Assembleia Geral da CBF confirma afastamento de Caboclo por 21 meses

A Assembleia Geral Extraordinária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou na tarde desta quarta-feira (29) a decisão do Comitê de Ética que afastou, por 21 meses, Rogério Caboclo da presidência da entidade. Todos os representantes das 27 federações estaduais presentes ao encontro votaram favoravelmente ao afastamento.

“A Assembleia Geral da CBF decidiu com a responsabilidade que um caso dessa gravidade exige, dando a resposta aguardada por todos que integram o futebol e a sociedade brasileira. Devemos coibir com veemência qualquer tipo de discriminação ou de assédio”, declarou o presidente em exercício da entidade, Ednaldo Rodrigues.

Após o anúncio da decisão, a assessoria de imprensa de Caboclo emitiu nota na qual qualificou a punição como mais um capítulo do maior e único golpe efetivo deflagrado contra um presidente de entidade esportiva em atividade no Brasil.

“Quem acompanhou a votação, viu que estava evidente o constrangimento de vários dos presidentes de federações estaduais durante a votação”, declarou Cablobo por meio da nota.

Segundo o ex-presidente da CBF, muitos dos presentes estavam compromissados em votar a favor da absolvição, mas prevaleceu a coação que resultou em assinaturas de uma lista pedindo a renúncia do presidente legitimamente eleito.

Caboclo foi punido após investigação e julgamento por meio do Comitê de Ética em processo no qual foi acusado de assédio sexual e moral por uma colaboradora da CBF.

Dessa forma, o presidente em exercício da CBF, Ednaldo Rodrigues, se mantém no cargo no período de afastamento de Rogério Caboclo.

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Economia: Indústria do aço volta a ter produção no nível pré-pandemia

A indústria brasileira do aço conseguiu retomar a sua capacidade parada e a produção voltou ao patamar pré-pandemia. De acordo com o presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil e Vice-Presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai, Marcos Faraco, no auge da pandemia a indústria operou com apenas 40% da sua capacidade, mas diante de medidas governamentais e dos cenários micro e macroeconômicos, o setor conseguiu se recuperar.

Faraco abordou a drástica redução das exportações do setor do aço brasileiro que ocorreu na pandemia, para atender o mercado interno, além da evolução do preço das commodities em todo o mundo, em um nível que não era registrado desde 2000.

Segundo ele, a expectativa para 2021 é de que o setor tenha um crescimento em torno de 14% na produção de aço bruto, em relação a 2020. Nas vendas internas, a projeção é de alta de 19% e de 24% no consumo aparente:

“Todas as nossas expectativas seguem muito positivas. Estamos iniciando um círculo virtuoso e longo. Consideramos como prioridade a recuperação da competitividade sistêmica do setor do aço brasileiro, e isso está diretamente ligado ao Custo Brasil. É imprescindível a aprovação da reforma tributária, sendo ampla, diminuindo a cumulatividade de impostos”.

Aço Brasil 2021

Junto com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil participou da abertura do Congresso Aço Brasil 2021, que reuniu nesta quarta-feira, autoridades, empresários e especialistas, de forma virtual, para debater as perspectivas e a importância do setor do aço para a economia brasileira.

O ministro destacou, em sua apresentação virtual, que o Brasil, assim como outros países, atravessou a pandemia da covid-19 que provocou a maior recessão global desde a Segunda Guerra Mundial, mas a economia tem mostrado “uma fortaleza muito grande e grande resiliência”. Para isso, segundo Tarcísio de Freitas, o país tem contado com a indústria do aço, produto, que na visão dele, é um indicador antecedente da economia.

“Indústria que de janeiro a agosto, deste ano, produziu em termos de aço bruto mais de 24 milhões de toneladas, com crescimento de 20,9% em relação aos primeiros oito meses do ano passado. Temos visto crescimento nas vendas internas e no consumo aparente de produtos siderúrgicos. Aço é um indicador de antecedência. Significa que na esteira desse crescimento do consumo de aço, verificaremos também o crescimento do nosso produto interno bruto”, observou.

