Ministro diz que Brasil vai se engajar na agenda da mudança climática

O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou neste sábado (30), em Roma, o esforço brasileiro em ser membro pleno da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo internacional de assessoria financeira independente. “O Brasil quer ter acesso à OCDE, queremos ser membro do clube. Somos uma das maiores economias do mundo. Eles pedem nossa colaboração para fazer um acordo de tributação global, nós fizemos; pedem nossa colaboração para entrarmos no programa de mudanças climáticas. Nós, por outro lado, queremos ter acesso ao clube para discutir os problemas mais importantes da economia mundial”, disse em entrevista à TV Brasil.

Segundo o ministro, que participa em Roma das reuniões da cúpula do G20, grupo dos 19 países mais ricos do mundo mais a União Europeia, o secretário-geral da organização, Mathias Cormann, é um amigo do Brasil. O australiano, destacou Guedes, está formulando uma estrutura para a OCDE cujo um dos pilares é um olhar dos países avançados baseado em fluxo anual de poluição. 

“O Brasil emite, por ano, 1,7% de carbono na atmosfera. A China [que não faz parte da OCDE] expele 30%. Os Estados Unidos, 15%. A União Europeia, 14%. Tenho certeza que o secretário Mathias Cormann é um amigo do Brasil e vai analisar nosso pleito com a devida atenção e sensibilizar os outros membros”, disse.

A decisão para a entrada do Brasil na organização, no entanto, depende da aprovação dos outros 38 sócios. Para integrar o grupo formado por países como Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Colômbia e Costa Rica, desde 2017 o Brasil cumpre diversas normas – chamadas de instrumentos de aderência – em relação a comércio.

“Dos 247 requisitos para entrar na OCDE, o Brasil já satisfez 100 e aplicou para mais 60”, ressaltou Guedes. A expectativa é de que assim que for aberta a fila para novos acessos, o Brasil seja um dos primeiros a ingressar no grupo. “Por outro lado, o Brasil vai se engajar na agenda de mudanças climáticas, tendo também esse olhar especial que nos permita receber por pagamentos de serviços ambientais. Se o Brasil preservou a natureza, ele tem que receber pela preservação dos serviços ambientais. O secretário-geral está muito atento”, afirmou.

G20

Especificamente sobre a reunião do G20, o ministro disse que o grupo tem três preocupações comuns: o acesso à vacinas no mundo; a recuperação da economia pós-crise e como reduzir o uso de combustíveis de matrizes não renováveis, como petróleo e carvão, para preservar o meio ambiente.

Sobre vacinas contra a covid-19, um dos pontos observados pelo ministro brasileiro foi a preocupação do grupo com o continente africano, “que imunizou apenas 0,4% do seu povo”. Já no tocante à recuperação econômica, o Guedes disse que a expectativa do G20 era de que o mundo se recuperasse à velocidade de 6% para 5%, e “o Brasil está se recuperando a 5,4%, velocidade maior que a dos países avançados”.

Outro ponto destacado por Paulo Guedes foi a preocupação dos líderes com a desorganização no mercado de energia e das cadeias produtivas, que com o choque da pandemia da covid-19 empurram a inflação para cima no mundo inteiro. Na visão do ministro, mais uma vez o Brasil teve vantagens em relação à países avançados.

“O que era uma maldição virou uma dádiva durante a pandemia para o Brasil. As economias avançadas estavam muito integradas e como o Brasil ficou fora dessa integração nos últimos 30 anos não desorganizou tanto nossa cadeia produtiva”, disse.

Presidente

Também em Roma, durante a abertura da reunião do G20, neste sábado, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a integração de economias mundiais como parte da solução para superar a crise mundial gerada pela pandemia da covid-19. “Nossas economias recuperam-se à medida em que a crise sanitária é superada. Esses dois processos caminham lado a lado. Ambos têm mostrado a relevância de promovermos um comércio internacional livre de medidas distorcivas e discriminatórias. A integração de nossas economias, por meio de fluxos cada vez maiores de comércio e investimentos, constitui parte das soluções que buscamos”, destacou o presidente brasileiro.

Ao retornar para a embaixada brasileira após a plenária sobre “Economia e Saúde Globais”, Bolsonaro lembrou ainda ações do governo ao longo da pandemia para ajudar os brasileiros que perderam renda. “Atendemos 68 milhões de pessoas. O Brasil fez o dever de casa e não mediu esforços para atender a população”, disse.

