Senado aprova PEC que flexibiliza gastos na educação em 2020 e 2021

O Senado aprovou hoje, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 13, cuja votação iniciou na semana passada. A PEC livra de punição os estados e municípios que não investiram em 2020 e 2021 a porcentagem mínima de recursos resultantes de impostos exigida pela Constituição em educação. Agora, o texto segue para votação na Câmara dos Deputados.

A justificativa para aprovação da PEC é que a pandemia, que obrigou a suspensão de aulas e, ao mesmo tempo, o redirecionamento de verbas para a área da saúde, impediu prefeitos de investirem em educação uma porcentagem mínima prevista em lei. Por conta da suspensão de aulas presenciais, gastos com transporte escolar e merenda, que não foram necessários.

“Nesse prisma, o gestor, para alcançar o piso de investimento, teria que praticamente inventar despesas, o que poderia levar ao desperdício dos recursos públicos”, defendeu a relatora da PEC, Soraya Thronicke (PSL-MS), durante as discussões da PEC ainda em primeiro turno, na semana passada.

A Constituição determina que a União aplique em educação pelo menos 18% e estados e municípios pelo menos 25% do total de receitas vindas de impostos. Caso a PEC não seja aprovada no Congresso, os gestores que não aplicaram o mínimo previsto podem sofrer penalidades cíveis ou criminais, além de sanções administrativas. Segundo levantamento da Consultoria do Senado, no entanto, apenas 280 municípios não cumpriram com a destinação mínima. Isso representa 5% do total de municípios do país.

Segundo argumentou Soraya Thronicke em seu parecer, a pandemia causou impacto no orçamento dos entes federativos, em virtude da queda de arrecadação, redirecionamento de recursos para a saúde e adoção de medidas de apoio econômico para amenizar o desaquecimento da atividade produtiva.

A medida só vale para os exercícios de 2020 e 2021. “Após a retomada das atividades econômicas, a responsabilização pelo descumprimento da vinculação constitucional de recursos para a educação volta a vigorar”, disse Thronicke em seu parecer. Além disso, a PEC determina que os gestores que não aplicaram a porcentagem mínima de recursos, deverão investir essa verba não utilizada até 2023.

A PEC é fruto de uma demanda da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Segundo a entidade, não há como penalizar gestores pelo não cumprimento dos 25%, diante de um cenário que apresentou receita crescente, em contraste com o congelamento de despesas com pessoal e aulas ainda não totalmente retomadas em muitas escolas.

 

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Dólar recua e Ibovespa apresenta alta, apesar da crise chinesa

Apesar da ameaça de impacto global após o anúncio de calote da gigante chinesa do mercado imobiliário e de aquisições Evergrande ontem (20), o dólar fechou em queda hoje (21), em um movimento causado principalmente pela perspectiva de resolução para os precatórios.

Após oscilações entre 5,338 (+0,18%) e 5,263 (-1,23%) no decorrer do dia, a moeda norte-americana apresentou queda estável de 0,81%, cotada a R$ 5,28. A queda é a maior desde o último dia 13, quando o dólar fechou em queda de 0,84%.

Os mercados de ações dos Estados Unidos terminaram quase estáveis ​​nesta terça-feira, após a ampla liquidação no dia anterior. O banco central norte-americano (FED) realiza reunião de definição de políticas monetárias que deve durar até quarta-feira (22), quando as novas projeções econômicas deverão ser divulgadas. A possibilidade de um novo ajuste nas taxas de juros pode afetar os mercados até o final da semana.

O índice Dow Jones caiu 0,15%, e ficou em 33.920 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,081%, e ficou em 4.354 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,22%, a 14.746 pontos.

No Brasil, o Ibovespa avançou 1,29% e ficou em 110.249 pontos, a primeira alta após ter recuado 6,5% no acumulado das últimas cinco sessões. O volume financeiro da sessão somou R$ 29,8 bilhões.