Infraestrutura

Tarcísio de Freitas afirmou que a indústria do aço tem produzido e atendido à demanda, que atualmente já está em patamares maiores do que os anteriores à pandemia. E é, a partir disso, que o governo busca expandir a infraestrutura com investimentos do setor privado. “A nossa missão no Ministério de Infraestrutura é fazer com que mais aço seja demandado e mais aço seja produzido. Nós vamos fazer isso mediante os investimentos em infraestrutura”, disse, acrescentando que o governo de Jair Bolsonaro é o que mais leiloou aeroportos para a iniciativa privada (34), mais realizou certames de arrendamentos portuários (29), mais assinou contratos de adesão para terminais privados (99), além dos leilões de ferrovias e de rodovias.

“Estamos buscando o investimento em infraestrutura pela via do capital privado. É a forma da gente fazer a provisão da infraestrutura em um cenário de extrema restrição fiscal. Já foram 74 leilões de ativos realizados com sucesso e mais de R$ 80 bilhões de investimentos contratados e a jornada não para por aí. Vamos iniciar agora uma nova jornada de leilões, incluindo o leilão da Rodovia Presidente Dutra, a ligação do Rio de Janeiro com São Paulo, incluindo mais 16 aeroportos com Congonhas e o Santos Dumont”, completou.

Tarcísio de Freitas afirmou que o Brasil caminha “a passos largos” para que no final de 2022 alcançar mais de R$ 300 bilhões contratados com a iniciativa privada, que vão tomar corpo nos próximos anos. “Lá para 2024, 2025 e 2026, quando os investimentos contratados com o setor privado estiverem se materializando, o Brasil vai se transformar realmente em um grande canteiro de obras e isso é geração de emprego na veia, isso é consumo de aço. Isso é desenvolvimento”, concluiu.

Pandemia

Ainda no encontro, o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, afirmou que a expectativa do setor indicava que 2020 seria o ano da recuperação. “Começamos o ano operando com 63% da nossa capacidade instalada, veio a pandemia, com a pandemia veio o isolamento social necessário e importante, mas junto com o isolamento social veio uma gravíssima crise de demanda que na nossa percepção não foi divulgada e nem analisada com profundidade”, disse.

“Veio a retomada, religamos os equipamentos e essa estupenda reação do setor, já em junho colocando mais no mercado interno do que se colocava no período que antecedeu a economia”, acrescentou.

De acordo com Marco Polo, o setor do aço tem um parque produtor com 31 usinas e capacidade instalada de 51 milhões de toneladas/ano de aço bruto. Os investimentos entre 2008 e 2020 foram equivalentes a US$ 28,2 bilhões. A previsão para o período 2021 a 2025 é de mais US$ 8 bilhões e uma produção de aço bruto de 31,4 milhões de toneladas.

O Brasil é o nono maior produtor de aço no mundo e está muito próximo da posição da Alemanha. A construção civil, o setor de bens de capital e o automotivo representam são os segmentos que mais consomem o produto no Brasil. No total atingem 82,1%.

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Governo de São Paulo anuncia redução de ICMS e desoneração fiscal

Impulsionado pelo crescimento acima da média nacional, SP terá pacote fiscal para fomentar a economia partir de janeiro de 2022

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP), reduzirá a alíquota de ICMS de setores geradores de empregos, a partir de janeiro de 2022.

O anúncio ocorreu em coletiva, nesta quarta-feira (29), no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do Governador João Doria, do vice-governador Rodrigo Garcia e do secretário da Fazenda e Planejamento, Henrique Meirelles.

Para Meirelles, o novo pacote fiscal para apoiar a retomada econômica é fruto da eficiente gestão do Estado de São Paulo, que crescerá este ano num nível próximo ao da China. “É um desempenho excepcional, porque São Paulo já havia crescido no ano passado, quando o mundo todo caiu. Portanto, a economia de São Paulo tem um crescimento consistente” .

Será reduzida a alíquota de ICMS da indústria de petróleo e gás natural – que passará de 12% para isenção na aquisição de máquinas e equipamentos nas saídas interestaduais – e sucos e bebidas naturais – que passará de 13,3% para 3%.