No final do dia, o presidente Jair Bolsonaro deu uma volta pelos arredores de Roma, caminhando entre turistas brasileiros. À noite, o único compromisso é um jantar, ao lado dos outros líderes do G20 no histórico Palácio Quirinale, residência oficial do presidente italiano.

* Colaborou Carlos Molinari, da TV Brasil

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Esportes: LNF: Atlântico Futsal-RS avança para quartas de final

da Agência Brasil –

O Atlântico Futsal alcançou as quartas de final da Liga Nacional de Futsal (LNF). Com transmissão ao vivo da TV Brasil, o time gaúcho derrotou o Campo Mourão por 3 a 1 jogando na Arena UTFPR, no Paraná, na manhã deste sábado (30). Com esse resultado, o time do Rio Grande do Sul enfrenta, na próxima fase, o ACBF, que goleou o Minas por 5 a 0 neste sábado, após triunfar no confronto de ida por 1 a 0.

#LNF2021
Fim de jogo. Fora de casa, @atlanticofutsal suepra novamente o @Campomouraofut1 e está classificado.#PlayoffsLNF2021#MOUxATL pic.twitter.com/ZQkyJ5fDGY

— LNF (@lnfontime) October 30, 2021

Mesmo contanto com a vantagem do empate, após ter aplicado uma goleada de 4 a 1 no jogo de ida em Erechim, o Atlântico saiu na frente com o ala Vini. Aos sete minutos de jogo, ele aproveitou escanteio da esquerda e mandou a bola para o fundo das redes. Porém, aos 12 minutos de bola rolando, ainda na primeira etapa, o ala/pivô Tom aproveitou rápido contra-ataque e mandou um chute forte no canto direito do goleiro Tiago para empatar o jogo.

Porém, já na reta final da partida, com o time paranaense atuando com goleiro-linha, o Atlântico fez mais dois gols e definiu o jogo. Faltando aproximadamente cinco minutos para o final, o fixo Grillo aproveitou cobrança rápida de um lateral e bateu por cima da defesa para fazer 2 a 1. No minuto seguinte, o outro fixo, Allan, após erro do Campo Mourão, chutou rasteiro de muito longe para fechar o placar em 3 a 1.

Agência Brasil – Read More

Fiocruz espera receber três lotes de IFA neste domingo

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê receber amanhã (31) três lotes do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para a fabricação da vacina contra a covid-19. Os insumos estão previstos para chegar às 5h50 ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e devem permitir a produção de 17,4 milhões de doses da vacina da farmacêutica AstraZeneca.

A entrega de três lotes de IFA neste domingo se soma a mais dois que chegaram ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) na noite de ontem (29). 

Além desses cinco lotes, a Fiocruz já tinha recebido mais quatro no mês de outubro, que teve recorde de envio do IFA desde que o insumo começou a ser entregue, em fevereiro. 

A chegada de cinco lotes em um intervalo de dois dias é resultado de um processo de negociações da Fiocruz com a AstraZeneca para a aceleração do recebimento do insumo. A fundação afirma que o objetivo é garantir a continuidade da produção, bem como possibilitar que Bio-Manguinhos/Fiocruz possa atuar com sua capacidade plena de produção.

Com esses cinco lotes, será possível produzir 27,2 milhões de doses da vacina. Além dessas, há 15,3 milhões de doses já em produção e controle de qualidade em Bio-Manguinhos, totalizando 42,5 milhões de doses a serem entregues até 20 de dezembro. 

Desde o início da produção, a Fiocruz já liberou para o Programa Nacional de Imunizações 121 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, que responde por 40,2% das doses aplicadas no Brasil, segundo o Localiza SUS. A CoronaVac (29,4%), Pfizer (28,6%) e Janssen (1,8%) completam a campanha de vacinação contra a covid-19 no Brasil.

Fonte Agência Brasil – Read More

Detran-DF orienta sobre tráfego em vias próximas a cemitérios

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O trânsito no Distrito Federal terá controle do tráfego nas vias próximas aos cemitérios de Brazlândia, Gama, Planaltina e Taguatinga a partir deste sábado (30), em virtude do feriado de Finados.

A orientação do Departamento de Trânsito (Detran-DF) para evitar grande concentração de veículos nas proximidades dos cemitérios é que os visitantes procurem ir aos locais em outros dias.

