Filipe Toledo, Ítalo e Chumbinho vencem na estreia em Margaret River

Filipe Toledo, Ítalo Ferreira e João Chianca, o Chumbinho, estrearam, nesta sexta-feira (29), com vitória na etapa de Margaret River (Austrália) do Circuito Mundial de Surfe. Com isso, eles avançaram direto para a terceira fase da competição disputada nas ondas de Main Break. Outros cinco representantes do Brasil continuam vivos na disputa masculina, mas terão que disputar a repescagem.

The Margaret River Pro is ON!
Watch the Men’s Opening Round live on https://t.co/ie0ZfNdmHw.@westaustralia pic.twitter.com/cwS3swb8sg

— World Surf League (@wsl) April 28, 2022

Filipe Toledo foi o primeiro brasileiro a garantir a classificação. Usando a lycra amarela de líder do circuito mundial, ele foi muito bem nas ondas de mais de três metros de altura de Main Break somando 13 pontos e superando os australianos Owen Wright (9,63 pontos) e Jack Thomas (6,90).

Depois foi a vez do campeão olímpico Ítalo Ferreira brilhar. Ele somou 14,17 pontos para bater o norte-americano Jake Marshall (13,26) e o também brasileiro Jadson Andre (6,17), que foi para a repescagem.

Na décima bateria João Chianca começou bem, manobrando forte de frontside nas direitas de Main Break e levou a bateria por 12,43 pontos, sendo seguido pelo norte-americano Kolohe Andino (11.87). Com 6,27, Miguel Pupo ficou em terceiro e está na repescagem.

Além de Jadson André e Miguel Pupo, o Brasil terá na repescagem Samuel Pupo, Deivid Silva e Caio Ibelli.

One more chance to earn a spot in the Round of 32.
Next Call for the Margaret River Pro: 7:15 am AWST@WestAustralia pic.twitter.com/QAlbJCLIfs

— World Surf League (@wsl) April 29, 2022

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Petrobras reajusta gás natural em 19% no domingo

A partir de domingo (1º), o gás natural vendido às distribuidoras pela Petrobras estará 19% mais caro. O novo reajuste trimestral, com validade até 31 de julho, foi divulgado hoje (29) pela estatal.

Segundo a Petrobras, a variação do preço do gás natural se dá com base em fórmulas previstas em contratos públicos e divulgados no site da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O cálculo leva em conta as variações do petróleo no mercado internacional e a taxa de câmbio.

“A atualização trimestral para o gás e anual para o transporte atenua volatilidades momentâneas e assegura previsibilidade e transparência”, explicou a estatal em nota.

Desde 2016, a Petrobras adota a Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula os preços praticados no país aos que são praticados no mercado internacional tendo como referência o preço do barril de petróleo tipo brent, que é calculado em dólar.

Nos últimos meses, houve uma grande elevação da sua cotação sob influência dos impactos da guerra na Ucrânia, entre outros fatores. O barril saiu de US$ 82 no início de janeiro, chegou a US$ 130 em março, e agora tem se estabilizado próximo aos US$ 105.

Para os botijões a base de gás liquefeito de petróleo (GLP), o reajuste não gera impactos. A medida deverá afetar principalmente moradores que consomem gás natural canalizado e motoristas com carros que utilizam Gás Natural Veicular (GNV). Mas o reajuste no preço final repassado ao consumidor ainda é incerto. A Petrobras disse que outros fatores exercem influência como as margens de lucro das distribuidoras e dos postos de revenda e os tributos federais e estaduais.

Setores da indústria que usam o gás natural como fonte de energia também serão impactados. Isso ocorre, por exemplo, na produção química, metalúrgica, farmacêutica e têxtil.

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Aos 94 anos, morre a vitralista Marianne Peretti

A vitralista Marianne Peretti faleceu, no Recife, aos 94 anos. Ela morreu segunda-feira (25), mas a notícia só foi divulgada nesta sexta-feira (29). A causa da morte não foi divulgada. O velório está marcado para este sábado (30), às 13h no Cemitério Campo da Esperança.