Sobre o caso da empresa chinesa, nenhuma medida prática foi aplicada ainda. O presidente da Evergrande mostrou confiança e afirmou que a empresa “sairá de seu momento mais sombrio”. O governo chinês não sinalizou intervenção para resgatar a empresa da atual situação.

* Com informações da Reuters

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Coluna – Quais os critérios para se definir um clube grande no Brasil?

O Glorioso, o Gigante da Colina e o Maior de Minas disputam a Série B. No caso, respectivamente, o Botafogo, o Vasco e o Cruzeiro, que em passado nem tão distante assim eram tidos como “grandes” no futebol brasileiro. Aliás, eram ou ainda são? Que critérios devemos levar em consideração para definir se um clube, atualmente, é ou não grande?

Faz tempo que o futebol brasileiro se divide entre clubes grandes e pequenos. Você lembra de algum que já tenha sido chamado de médio? Pois é. Alguns dos pequenos, ou “de menor investimento”, já nem existem mais. E também já vimos certos grandes passarem por momentos delicados no campo, perderem torcida e reduzirem investimentos. Ainda assim se acham grandes, mesmo vendo o crescimento de rivais, que saem de uma bolha regional para uma amplitude nacional, inclusive na conquista de títulos até mesmo continentais.

Afinal, quem é grande no futebol brasileiro? Faz dois anos que levantei essa questão, aqui nesse mesmo espaço, e o consultor Cesar Grafietti reconheceu, em 2019, que Flamengo e Palmeiras estavam alguns patamares acima dos demais. Por motivos distintos, mas que estavam dando resultado. E de lá pra cá, o que mudou nesse cenário?

Bem, nos dois últimos anos o Flamengo ganhou dois campeonatos brasileiros, duas Supercopas e uma Copa Libertadores. O Palmeiras ganhou uma Libertadores e uma Copa do Brasil, a outra, desse período, ficou com o Athletico-PR, um dos que romperam a bolha regional para se tornar um ativo participante nas competições nacionais.

O Furacão, então, é um grande no futebol brasileiro? Ou, no momento atual, essa denominação deve ser aplicada ao Atlético-MG, que não ganhou título algum, mas esse ano briga, como favorito, no Brasileirão, na Copa do Brasil e na Libertadores? Apesar de ter uma dívida superior a R$ 1 bilhão, o Galo é um dos grandes do futebol brasileiro.

Até que ponto o tamanho da torcida, os títulos do passado e a tradição devem ser considerados nesse critério de avaliação, para um clube ser considerado grande? É justo colocar numa mesma prateleira de grandeza os três times que brigam pelas principais competições nacionais com os que, atualmente, estão na Série B? Eles integram a conhecida lista dos 12 grandes do futebol brasileiro, por tantos anos difundida.

Ou será que devemos considerar a ambição de um time, em determinada competição, para chamá-lo de grande, médio ou pequeno? Quem se satisfaz com uma vaga na Copa Libertadores é grande? A busca por vaga na Copa Sul-Americana é dos médios? Fugir do rebaixamento é pensamento para os pequenos? O Grêmio está nessa situação, no momento, no Brasileirão. O Imortal, do Rio Grande do Sul.

Acho que essa pergunta não terá uma resposta definitiva, porque, se os economistas do esporte têm suas definições, os torcedores têm no coração outra bem diferente. Até porque, daqui a alguns anos, essa balança pode pender de forma muito diferente. Ou já se esqueceu que o Cruzeiro ganhou nesse século três Brasileiros e três Copas do Brasil?

Talvez aqui esteja uma resposta convincente: a boa administração resolve. Como disse Grafietti, o clube precisa saber onde pode ir, no que pode investir e em que competição vale a pena lutar. Se todos fizerem o dever de casa, o crescimento será comum. Resta saber quantos verdadeiramente grandes o mercado do futebol brasileiro suporta.

* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil.

