Especialista alerta que obesidade pode prejudicar eficácia da vacina contra o novo coronavírus

O médico Cid Pitombo explica que índices elevados de massa corporal estão diretamente relacionados à imunossupressão e menor resposta a vacinas. E os obesos – como um dos principais grupos de risco para agravamento da Covid-19 – precisam de atenção especial também quando a imunização chegar

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), principal entidade de saúde pública nos EUA, emitiu alerta para o fato de que a obesidade pode prejudicar eficácia da vacina contra o novo coronavírus. O médico Cid Pitombo, coordenador do Programa de Cirurgia Bariátrica do Estado do Rio de Janeiro, vem alertando para esse fator há alguns meses. Esse é um dado alarmante, se for levado em consideração que metade dos brasileiros está acima do peso e 20% dos adultos estão obesos, de acordo com o Ministério da Saúde.

“Estudos científicos já indicam que vacinas para doenças como gripe, tétano e hepatite B são menos eficazes em adultos obesos do que na população em geral. Isso deixa esse enorme número de brasileiros mais vulneráveis a essas doenças. Não será diferente em relação ao novo coronavírus. Quando a vacina chegar, e há indicação de que ela virá em breve, os obesos seguirão mais suscetíveis à Covid-19”, destaca o especialista Cid Pitombo.

O médico e pesquisador brasileiro é o recordista nacional em cirurgia bariátrica por videolaparoscopia no SUS. Mais de 5 mil moradores do Rio de Janeiro já foram tratados pelo especialista, sendo que quase 3.500 passaram pelo procedimento cirúrgico nos últimos dez anos no Hospital Estadual Carlos Chagas, que fica em Marechal Hermes, bairro da Zona Norte do Rio.

“O obeso é um inflamado crônico. Minha tesa de doutorado na Unicamp foi justamente sobre os efeitos dos agentes inflamatórios produzidos pela gordura, principalmente pela gordura visceral, sobre a resistência insulínica e produção do diabetes, também sobre as doenças coronarianas e o fígado. Por isso, vírus de alto impacto no organismo são mais graves entre os obesos por conta dessa condição da doença”, destaca Cid Pitombo

Alguns estudos internacionais já vêm alertando o que a experiência brasileira também confirma: obesos têm mais chances de apresentar casos graves para o novo coronavírus, com longas internações e maior percentual de morte.

Alerta da ciência mundial

Em março, ainda no início da pandemia global, um estudo chinês descobriu que pacientes mais gordos atingidos pela Covid-19 tinham maior probabilidade de morrer do que pacientes mais magros. Em abril, cientistas da Universidade de Nova York (NYU) descobriram que a obesidade era o fator mais importante para a hospitalização ou não de um paciente após a infecção pelo novo coronavírus. Eles conduziram o maior estudo realizado em hospitais dos Estados Unidos nesta pandemia e indicaram que a composição corporal desempenhou um grande papel na resposta de cada indivíduo ao Covid-19.

Na sequência, pesquisadores franceses do Instituto Lille Pasteur examinaram 124 pessoas internadas com coronavírus e descobriram que 47,6% eram obesas e 28,2% tinham obesidade mórbida, quando o Índice de Massa Corporal é superior a 35. E, em junho, estudo do Reino Unido apontou que mesmo obesos leves têm mais risco de desenvolver versão grave da Covid-19.

“As evidências são enormes. É essencial que pacientes obesos tenham consciência de que são um grupo de maior risco para a doença e sigam as medidas de prevenção e controle de contaminação, mesmo após a vacina”, destaca o médico e pesquisador Cid Pitombo.

Seu auxílio foi negado?Governo Federal habilita mais uma forma de contestação do Auxílio Emergencial

O Governo Federal habilitou um novo canal para aqueles que tiverem o pedido de recebimento do Auxílio Emergencial negado. A solicitação pode ser feita pelo site da Dataprev. Além dessa ferramenta, já estavam disponíveis o site da Caixa Econômica Federal, o aplicativo Caixa – Auxílio Emergencial e a solicitação via Defensoria Pública da União (DPU).

