUA

Na véspera da decisão do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) sobre os juros nos Estados Unidos, o dólar caiu pelo segundo dia seguido. A bolsa de valores iniciou o dia em alta, mas terminou em baixa, motivada pela queda nas bolsas norte-americanas e pela realização de lucros, quando investidores vendem ações para embolsar lucros recentes.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (26) vendido a R$ 5,349, com recuo de R$ 0,021 (-0,38%). A cotação teve um dia volátil, alternando altas e baixas ao longo da sessão, mas firmou a tendência de queda perto do fim das negociações.

Com o desempenho de hoje, o dólar acumula alta de 2,18% em julho e queda de 4,07% em 2022.

O dia também foi de volatilidade no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 99.772 pontos, com recuo de 0,5%. Ontem (25), o indicador tinha fechado acima de 100 mil pontos pela primeira vez em três semanas, o que estimulou os investidores a venderem ações para embolsar ganhos após as altas dos últimos dias. Dos últimos oito pregões, a bolsa só caiu hoje e na última sexta-feira (24).

O mercado financeiro global está à espera da reunião do Fed, que começou hoje e acaba amanhã (27). O Banco Central dos Estados Unidos deverá aumentar os juros básicos em 0,75 ponto percentual para segurar a inflação, que está no maior nível nos últimos 41 anos no país.

A expectativa de que a economia norte-americana entre em recessão levou o dólar cair nos últimos dias. Isso porque os investidores passaram a acreditar que o Fed começará a reduzir os juros em 2023, o que empurraria para baixo a cotação da moeda norte-americana no mercado futuro. Em contrapartida, a expectativa de recessão nos Estados Unidos tem empurrado para baixo as bolsas norte-americanas, o que se reflete nas bolsas de todo o planeta.

*Com informações da Reuters

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Com Wallace, Brasil é convocado para o Mundial de vôlei masculino

A seleção masculina de vôlei foi convocada nesta terça-feira (26) para o Campeonato Mundial da modalidade, que será disputado na Polônia e na Eslovênia, entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro. O oposto Wallace, que tinha anunciado a aposentadoria da equipe brasileira após a Olimpíada de Tóquio (Japão), é a novidade na lista com 15 nomes divulgada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).

O retorno de Wallace, de 34 anos, destaque na conquista da última temporada da Superliga Masculina pelo Sada Cruzeiro, ocorre após a contusão do também oposto Alan, que vinha sendo o principal jogador do Brasil na Liga das Nações até lesionar o tendão de Aquiles contra o Irã. Sem ele e com o pedido de dispensa de Franco (com um problema no cotovelo), o único atleta que o técnico Renan dal Zotto teve à disposição na posição na competição foi Darlan.

Tricampeão em 2002, 2006 e 2010, o Brasil integra o Grupo B do Mundial, com Japão, Cuba e Catar. A estreia será no dia 26 de agosto, diante dos cubanos. Os dois primeiros de cada uma das seis chaves vão às oitavas de final, além dos quatro melhores terceiros colocados. Na primeira fase, os brasileiros terão Ljubljana (Eslovênia) como sede.

A seleção de Renan vem de uma eliminação nas quartas de final da Liga das Nações para os Estados Unidos. Em relação ao grupo convocado para a fase final da competição, apenas o ponteiro Honorato não foi chamado para o Mundial.

Confira os convocados

Ponteiros: Adriano, Yoandy Leal, Lucarelli e Rodriguinho.
Levantadores: Bruninho e Fernando Cachopa.
Opostos: Darlan, Wallace e Felipe Roque.
Centrais: Flávio, Isac, Leandro Aracaju e Lucão.
Líberos: Maique e Thales.

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Faculdade de Direito da USP divulga manifesto em defesa da democracia

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) divulgou hoje (26) um manifesto em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro. Sem citar nomes, o documento denuncia que o Brasil passa “por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições” e critica “os ataques infundados e desacompanhados de provas” que questionam o resultado das eleições.

“São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”, diz trecho do documento, que foi publicado no site da Faculdade de Direito.

