O fim anunciado dos direitos trabalhistas

Clara Lis Coelho, Felipe Vasconcellos e Flávia Pereira *


Brasília/DF, 9/11/2017 – Com a entrada em vigor da Reforma Trabalhista, vários direitos dos trabalhadores ficam ameaçados. Garantias antes protegidas passam a ser chamadas de privilégios e correm o risco de deixar de existir apenas para aumentar o lucro dos empresários.

O texto, aprovado às pressas pelo governo Temer, não considerou a complexidade do tema, carecendo de um debate com a sociedade e privilegiando apenas um setor que a compõe: os patrões.

Um dos pontos mais polêmicos diz respeito à gratuidade da Justiça Trabalhista. Por apenas exigir uma autodeclaração de pobreza, o acesso ao processo trabalhista é reconhecidamente um dos mais democráticos. Com as novas alterações, caberá  aos juízes do trabalho decidir se concedem o benefício aos empregados que ganham em média R$ 2 mil mensais. Como se não bastasse, os empregados ainda pagarão as custas por arquivamento de reclamação e deverão assumir honorários periciais e advocatícios caso percam a ação, algo que só existe no Direito Civil. Essas exigências não existiam anteriormente e, na prática, deixam o processo trabalhista oneroso e inviável para a maior parte da população.

Em relação aos direitos das mulheres grávidas e lactantes há outro retrocesso. A reforma permitiu que trabalhadoras lactantes ou gestantes trabalhem em ambientes insalubres, condicionando o afastamento à apresentação de atestado médico, permitindo-se, assim, um evidente prejuízo à saúde da trabalhadora.

Há mudanças também quanto ao regime parcial de trabalho. A jornada máxima passa de 25 para 30 horas semanais, admitidas horas extras quando a jornada for de até 26 horas semanais. Ou seja, pode ser considerado trabalhador a tempo parcial aqueles que trabalham até 32 horas numa semana, sem garantia de um salário mínimo sequer.

Sobre o banco de horas, a reforma permite que um simples acordo individual entre patrão e empregado retire direitos dos trabalhadores garantidos hoje por lei. Assim, poderá haver acordo individual para estabelecer banco de horas com compensação em até 6 meses, possibilitando jornadas mensais superiores a 220 horas.

Outro aspecto polêmico gira em torno do “Negociado sobre o legislado”. Um acordo coletivo poderá suprimir direitos relativos à saúde e segurança do trabalho, garantias constitucionais e legais como o intervalo mínimo de uma hora para refeição e descanso para quem trabalha mais de 6 horas por dia, que pode ser reduzido para apenas 30 minutos.

No contrato intermitente, o trabalhador permanece à disposição do empregador sem ganhar um tostão, sendo remunerado apenas quando o empregador requisite os serviços, não havendo ajuste prévio da quantidade mínima de horas a serem cumpridas em cada mês e do valor remuneratório mensal mínimo a ser recebido. A pena para o não comparecimento do trabalhador é de multa.

Tele-trabalho é uma outra falácia. Travestido de benefício, essa nova categoria de trabalho não estabelece regras para controle da jornada de trabalho do empregado, que deixará de computar as horas extras realizadas e intervalo para descanso e refeição.

Haverá também a possibilidade de demissão sem garantias. Com a reforma, não será necessária a assistência do sindicato ou autoridade do Ministério do Trabalho e Emprego para validar a demissão e a homologação passará a ser realizada de forma direta na CTPS do trabalhador.

Como se não bastasse, haverá uma limitação do dano moral. A reforma limita o valor dos danos morais que podem ser pedidos na justiça do trabalho, de modo que o dano moral de quem ganha mais, vale mais, e dano moral de trabalhador que tem salário baixo consequentemente será mais baixo. É a lei dizendo que o valor do salário pode discriminar.

O mesmo ocorre com o chamado “trabalhador hipersuficiente”. De acordo com a reforma, caso o trabalhador tenha formação superior e ganhe salário superior a R$11 mil, seu contrato terá valor de convenção coletiva, podendo prevalecer sobre a lei e impossibilitando o questionamento de cláusulas que considere injustas na Justiça do Trabalho.

Além de todas as alterações macabras citadas acima (e tantas outras tão tenebrosas quanto essas) haverá o enfraquecimento da organização dos trabalhadores. A reforma retira força das entidades sindicais acabando com a obrigatoriedade da contribuição sindical, permitindo a dispensa coletiva sem negociação com sindicatos, demissão sem necessidade de homologação sindical e ainda admitindo representante no local de trabalho sem participação sindical no processo eleitoral.