Marianne foi a única mulher a integrar a equipe do arquiteto Oscar Niemeyer na construção da capital e tem obras em vários pontos da cidade.

Por meio de nota, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, lamentou a morte da artista.

“​​​​​​​​​​Hoje é um dia de luto para todo o Tribunal da Cidadania, que se despede de uma das mentes mais brilhantes por trás da estética ímpar dos seus traços arquitetônicos. Após cumprir com maestria a sua missão na Terra, a notável artista plástica Marianne Peretti deixa ao Superior Tribunal de Justiça um legado eterno de ousadia e genialidade em obras-primas como a impressionante fachada da corte superior e a imponente escultura Mão de Deus”, diz o comunicado.

Obra

Os  vitrais  da  Catedral  de  Brasília  são  de  autoria  de  Marianne  Ferretti  –  Marcello  Casal Jr/Arquivo/Agência  Brasil

Marianne Peretti nasceu em Paris, em 1927, e naturalizou-se brasileira na década de 1950, quando se mudou para São Paulo e passou a investir na carreira artística. Na Europa, ela já havia feito ilustrações para livros, mas, em solo brasileiro, dedicou-se a vitrais, painéis, esculturas e relevos para edifícios.

Há vitrais da artista na Catedral de Brasília, na capela do Palácio do Jaburu, no Superior Tribunal de Justiça, na Câmara dos Deputados, no Panteão da Pátria e da Liberdade e no Memorial Juscelino Kubitschek.

Há obras da artista em vários prédios de Oscar Niemeyer em outras partes do Brasil e do mundo: na sede da Revista Manchete (Rio de Janeiro), no Edifício Burgo (Turim, Itália) e na Maison de la Culture du Havre (Le Havre, França). Em Paris, está exposto seu primeiro vitral, feito para a Câmara Sindical de Eletricidade, no Boulevard Voltaire.

Seus desenhos ilustraram livros como La Grèce, de Dore Ogrizec, e o Almanach de Saint-German-des-Près.

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Educação: Capes oferece mais de 61 mil bolsas para formação de professores

Da Agência Brasil –

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) publicou nesta sexta-feira (29) editais dos programas Institucional de Iniciação à Docência (Pibid) e Residência Pedagógica. Juntos, os programas oferecerem 61.680 bolsas para formação de professores da educação básica.

Nessa fase, serão selecionadas propostas de 250 instituições de ensino superior para cada um dos programas. A apresentação dos projetos vai até 10 de junho. A duração do benefício é de até 18 meses.

O Pibid oferece aos alunos da primeira metade do curso uma aproximação prática com o cotidiano da escola. Já o Residência Pedagógica atende estudantes que estão na segunda metade da licenciatura, com atividades que contribuam para a formação teórica e prática e o aperfeiçoamento profissional. Nos dois programas, as atividades dos bolsistas são desenvolvidas na rede pública de educação básica.

O processo seletivo dos bolsistas é realizado pelas próprias instituições. Ao todo, serão cerca de 30 mil bolsas pelo Pibid e outras 30 mil pelo Residência Pedagógica, beneficiando, aproximadamente, 60 mil estudantes de licenciatura. Também há concessão de benefícios a professores das instituições de ensino superior e das escolas públicas de educação básica participantes dos projetos.

Segundo a Capes, todas as unidades da Federação serão atendidas pelos Pibid e Residência Pedagógica. A Região Nordeste terá 19.734 bolsas. Em seguida vem a Sudeste, com 15.654. A Região Sul receberá 11.613 bolsas, a Norte 7.572, e a Centro-Oeste 7.107.

Podem participar instituições públicas, privadas e comunitárias, que devem apresentar, no máximo, uma proposta para cada programa, com detalhamento das ações e atividades previstas. As inscrições são feitas pelo Sicapes.