O canal da Dataprev é voltado, principalmente, para os casos em que o indeferimento se dá em virtude de alteração da situação da pessoa com a atualização da base de dados cadastrais, por exemplo: (i) cidadãos que eram menores de idade e que completaram 18 anos, (ii) para cidadãos foram servidores públicos ou militares e não tenham mais o referido vínculo; ou (iii) para pessoas que perderam o emprego e não têm direito a auxílio desemprego ou não recebem o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda. A contestação é bem simples: na tela onde consta a mensagem do resultado do processamento, no site da Dataprev, caso o cidadão não concorde com o motivo da não aprovação do benefício, e tem como demonstrar que o resultado não retrata a realidade, basta apertar o botão “contestar análise”, que aparecerá abaixo da informação do critério de não aprovação para que o cidadão possa pedir a contestação.

Importante ressaltar que a Dataprev já está processando as contestações feitas por meio das plataformas digitais da Caixa com dados mais atualizados. Mais de 800 mil pessoas, consideradas inicialmente inelegíveis, já foram beneficiadas pela contestação através do aplicativo e começam a receber sua primeira parcela no dia 5 de agosto, conforme calendário divulgado na Portaria nº 453, de 31 de julho de 2020 (http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-453-de-31-de-julho-de-2020-269967247). Outras 300 mil, que tiveram o auxílio negado em função de constarem vínculo com as forças armadas ou com serviço público estadual ou municipal, também foram beneficiadas pela contestação, pois foi constatado que o vínculo não existia mais.

Assim, quem solicitou mas teve o auxílio negado, por exemplo, por um dos motivos acima, poderá contestar e terá o pedido reavaliado com as informações atualizadas. O objetivo é que as análises se aproximem ao máximo possível da situação atual do cidadão, minimizando ou até mesmo eliminando injustiças.

A resposta após o reprocessamento será informada por meio das plataformas digitais da Caixa (site ou aplicativo) e pelo site da Dataprev.

Números gerais

Mais de 108,9 milhões de cadastros já foram processados pela Caixa. Ao todo, mais de 66,9 milhões de pessoas já receberam o Auxílio Emergencial do Governo Federal . Segundo dados desta segunda-feira (03.08) da Caixa Econômica Federal, 438,5 mil estão em reanálise.

Contestação pela DPU

Uma parceria entre Ministério da Cidadania e Defensoria Pública da União também permite solucionar o caso de pessoas que tiveram o registro indeferido por meio administrativo, sem necessidade de judicialização. Os procedimentos para a utilização da plataforma de contestação extrajudicial estão detalhados na Portaria Conjunta Número 5, publicada no Diário Oficial da União em 9 de julho (http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-5-de-7-de-julho-de-2020-265864483).

“O acordo que firmamos permite que a Defensoria Pública da União, que está em todos os estados, possa dar essa assistência, que é gratuita, ao cidadão. O cidadão vai buscar o seu direito e, caso esteja dentro do que a lei determina, receberá o auxílio”, explica Onyx Lorenzoni. “Esse é mais um esforço do governo do presidente Bolsonaro para que todos os brasileiros elegíveis recebam o benefício e ninguém fique para trás”, acrescenta.

Hospital de campanha foi inaugurado no último sábado (01) em Brasília

A unidade funciona no Centro Médico da Polícia Militar em Brasília

Com 86 leitos de UTI e 20 leitos de enfermaria, foi inaugurado no último sábado (01), mais uma unidade para tratamento da Covid-19. O hospital funciona no Centro Médico da Polícia Militar em Brasília no Distrito Federal, e recebe pacientes através da central de regulação.

A grande novidade desta unidade em Brasília, estão nos leitos de UTI que possuem equipamentos de última geração para suporte Dialítico, devido a insuficiência renal aguda ser uma das complicações mais frequentes em pacientes de terapia intensiva. Todo protocolo de hemodiálise será realizado por profissionais nefrologistas especializados.