Brazlândia

A via de acesso ao cemitério de Brazlândia será sinalizada com o objetivo de coibir a prática de estacionamento irregular. O cemitério não dispõe de estacionamento interno, por isso, o Detran-DF orienta que os condutores estacionem em local apropriado, a fim de não prejudicar a circulação do trânsito. Os vendedores ambulantes deverão ficar às margens da via de acesso.

Segundo o Detran, neste sábado foi registrado pequeno movimento no cemitério de Brazlândia. LINK 1 

Gama

O Detran-DF atuará no controle de tráfego e na travessia de pedestres na Via Contorno do Gama, com o objetivo de garantir segurança à população que visitará o cemitério. Além disso, as equipes de fiscalização do Detran-DF darão apoio ao DER na via de acesso à DF-475, auxiliando no embarque e desembarque de pessoas e no estacionamento de veículos. 

Planaltina

A via de acesso e o estacionamento em frente ao cemitério de Planaltina ficarão parcialmente fechados para os veículos, sendo permitido o acesso às viaturas e aos portadores de mobilidade reduzida. Os vendedores ambulantes ficarão às margens da via de acesso, devendo manter a circulação livre para os veículos autorizados.

Taguatinga

O estacionamento em frente ao cemitério de Taguatinga servirá de área de embarque e desembarque. A circulação dos veículos no local ocorrerá em sentido único para facilitar a fluidez, em razão disso, a via de acesso ao cemitério pelo Setor de Oficinas ficará parcialmente interditada. Os agentes de trânsito farão o controle do tráfego e auxiliarão na travessia de pedestres na Avenida Hélio Prates.

Agência Brasil –

Duas pessoas são mortas durante protestos contra golpe no Sudão

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Forças militares mataram duas pessoas a tiros durante protestos nacionais no Sudão neste sábado (30), informou um comitê de médicos. Centenas de milhares de pessoas exigiram a restauração do governo liderado por civis após um golpe militar.

O Comitê Central de Médicos Sudaneses afirmou que dois manifestantes foram mortos a tiros pelas tropas na cidade gêmea da capital Cartum, Omdurmã, durante protestos.

Uma testemunha em Omdurmã disse que ouviu barulho de tiros e viu pessoas sangrando sendo carregadas na direção do prédio do Parlamento.

Um representante do Exército do Sudão não estava disponível para comentar o relato sobre as mortes.

Manifestantes carregaram bandeiras do Sudão e cantaram “governo militar não pode ser elogiado” e “este país é nosso e nosso governo é civil”, enquanto marchavam em bairros ao redor de Cartum.

Milhares de sudaneses já haviam se manifestado esta semana contra a deposição do primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, na segunda-feira (25) pelo general Abdel Fattah al-Burhan, em um golpe que levou nações ocidentais a congelarem centenas de milhões de dólares em assistência financeira.

Reportagem adicional de Nafisa Eltahir*

São Paulo tem esquema especial de vacinação no feriado

A vacinação contra a covid-19 na capital paulista ocorrerá em esquema especial neste feriado prolongado de Finados. Neste sábado (30), quem quiser tomar a primeira, a segunda ou a dose adicional deve procurar um dos 82 postos da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) – Unidade Básica de Saúde (UBS) Integrados. O funcionamento será até as 19h. 

Também será possível se vacinar em um dos 19 mega postos espalhados pela cidade. 

A prefeitura orienta que para saber as condições de funcionamento e as filas em cada local de vacinação, os interessados acessem o site De Olho na Fila antes de sair de casa.

Amanhã (31), duas farmácias parceiras estarão aplicando vacinas na Avenida Paulista, nos números 2.371 e 266, das 8h às 16h. Haverá aplicação ainda em sete parques da cidade, das 8h às 17h. 

Na segunda-feira (1º) e terça-feira (2), as AMA/UBS Integradas vão funcionar das 7h às 19h.

O que abre e fecha

Dos equipamentos de saúde municipais, estarão funcionando de forma ininterrupta no feriado os hospitais e prontos-socorros, Hospitais Dia 24h, AMA 24h, unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Centro de Atenção Psicossocial (Caps) AD IV Redenção e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Funcionarão parcialmente o AMA 12h e as AMAs/UBSs Integradas, das 7h às 19h, hoje, 1 e 2 de novembro; os Caps III que atendem 24h funcionarão apenas com demandas internas, sem abertura ao público; Hospitais Dia atendem normalmente na segunda (1º) e fecham ao público na terça (2). 