O resultado com a relação dos projetos selecionados nos dois programas está previsto para ser publicado em 5 de agosto.

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Estudo do Inca revela que atividade física atua no controle do câncer

Os gastos federais somente com três tipos de câncer entre os de maior incidência no Brasil (mama, intestino grosso e endométrio) poderiam ser reduzidos em até R$ 20 milhões com o tratamento do câncer, em 2040, a partir da ampliação da prática da atividade física na população. O dado consta de estudo divulgado hoje (29) pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), durante o seminário “Atividade física no controle de câncer: recomendações e impactos econômicos no SUS”, dentro ainda das comemorações pelo Dia Mundial da Atividade Física, transcorrido no último dia 6.

De acordo com o Inca, para que haja essa economia nos gastos com tratamento de câncer, um terço dos brasileiros deveria realizar, pelo menos, 150 minutos de exercícios físicos por semana, até 2030, em atividades moderadas.

Caso não ocorram políticas públicas e ações que estimulem a atividade física no lazer, o gasto total do Sistema Único de Saúde (SUS) com esses três tipos de câncer, que somaram R$ 1,4 bilhão, em 2018, podem alcançar R$ 2,5 bilhões, em 2030, e R$ 3,4 bilhões, em 2040. As despesas levam em consideração procedimentos hospitalares e ambulatoriais realizados no SUS em pacientes oncológicos na faixa de 30 anos ou mais de idade. Os cânceres de mama, intestino grosso e endométrio têm como fatores de risco a inatividade física e hábitos sedentários, como assistir televisão e usar celular ou computador em excesso.

Insuficiência

O pesquisador Fabio Carvalho, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca, disse à Agência Brasil que, em 2019, a prevalência da atividade física insuficiente no lazer diminuiu de 92% para 70% em homens e de 94% para 77% em mulheres. Apesar da redução, os valores da falta de atividade física entre os brasileiros ainda são elevados. “A prática é insuficiente”, observou. “O cenário que fica mais favorável na perspectiva de economia de recursos seria reduzir em 10% a prevalência. Dá para dizer que é uma meta factível, porque isso seria em dez anos”.

A economia resultante desse aumento da atividade física entre a população poderia ser reaproveitada tanto na questão hospitalar e ambulatorial, como em programas de atividade física. “Aí, é bom para todo mundo”, assegurou Carvalho. Sinalizou que essas ações valem para a prevenção de novos casos de câncer e também para quem está em tratamento ou já teve a doença.

O estudo apresentado pelo Inca ressaltou que, se a tendência de aumento de casos de câncer se mantiver, e a ausência da prática de atividades físicas entre os brasileiros persistir, a expectativa de gastos do governo federal com tratamentos oncológicos será de cerca de R$ 7,8 bilhões, em 2040, contra quase R$ 3,5 bilhões, em 2018. A projeção é que o número de casos novos de câncer diagnosticados no Brasil, exceto não melanoma, sofra aumento de 66%, em 2040, em relação aos 450 mil casos registrados em 2019, com ampliação de 81% no número de óbitos, em comparação às 232 mil mortes por câncer observadas em 2021.

Prevenção

A pesquisadora Thainá Alves Malhão, também da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca, analisou, entretanto, que é possível traçar um cenário diferente, porque entre 80% e 90% dos casos de câncer são potencialmente preveníveis, com mudança de estilo de vida. A prevenção primária é aliada no controle da doença, assegura o Inca. “O câncer é possível prevenir por meio da atividade física e da alimentação saudável”, reforçou Fabio Carvalho.

Durante o evento, foi apresentado o guia Atividade física e câncer: recomendações para prevenção e controle, elaborado por meio de parceria institucional entre o Inca, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) e a Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (Sbafs). Destinado a gestores do SUS, o guia pode ser consultado, por qualquer pessoa interessada que poderá entender que a atividade física é muito importante para a prevenção do câncer, completou Fabio Carvalho.

A diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho, destacou que o papel do instituto, vinculado ao Ministério da Saúde, é informar à população que o câncer, em boa parte dos casos, pode ser evitado. Segundo Ana Cristina, o evento de hoje teve por objetivo estimular bons hábitos diários e mostrar os efeitos positivos da prevenção primária, que podem refletir na economia dos gastos do SUS.

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Governo amplia redução do IPI para 35% a partir de maio

A partir de domingo (1º), diversos produtos terão redução de 35% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

O decreto com o benefício foi publicado hoje (29) no Diário Oficial da União.

De acordo com o Ministério da Economia, a União deixará de arrecadar R$ 15,2 bilhões em 2022, R$ 27,3 bilhões em 2023 e R$ 29,3 bilhões em 2024. Em nota, a Secretaria de Governo informou que a desoneração pretende garantir a continuidade dos estímulos à economia.

“A presente medida objetiva estimular a economia, afetada pela pandemia provocada pelo coronavírus, com a finalidade de assegurar os níveis de atividade econômica e o emprego dos trabalhadores”, escreveu a Secretaria de Governo. Desde fevereiro, uma série de produtos teve o IPI reduzido em 25%. Agora, o decreto ampliou o corte para 35%.

Alguns dos produtos que serão beneficiados pelo corte são os seguintes: aparelhos de televisão e de som, armas, artigos de metalurgia, brinquedos, calçados, carros, máquinas, móveis e tecidos. Apenas os cigarros, considerados produto nocivo à saúde, continuam com IPI de 300%.

Por meio da rede social Twitter, o presidente Jair Bolsonaro comentou a medida. Ele classificou a redução de IPI como instrumento para manter “os esforços de reindustrialização em território nacional, por meio do incentivo à competitividade e geração de emprego e renda em todas as regiões”.

Zona Franca

Para manter a competitividade da Zona Franca de Manaus, que já fabrica produtos industrializados em regime especial de tributação, o governo manteve em 25% o corte de IPI para a maioria dos bens produzidos no local. O novo decreto não incluiu produtos que respondem por 76% do faturamento do polo industrial amazonense.

Entre os itens fabricados na Zona Franca que continuarão com corte de 25% do IPI estão aparelhos de ar-condicionado, aparelhos de barbear, aparelhos de som para automóveis, aparelhos de TV, artigos de joalheria e outros metais preciosos, bicicletas, consoles e máquinas de videogame, fitas impressoras, fornos de micro-ondas, modems, motocicletas e partes, placas-mãe, preparações não alcoólicas para refrigerantes, receptores e decodificadores integrados, relógios de pulso, smartphones e telefones celulares.

A Receita Federal não detalhou quais produtos, que correspondem aos 24% restantes do faturamento do polo industrial de Manaus, terão as alíquotas de IPI diminuídas em 35%.

CNI

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que considera positiva a ampliação do corte de IPI. Para a entidade, a decisão reduz a pressão inflacionária sobre os setores produtivos e aumenta a atratividade para investimentos. Segundo a confederação, a tributação sobre a indústria é praticamente o dobro da média da economia brasileira.

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Ministério da Justiça pede esclarecimentos sobre o McPicanha

O Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou o McDonald’s para que esclareça se a linha de sanduíches McPicanha, que entrou no cardápio no início deste mês, é composta pelo corte nobre da carne bovina ou se contém apenas um molho com aroma picanha. A empresa terá o prazo de 10 dias para enviar os esclarecimentos ao ministério, e caso não o faça, poderá ser alvo de um processo administrativo.

Segundo o ministério, diversas denúncias foram feitas nas redes sociais sobre o novo lanche informando que o produto não tem o sabor anunciado nos comerciais da rede de fast food. “O Ministério preza pela justiça e segurança do brasileiro em todos os âmbitos, inclusive no direito do consumidor”, disse o ministro Anderson Torres.