A instituição responsável pelo gerenciamento do Hospital será a Associação Saúde em Movimento – ASM. Com a implantação da Unidade serão criadas cerca de 600 vagas de emprego para diversas áreas, entre elas, enfermagem, medicina, nutrição, fisioterapia, psicologia, técnico de enfermagem, farmácia, assistente social, Biomedicina, bioquímica e administração.

Rede Transamérica amplia transmissões do futebol nacional e sul- americano para RJ e Brasília

Campeonato Brasileiro – Série A, Libertadores e Copa do Brasil são algumas competições que ganharão a cobertura da equipe de Eder Luiz

Rede Transamérica amplia as transmissões esportivas do Campeonato Brasileiro – Série A, Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana para suas emissoras filiadas do Rio de Janeiro (FM 101.3) e Brasília (FM 100.1).

O pontapé da cobertura 2020, à esteira da retomada do calendário futebolístico, é com o Brasileirão a partir deste domingo (9). As transmissões no Rio de Janeiro e Brasília adotarão o mesmo formato já consagrado de São Paulo (FM 100.1), a principal praça da Rede Transamérica.

A cobertura que contempla os times Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco terá narrações de Eder Luiz, Sidnei Marinho e Marcos Braga. A interação será por conta dos comentaristas José Eduardo Savóia e Victor Costa com reportagem em campo de Marcelo Marinho e Sidnei Tadeu, além do humor de Renato Tortorelli. 

As jornadas Esportivas serão precedidas pelo programa “Esquenta” com Sidnei Marinho, um aquecimento dos jogos com informação, opinião e prestação de serviços, além da participação da equipe de reportagem ao vivo dos estádios. Logo após os jogos, o programa “Debate Bola” com Victor Costa leva ao ar resumo completo de todos os lances em campo e os principais destaques após as transmissões. 

Durante a semana, a cobertura do dia-a-dia dos jogadores, equipes técnicas e desempenho em campo dos principais times cariocas terão espaço no programa “Papo de Craque”. A primeira ediçãoque irá ao ar das 12 às 13 horas de segunda à sexta-feira, será apresentada por Sidnei Marinho. A segunda edição, das 17 às 18 horas, terá o comando de Román Laurito.

Para transmissão desta ampla programação esportiva, a Transamérica investiu na implantação de um novo estúdio do ar e num projeto comercial exclusivo com possibilidades e formatos especiais de mídia para os anunciantes.  

O retorno da jornada esportiva 2020 na Rede Transamérica iniciou por São Paulo, com o Campeonato Paulista no último dia 22 de julho. A emissora lançou a campanha “O Futebol Voltou” em que torcedores ilustres, entre eles os músicos Rogério Flausino (Jota Quest) e Paulo Ricardo, além do atacante Robinho e o ex-volante Amaral, entoam coro fanático dos torcedores para reverberar a cobertura. 

A Rádio Transamérica também lançou a ação “Solte o Grito” para reproduzir os gritos aprisionados da torcida, que ainda não poderão ser ouvidos das arquibancadas, durante o programa “Papo de Craque – 1ª edição”.

Nariz entupido constantemente pode ser desvio de septo

Não são somente alergias e quadros infecciosos que provocam obstrução nasal. Saiba mais sobre esse distúrbio, que atinge cerca de 38 milhões de brasileiros

Muitas pessoas associam a obstrução nasal às doenças alérgicas, mas por trás desse incômodo sintoma podem estar outros problemas. Um deles é capaz de impactar negativamente por anos na qualidade de vida, antes de ser descoberto. O constante “nariz entupido” é um dos principais sinais do distúrbio. “Além da obstrução nasal, o desvio de septo pode estar associado também a dores de cabeça. Esses dois sintomas podem ser confundidos com manifestações alérgicas”, alerta o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama. A enfermidade pode ter ainda como efeito o ronco, apneia, a sinusite, respiração pela boca, deformidades estéticas na face, entre outros.

O desvio de septo é causado por uma mudança na anatomia do nariz. O septo nasal é uma estrutura que divide a cavidade nasal em duas. É formada por cartilagem e osso. Quando ocorre uma deformidade nessa estrutura há o desvio de septo. “Essa alteração, por sua vez, modifica o fluxo aéreo e a drenagem das secreções nasais produzidas para limpeza e fisiologia respiratória nasal”, detalha o médico.  Entre as principais causas para o problema estão a genética, mas traumas e doenças alérgicas podem favorecer o aparecimento do quadro.