Além disso, será antecipada desoneração de ICMS de 2023 para 2022 para diversos setores, como medicamentos – que terá isenção de ICMS – e veículos usados – que passará a ter alíquota de 1,8% -, além de alimentos e bebidas, indústria do agronegócio, reprodução animal, embarcações, arte e transportes metropolitanos.

O pacote completo prevê uma liberação total de mais de R$ 3 bilhões, que inclui a liberação de R$ 1 bilhão adicional por meio dos programas PróVeículo, Próferramentaria e PróAtivo – esse último vai priorizar as empresas que investiram nos últimos anos nos próprios ativos permanentes.

As novas medidas de incentivo econômico foram possíveis graças à recuperação da capacidade de investimento do Estado de SP, proporcionada pelo ajuste fiscal de 2020 e peloo crescimento da economia acima da média nacional. Os números de São Paulo se destacam inclusive em relação à economia global, sendo que o PIB de 2021 (projetado em 7,5%) crescerá acima da média mundial (6%). Em relação aos níveis pré-pandemia, a economia paulista já está 7% acima.

Calendarização de crédito acumulado
O ProAtivo será voltado para empresas que investiram nos últimos anos, direcionando bens aos seus ativos permanentes. Juntamente com os programas ProVeículo, ProFerramentaria, a nova medida permitirá uma liberação adicional de R$ 1 bilhão de crédito acumulado, somando-se à utilização automática que em 2021 deve alcançar R$ 2 bilhões.

“O importante do ProAtivo é levar em conta os investimentos já feitos pelas companhias, o que vai dar um impulso muito grande na economia”, observa Henrique Meirelles.

O novo programa irá reconhecer as empresas que investiram nos últimos anos em seus ativos permanentes para receber crédito acumulado de ICMS, dando assim reconhecimento para quem prioriza São Paulo como sede de seus negócios, inovação e geração de emprego e renda. O programa é aberto para todos os setores da economia.

Antecipação de desoneração de ICMS
Os benefícios somam um investimento do Estado de R$ 2,4 bilhões em 2022 para retomada econômica. O montante será revertido para aumentar a competitividade das empresas e reduzir o custo em produtos para população. Os benefícios e impacto financeiro passam a valer a partir de 1 de janeiro de 2022.

Orçamento 2022
Ainda na coletiva de imprensa, foi anunciada a proposta do próximo orçamento estadual com a marca histórica de R$ 50 bilhões em investimentos para o biênio 2021-2022. O projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual), que será enviado à Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (30), prevê receitas de R$ 286,5 bilhões no ano que vem.

A capacidade de investimento do Estado aumentou substancialmente porque, nos últimos três anos, São Paulo vem registrando desempenho econômico bem acima da média do Brasil. Além disso, o Governo de São Paulo também fez reformas imprescindíveis para sanear as contas públicas nos últimos dois anos, como a da Previdência estadual e a modernização administrativa.

Com a recuperação econômica acelerada pelos índices robustos da vacinação estadual contra a COVID-19, o Governo do Estado conseguiu fôlego extra para ampliar os valores do Pró SP (www.prosp.sp.gov.br). O programa reúne 8 mil obras estaduais em curso em 2021 ou que começam em 2022, com estimativa de geração de 200 mil empregos.

Entre os investimentos do Pró-SP que já estão em andamento, os destaques são a retomada da construção da Linha-6 Laranja do Metrô, a despoluição do Rio Pinheiros, os contornos da rodovia dos Tamoios, a concessão rodoviária Piracicaba-Panorama e melhorias em 5 mil quilômetros de outras 430 rodovias pavimentadas e outros 5 mil quilômetros de vias de terra.

Reajustes do diesel agravam crise no transporte público

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos – NTU vem a público expressar sua profunda preocupação com a escalada de preços dos combustíveis, em especial do diesel, que move a frota nacional de ônibus urbanos e de caráter urbano e é um insumo fundamental para a prestação desse serviço essencial à população brasileira e à economia do País.