O ministério pretende analisar se a propaganda do produto induz o consumidor ao erro, já que, em sua composição, não há picanha. Por isso, o ministério solicita que a rede informe todos os ingredientes envolvidos na composição do hambúrguer e se, de fato, o consumidor foi informado sobre a falta da carne nobre em sua composição. Caso seja comprovada a falta de transparência com o consumidor, o ministério informa que existe a possibilidade de apreensão, suspensão e proibição do produto, multa ou até mesmo a cassação da licença do estabelecimento.

O governo também solicitou esclarecimentos ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Já o Conar informou que abriu um processo no dia 26 de abril, a partir de reclamações feitas por consumidores, para verificar a veracidade da mensagem publicitária que foi veiculada pela empresa.

O Procon-SP também notificou a empresa para prestar explicações sobre a nova linha de sanduíches. Segundo nota divulgada pelo órgão ontem (28), o McDonald’s deverá esclarecer, até o dia 2 de maio, a composição dos novos sanduíches e apresentar informações sobre a campanha publicitária.

Por meio de nota, o McDonald’s informou que retirou os sanduíches da linha McPicanha do cardápio de todos os seus restaurantes no Brasil. A empresa admitiu que o nome do sanduíche pode ter causado dúvidas no consumidor.

“Esclarecemos que a plataforma recém-lançada denominada ‘Novos McPicanha’ teve esse nome justamente para proporcionar uma nova experiência ao consumidor com o exclusivo molho sabor picanha, uma nova apresentação e um hambúrguer diferente em composição e em tamanho (100% carne bovina, produzida com um blend de cortes selecionados e no maior tamanho oferecido pela rede atualmente). Pedimos desculpas se o nome escolhido gerou dúvidas e informamos que estamos avaliando os próximos passos”, disse a rede.

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Corte no IPI pode elevar investimentos em R$ 534 bi em até 15 anos

A ampliação de 25% para 35% no corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode elevar os investimentos no Brasil em até R$ 534 bilhões nos próximos 15 anos, disse hoje (29), em Brasília, a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques. Segundo ela, a medida, publicada hoje no Diário Oficial da União, beneficiará 300 mil empresas da indústria.

A secretária também afirmou que a decisão deverá baratear os produtos industrializados ao consumidor final. “A expectativa é de que mercadorias sejam barateadas para o consumidor final. Por exemplo, o imposto sobre geladeiras cai de 20% para 13%. Continuaremos buscando soluções nessa direção, com responsabilidade fiscal”, declarou Daniella em entrevista coletiva para explicar o novo corte do IPI.

No corte de 25% anunciado em fevereiro, o repasse para os preços finais foi pequeno. Para a secretária, a concorrência entre os empresários deverá fazer com que o barateamento chegue ao consumidor. “O controle de redução de preços na ponta não é algo que o governo federal tem. Certamente vai impactar pois tem um ambiente concorrencial que nos norteia”, justificou.

Na avaliação da secretária especial, a desoneração não prejudicará as contas públicas. Isso porque o governo está transformando em redução de impostos o aumento da arrecadação que ocorre desde o ano passado.

Para este ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estipula meta de déficit primário de R$ 170,5 bilhões para este ano. No fim de março, o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas reduziu a estimativa de déficit para R$ 66,9 bilhões, mas o valor levado em conta para o cumprimento das metas fiscais é o da LDO.

Zona Franca de Manaus

Em relação aos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, Daniella afirmou que a competitividade foi preservada porque os produtos responsáveis por 76% do faturamento do polo industrial ficaram fora do novo decreto. “O grupo de produtos da Zona Franca de Manaus segue com redução de 25% do IPI”, explicou.