As alterações das leis trabalhistas vieram para atender demandas do setor empresarial. O lucro das empresas é importante, claro. Mas não deve ser motivo para desconstruir direitos e garantias conquistadas com muita luta ao longo de séculos. O Brasil segue em direção a uma das fases mais tenebrosas do Direito Trabalhista, assim como já ocorre no meio ambiente, setor energético, previdência e outros setores que estão sendo entregues à iniciativa privada.

M.Officer é condenada por trabalho escravo e pode ser banida de SP por 10 anos

A M5 Indústria e Comércio, dona da marca M. Officer, foi condenada por submeter trabalhadores a condições análogas à de trabalho escravo e pode ficar proibida de comercializar roupas no Estado de São Paulo por 10 anos.

O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo manteve a condenação dada no ano passado em 1ª instância. Com a medida, está aberto o caminho para que a Secretaria da Fazenda paulista inicie um Procedimento Administrativo de Cassação a partir da comunicação pela Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae) da decisão judicial colegiada.

“Em meio a tantos retrocessos que estamos vendo na luta contra o trabalho escravo, São Paulo dá um exemplo para o mundo. Estamos dando o recado: o estado de São Paulo não aceitará o lucro a qualquer custo. Nós preservamos a vida, valorizamos o direito do trabalhador. O estado, que é considerado a locomotiva do país, é o estado que respeita direitos e condena o trabalho escravo. Este é um marco histórico na luta contra a escravidão moderna”, declarou o autor da lei, deputado Carlos Bezerra Jr., presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo.

A regulamentação da Lei Paulista de Combate ao Trabalho Escravo (14.946/2013) estabelece que as empresas condenadas pelo crime em segunda instância, seja na área trabalhista ou criminal, tenham o registro do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) suspenso por dez anos. Além disso, seus proprietários ficam impedidos, pelo mesmo período de tempo, de exercer atividades no mesmo segmento econômico ou abrir nova empresa no setor no estado paulista.

Além de confirmar a indenização por dano moral no valor de R$ 4 milhões, que havia sido aplicada pela juíza Adriana Prado Lima, a 4ª Turma do TRT-SP também deferiu que a M5 terá que pagar outros R$ 2 milhões por dumping social, ou seja, pela subtração de direitos trabalhistas para reduzir custos e obter vantagens sobre os concorrentes. O valor será destinado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Histórico

Em novembro de 2013, uma ação coordenada por auditores fiscais do Ministério do Trabalho resgatou duas pessoas produzindo peças da M.Officer em condições análogas à escravidão em uma confecção na região do Bom Retiro, centro de São Paulo. Os trabalhadores eram bolivianos e viviam com crianças no local de trabalho.

Em maio de 2014, outra ação libertou seis pessoas de oficina na Zona Leste de São Paulo, que também produzia para a marca. Todos eram migrantes bolivianos e estavam submetidos a jornadas exaustivas e condições degradantes.

Os procuradores do trabalho também visitaram outros três fornecedores da M. Officer e identificaram a sonegação de direitos trabalhistas, sociais e previdenciários.

Em todos os casos, as oficinas de costura eram contratadas a partir de confecções e intermediários que mantinham o contato direto com a M. Officer.

Apenas 15% dos cargos de chefia no mundo são ocupados por mulheres

As mulheres ganham, a cada dia, mais espaço no mercado de trabalho. A afirmação é uma realidade comprovada por inúmeras pesquisas ao redor do mundo. No entanto, mesmo com a visível ascensão, as mulheres ainda não ocupam a mesma parcela do mercado de trabalho que os homens, principalmente nos cargos mais altos. Segundo um levantamento feito pela Deloitte chamado “Women in theBoardroom” (Mulheres nas salas de reunião, em tradução livre), em todo mundo, apenas 15% das mulheres ocupam assentos em cargos de chefia. Quando somente o Brasil é levado em conta, esse indicador cai para 7,7%.

Mesmo que os números ainda não sejam os ideais, o levantamento aponta um crescimento quando comparado com o último indicador divulgado em 2015, em que o percentual de mulheres em cargos de chefia era de 12% no mundo.