Quem precisar de hospitais veterinários, as unidades das zonas norte, leste e sul funcionarão no dia 1º de novembro para atendimento às urgências e emergências e estarão fechados no feriado de 2 de novembro.

Estarão fechados nos dias 1º e 2 de novembro: UBSs; Ambulatórios de Especialidade (AE); Caps II; Unidades de Vigilância em Saúde (Uvis); e Unidades Especializadas em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids

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Mineração: falta de informações sobre royalties atrapalha fiscalização

Um estudo produzido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) concluiu que a transparência no fluxo de recursos da mineração é bastante limitada. Apesar do levantamento ter sido feito a partir de um estudo de caso – entre 2019 e 2020, os pesquisadores estiveram em Conceição do Mato Dentro (MG)  para coletar dados sobre transparência -, a pesquisa traz algumas conclusões sobre a governança no setor e a disponibilidade de dados no Brasil.

O relatório final do trabalho, divulgado há duas semanas, aponta que a ausência de publicação online das receitas de royalties de mineração, bem como a inexistência de divulgação sobre a alocação desses recursos, desrespeitam a Lei Federal 13.540/2017 e impossibilitam o acompanhamento da sociedade civil e também a fiscalização do Estado de maneira geral.

Foram levantados indícios de que o município recebeu uma proporção da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) menor do que deveria. Por outro lado, a prefeitura de Conceição do Mato Dentro não estaria sendo transparente em relação à forma como utiliza esses recursos.

Considerada o royalty da mineração, a CFEM é paga pelas mineradoras à União que, por sua vez, faz a divisão e os repasses aos estados e municípios. Esse processo é acompanhado pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Falta de dados

“Com os dados disponíveis hoje, é muito difícil checar. Em alguns casos, os dados até existem, mas não são facilmente encontrados. Nem mesmo a prefeitura tem condições de dizer se está recebendo os valores corretamente. Ela não tem capacidade técnica para fazer a checagem”, diz o antropólogo Athayde Motta, diretor-executivo do Ibase e um dos participantes da pesquisa.

O Ibase é uma organização sem fins lucrativos voltada, desde 1981, para ações e pesquisas sobre promoção da cidadania. O estudo foi realizado em parceria com a organização não governamental britânica Publish What You Pay, que atua na proposição de medidas de transparência e responsabilidade de forma a melhorar a governança dos setores extrativos. 

Para integrar a equipe, também foi convidado o cientista social Tadzio Peters Coelho. Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), ele é autor de diversas pesquisas sobre mineração e desenvolvimento socioeconômico.

Estudo de caso

A escolha do município alvo do estudo de caso se deu sobretudo por dois motivos. Havia o interesse da Publish What You Pay de que fosse analisada a atuação de uma mineradora britânica. Essa decisão também facilitaria a obtenção de dados, já que os regulamentos de transparência do Reino Unido são mais amplos que os do Brasil. Além disso, o Ibase considerou questões de logística e deslocamento da equipe a partir do Rio de Janeiro.

Com base nos critérios, foi definida a pesquisa em Conceição do Mato Dentro, onde a mineradora Anglo American opera o complexo Minas-Rio. Trata-se da nona maior mina de minério de ferro do mundo, com cerca de 1,28 bilhão de toneladas de recursos e vida útil prevista de 48 anos. O Minas-Rio envolve ainda um mineroduto que percorre 525 quilômetros até o porto em Barra de Açu, no município de São João da Barra (RJ). De acordo com informações da Anglo American, o empreendimento é o maior investimento mundial da mineradora.

Conforme a legislação brasileira, até 2017, 65% da arrecadação da CFEM deveria ser destinada para os municípios produtores de recursos minerais onde cada mina está localizada, sendo o restante dividido entre estado, União e municípios não-produtores, mas afetados pela atividade. 

Em 2018, o percentual foi reduzido para 60%. Segundo o levantamento do Ibase, entre os anos de 2015 a 2017, Conceição do Mato Dentro teria recebido menos do que deveria: em 2017, por exemplo, os dados apontam que o município gerou R$69,3 milhões em CFEM e recebeu R$41,4 milhões, o que representa 59,7%.