Entre os itens fabricados na Zona Franca que continuarão com corte de 25% do IPI estão aparelhos de ar-condicionado, aparelhos de barbear, aparelhos de som para automóveis, televisores, artigos de joalheria e outros metais preciosos, bicicletas, consoles e máquinas de videogame, fitas impressoras, fornos de micro-ondas, modems, motocicletas e partes, placas-mãe, preparações não alcoólicas para refrigerantes, receptores e decodificadores integrados, relógios de pulso, smartphones e telefones celulares.

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Guerra na Ucrânia afeta preços de commodities agrícolas, segundo Ipea

A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe incertezas e oscilações significativas nos preços internacionais das principais commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado exterior) agropecuárias, aponta nota elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq/USP).

A nota destaca que a Rússia é, atualmente, a maior produtora mundial de petróleo e gás e que, nas últimas safras, se tornou a maior exportadora de trigo do mundo e importante fornecedora de alimentos para a Europa e Ásia. Na outra ponta, a Ucrânia é uma das principais fornecedoras de milho e óleo de girassol. Os dois países têm peso relevante no mercado internacional de insumos agrícolas. Com o conflito bilateral, grãos e oleaginosas em geral, influenciados pelo trigo e pelo óleo de soja, tiveram altas e atingiram patamares acima dos verificados antes da guerra. “Esse choque negativo de oferta somou-se à elevação dos custos de produção, devido às altas dos insumos exportados pelos países em guerra”, analisa a publicação.

Os pesquisadores avaliam que as sanções econômicas impostas por diversos países ao mercado russo e algumas quedas na produção em decorrência dos efeitos climáticos, que afetaram as safras de grãos na América do Sul, em especial no Brasil, Argentina e Paraguai, podem fazer com que o mercado mundial de commodities agropecuárias experimente novas altas, nos próximos meses, com reflexos nos preços domésticos.

Trigo e milho

A pesquisadora associada do Ipea, Ana Cecília Kreter, uma das coordenadoras da publicação, indicou que as commodities extraídas da natureza que precisam ser cultivadas e não mineradas, como açúcar, café e até mesmo a carne bovina, interromperam a sequência de alta e apresentaram queda “devido às consequências da guerra sobre a expectativa de crescimento econômico mundial e à sua menor essencialidade em um cenário de conflitos”. Observou, entretanto, que como a Rússia e a Ucrânia não têm peso relevante nos mercados dessas commodities, os preços voltaram aos patamares pré-conflito.

O documento aponta que o trigo foi o cereal mais afetado pela guerra no Leste Europeu, porque a Rússia representou 19,3% das exportações mundiais na safra 2020-2021, constituindo o segundo maior produtor mundial, depois da China, cuja produção está direcionada ao atendimento do mercado doméstico. A Ucrânia também está entre os principais exportadores desse grão, com participações que variam de 8% a 10% das exportações mundiais. A queda na oferta dos dois países vem impactando os preços internacionais e, em especial, o setor de panificados na Europa. “Os preços internacionais do grão romperam as máximas históricas em março, chegando a apresentar cotações 76% acima da média no mês de fevereiro de 2022, antes do início do conflito”, destacou a nota.

O superintendente de Inteligência e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira, lembrou que o primeiro trimestre de 2022 foi importante para a definição da produção de soja e arroz. “Para as duas culturas, houve uma redução das estimativas de produção em relação às estimativas de dezembro. Esse fato contribuiu para o aumento da instabilidade dos preços nos mercados de arroz e de soja, dada a redução dos estoques finais esperados para as duas culturas”. Em relação ao milho, disse que, “por outro lado, houve uma melhor consolidação em relação à área de milho de 2º safra no Brasil, que deve ter um aumento de 7% em relação à safra 2020-2021. Isso é muito importante, considerando o cenário de conflito na Ucrânia e o ambiente de incerteza sobre a real oferta de milho ucraniano para a próxima safra”.