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Senado aprova criação de autarquia para fiscalizar o setor nuclear

O Senado aprovou hoje (21) a medida provisória (MP) que cria a Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN). A ANSN será uma autarquia responsável por monitorar, regular e fiscalizar as atividades e instalações nucleares no Brasil. O novo órgão surge a partir do desmembramento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O texto segue para sanção presidencial.

Entre as competências da nova autarquia está a de estabelecer normas e requisitos sobre segurança nuclear, proteção radiológica e segurança física das atividades e instalações nucleares e a regulação, estabelecimentos e controles necessários para o cumprimento da Política Nuclear Brasileira.

Caberá também à ANSN editar normas, conceder licenças e autorizações (relativas à transferência e comércio de minerais, minérios, concentrado e escórias com urânio ou tório), bem como a edição de normas, fiscalizações, avaliações sobre segurança, e expedição de licenças, autorizações, aprovações e certificações.

Em seu parecer, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), relator da MP no Senado, explicou que o governo apontou “a necessidade de criação de um órgão regulador na área nuclear para desvincular as atividades de promoção e fomento ao uso da energia nuclear das atividades de fiscalização e controle dos usos da energia nuclear bem como de repressão de ilícitos”.

A proposta aprovada no Congresso prevê sabatina do Senado Federal para a nomeação do diretor-presidente e dos dois diretores da diretoria colegiada da ANSN. Os membros da diretoria exercerão mandatos de cinco anos não coincidentes, sendo vedada a recondução.

 

 

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SP recebe etapa do circuito mundial de tênis em cadeira de rodas

Teve início nesta terça-feira (21) o Wheelchair Brasil – ITF Tennis International, etapa do circuito mundial de tênis em cadeira de rodas que acontece na Associação Esportiva São José, em São José dos Campos, São Paulo.

O destaque fica por conta da participação de atletas do Time Brasil. O trio Daniel Rodrigues (24º do mundo), Meirycoll Duval (26º) e Ana Caldeira (46º) marcaram presença na Paralimpíada de Tóquio (Japão). Além deles, também estão na disputa os brasileiros Bruno Makey (177º) e Felipe Santana (224º), no masculino, Lucimaria Nascimento (56º) e Maria Fernanda Alves (101º), no feminino, Augusto Fernandes (32º), Leandro Pena (sem ranking), João Lucas Takaki (6º), Cesar Silva da Rosa (18º), Arthur Dantas (sem ranking) e Jade Lanai (2º), no Juniors. Esse grupo disputa, na semana que vem, a Copa do Mundo da modalidade na Itália.

Ao lado dos 13 brasileiros, outros 52 atletas estrangeiros correm atrás das primeiras colocações no evento, que vai até a próxima sexta-feira (24). A competição vale pontos para o ranking da ITF (Federação Internacional de Tênis) e da CBT (Confederação Brasileira de Tênis).

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Lewandowski autoriza estados a vacinar adolescentes contra covid-19

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu hoje (21) que estados e municípios têm competência para decidir sobre a vacinação de adolescentes maiores de 12 anos contra a covid-19. O ministro atendeu ao pedido de liminar de diversos partidos para retomada da imunização após a decisão do Ministério da Saúde de recomendar a suspensão da aplicação para essa faixa etária. 

Lewandowski entendeu que a decisão da pasta não tem amparo em evidências acadêmicas e critérios estabelecidos por organizações e entidades internacionais e nacionais. O único imunizante autorizado para aplicação em adolescentes é o da Pfizer. 

“A aprovação do uso da vacina Comirnaty do fabricante Pfizer/Wyeth em adolescentes entre 12 e 18 anos, tenham eles comorbidades ou não, pela Anvisa e por agências congêneres da União Europeia, dos Estados Unidos, do Reino Unido, do Canadá e da Austrália, aliada às manifestações de importantes organizações da área médica, levam a crer que o Ministério da Saúde tomou uma decisão intempestiva e, aparentemente, equivocada, a qual, acaso mantida, pode promover indesejáveis retrocessos no combate à covid -19”, decidiu o ministro. 