Nem todo desvio de septo precisa ser tratado cirurgicamente, tudo vai depender do impacto que ele tem no sistema respiratório. Quando necessário, o procedimento cirúrgico é realizado por via endoscópica. Atualmente, não se usam mais aqueles tampões nasais, comuns no passado. A recuperação é rápida – entre 3 e 5 dias -, a cirurgia é simples e não deixa cicatriz. Quando o quadro é grave, o desvio de septo pode provocar deformações na face e processos infecciosos de repetição, como sinusites agudas bacterianas.

“É importante que o paciente procure ajuda médica, caso desconfie de que possa sofrer de desvio de septo. Um exame clínico, realizado durante consulta, é suficiente para fazer o diagnóstico” detalha o especialista. Nesse caso, o otorrinolaringologista faz uma inspeção facial e verifica se há deformidades na estrutura nasal e correlações, como assimetria da musculatura da face. Caso seja necessária a cirurgia, é importante lembrar que é essencial um acompanhamento médico nos anos seguintes ao procedimento para estabilização do quadro, principalmente no caso de quem tem quadros alérgicos recorrentes.

Nova cédula R$200 eleva a atenção para a preservação do lobo-guará

A nova nota de R$ 200, anunciada pelo Banco Central do Brasil, chama a atenção para o lobo-guará, animal que estampa a cédula, e relembra os brasileiros da importância da preservação desse animal emblemático da fauna nacional. Maior canídeo da América do Sul, podendo pesar até 36 kg, o lobo-guará é considerado como “quase ameaçado” pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e sobrevive graças a esforços de preservação realizados por projetos como o Onçafari, que atua no estudo e conservação da espécie.  

Apesar de ser encontrado em outros biomas brasileiros, o animal é tido como o símbolo do Cerrado, onde está a maioria dos 24 mil indivíduos que existem no Brasil. Entretanto, as populações de lobo-guará vêm sofrendo um declínio significativo ao longo dos anos. “Em nossa base dedicada à espécie, localizada na Pousada Trijunção, na divisa dos estados da Bahia, Goiás e Minas Gerais, realizamos estudos por meio do monitoramento direto e dos dados obtidos pelos rádio-colares. Essas informações nos permitem entender suas áreas de vida, territórios e hábitos, sendo que as análises também são úteis na tomada de ações para a conservação do animal”, destaca Mario Haberfeld, fundador do Onçafari.

Entre as principais ameaças para o lobo-guará estão a descaracterização ambiental/perda de habitat (redução da qualidade de áreas adequadas à sobrevivência), a morte de indivíduos devido a conflitos com humanos (caça) e os atropelamentos. É estimado que a espécie sofrerá uma redução populacional de, pelo menos, 29% nos próximos 21 anos (três gerações), considerando apenas a perda de habitat. Esse dado está embasado em uma taxa média de desmatamento do Cerrado de 1% ao ano (dados de desmatamento –2002). Essa perda na população coloca a espécie na categoria “vulnerável” (VU) no Cerrado.

“Com nosso trabalho desenvolvido na Pousada Trijunção, desde 2018, entendemos que a educação ambiental e a pesquisa científica, aliadas ao ecoturismo, são uma das principais e mais poderosas ferramentas para reverter o avanço das ameaças. A valorização dos lobos em vida livre nos possibilita construir pontes entre a ciência e a população, gerando resultados práticos que beneficiam a comunidade local e a vida selvagem”, explica Haberfeld.

Curiosidades

O lobo-guará possui orelhas bem grandes, semelhantes a algumas raposas. Entretanto, apesar de ser chamado de lobo, o animal tem uma genética distinta da dos demais membros da família. É considerado como a única espécie viva pertencente ao seu grupo, por isso não é classificado como lobo “verdadeiro”, nem cachorro, raposa, coiote e chacal. Os parentes mais próximos dos lobos-guarás na escala evolutiva são os cachorros-vinagre (Speothos venaticus), embora sejam morfologicamente distintos entre si.