Carnes

Outro produto que mereceu destaque na publicação foi a carne suína, cujas vendas abaixo do esperado no último trimestre de 2021 fizeram com que o setor registrasse, no início de 2022, elevados estoques de carne e de animais e que contribuíram para a queda nos preços domésticos. Além da alta oferta, o início do ano verifica, historicamente, menor volume de vendas. Somado a isso, a queda nas exportações de carne entre janeiro e fevereiro também reforçou o aumento da oferta doméstica.

No caso da carne bovina, a baixa oferta de animais para o abate e o desempenho recorde das exportações da proteína, especialmente para a China, elevaram o preço doméstico da carne. A demanda internacional continua aquecida devido ao avanço das importações chinesas, aponta a publicação.

Nicole Rennó, pesquisadora da área de Macroeconomia do Cepea, informou que os preços agropecuários se mantiveram em patamares muito elevados no primeiro trimestre de 2022, refletindo as sucessivas altas verificadas a partir de 2020, com a situação agravada recentemente pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Para os próximos meses, Nicole destacou que ainda há grande indefinição, mas as condições de oferta e demanda e o cenário macroeconômico, em geral, apontam para a manutenção de patamares elevados para os preços. “O comportamento da taxa de câmbio, a velocidade de reação da demanda doméstica e os efeitos da guerra serão determinantes para os ajustes positivos ou negativos nos preços dos diferentes mercados, nos próximos meses”, afirmou a pesquisadora.

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Evento do Projeto Conecta discute participação feminina na política

Um grupo de mulheres que participou de dois ciclos de mentorias em liderança política organizados pelo Projeto Conecta, que visa acelerar a participação feminina na área reuniu-se hoje (29), na capital paulista, para trocar experiências sobre a importância do engajamento no desenvolvimento do país. No grupo, estavam mulheres de 24 estados, integrantes de 31 partidos diferentes, que, depois do curso, estão prontas para disputar cargos eletivos ou atuar em campanhas políticas nas eleições deste ano.

O objetivo das mentorias foi fornecer conhecimentos sobre liderança, marketing digital, política e gestão pública e sobre os obstáculos que atravessam a trajetória das mulheres no espaço público. Segundo a Conecta, atualmente, a taxa de representação feminina no Brasil é de apenas 15% na Câmara dos Deputados e de 14% no Senado Federal, embora as mulheres constituam 52,8% do eleitorado brasileiro.

De acordo com a especialista em políticas públicas Luana Tavares, fundadora da Conecta, o papel da mulher na política do país é essencial, as demandas da sociedade são complexas e, para atender essa complexidade e gerar políticas públicas que realmente consigam chegar mais perto do que é a realidade da sociedade, é preciso englobar o maior número de perspectivas possíveis.

“As mulheres representam 45% dos arrimos de família no Brasil. São quase metade da força empreendedora. É inadmissível só termos 15% de participação na política, que interfere na vida de todos os brasileiros, de todos os lares, comandados por mulheres, ou não, que estão atuando com importância social e econômica muito grande, mas que não estão participando das principais decisões do país”, afirmou Luana.

Segundo ela, em locais onde há mais participação feminina na política, há menor taxa de corrupção, maior prioridade para políticas específicas para mulheres, com mais atenção para questões como violência doméstica, empregabilidade feminina, diferença salarial, jornada de trabalho, creche. Luana reformou que, ao trazer mais mulheres para as mesas de decisão, todas as políticas públicas são impactadas.

“As políticas públicas precisam impactar de forma geral. As mulheres precisam estar em todas as áreas. Para a mulher atuar e se emancipar financeiramente e escolher seu caminho na vida, ela precisa saber que pode deixar o filho na creche, que tem o amparo de uma política pública, que é direito dela e de todas as crianças, bem estruturada”, ressaltou a especialista.

De acordo com Luana, é importante ver a participação da mulher na política não como algo que exclua o homem ou que crie segmentação, mas que busque a igualdade de gênero, colocando as discussões no centro do debate, com múltiplas visões para enriquecer. “Quem vai se beneficiar no final são as mulheres e meninas, e toda a sociedade. O impacto é direto. Mas não basta só termos mais mulheres, precisamos de mulheres que tenham as condições e a capacidade de exercer esse papel político, que é muito complexo, exige preparação.”