O diesel responde em média por 26,6% do custo total das empresas operadoras; como os reajustes aplicados ao diesel este ano representam uma alta acumulada de 51% no preço do combustível, o impacto direto no custo das empresas operadoras do transporte público por ônibus urbano é de 13,5%, o que deve ser repassado, de imediato, para as tarifas públicas naqueles sistemas de transporte que não têm subvenção pública.

A alta do diesel nos níveis atuais compromete de forma irreversível a recuperação do setor de transporte público, que registra prejuízo de mais de R﹩ 16,7 bilhões acumulado no período de março de 2020 a junho de 2021 em função da queda da demanda de passageiros pagantes, resultado das medidas de isolamento social para a contenção da pandemia da Covid-19. A crise já custou mais de 87 mil postos de trabalho no setor e levou à interrupção definitiva das atividades de 36 empresas operadoras.

A NTU apela ao Governo Federal, aos governadores dos estados e à direção da Petrobras no sentido de que seja buscada uma solução compartilhada para essa questão, que conduza à uma nova política de preços que equacione o preço do diesel e demais combustíveis de forma efetiva e permanente, evitando altas expressivas e sucessivas que comprometem a prestação de serviços públicos, 

Covid-19: Anvisa aprova uso de estoques remanescentes de pesquisas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, nesta quarta-feira (29), uma resolução para permitir o uso de medicamentos e produtos biológicos para tratamento e prevenção da covid-19, desde que possuam registro sanitário ou autorização de uso emergencial e que sejam provenientes de estoques remanescentes dos ensaios clínicos conduzidos ou em andamento no Brasil. 

A medida visa simplificar o acesso a medicamentos e vacinas já aprovados pela Anvisa. “No contexto dessa pandemia, que ainda é uma preocupação mundial, não podemos desconsiderar os benefícios de acesso aos medicamentos e vacinas já autorizados pela agência”, destacou, em nota, a diretora da Anvisa Meiruze Freitas, relatora do projeto. 

De acordo com a resolução, os medicamentos e produtos biológicos destinados ao tratamento e à prevenção da covid-19 poderão ser utilizados, excepcionalmente, desde que a Anvisa tenha autorizado a condução dos ensaios clínicos no Brasil;  o patrocinador dos ensaios clínicos ou o representante legal no Brasil autorize o uso excepcional e monitore o paciente quanto às eventuais reações adversas; e o profissional prescritor informe ao paciente (ou ao responsável) que o medicamento ou produto biológico é proveniente de estoque remanescente do ensaio clínico.  

Os medicamentos e produtos biológicos só poderão ser utilizados sob prescrição médica, deverão ser armazenados, transportados e utilizados nas condições aprovadas pela Anvisa; deverão ser rastreados até a etapa de dispensação ou administração;  ser doados pelo patrocinador do ensaio clínico ou representante legal e ser destinados, preferencialmente, aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).  

Patrocinador do estudo 

Segundo a Anvisa, o patrocinador do estudo deve assegurar a garantia de qualidade e o controle de qualidade em todas as áreas das instituições envolvidas no desenvolvimento do medicamento experimental. Cabe ao patrocinador distribuir o produto apenas às instituições informadas no formulário de apresentação do ensaio clínico e autorizadas pelos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs). 

No Brasil, o patrocinador é o responsável pela destinação final dos medicamentos e produtos que não foram utilizados no ensaio clínico. Para efeito da aplicação da norma, o patrocinador poderá ser a pessoa, empresa, instituição ou organização responsável por iniciar, administrar, controlar e/ou financiar um estudo clínico. 

O patrocinador poderá ainda transferir suas funções para uma empresa contratada, regularmente instalada em território nacional, que assuma parcial ou totalmente, junto à Anvisa, as atribuições do patrocinador, designada como Organização Representativa de Pesquisa Clínica (ORPC).  

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Luciano Hang depõe à CPI da Pandemia e diz que não é negacionista

Em uma sessão tumultuada e marcada por muito bate-boca, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado ouve nesta quarta-feira (29) o empresário Luciano Hang. Em sua fala inicial, ele rechaçou o rótulo de negacionista.