A coloração do corpo varia do vermelho-dourado ao laranja, sendo que os pelos da crina, das patas e do focinho são pretos. Possui também um tufo esbranquiçado na ponta da cauda, característica já presente nos filhotes desde que nascem. Sua vocalização é bem característica e é chamada de “aulido”, que ecoa por longas distâncias e muitas vezes são respondidos por outro lobo, revelando que essa é uma importante forma de comunicação nesta espécie.

Taxonomia

Classe: Mammalia (mamífero)
Ordem: Carnivora (carnívoro generalista – onívoro)
Família: Canidae
Gênero: Chrysocyon
Espécie: Chrysocyon brachyurus
Nome comum: Lobo-guará, Lobão, Lobo-de-crina, Lobo-vermelho, Guará

Escola particular pode recorrer à Recuperação Judicial

Mecanismo pode ser uma opção para ajudar na reestruturação e evitar falência

A necessidade do isolamento social para prevenir a propagação do coronavírus mudou os rumos de muitas escolas particulares. Embora ainda não haja um número consolidado do impacto dessa crise mundial no setor, de acordo com estimativas da Federação Nacional das Escolas Particulares, cerca de 10% das instituições voltadas para o público infantil encerraram suas atividades.

Em outros casos, embora tenham investido em sistemas para as aulas a distância, muitas delas ainda apertaram um pouco mais seus orçamentos para conceder descontos nas mensalidades e manter a clientela.

Em meio às dúvidas sobre como fazer a gestão mais adequada possível para sobreviver no mercado, uma das opções é recorrer ao mecanismo da Recuperação Judicial:

Com a retomada das aulas presenciais previstas em breve por vários governos, as escolas, de modo geral, vão ter que investir para cumprir as exigências de protocolos sanitários e pedagógicos. O fato é que diante da atual crise, muitas delas já estão com um passivo acumulado de difícil solução. Por isso a Recuperação Judicial poderá ser uma solução viável seja para salvaguardar a escola de uma falência ou para poder reestruturar o passivo existente, com proposta de pagamento diferenciada dos contratos originais“, explica explica Claudio Serpe, advogado pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas em Direito de Empresas e Economia, especialista em Recuperação Judicial.

Mas, assim como qualquer empresa, é necessário preencher os requisitos legais e, de acordo com o especialista, o sucesso desse processo depende da empresa conseguir demonstrar viabilidade econômica:

“Também é importante a atuação dos advogados e profissionais de contabilidade que participam da elaboração do plano de recuperação que deve ser apresentado”, esclarece Serpe.

Para recorrer à Recuperação Judicial (Lei 11.101/2005), é preciso:

•A empresa pode pedir a recuperação judicial caso tenha demonstrado que se manteve em boa operação financeira por um período e que poderá cumprir os termos do acordo.

•Exercer a atividade empresarial há mais de dois anos, com o registro da atividade.

•Não serem os sócios falidos ou, em caso sejam, é necessária a comprovação de estarem “extintas as obrigações” por sentença judicial.

•Não ter, há menos de 5 anos, obtido a concessão de Recuperação Judicial de procedimento comum ou, há menos de 8 anos, obtido a concessão de Recuperação Judicial Especial.

•Não terem os sócios, administradores ou controladores condenação criminal por prática de crimes falimentares.

•Para empresas micro ou pequenas: o processo será de recuperação judicial “Especial”, mais simples e previsão de pagamento da dívida no padrão de 36 parcelas corrigidas mais juros de 1% com seis meses de carência para início dos pagamentos.

•Médias e grandes: só podem requerer a recuperação judicial pelo rito comum, mas podem apresentar proposta de pagamento com diferenciais dos contratos originais, como redução da dívida, exclusão de juros, alongamento de prazos, etc.

•Cabe à empresa devedora juntar ao pedido os documentos contábeis, relação de credores, relação de empregados; extratos contas bancárias e posições de aplicações financeiras, etc.