De acordo com ela, 75% dos candidatos que não receberam nenhum voto nas últimas eleições são mulheres que entraram para a política, não necessariamente para disputar cargos, mas para atender à política de equilíbrio de gênero, que é obrigatória no país.

Luana reforçou que, para aumentar essa participação, é necessário capacitar as mulheres para que disputem as eleições com o desejo de vitória, construindo as candidaturas de forma profissional, valorizando todo potencial político que elas têm. “Os partidos ainda têm dificuldade de formar mulheres de forma estruturada para competir nas eleições. A sociedade também tem que estar aberta a olhar a mulher como uma das opções que possam de alguma forma atender aos critérios.”

Para Luana, o número de mulheres na política ainda é baixo por existirem diversas barreiras como a histórica, já que a posição de poder na política ainda é muito atribuída ao homem e, por isso, no momento do voto a sociedade, prioriza o candidato masculino. “Isso resulta em uma série de obstáculos no dia a dia para aquela mulher que quer entrar nessa área. Essas que querem participar encontrarão um ambiente extremamente machista, não preparado para receber mulheres. Isso vai concentrando o poder de tomada de decisões.”

Postura colaborativa

A advogada Ludmilla Mota, de 28 anos, residente no Distrito Federal, tinha interesse em se candidatar a deputada distrital, mas não sabia por onde começar e, ao saber do ciclo de cursos oferecido pela Conecta, avaliou que este seria o melhor caminho para obter as informações necessárias para iniciar sua jornada.

“Infelizmente, muita gente ao meu redor ficou preocupada e me disse para não ir, porque olham a política como uma coisa ruim ainda. Então eu pensei, preciso de um grupo do qual eu possa me aproximar, conhecer as pessoas, para ter não só informação, suporte e mentoria, mas ter rede de apoio”, disse.

Segundo Ludmilla, o interesse veio por conta da importância da representatividade, por querer ver mais mulheres na política. “Eu sempre ficava esperando outras mulheres virem, até que chegou o momento em que me questionei sobre o motivo de eu não poder ser a candidata, porque sei que tenho formação, qualificação e contribuições para dar. Então, decidi.”

Ludmilla contou que, quando iniciou o processo, não sabia como formar uma equipe e organizar uma campanha. A principal dúvida era sobre quais pessoas deveria unir nesse time, como me conectar com os eleitores e como lidar com as dificuldades. “Eu, por ser advogada, conhecia a parte eleitoral, mas não sabia como dar o primeiro passo. Sabia que ia precisar de dinheiro, do apoio de um partido, mas não entendia a parte prática”, afirmou.

A advogada ressaltou que, depois da mentoria, sente-se segura para entrar no universo da política, mesmo tendo consciência de que enfrentará obstáculos, desde assédio físico até moral. “Hoje eu sei que tenho pessoas me apoiando e que, se eu precisar em algum momento da campanha, elas estarão ali para me dar esse suporte.”

As expectativas da futura candidata com sua própria postura perante todo o processo são as melhores possíveis. Ela disse acreditar que estará muito mais segura, firme e com pessoas fortes a seu lado. “E que não só eu saia eleita, mas que muitas outras outras mulheres consigam. Hoje eu vejo como as mulheres estão fortes e procurando instrução para atuar na política.”

Para Ludmilla, a presença de mulheres na política traz representatividade e olhar mais colaborativo, transformando o que, a seu ver, virou uma briga, oposição por oposição. “Eu vejo que a mulher, de modo geral, tem a tendência a cuidar das outras pessoas. Com mais mulheres no poder, vamos conseguir ter esse ambiente para encontrar soluções para os diversos problemas que temos”, finalizou.

Fonte Agência Brasil – Read More