Na semana passada, o Ministério da Saúde revisou a recomendação de vacinação de adolescentes. Em nota técnica, publicada pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, o ministério passou a recomendar a vacinação apenas para os adolescentes entre 12 e 17 anos que tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.

A pasta citou, entre outros argumentos para revisar a recomendação, o fato de que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos. O ministério alegou ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda imunização de adolescentes com ou sem comorbidades.

A OMS, entretanto, não afirmou que a imunização de adolescentes não deveria ser realizada. Em vídeo publicado em junho, a organização disse apenas que, neste momento, a vacinação de adolescentes não é prioritária.

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Portugal ainda não aceita certificado de vacinação do Brasil

O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, publicou um vídeo nas redes sociais para esclarecer que o governo português ainda não aceita o certificado de vacinação contra covid-19 emitido pelo governo brasileiro.

Segundo o embaixador, todos os brasileiros que desejarem entrar em Portugal ainda necessitam apresentar teste PCR negativo que tenha sido realizado ao menos 72 horas antes do embarque ou teste de antígeno que tenha sido realizado com no mínimo 48 horas de antecedência ao voo.

A regra foi estabelecida em 1º de setembro, quando o país europeu anunciou a abertura a brasileiros em viagens não essenciais.

“No passado fim de semana, surgiram algumas notícias dizendo que Portugal reconhecia o certificado de vacinação covid emitido pelas autoridades brasileiras. Essas notícias não são totalmente corretas”, disse Ramos nesta terça (21).

No sábado (18), um comunicado à imprensa do governo português informou que “passam a ser reconhecidos, em condições de reciprocidade e desde que cumpram determinados requisitos, os certificados de vacinação e de recuperação emitidos por países terceiros”.

De acordo com o embaixador, Brasil e Portugal ainda não fecharam um acordo de reciprocidade para reconhecimento mútuo de seus certificados de vacinação.

“Quando as negociações, que se estão a se desenvolver, entre as autoridades de saúde respectivas chegaram a um bom termo, então aí sim será possível reconhecer os certificados de vacinação”, disse Ramos.

Mesmo que o certificado passe a ser aceito, o brasileiro que quiser entrar em Portugal sem apresentar teste negativo para covid-19 só poderá fazê-lo se tiver tomado alguma das vacinas autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). São elas: Janssen, AstraZeneca, Moderna e Pfizer.

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Bolsonaro na ONU e o cercadinho em Nova York

Hoje, 21 de setembro, mais uma vez, como indica a tradição, o primeiro discurso na Organizações das Nações Unidas (ONU) cabe ao Brasil e, por isso, novamente, o Presidente Jair Bolsonaro ocupou a tribuna para suas considerações. Antes, porém, de deslindar sua fala, cabe, ainda que breves, algumas poucas observações acerca da comitiva presidencial em solo norte-americano.

O Prefeito de Nova York, Bill de Blasio, chegou a afirmar, referindo-se a Bolsonaro, que “se você não quer se vacinar, nem precisa vir”, sem saber que o presidente brasileiro lá estava. Depois, nas redes sociais, Blasio marcou Bolsonaro num post indicando locais de vacinação contra a Covid-19.

Após o prefeito, chegou a vez do Primeiro-Ministro Boris Johnson, da Inglaterra, que questionou se Bolsonaro já havia sido imunizado, ao que o brasileiro respondeu que não. Johnson aproveitou para fazer propaganda da vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.

Tem mais. Sem poder entrar nos restaurantes sem comprovante de vacinação, o presidente brasileiro e seus acólitos fizeram foto comendo pizza na calçada. Obviamente, que a foto objetivava mostrar um presidente humilde, cioso dos recursos públicos, tal como já havia feito anteriormente. O Deputado Eduardo Bolsonaro foi vaiado em uma loja e saiu aos gritos de “you are a shame” (Você é uma vergonha – para o Brasil).