Para a deputada federal Laura Carneiro (PMDB-RJ), uma das explicações para a baixa representatividade feminina nos cargos de chefia pode ser a gravidez. De acordo com ela, muitas mulheres aceitam o primeiro salário oferecido por medo de não serem contratadas no futuro a partir de uma gestação. “É claro que o fato da mulher engravidar sempre faz com que ela fique mais frágil na contratação no mercado de trabalho, quando ela entra para o mercado. Na verdade, se o patrão oferecer ‘X’ ou ‘Y’ ela acaba aceitando com medo de que porque um dia ela pode ficar grávida seja mais difícil sua contratação. Então, sempre é mais difícil para a mulher, tem sido. Mas é claro que isso é um processo de alteração, de empoderamento e aos poucos a gente avança do ponto de vista social no Brasil”, acredita ela.

A análise da deputada pode ser comprovada por um estudo feito com mil profissionais pela empresa MindMiners. Quase metade das mulheres entrevistadas contaram que já foram rejeitadas em uma seleção de emprego por serem mães ou terem manifestado desejo de engravidar. De acordo com a pesquisa 37% das mulheres acreditam que já perderam alguma chance de promoção por causa da maternidade.

Laura Carneiro lembra que, segundo dados do Plano Nacional de Qualificação, do ministério do Trabalho e Previdência Social, no Brasil, as mulheres são maioria em universidades e cursos de qualificação. “O que significa que essas mulheres estão cada vez mais para disputar com os homens, se preparando, se qualificando para poder vencer no mercado de trabalho através da sua qualificação.”

Conforme o ministério do Trabalho, a maioria das pessoas com Ensino Médio completo ou Superior incompleto, são mulheres 39,1%. Apenas 33,5% dos homens se enquadram nessa posição.

Consumidor já deve começar a se preparar para a Black Friday

Consultora financeira dá dicas para que as promoções não virem um problema no orçamento

Nos últimos anos, as lojas físicas e de venda online estão aderindo cada vez mais às promoções da Black Friday, que já é bem tradicional nos Estados Unidos. Neste ano, a data da promoção é 24 de novembro, portanto, quem quiser aproveitar já precisa tomar alguns cuidados. É muito importante que o consumidor avalie se tem condições de comprar, se está fazendo um bom negócio e se isso não vai acabar prejudicando sua situação financeira. A consultora financeira Alexandra Contieri, da Alexandra Contieri Consultoria Financeira, dá algumas dicas para os consumidores lidarem com as promoções.

“O primeiro passo é avaliar se há uma sobra no orçamento para fazer a compra e se ela realmente é necessária. Muitas vezes, nós nos empolgamos com os preços e acabamos comprando coisas sem necessidade. Não adianta comprar porque o preço está bom, se aquilo não tiver utilidade. A compra jamais deve ser feita por impulso. Isso é um dos principais vilões da saúde financeira”, afirma a consultora.

De acordo com Alexandra, outro aspecto importante é ver se, de fato, o preço oferecido é promocional. “O ideal é que os consumidores que queiram comprar alguma coisa já comecem a pesquisar o preço agora para comparar com o preço na época em que a loja entrar em promoção. Infelizmente, aqui o Brasil, já tivemos várias experiências de lojas que aumentam o preço para aplicar o desconto e, no fim, acaba ficando no mesmo valor de antes. Fazem uma maquiagem e enganam o consumidor”, orienta.

Outro aspecto que merece atenção é a chegada da primeira parcela do 13º salário. “Muitas pessoas se empolgam com o dinheiro extra e saem gastando, mas se esquecem que já temos vários gastos extras com a chegada do Natal e do ano novo, além, é claro, de todas as despesas fixas de janeiro, como IPVA, IPTU, material escolar, etc.”, lembra. “Se após avaliar tudo isso, a promoção ainda for vantajosa, então pode aproveitar”, diz.

Mas, antes disso, é importante também fazer uma comparação de preços entre lojas e negociar descontos. “Também é importante estabelecer um valor para os gastos. Se sair comprando tudo que tiver vontade, é possível que fique endividado”, comenta. “A pessoa também precisa avaliar se a nova aquisição não trará mais despesas”, diz Alexandra.

Confira as dicas de forma resumida:

– Já comece a anotar valores do que pretende comprar para ver se os preços não foram maquiados durante a promoção

– Verifique se o valor gasto realmente cabe no seu orçamento

– Estabeleça um valor total para gastar

– Não compre por impulso

– Verifique se você realmente precisa daquilo

– Não se empolgue o com 13º salário: você ainda terá várias despesas de fim de ano e em janeiro

– Veja se a nova aquisição não trará mais despesas para você

– Compare preços

– Negocie descontos, principalmente para pagamentos à vista

Dicas para não se enrolar no intercâmbio

O intercâmbio é uma oportunidade única de ter uma experiência enriquecedora e inesquecível. Mais do que uma simples viagem turística, ele oferece a chance de desenvolvimento, da língua escolhida e também profissional e pessoal, onde você sai da sua zona de conforto e vive em outra cultura.