Dor lombar aumenta na pandemia: neuroestimulação é um dos tratamentos possíveis

Terapia pode diminuir ou inibir 80% dos estímulos dolorosos; o tratamento deve ser indicado por um médico especialista em dor

Mais de 60 milhões de brasileiros já sofriam de dor crônica, mas o isolamento social parece ter piorado esse cenário. Durante a quarentena, metade das pessoas que já se queixavam desse tipo de dor na região lombar revelaram piora do quadro, segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A nova vida em home office e mudança na rotina das pessoas ajudam a esclarecer o que vem acontecendo.

Muitas horas na frente do computador sem pensar na postura, cadeiras inadequadas, o sedentarismo, o trabalho doméstico ou mesmo a interrupção do tratamento que estava sendo realizado podem estar por trás do aumento da dor nas costas dos brasileiros.

A dor crônica é caracterizada pela prevalência por mais de três meses seguidos e persiste mesmo depois de tratada a sua causa. Segundo Dr. Marcelo Valadares, médico neurocirurgião do Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Hospital Albert Einstein, as dores crônicas mais comuns são na região lombar, dores de cabeça, articulares e membros, mas também podem estar relacionadas a outras doenças, como por exemplo, câncer, doenças osteoarticulares e até podem apresentar causas neuropáticas pós-cirurgia (quando uma cicatriz causa dor).

A dor pode afeta a qualidade de vida e o convívio social dos pacientes, levando-os a depressão e limitações profissionais. Estudos mostram que 46% das pessoas experimentam dor constante, 59% delas já conviveram com a dor durante 2 a 15 anos e 19% das pessoas deixam de trabalhar por consequência da dor[1]. “Vale ressaltar que sentir dor não é algo normal, é importante procurar ajuda médica para que a causa deste sintoma seja identificado e a condição devidamente tratada”, alerta, Dr. Marcelo.

Além do uso de medicação, fisioterapia ou até cirurgias, uma maneira de contornar a dor ainda pouca conhecida envolve a neuroestimulação. Através de estimulação elétrica na medula espinhal enviados ao cérebro, o sistema Intellis DTM ajuda a aliviar significativamente a dor, trazendo redução de 80% ou mais dos estímulos dolorosos que o paciente sente a partir da doença base dele. Para a dor lombar o dispositivo pode aliviar até 74%, enquanto para dores nas pernas o alívio chega a ser de 72%, proporcionando maior bem-estar para os pacientes.

Para os pacientes elegíveis à esta terapia é importante que ele siga duas etapas A primeira consiste em um teste de estimulação medular, um procedimento cirúrgico onde é inserido um eletrodo que iniciará os estímulos elétricos. Esse procedimento é temporário e ajudará a medir a eficácia do tratamento, para que o médico se certifique de que trata de um caso que seja beneficiado pela estimulação medular.

Na segunda fase, é realizado o implante definitivo do dispositivo. A cirurgia implica em posicionar o eletrodo na coluna vertebral, através da pele, sem que o paciente perceba qualquer tipo de fio, que é conectado a um pequeno gerador, com funcionamento semelhante a um marcapasso. Apesar de invasivo, o procedimento é, relativamente, simples e rápido. O paciente pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte, de acordo com o seu caso.

Posteriormente, nas próximas semanas e meses, são realizados ajustes de programação que consistem em uma combinação de corrente, frequência e localização da energia que será enviada ao sistema nervoso, na tentativa de diminuir ou inibir a percepção dolorosa do paciente. A partir dessa programação, pré-definida com o médico, com o tempo, o dispositivo permite ainda que o paciente controle a intensidade dos estímulos que irá receber.

Dr. Marcelo ressalta a importante de consultar um médico, só é especialista em dor pode diagnosticar e determinar a melhor forma de tratamento. Além disso, é importante que o indivíduo passe por todas as etapas, desde um diagnostico bem definido da origem do problema até os tratamentos medicamentosos e outras intervenções que devem preceder à terapia de estimulação medular. “Essa é a única forma de garantir que o paciente terá um ótimo resultado com a neuroestimulação”, afirma.