Chamado de Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito!, o manifesto foi assinado por banqueiros, empresários, economistas, artistas, políticos, escritores, jogadores de futebol, ex-ministros, professores da USP e advogados. Entre os que assinam a carta estão ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como Carlos Ayres Britto, Carlos Velloso, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Marco Aurélio Mello, Sepúlveda Pertence e Sydney Sanches.

Na noite de hoje, a carta já continha 110 páginas, com mais de 3 mil assinaturas, que devem ainda aumentar já que a USP continua coletando signatários.

O documento será lido no dia 11 de agosto pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello em evento marcado para acontecer no Pátio das Arcadas do Largo São Francisco, às 11h, mesmo espaço onde, em 1977, o jurista e professor Goffredo da Silva Telles Jr. marcou a luta contra a ditadura militar lendo a Carta aos Brasileiros.

O documento divulgado hoje faz uma comparação entre as eleições brasileiras e as que ocorreram recentemente nos Estados Unidos e declara que “tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições” foram resultados de “desvarios autoritários” que não tiveram êxito por lá e não terão no Brasil.

“No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições”, diz outro trecho do documento.

Após a divulgação do manifesto, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, (PP-PI) escreveu no Twitter que a carta ataca o presidente da República, Jair Bolsonaro. E criticou o teor do documento. “Presidente Jair Bolsonaro, sabe por que os banqueiros hoje podem assinar cartas, inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo dos congelamentos de câmbio passados?”.

Para o ministro, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central, pode ter colocado os banqueiros contra o atual governo porque tirou deles o lucro com tarifas de transferências bancárias. “O Banco Central independente coloca em prática o PIX, que por ano transferiu mais de R$ 30, R$ 40 bilhões de tarifas que os bancos ganhavam a cada transferência bancária e hoje é de graça”.

“Agora, graças ao senhor, o Banco Central não obedece ao presidente. É independente. E agora os banqueiros podem até assinar manifestos contra o presidente pois sabem que não serão perseguidos”, disse Nogueira.

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MPT abre inquérito para apurar acusações contra ex-presidente da Caixa

O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu inquérito para investigar as acusações de assédio moral e sexual feitas ao ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães, que pediu demissão do cargo no mês passado após o surgimento das primeiras denúncias.

O caso era acompanhado pelo MPT por meio de um procedimento preliminar. Na segunda-feira (25), uma portaria assinada pelo procurador do trabalho Paulo Neto transformou a apuração em inquérito civil para aprofundamento do caso. 

No comando da instituição desde janeiro de 2019, Guimarães pediu demissão após um site de notícias publicar, no dia 28 de junho, denúncias de funcionárias de carreira da Caixa que o acusavam de assédio sexual e moral.

Guimarães foi substituído no cargo pela economista Daniella Marques, que era secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, . 

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Pedro Guimarães e aguarda retorno.

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Seminário discute pesquisas sobre vazamento de óleo de 2019

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações promove de hoje (26) a sexta-feira (29), em Salvador (BA), o seminário “Pesquisa em detecção, gestão de riscos e impactos de óleo no mar”. O evento vai apresentar e discutir os resultados das pesquisas científicas realizadas a partir do vazamento de óleo de um navio grego de transporte no litoral brasileiro, em 2019. Na ocasião, o petróleo cru atingiu todo o litoral do nordeste brasileiro.

O vazamento dos tanques do navio ocorreu em alto-mar e atingiu praias, manguezais e recifes de corais, áreas turísticas e de proteção ambiental, e áreas caracterizadas pela prática da pesca sustentável por comunidades de pescadores artesanais.

Este será o terceiro evento anual de acompanhamento dos avanços científicos nesta temática. Os anteriores foram realizados em março de 2020 e em maio de 2021. As pesquisas debatidas serão aquelas que tiveram financiamento público. A prática é adotada pelo ministério e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com os projetos financiados.

O objetivo do evento, segundo o ministério, é coletar informações sobre as publicações científicas de alto nível oriundas desse apoio e estimar o quantitativo de novos recursos humanos formados em pesquisa. Seis temas serão discutidos ao longo da semana: gestão de riscos e desastres; mar profundo; zona costeira e plataforma continental; circulação oceânica, interação oceano-atmosfera e variabilidade climática; tecnologia e infraestrutura para pesquisas oceanográficas; e biodiversidade marinha e seus produtos.