Alocação dos royalties

De acordo com os pesquisadores, a prefeitura de Conceição do Mato Dentro ignora a exigência legal de divulgação da alocação dos royalties. Conforme a Lei Federal 13.540/2017, União, estados e municípios devem anualmente tornar públicas as informações relativas à aplicação das parcelas da CFEM. “Não há especificação no orçamento sobre como se usa o recurso do royalty da mineração. Ele é incluído no orçamento geral do município”, diz Athayde.

Sem essa publicação, não é possível saber quanto exatamente está sendo destinado a melhorias para as comunidades que vivem nos arredores do empreendimento. Elas têm convivido com problemas relacionados com a saúde, com o acesso à água potável, além do medo de rompimento impulsionado pelas tragédias que ocorreram em 2015, em Mariana (MG), e em 2019, em Brumadinho (MG). Violações de direitos no complexo Minas-Rio chegaram a ensejar uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF).

“Quanto mais transparente para a população, mais fácil pra eles cobrar o bom uso do dinheiro. É preciso transparência para que a sociedade civil tenha algum tipo de influência sobre como esse recurso é usado. Se as informações não estão explícitas no orçamento, as comunidades não têm como avaliar se os benefícios com a implantação da mina superam os impactos. A sociedade civil precisa ser capaz de acompanhar como os recursos são usados”, acrescenta Athayde.

Para os pesquisadores, sem transparência, os moradores do entorno da mina acabam convivendo com impactos que poderiam ser minimizados, enquanto as prioridades de investimento geralmente se concentram no centro do município. “A distribuição de ganhos e prejuízos parece favorecer a área urbana em relação às comunidades rurais e afetar desproporcionalmente as famílias de baixa renda e a população negra, com impactos especialmente negativos sobre os recursos hídricos locais e o cultivo de alimentos”, diz o estudo.

Diversificação econômica

A falta de transparência também gera outro problema: a impossibilidade de averiguar se o município está aplicando 20% das receitas com os royalties na sua diversificação econômica, o que é uma responsabilidade pública estabelecida na Federal 13.540/2017. “O minério é finito. A mina dura 30 ou 40 anos. E parte do dinheiro que ela gera deve ser usada para criar alternativas. Se isso não for feito, quando acabar o minério, só vai restar o buraco no chão”, observa Athayde.

Os pesquisadores levantaram indícios que apontariam na direção contrária. A arrecadação com a CFEM representou um pico 40,8% da receita municipal em 2017, o que caiu em 2018 como resultado da grande diminuição da produção após um incidente de vazamento no mineroduto. A redução de terras cultivadas, decorrente em parte da diminuição da disponibilidade e da qualidade da água, indicaria enfraquecimento de outros setores econômicos.

“A área de cultivo usada para colheitas para consumo local, como banana, café, abacaxi, amendoim, arroz, cana de açúcar, feijão, mandioca e milho, já estava diminuindo em 2012, quando a construção do complexo Minas-Rio começou e, desde então, a redução já chega a cerca de 70%. Com o terceiro estágio de expansão da mina, entre 2016 e 2017, a terra cultivada sofreu um declínio particularmente rápido”, aponta o estudo.

Em nota, a Anglo American diz já ter investido R$541 milhões para apoiar o desenvolvimento dos territórios onde opera. A mineradora também afirma que que está em dia com o recolhimento de todos seus tributos e que faz mensalmente o pagamento da CFEM diretamente para a ANM. “O órgão regulador é responsável, então, pela distribuição das partes destinadas aos estados, Distrito Federal, municípios e órgãos da administração da União”, diz o texto.

Ainda segundo a mineradora, suas operações seguem as melhores diretrizes internacionais. A Anglo American cumpre rigorosamente a legislação aplicável e tem suas atividades licenciadas e acompanhadas pelas autoridades competentes”, acrescenta a nota. A ANM e o município de Conceição do Mato Dentro também foram contatados pela Agência Brasil, mas não deram retorno. 

Recomendações

Uma das principais recomendações do estudo é adesão do Brasil à Iniciativa para a Transparência das Indústrias Extrativas (EITI), que atualmente conta com 55 países, dos quais 11 são da América Latina. Trata-se de padrão global para desenvolver confiança e reputação e reduzir a corrupção e a má gestão no setor extrativo. Através dele, as nações se comprometem em assegurar que as empresas e os governos divulguem seus respectivos pagamentos e receitas, juntamente com um amplo conjunto de informações sobre governança.