“Não sou negacionista. Nunca neguei ou duvidei da doença [covid-19]. Tanto que minhas ações não ficaram só no discurso. Mandei 200 cilindros de oxigênio para Manaus, no valor de R$ 1 milhão. Respiradores, máscaras, camas, utensílios. Não sou nem nunca fui contra vacina. Tanto que disponibilizei todos os nossos estacionamentos como pontos de vacinação. Além disso, juntamente com outros empresários, fizemos campanha para que a iniciativa privada pudesse comprar [vacinas] para doar e ajudar o país a acelerar o processo de imunização”, afirmou.

Aos senadores, o empresário disse ainda que é “acusado sem provas e perseguido” por expressar opiniões. Hang acrescentou que não conhece e não faz parte de um suposto gabinete paralelo – formado por pessoas que teriam aconselhado o presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia – e negou ter financiado esquemas de fake news.

Ainda em sua fala inicial, o depoente, investigado por disseminar notícias falsas, disse que deseja apenas exercer seu direito de “liberdade de expressão”. “O que eu peço pro Senado é que me deixem falar. Hoje eu vim aqui com tempo, a minha agenda está aberta aos senadores. Mas também quero tempo para poder dar a minha resposta. Talvez hoje seja o melhor dia da CPI. Vamos manter a nossa fala tranquila. Quem tem argumentos não precisa aumentar a voz”, ressaltou.

Regina Hang

À CPI, o empresário disse que desde 2018 é um “ativista político”. Ele acrescentou que o nome de sua mãe, Regina Hang, de 82 anos, que morreu em fevereiro depois de ser internada com covid-19, foi utilizado de forma “vil” e “política”.

A mãe de Hang foi tratada no Hospital Sancta Maggiore, da rede da operadora Prevent Senior. A empresa é investigada pela CPI por supostamente ter imposto aos seus médicos que prescrevessem a seus pacientes o tratamento com medicações sem comprovação científica para tratamento da covid-19. Segundo denúncias levadas à CPI, no atestado de óbito da idosa não há nenhuma menção ao novo coronavírus, contrariando recomendação expressa do Conselho Federal de Medicina (CFM).

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) levantou a suspeita de que a omissão por parte de Hang esteja relacionada à tentativa de não desqualificar o chamado “tratamento precoce”, do qual o empresário é defensor. “É duro para mim ver a morte da minha mãe sendo usada politicamente, de forma baixa e desrespeitosa. Não aceito desrespeito a morte da minha mãe. Tenho consciência de que como filho sempre fiz o melhor por ela”, ressaltou Hang.

“O senhor é que trouxe o debate falando, suas palavras são claras: ‘se minha mãe tivesse usado o tratamento precoce, talvez ela teria sido salva’. Não fomos nós que trouxemos sua genitora para esse debate”, reagiu o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Hang ressaltou que a mãe dele foi diagnosticada com covid-19 no dia 28 de dezembro de 2020 e, até dia 1º de janeiro de 2021, recebeu o “tratamento precoce/inicial, em casa”. Na versão dele, como a situação da paciente, que tinha comorbidades, piorou e ela chegou a ficar com 95% do pulmão comprometido, o empresário decidiu pela internação na Prevent Senior após recomendações de amigos.

O empresário defendeu o uso de medicação sem eficiência comprovada e, sem sucesso, sob críticas de parlamentares independentes e de oposição ao governo, quis convencer a cúpula da CPI de que há diferença entre tratamento precoce e preventivo. O primeiro, disse, é feito na fase inicial da doença e o segundo, realizado antes do contato com o vírus. Ainda de acordo com o depoente, Regina Hang não teria tomado os medicamentos “preventivos” antes de ser acometida. Na avaliação dele, se a medida tivesse sido tomada, talvez ela estivesse viva.

Financiamento

Durante a fase de perguntas feitas pelo relator, o empresário confirmou que tem três empresas em paraíso fiscal, assim como “duas ou três contas” no exterior, mas, segundo ele, todas estão devidamente declaradas e regularizadas perante a Receita Federal. Hang disse que desde 1993 passou a importar produtos e, por isso, considera uma questão de segurança manter contas no exterior para se proteger das oscilações do dólar.