Por fim, Bolsonaro e os seus chegaram para um jantar e foram vaiados, na entrada e na saída, todavia, já no interior do veículo se retirando do local, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, num gesto obsceno, como o dedo do meio, dirigiu-se ao grupo de manifestantes. Certamente, depois de ter, no Brasil, suspendido a vacinação de adolescentes, após um “sentimento” de Bolsonaro, Queiroga assume importante posição no pelotão ideológico bolsonarista. E, pasmem, isso tudo, em NY, em menos de 48 horas…

Já na Assembleia da ONU, Bolsonaro, em seu discurso, inicia afirmando que traria um Brasil diferente, diferente daquele retratado pelos jornais e pela televisão. De fato, o presidencialismo de confrontação bolsonarista elege, sempre, um inimigo e a mídia, quase sempre, está no pódio dos ataques. Iria, ainda, apresentar um Brasil sem corrupção, cujo presidente é temente a Deus, respeita a Constituição, a família e é leal ao seu povo. No mais, a sua presidência salvou o Brasil que estava à beira do socialismo, segundo seu entendimento.

O novo Brasil bolsonarista, ainda segundo o presidente, recupera a credibilidade perante o mundo, até porque os investidores encontram tudo o que almejam nestas plagas. Tratou do leilão vindouro do 5G, da agricultura, do meio ambiente e da Amazônia, das reservas indígenas, citou a ditadura bolivariana e, mais uma vez, ressaltou sua política externa séria e responsável.

No que tange à pandemia, nada dito dos quase 600 mil mortos, contudo, voltou à cantilena de que defendeu a economia, a manutenção dos empregos, com a mesma ênfase que defendeu as vacinas. Ainda na dimensão econômica, a inflação, no Brasil e no mundo, seria resultado do lockdown (que não houve) e das restrições sanitárias promovidas por governadores e prefeitos.

Às vésperas da conclusão da CPI da Covid, cujo parecer jurídico encaminhado à comissão é demolidor, o Presidente Bolsonaro assume, ao vivo, para o mundo, a defesa do tratamento precoce ou inicial, de acordo com suas palavras, com medicamentos sem eficácia comprovada. Chegou, até, a questionar o porquê de o mundo não usar esses medicamentos e disse que história trará quem está ou não certo neste caso. A vacina entrou na fala mais uma vez: o presidente afirmou ser contra o passaporte sanitário, pois este pode barrar a entrada ou viagens daqueles que não se vacinaram, à semelhança de Bolsonar.

Já à guisa de finalização, fez menção honrosa à manifestação bolsonarista de 7 de setembro que, para ele, foi a maior da história do Brasil. Tal manifestação, como se sabe, postulava pautas antidemocráticas, mas, na ONU, transformou-se, no bojo de seu discurso, num ato de defesa da democracia, das liberdades e de apoio ao seu governo
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A avaliação dos jornalistas, dos analistas internacionais, dos atores políticos (no Brasil e no mundo) é que Bolsonaro vive numa realidade paralela. Afirmei, alhures, numa entrevista, que havia uma CBNF – Central Bolsonarista de Narrativas Fantasiosas – e esta indicava o caminho discursivo e a prática governamental. O discurso presidencial foi checado e as inverdades, exageros e fatos condizentes com a realidade foram indicados. Houve quem, discutindo a fala presidencial, chegou a asseverar que o famoso “cercadinho” na porta do Palácio do Planalto, havia sido, temporariamente, transferido para NY e que assistimos mais uma das lives bolsonaristas e não um discurso de um estadista
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O ator principal, Bolsonaro, foi para Nova York, mas os militantes do cercadinho não foram juntos, por isso ministros do bolsonarismo raiz fizeram o papel de coadjuvantes. O ambiente seguro e controlado do “cercadinho” não pode ser reproduzido sempre que desejam. Neste universo, a palavra vergonha foi frequente em quase todas as notícias ou análises a respeito da estadia em NY e do discurso presidencial; mas, obviamente, a fala do presidente renderá bons vídeos para as redes sociais bolsonaristas e o universo perfeito da CBNF. Politicamente, vale ressaltar, falar para o seu público, para sua militância, não é um problema gravíssimo, pois Lula e Dilma usaram a ONU para tal finalidade. Melhor seria que, diante do mundo, os temas abordados fossem aqueles de impacto global e, às vezes, um toque aqui e acolá, de temas domésticos.