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MPF denuncia presidente da Funai por denunciação caluniosa

O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas informou hoje (26) que denunciou o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, à Justiça Federal pelo crime de denunciação caluniosa.

Segundo o MPF, o presidente imputou os crimes de tráfico de influência e prevaricação a servidores da Funai, integrantes da Associação Waimiri Atroari e pessoas jurídicas sabendo que eles eram inocentes.

De acordo com o órgão, a “pressão política” contra os servidores ocorreu durante a parte de avaliação indígena envolvendo o processo de licenciamento ambiental do Linhão do Tucuruí, linha de transmissão de energia entre Manaus e Boa Vista.

A denúncia também afirma que, após o arquivamento do inquérito policial aberto a partir das acusações, “em caráter de revanche”, o presidente entrou com uma representação contra o procurador da República Igor Spíndola, responsável pelo parecer final do caso.

A Agência Brasil procurou a Funai e aguarda retorno.

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Varíola dos macacos: com 813 casos, Brasil tem situação “preocupante”

O Brasil tem 813 casos confirmados da varíola dos macacos (monkeypox), segundo dados do Ministério da Saúde. Hoje (26), a líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a doença, Rosamund Lewis, disse que a situação no país “é muito preocupante” e que os casos podem estar subnotificados por não haver testes suficientes à disposição. 

“É importante que as autoridades também tomem conhecimento da emergência de saúde pública e de interesse internacional, das recomendações e tomem as medidas adequadas”, declarou. Ela também disse que o surto pode ser interrompido com “estratégias certas nos grupos certos”. “Mas o tempo está passando e todos precisamos nos unir para que isso aconteça”, acrescentou.

No sábado (23), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que a varíola dos macacos configura emergência de saúde pública de interesse internacional. “Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, através de novas formas de transmissão, sobre as quais entendemos muito pouco, e que se encaixa nos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, declarou. 

O Ministério da Saúde destacou, por meio de nota, que a doença é prioridade para a pasta, que faz constante monitoramento e analisa a todo momento a situação epidemiológica para definir orientações e ações de vigilância e resposta à doença no país. “Todas as medidas hoje anunciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já são realizadas pelo Brasil desde o início de julho de forma a realizar uma vigilância oportuna da doença”, diz o texto.

O órgão ressaltou também que, antes mesmo da confirmação de casos no Brasil, foi instalada “uma sala de situação para elaborar um plano de ação com o objetivo de estabelecer estados e municípios sobre a melhor forma de atender a população”. Ainda segundo o ministério, “testes para diagnóstico estão disponíveis para toda a população que se enquadre na definição de casos suspeitos para varíola dos macacos”.

No sábado (23), a pasta informou que articula com a OMS a aquisição da vacina contra a doença. Em nota, o Ministério da Saúde disse que as negociações estão sendo feitas de forma global com o fabricante para ampliar o acesso ao imunizante para os países com casos confirmados.

Números

No Brasil, o maior número de casos está em São Paulo, com 595 infecções confirmadas. No Rio de Janeiro, são 109 pessoas com a doença, em seguida estão: Minas Gerais (42), Distrito Federal (13), Paraná (19), Goiás (16), Bahia (3), Ceará (2), Rio Grande do Sul (3), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul (1) e Santa Catarina (3).

O vírus

A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) provoca uma doença mais branda do que a varíola smallpox, que foi erradicada na década de 1980. 

Trata-se de uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente.

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.

Sintomas

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.

Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.

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BC lança moeda colorida para celebrar bicentenário da independência

Os colecionadores podem, a partir de hoje (26), comprar duas moedas comemorativas do bicentenário da Independência do Brasil. O Banco Central (BC) lançou hoje uma moeda de prata e outra de cuproníquel (liga de cobre e de níquel) alusivas à data.