Perguntado se recebeu financiamento de instituições públicas, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Hang disse que não e que optou por bancos privados. O empresário admitiu, no entanto, ter recorrido à Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), uma subsidiária do BNDES, para comprar máquinas no valor de R$ 50 milhões.

Segundo o presidente da comissão, documentos repassados pelo BNDES apontam 57 operações do banco de financiamento com o empresário, totalizando R$ 27 milhões. Hang rebateu a informação e afirmou que esse valor é o que as lojas dele faturam em um dia.

Cesta básica

Questionado sobre os motivos de as lojas Havan, de propriedade de Hang, terem passado a vender cestas básicas, em meio às medidas de restrição adotadas para conter a disseminação do coronavírus em 2020, Hang negou que sua intenção tenha sido driblar a legislação para abrir as portas das lojas.

Segundo ele, a Havan possui Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) para vender alimentos em qualquer município e é a que “mais vende chocolates” no Brasil. O empresário, no entanto, não explicou o motivo de ter começado a vender cesta básica somente após o início da pandemia.

Material

Entre os vários momentos tumultuados da oitiva, Hang irritou os parlamentares ao levar placas em verde e amarelo com dizeres como: “Não me deixam falar”. O material foi recolhido pelo presidente da comissão.

Ao passar pelo detector de metais na chegada ao Senado, ele também teve um par de algemas apreendido. O objeto foi o mesmo usado pelo empresário em um vídeo postado nas redes sociais. Na publicação, ele aparece com algemas e diz que elas seriam usadas por ele, caso recebesse voz de prisão na CPI. Ao falar sobre o vídeo hoje na comissão, Hang disse que o Brasil precisa ter mais senso de humor.

“Nós brasileiros estamos com o elástico muito esticado. Nós precisamos ter bom humor. Daqui a pouco, não vai ter nem mais programa de humor. É uma forma de eu me comunicar com o povo. Não quis de forma nenhuma afrontar esta Casa e seus senadores”, justificou.

“O senhor acha que tem condição de brincar com isso? Isso é um desrespeito. Se o senhor não respeita sua dor, respeite pelo menos a dor dos outros”, criticou Omar Aziz ressaltando, ao mencionar as quase 600 mil mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil.

Habeas corpus

Luciano Hang está acompanhado por dois advogados. Apesar de não ter pleiteado habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal, como investigado, Hang usou a prerrogativa de não precisar responder a questionamentos que o incriminem, por isso, não prestou compromisso de dizer a verdade hoje.
 

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CCJ da Câmara aprova projeto que altera o Código Penal

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou hoje (29) dois anteprojetos de lei com alterações no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O parecer, do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), foi aprovado em votação simbólica, após um acordo entre os integrantes do colegiado. Pelo acordo, a CCJ vai analisar posteriormente sugestões dos parlamentares para alterar outros pontos dos textos.

“Hoje vamos proceder à votação sobre o projeto que versa sobre dignidade sexual e o que trata do estatuto do idoso. Esses dois projetos serão votados hoje e eu retiro de pauta os demais seis anteprojetos. Faremos uma reunião na terça-feira (5) com o relator e demais deputados para conversarmos sobre os demais projetos para que o relator possa ouvir e, quem sabe, acatar as sugestões dos deputados”, disse a presidente do colegiado, Bia Kicis (PSL-DF).

A alteração no Código Penal foi na temática dos crimes contra a dignidade sexual, para tornar crime a conduta de ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém menor de 18 anos de idade e maior de 14 anos de idade, prevalecendo-se o agente de autoridade sobre a vítima.

A tipificação visa recair sobre a violência sexual praticada contra crianças e adolescentes, praticada por que ascendência, a exemplo de padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima, ou de pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda.