Em síntese, embora o tom do discurso não tenha sido agressivo, Bolsonaro permaneceu conjugando fake news, pós-verdades e negacionismo. O Brasil, hoje, preponderantemente, rejeita o bolsonarismo e reprova o presidente. Ademais, em todas as projeções de segundo turno para a eleição vindoura, Bolsonaro é derrotado pelos adversários. Saldo extremamente negativo da pandemia, economia deteriorada, inflação, aumento da fome, chances concretas de crise hídrica e energética criam um cenário extremamente desfavorável para o governo em todos os aspectos políticos, econômicos e sociais. E isso não mudará com discursos. Os convertidos, bolsonaristas, continuarão a gritar “mito” e a sociedade brasileira continuará a reprovar o governo e o presidente, ao menos com esta realidade em tela.

Rodrigo Augusto Prando é cientista político. Graduado em Ciências Sociais, Mestre e Doutor em Sociologia, pela Unesp

Aconselhamento genético como aliado nos diagnósticos médicos

Geralmente, a procura por um profissional de saúde ocorre a partir dos primeiros sintomas de alguma doença, fazendo com que, em alguns casos, o diagnóstico seja tardio e, talvez, ineficiente para determinadas condições. Mas, com o avanço tecnológico, a medicina e os exames laboratoriais passaram a ficar cada vez mais completos, preditivos e preventivos.

Um dos grandes aliados neste novo cenário quando falamos no combate precoce às doenças tem sido o Aconselhamento Genético. Essa atividade é realizada, em geral, por profissionais de saúde como médicos, biólogos e biomédicos, que tenham experiência e formação em aconselhamento genético ou genética clínica. Esse método trata-se, basicamente, de uma consulta que pode ser realizada após um mapeamento genético, ou seja, a leitura de diversos pontos do DNA de uma pessoa. Os marcadores presentes nos genes de cada paciente é o que conduz as orientações por parte do profissional de forma mais clara e assertiva.

Doenças como o Alzheimer, o Parkinson e diversos tipos de câncer, por exemplo, têm contribuição genética. Através do sequenciamento de uma parte do genoma, é possível saber se o paciente possui ou não determinadas alterações que predispõem a essas doenças. Após essa leitura do DNA, é possível, em uma consulta de aconselhamento genético, o paciente entender um pouco mais da sua genética e, com isso, adotar métodos preventivos contra o desenvolvimento dessas e outras patologias e até, em alguns casos, evitar de passá-las para gerações futuras.

Com a implementação da técnica nos hospitais e clínicas brasileiras, será possível ampliar o alcance dessa análise, prevenindo os danos que podem ser causados pela descoberta tardia de uma doença. Um exemplo é o caso da atriz americana Angelina Jolie que, após descobrir a tendência para câncer de mama e ovário em seu organismo, fez a cirurgia de retirada desses órgãos, minimizando os riscos da doença.

Atualmente no Brasil, temos alguns serviços de saúde que oferecem aconselhamento genético, em especial os que possuem ambulatório de genética, como o Instituto da Criança no Hospital das Clínicas e o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da USP, em São Paulo. Para que ele possa ser oferecido de forma social, a Agência Nacional Suplementar (ANS) indica que convênios devem cobrir os serviços de aconselhamento genético quando solicitado pelo médico e haja justificativa para sua solicitação.