O estudo recomenda ainda que os dados da indústria extrativa, incluindo os detalhes dos impostos pagos, sejam acessíveis aos cidadãos. Também defende que as taxas de porcentagem atuais de pagamento de royalties de mineração aos municípios sejam divulgadas em tempo real.

Outra discussão levantada pelos pesquisadores diz respeito à capacidade de regulação e administração do setor. Eles avaliam que a União, estados e municípios não estão devidamente preparados.

Os problemas envolvem desde falta de pessoal até pouco investimento em capacitação. “É preciso ter especialistas em segurança de barragem, pessoas que tenham algum nível de instrução no debate tributário, que entendam do pagamento de taxas”, diz Tadzio Peters Coelho.

Coelho também observa que há pouca fiscalização in loco nas mineradoras, de forma que muitos dados declarados não são devidamente checados. “Com a pandemia ficou ainda pior, por conta da restrição de locomoção”, observou.

Para Athayde, o estudo de caso de Conceição do Mato Dentro traz conclusões de uma realidade específica, o que demanda cuidados em torno de generalizações. Ainda assim, ele avalia ser possível fazer alguns apontamentos sobre a situação do funcionamento do setor como um todo.”É um estudo pioneiro. Mas podemos dizer que a falta de transparência observada evidencia problemas da estrutura de governança no país.”

Fonte Agência Brasil – Read More

Orquestra Sinfônica de São Paulo apresenta série de concertos

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) apresentam a série de concertos OSESP MASP, que combina arte e música no palco do Masp Auditório. 

O projeto estabelece diálogos entre as duas formas artísticas, relacionando similaridades estéticas e históricas. Cada apresentação é comentada por um especialista convidado, que faz a conexão entre as obras de arte da coleção do Masp com composições musicais interpretadas pela Osesp.

A próxima apresentação está marcada para o dia 3 de novembro, às 20h, no auditório do museu. Na ocasião, o palestrante Sérgio Molina irá relacionar a obra O navio, 2017, de Emanoel Araújo, a composições de Leonard Bernstein, Duke Ellington, Billy Strayhorn, Heitor Villa-Lobos e André Mehmari. A interpretação ficará por conta do Camaleon Bassoons. Além de presencial, a apresentação e palestra serão transmitidas pelo canal do Masp no YouTube.

Desde o início da pandemia, o projeto foi realizado unicamente no ambiente digital. A partir da edição do dia 6 de outubro, com o abrandamento das restrições sanitárias, o auditório do Masp voltou a ser aberto, com capacidade reduzida e distanciamento social. A entrada é gratuita e o agendamento online no dia 3 de novembro, a partir das 10h, é obrigatório. 

Ingressos gratuitos na página do Masp.

Fonte Agência Brasil – Read More

Acidente entre ambulância e caminhonete deixa 13 mortos em Mato Grosso

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Um acidente entre uma ambulância e uma caminhonete, neste sábado (30), deixou 13 mortos e duas pessoas gravemente feridas na BR-174, em Comodoro, a 677 km de Cuiabá (MT). Segundo o delegado Ricardo Marques Sarto, da Polícia Civil de Comodoro, os dois veículos bateram de frente. A perícia apura as causas do acidente. Os feridos, um da ambulância e outro da caminhonete, foram encaminhados para um hospital na cidade de Cárceres.

Segundo informações, 11 vítimas são da cidade de Comodoro, sendo que oito delas iam fazer hemodiálise no município de Vilhena, em Rondônia. Além dos pacientes, estavam na ambulância dois acompanhantes e um servidor público. O prefeito de Comodoro, Rogério Vilela, decretou luto oficial por três dias.

Agência Brasil –

Associação estimula debate nas escolas sobre violência contra a mulher

O arrefecimento da pandemia, após o avanço da vacinação, tem devolvido os jovens ao ambiente escolar. Com a volta dos adolescentes às escolas, à convivência com colegas e professores, a Associação de Mulheres de Sobradinho II, iniciou em setembro, em 18 escolas do Distrito Federal, um debate sobre a violência contra a mulher. A associação aborda a agressão sofrida dentro de casa e, muitas vezes, invisível ao Estado e à comunidade ao redor.