De acordo com o relator Carlos Jordy, a legislação atual apresenta uma lacuna para tratar desse tipo de crime, uma vez que em muitos casos de violência sexual existe uma relação de poder entre agente e vítima. “Uma situação de vulnerabilidade do adolescente que, mesmo após inúmeras discussões legislativas, não foi contemplada nas proteções elencadas no Código Penal”.

A CCJ também aprovou alterações no Estatuto do Idoso. As mudanças visam ajustar incongruências do estatuto em relação ao Código Penal. Foram aumentadas as penas para os crimes de negligência e para os crimes de apropriação ou desvio de qualquer rendimento da pessoa idosa, dando-lhe destinação diversa da original.

Segundo o relator, a alteração nas penas tem por objetivo “aumentar o espectro de proteção à pessoa idosa e recrudescer a punição aos agentes que cometem tais crimes aproveitando-se da vulnerabilidade da pessoa idosa”.

Para o crime de negligência, a pena para detenção de dois meses a dois anos e multa. Atualmente a pena é de dois meses a um ano e multa.

Já em relação ao crime de apropriação ou desvio, a pena passa de reclusão de um a quatro anos e multa para reclusão de três a dez anos.

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Anvisa pede informações sobre licença da Prevent Senior

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária solicitou informações para a Coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital paulista e para o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do estado de São Paulo sobre a regularidade das instalações das unidades da rede Prevent Senior. Nos ofícios, a agência destaca que na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado foram feitas denúncias de que hospitais da operadora funcionam sem alvará e licenciamento necessário.

Os documentos estipulam prazo de 48 horas para que os órgãos municipal e estadual de saúde forneçam as informações solicitadas. Segundo os ofícios, as denúncias dizem respeito especialmente sobre as unidades destinadas ao tratamento de pacientes com covid-19 e aos hospitais Sancta Maggiore.

Alvará

Após fiscalização, a prefeitura de São Paulo identificou que o hospital da Prevent Senior, na Vila Olímpia, zona sul da cidade, não tem licença de funcionamento. Segundo a Secretaria Municipal de Subprefeituras, o estabelecimento está em situação irregular e precisa apresentar a documentação ou encerrar as atividades.

De acordo com a secretaria, o hospital tem prazo de 30 dias para regularizar a situação, caso contrário está sujeito a multas em um total de R$ 125,4 mil.

A Prevent Senior disse, por nota, que o local tem autorização do governo estadual para funcionar como hospital de campanha. Essa informação foi confirmada pelo Centro de Vigilância Sanitária.

CPI

A operadora de saúde foi alvo de uma série de denúncias apresentadas ontem (28) na CPI da Pandemia. A advogada Bruna Morato, que representa um grupo de médicos que trabalharam na empresa, afirmou que os profissionais de saúde eram obrigados a prescrever remédios sem eficácia comprovada.

Além disso, segundo a advogada, os médicos também eram coagidos a alterar prontuários médicos, retirando a menção à covid-19 dos registros e passando a falsa sensação de sucesso dos medicamentos do chamado kit covid. As ações seriam, de acordo com as denúncias, uma forma da empresa reduzir custos com as internações das pessoas acometidas pelo novo coronavírus.

Em nota, a empresa afirmou que as acusações feitas na CPI são infundadas, “que têm como base mensagens truncadas ou editadas vazadas à imprensa e serão desmontadas ao longo das investigações”.

A operadora também nega ter obrigado o uso de remédios sem eficácia ou ter ocultado casos de covid-19. “Ao longo da epidemia, a Prevent aplicou cerca de 500 mil testes em que constatou o contágio de 56 mil pacientes. Desse número, 7% redundaram em mortes. Todos os casos foram rigorosamente notificados. A Prevent Senior sempre respeitou a autonomia dos médicos, nunca demitindo profissionais por causa de suas convicções técnicas”, acrescenta o comunicado.

Segundo a empresa, o índice recuperação nos hospitais mantidos pela operadora ,na faixa etária média dos 68 anos de idade, “é, comprovadamente, superior ao que se registra nos hospitais das redes pública e privada”.