A moeda de prata tem valor de face de R$ 5, mas custará R$ 420. Com valor de face de R$ 2, a versão em cuproníquel custará R$ 34. Produzidas pela Casa da Moeda, as peças estão sendo vendidas exclusivamente pelo site Clube da Medalha a partir de hoje.

“As duas moedas que lançamos hoje retratam esse momento histórico que trouxe como desfecho a independência do nosso país”, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante o evento de lançamento.

Detalhe colorido

Embora seja mais barata, a versão em cuproníquel trouxe uma novidade. Essa é a primeira moeda da história do Brasil com detalhes coloridos em um dos lados. O anverso (parte da frente) tem uma faixa verde e amarela, acompanhada da primeira estrofe do Hino da Independência e do valor de face de R$ 2. O reverso (parte de trás) traz a cena do grito da independência nos moldes retratado pelo pintor Pedro Américo, no quadro Independência ou Morte.

A versão em prata tem uma bandeira do Brasil na parte da frente, acompanhada do valor de face de R$ 5 e da primeira estrofe do Hino da Independência. A parte de trás retrata a sessão do Conselho de Estado, presidida pela princesa Leopoldina e com a participação de José Bonifácio, que culminou no envio de cartas que pediam que Dom Pedro rompesse com a coroa portuguesa.

Na face traseira da moeda de prata está, em primeiro plano, a litografia D. Pedro I: Imperador, do artista francês Sébastien Sisson, que traz uma imagem de perfil do imperador. Em segundo plano, está a pintura Sessão do Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque.

As homenagens aos 200 anos da Independência do Brasil estão sendo coordenadas por uma comissão interministerial comandada pela Secretaria Especial de Cultura, do Ministério do Turismo. Em setembro do ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o lançamento das moedas comemorativas.

O Banco Central costuma lançar moedas comemorativas para lembrar datas e personalidades importantes. Entre as peças produzidas estão as moedas em homenagem ao piloto Ayrton Senna, as moedas comemorativas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016 e do centenário da imigração japonesa no Brasil.

Embora sejam destinadas apenas a colecionadores, as moedas podem, em tese, ser usadas como meio de pagamento no comércio pelo valor de face (de R$ 2 e de R$ 5), caso o comerciante aceite, segundo a assessoria de imprensa do BC. O órgão, no entanto, adverte que a produção das moedas não se destina à livre circulação e que o uso das peças comemorativas como meio de troca traz prejuízo ao colecionador.

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Sebrae quer estimular participação das MPE nas contratações públicas

De hoje (26) a quinta-feira (28), o Sebrae realiza, em Brasília, um evento destinado a estimular a participação de micro e pequenas empresas nas compras do setor público.

Uma pesquisa do próprio Sebrae indica que entre 2018 e 2021 as contratações de bens e serviços por entes federais, estaduais e municipais movimentaram cerca de R$ 494 bilhões. Deste total, R$ 129,4 bilhões, ou 26%, correspondem aos pequenos negócios.

Apesar desse e de outros números que, segundo o Sebrae, indicam uma “tendência de maior participação das micro e pequenas empresas” nas compras públicas, a entidade defende que ainda é necessário “desburocratizar” o ambiente de negócios, facilitando a vida dos empresários do setor.

Batizado de Transformar Juntos, o evento é resultado da junção de outros dois já promovidos pela entidade: o Fomenta e o Brasil Mais Simples. Além de palestras e debates sobre inovação, gestão pública, regras tributárias, atuação em rede e outros temas, o evento, no Centro Internacional de Convenções (Cicb), conta com estandes de fornecedores.

Parte da programação pode ser acompanhada pela internet, mediante inscrição no site do evento – realizado em conjunto com as associações dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon) e Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).

Os organizadores esperam a participação presencial de cerca de 1.200 pessoas.

O Cicb fica no Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Conjunto 63, Lote 50, Asa Sul.

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Casos de trabalho escravo julgados em 2022 no Brasil já são quase mil

De janeiro a junho, a Justiça do Trabalho do Brasil julgou 993 processos de reconhecimento de relação de emprego em que havia trabalho em condições análogas às de escravidão, segundo levantamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Além dos processos em que já houve decisão, há 1.078 pendentes de julgamento.