Para muitos estudantes, o tema é muito pessoal. As atividades realizadas nas escolas têm provocado debates entre os oficineiros, alunos e professores. Robson Salazar, diretor de uma das escolas atendidas pelo projeto, notou que, após o período de isolamento social, alguns de seus alunos têm retornado com suas próprias experiências de violência doméstica. E, após as atividades, se sentem estimulados a compartilhá-las.

“A gente observa que o período da pandemia trouxe um comportamento extremamente agressivo, e nossos alunos estão voltando [às aulas] em um contexto de violência, de uma carga emocional muito forte. Quando fomos procurados pela associação, de imediato aceitamos a proposta porque entendemos a necessidade e a importância desse tema nesse atual momento”, disse o professor.

Nas atividades da associação nas escolas, os estudantes têm espaço para se manifestar, e os relatos começam a surgir. “Quando terminam as palestras, antes de iniciarem as oficinas, é aberta uma pequena discussão e a gente vê a fala dos nossos alunos. Em casa eles têm exemplos de violência doméstica e começam inclusive a nos procurar, a procurar o serviço de orientação”, disse Robson, que acompanha de perto o trabalho da associação em sua escola.

Ivonete dos Santos é assistente social e coordenadora-geral do projeto. Durante o trabalho nas escolas, ela abre espaço para os estudantes compartilharem suas impressões e experiências sobre o assunto. “Muitos casos são citados por eles. E como a maioria tem espaço livre para interagir com os oficineiros, eles acabam se sentindo à vontade para perguntar, refletir, indagar e até mesmo contar situações vividas por eles”.

Mas nem todos se sentem à vontade para contar suas histórias em público. Alguns estudantes procuram o corpo docente para desabafar. Segundo Robson, esses alunos trazem de casa traumas emocionais, em relatos tristes de se ouvir. “É uma realidade que começa a se apresentar, de que existe um problema muito sério e uma carga emocional muito grande nas famílias dos alunos”, disse Robson.

Uma estudante contou que sua mãe era agredida pelo pai dentro de casa. Em outro caso, uma menina relatou aos professores ter sofrido abusos sexuais por um parente, em um episódio que envolveu a polícia e a imprensa no DF. “São situações de toda ordem que temos presenciado depois desse retorno da pandemia”, disse o diretor.

De acordo com balanço da Secretaria de Segurança Pública do DF, quase 8 mil ocorrências de violência doméstica foram registradas no primeiro semestre de 2021, na capital federal.

O projeto Valorização das Mulheres e Combate ao Machismo nas Escolas está sendo conduzido pela Associação de Mulheres de Sobradinho II nas escolas da região norte do Distrito Federal, com acompanhamento da Secretaria de Educação, por meio da Coordenação Regional de Ensino. São realizadas palestras, peças teatrais, concursos de redação e apresentação de conteúdo audiovisual. O projeto prossegue até o dia 8 de março de 2022.

“Acreditamos que as ações pedagógicas têm como objetivo a reflexão nos papéis sociais, de modo que possamos fazer com que o número de práticas machistas e violações de direitos contra meninos e meninas diminua”, explica Ivonete.

Cultura do machismo

Além dos relatos pessoais, os jovens são estimulados a discutir a violência contra a mulher e a origem machista desses episódios. “O projeto utiliza a educação como instrumento de reflexão para a mudança da cultura machista da nossa sociedade, estimulando debate nas escolas para criar uma nova perspectiva de respeito e valorização das mulheres”, disse Ivonete.

Segundo a coordenadora do projeto, o primeiro contato dos jovens com comportamentos violentos contra mulher acontece, na maioria das vezes, dentro de casa. Por isso, essa parceria escola-família é muito importante. “A associação oferece assistência a famílias vítimas de violência doméstica com roda de conversa, conscientizando as famílias sobre essa violência e o machismo estrutural, da mesma forma que levamos o debate para dentro das escolas, com as oficinas”.

A associação

A Associação de Mulheres de Sobradinho II é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que há 20 anos desenvolve atividades de atenção às vítimas de violência doméstica. Nos últimos anos, expandiu seu atendimento para mulheres em situação de vulnerabilidade social, atendendo suas famílias e realizando ações de empoderamento dessas mulheres.

A associação também promove ações como distribuição de cestas básicas, cestas verdes, bazares, dança terapêutica, palestras, encontro semanal para idosas. Ela também conta com atendimento psicológico, nutricionistas e aconselhamento jurídico, entre outros serviços.

Fonte Agência Brasil – Read More