Ainda de forma embrionária no Brasil, o serviço de aconselhamento genético está em franco crescimento, podendo se desenvolver e se consolidar na medicina nacional. A medicina personalizada e preventiva, aliada ao conhecimento da genética, fará com que as pessoas sejam capazes de entender o seu próprio genoma e como isso interfere em sua saúde e qualidade de vida, marcando uma revolução na forma como descobrimos e tratamos as doenças.

*Ricardo di Lazzaro Filho é médico, formado pela Faculdade de Medicina da USP, e farmacêutico-bioquímico, formado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. É mestre em Aconselhamento Genético e Genômica Humana e doutorando em Genética e Biologia Evolutiva pelo Instituto de Biociências (USP). É cofundador do laboratório Genera, e cofundador/investidor anjo de startups de saúde e tecnologia.

SP: setor de serviços da capital tem aumento de 20,9% no 1º semestre

O setor de serviços da capital paulista registrou alta de 20,9% no faturamento, no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2020. O aumento corresponde a um faturamento de R$ 43,6 bilhões superior ao período anterior. Os resultados são da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços na Cidade de São Paulo (PCSS), realizada pela FecomercioSP.

O faturamento do primeiro semestre de 2021 totalizou R$ 252 bilhões. Segundo a entidade, os resultados demonstraram recuperação da maioria das atividades do setor, exceto em educação e turismo. 

“Destacaram-se, em relação a 2020, os setores de agenciamento, corretagem e intermediação (26%); jurídicos, econômicos e técnico-administrativos (22,1%); metodologia e comunicação (46,2%); representação (22,3%); saúde (25,8%); Simples Nacional (24,4%); e técnico-científico (35,6%). Na contramão, ficou educação, com resultado negativo de 1,1%”, divulgou a FecomercioSP. Turismo teve queda de 39,1% no faturamento do período.

O levantamento fez uma projeção de alta para o setor, no segundo semestre do ano, de 16,9% em relação ao ano passado, baseando-se nas condições socioeconômicas atuais. Se a projeção se concretizar, isso representará um faturamento de cerca de R$ 297 bilhões.

Apesar da avaliação de que a recuperação entre os setores será acompanhada pelos ritmos da vacinação, da flexibilidade das atividades e da capacidade de reação da economia, a entidade afirma que o momento ainda é de incertezas. 

“Historicamente, o segundo semestre costuma apontar resultados melhores que o primeiro, no entanto, a conjuntura atual ainda é de incertezas, com surgimento de novas variantes, inflação elevada – com efeitos na renda e na inadimplência – e, principalmente, com o risco de racionamento de energia, que já afeta os custos e as despesas das empresas, além de reduzir o poder de compra dos consumidores”, ponderou a FecomercioSP.

O turismo é uma das atividades mais afetadas pelas incertezas relacionadas à pandemia, conforme aponta a entidade. No primeiro semestre, o segmento de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados teve resultados negativos de 39,1%, em relação ao ano passado, e de 67,3%, na comparação com 2019.

Faturamento mensal

A PCSS mensal mais recente feita pela entidade apontou que, em junho, o faturamento do setor de serviços atingiu R$ 48,1 bilhões. Este foi o maior rendimento da série para o mês de junho.

Na comparação com o ano passado, o indicador aumentou 26,1%, representando um aumento na receita de R$ 9,9 bilhões. No acumulado em 12 meses, a alta foi de 12,4%. 

Todos os grupos de atividades que compõem o indicador apontaram aumento no faturamento, como nos segmentos de agenciamento, corretagem e intermediação (42%); jurídicos, econômicos e técnico-administrativos (28%); mercadologia e comunicação (56,2%); saúde (34,6%); e técnico-científico (42,3%).

A FecomercioSP aponta que a maior alta foi registrada na atividade de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados (114,2%). “É necessário considerar, porém, a base de comparação fragilizada, em razão da restrição de circulação de pessoas em meio ao isolamento social”, explicou a entidade.

Fonte Agência Brasil – Read More