Em visita ao Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira (26), o presidente do TST, ministro Emmanoel Pereira, chamou a atenção para a piora do cenário desde o início da pandemia de covid-19 e destacou que a escravidão moderna se baseia em métodos como a escravidão por dívida, os trabalhos forçados e condições sub-humanas e insalubres de trabalho e alojamento.

“Hoje, temos uma escravidão moderna, sem açoite e sem corrente. É aquela escravidão discriminatória, em que um homem explora outro homem em busca de valores econômicos”, disse o ministro, destacando que muitos escravizados têm histórico de trabalho infantil e que quase a totalidade é formada por analfabetos e semianalfabetos.

No ano passado, tanto os números de processos julgados quanto o daqueles com julgamento pendente foram os maiores desde 2017, chegando a 1.892, no caso das ações concluídas, e a 1.288, no das que ainda estavam em aberto. Já o número de denúncias de trabalho escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores recebidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) chegou a 1.415, com aumento de 70% em relação a 2020.

Desde 1995, quando o Brasil reconheceu diante da Organização das Nações Unidas (ONU) a persistência do trabalho escravo em seu território, 57 mil pessoas já foram resgatadas dessa situação. Somente nos últimos cinco anos, as instâncias trabalhistas julgaram 10.482 processos envolvendo o reconhecimento da relação de emprego de trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Para o procurador-geral do MPT, José Lima de Ramos Pereira, as pessoas que exploram o trabalho escravo se beneficiam das fragilidades sociais. “Estamos vivendo um período de recessão, em que a inflação retorna, postos de trabalho são perdidos, o desemprego é grande e [há] muitos moradores nas ruas. Isso tudo se reflete em [trabalhadores] mais fragilizados, que ficam sendo um potencial alvo desses exploradores”, disse Pereira.

Segundo o procurador-geral, 27 operações simultâneas realizadas desde a semana passada resultaram no resgate de 275 trabalhadores nessa situação em diferentes partes do país. “Não basta só o resgate, tem que dar sequência a esse trabalho, porque, se não, eles vão retornar. A dignidade tem a limitação da sobrevivência da família, e quem explora essas pessoas se aproveita da vulnerabilidade social.”

Reconhecimento

O presidente do TST e o procurador-geral do MPT participaram da cerimônia que entregou a Medalha dos 80 Anos da Justiça do Trabalho às procuradoras Juliane Mombelli e Guadalupe Couto, do MPT-RJ, à Arquidiocese do Rio de Janeiro e à Caritas-RJ, pela parceria no Projeto Ação Integrada: Resgatando a Cidadania.

Mantida com recursos provenientes de condenações trabalhistas por danos morais coletivos e de multas por descumprimento da legislação trabalhista, a iniciativa busca a reinserção no mercado de trabalho das pessoas resgatadas do trabalho escravo. O trabalho tem duas frentes: uma é a capacitação para identificar condições de trabalho análogas à escravidão e a outra é a realização de doações para combater a insegurança alimentar e a vulnerabilidade, que podem transformar trabalhadores em alvos desse crime.

De acordo com a assessora de advocacy da Cáritas no projeto, Ludmila Paiva, o acompanhamento de uma pessoa pós-resgate pode levar anos, incluindo acolhimento, escuta e capacitação profissional em diversas possíveis áreas.

No estado do Rio de Janeiro, um dos setores em que esse tipo de crime é mais frequente é a construção civil, mas recentemente aumentaram as denúncias de trabalho escravo doméstico, disse Ludmila. Nesse caso, as vítimas muitas vezes são mulheres negras e idosas que têm muita dificuldade de denunciar a situação.

Diante desse cenário, Ludmila destacou que a população tem que ficar atenta a sinais de exploração de trabalho escravo, como quando a pessoa não fala por si só, não tem acesso a cuidados médicos ou não porta nem os próprios documentos.

“É preciso chegar perto, aproximar-se e oferecer ajuda, porque é impressionante a invisibilização da exploração. A gente tem uma cultura de entender a superexploração do trabalho como algo corriqueiro”, afirmou. 

Fonte Agência Brasil – Read More