Fonte Agência Brasil – Read More

Anvisa autoriza importação de radiofármacos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje (29) a importação de medicamentos para tratamento de câncer por radioterapia, os chamados radiofármacos. Esses medicamentos também são utilizados para exames de diagnóstico por imagem. A autorização da Anvisa é temporária e excepcional.

Segundo a agência, as entidades do setor de medicina nuclear informaram que o quadro é de iminente desastre sanitário, com o risco de falta de produtos para continuidade de diagnósticos e tratamentos no país. “O cenário é de perplexidade e causa temor porque as pessoas, muitas vezes, precisam desses produtos para sobreviver”, afirmou o diretor da Anvisa Alex Campos.

No início de setembro, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) comunicou aos serviços de medicina nuclear a suspensão temporária da fabricação de vários produtos, motivada por problemas logísticos e financeiros.

Segundo a avaliação feita, a falta desses produtos poderia impactar diretamente o diagnóstico de doença arterial coronariana, principal causa de morte no Brasil; o diagnóstico e o tratamento de diversos tipos de câncer, que constituem a segunda maior causa de morte no país; e o diagnóstico do tromboembolismo pulmonar, com incidência significativamente aumentada durante a pandemia da covid-19, dentre outras condições clínicas.

De acordo com o órgão, o importador deverá garantir que orientações de uso, conservação, manuseio e dispensação sejam providas aos profissionais de saúde em português. Além disso, o importador deverá avaliar o controle de temperatura durante o transporte dos produtos importados.

À unidade de saúde destinatária da importação caberá a rastreabilidade da utilização dos produtos importados até a sua administração no paciente, além de avaliar o benefício-risco da utilização do radiofármaco em seus pacientes.

Fonte Agência Brasil – Read More

SP retoma Corujão da Saúde com foco em pacientes com câncer

O programa Corujão da Saúde, que consiste no uso de hospitais da rede pública e privada em horário alternativo para atendimento de pacientes que dependem do sistema público de saúde, será retomado em outubro no estado de São Paulo. Nesta etapa, ele será destinado para pacientes com diagnóstico e tratamento para câncer.

Serão oferecidos 335 mil exames para diagnóstico de câncer e 19,1 mil sessões de radioterapia. A retomada do Corujão da Saúde visa atender a uma demanda reprimida por causa da pandemia do novo coronavírus.

Os exames incluem endoscopias, colonoscopias, retossigmoidoscopias, tomografias computadorizadas, ultrassonografias, biópsias e ressonâncias magnéticas. Por meio deles, poderão ser diagnosticados câncer do aparelho digestivo, tireoide, próstata, cérebro, pulmão e de pele.

A partir desta sexta-feira (1º), 45 ambulatórios médicos de especialidades (AMEs) e 55 hospitais públicos vão ampliar seus atendimentos para ofertar mais de 76 mil procedimentos. Já na rede privada, o início está previsto para 11 de outubro.

Orçamento

Além de anunciar a retomada do Corujão da Saúde, o governador de São Paulo, João Doria, também informou hoje que o orçamento do estado previsto para 2022 prevê R$ 50 bilhões em investimentos diretos. O Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA), que será enviado à Assembleia Legislativa amanhã (30), propõe receitas e despesas de R$ 286,5 bilhões para o ano que vem.

Para 2021, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) de São Paulo é de 7,5%, segundo previsões da Fundação Seade.

Redução de impostos

Também hoje (29), o governador de São Paulo anunciou a redução de impostos de medicamentos, veículos elétricos, seminovos, sucos e bebidas naturais e equipamentos de petróleo e gás, setores que foram muito impactados pela pandemia do novo coronavírus. Essas reduções valem a partir de janeiro de 2022. “Essas ações consolidadas representam investimentos de mais de R$ 3 bilhões”, disse Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico.

No caso dos medicamentos, haverá isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para todos os setores. Os veículos usados terão a alíquota do imposto reduzida de 3,8% para 1,8%, enquanto nos elétricos, a redução passa de 18% para 14,5%. No setor de sucos e bebidas naturais, o ICMS passa de 13,3% para 3% e os equipamentos de petróleo e gás, que pagavam alíquota de 12%, serão isentos.

Fonte Agência Brasil – Read More