Mas esta questão cultural, pode atrapalhar a adaptação. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados e prestar atenção em como os nativos se comportam. Neste texto, a Trust Intercâmbio Cultural e Turismo traz algumas dicas para você não passar aperto ou nem ter que utilizar algum embromation:

 

1 – Para onde eu vou?

Obviamente a primeira decisão a ser tomada é o destino. A fase de pesquisa é essencial para não ir parar em um lugar que não tem nada a ver com você. Explore a cultura do local, os costumes e até mesmo coisas como clima, que podem afetar seu rendimento e tornar a viagem uma tortura.

É importante também ter em mente o seu objetivo para definir o tempo de viagem. Dependendo do destino escolhido, existem cursos de um mês até um ano, podendo cursar até um ano letivo em uma escola local, por exemplo. O nível de aprendizado da língua e cultural muda bastante.

 

2 – Planejamento é seu amigo

Não precisa fazer uma planilha ou um plano extremamente detalhado, porém é muito benéfico você checar rotas de metrô, linhas de ônibus, táxis. Entenda como funciona o local onde vai morar e quanto a sua moradia fica distante de onde você vai estudar. Muitos países possuem um serviço de meio de transporte muito bom e isso facilitará a sua vida.

Outro planejamento importante é o financeiro. Se for somente estudar, preste atenção no quanto precisará levar para se sustentar e também para aproveitar os dias de folga. Você estará em outra moeda, com outros custos para comer, morar, passear, por isso se atente antes de gastar tudo no primeiro mês e arranjar dividas para pagar quando voltar.

 

3 – Estudar nunca foi tão divertido!

Além de proporcionar uma imersão cultural, o intercâmbio é divertido e te dá uma visão totalmente ilimitada de conhecimento. Um curso como o High School, que te coloca dentro de um semestre ou ano letivo em um colégio normal, é uma chance do aluno se engajar tanto em escolas públicas quanto particulares. Ao final do curso, você é reconhecido, recebendo um certificado com a frequência e aproveitamento do estudante, usado para validação do estudo no Brasil.

Por isso, mesmo se você já estiver em outra fase (trabalhar ou uma especialização) busque estudar. É uma oportunidade única de aprendizado, além de uma forma de se inserir na cultura e conhecer pessoas.

 

4 – Viajei! E agora?

Antes de colocar o pé em território estrangeiro, tenha em mente a seguinte frase: não faça lá o que não faria em seu país. Um ensinamento básico – e até antigo – que pode te tirar de muitas roubadas. Não ache que, por estar longe de tudo, você pode fazer o que quiser. As coisas não funcionam nenhum pouco assim, pois em muitos lugares a lei é bem mais rígida. Tome cuidado para não se encrencar e levar uma experiência ruim na bagagem de volta para casa.

Novembro Azul

Sociedade Brasileira de Cancerologia reforça a importância
do diagnóstico precoce do câncer de próstata 

Novembro é o mês que marca inúmeras ações de conscientização e prevenção do câncer de próstata, segundo tipo de câncer mais comum entre o público masculino – projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que, neste ano, cerca de 61 mil novos casos serão diagnosticados. Em prol da campanha Novembro Azul, a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) reforça a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Embora o risco de desenvolver o câncer dependa de múltiplos fatores, como idade, raça e história familiar, sabe-se que um entre oito homens, acima dos 40 anos, serão diagnosticados com este tipo de tumor, e em formas muito variadas, desde bem iniciadas a muito avançadas. “A falta de acompanhamento médico atrapalha o diagnóstico de tumores inicias. Quanto mais cedo a doença for identificada, maiores são as chances de sobrevida do paciente”, reforça o cancerologista Robson Moura, presidente da SBC.

A doença é, ainda, cercada de tabus, principalmente em razão do exame clínico, o toque retal – fundamental para identificar possíveis nódulos que podem ser o início da doença. “O check-up regular é fundamental, considerando que o tumor é sempre assintomático. Além do exame clínico, é feita a dosagem do PSA no sangue – se observado um aumento nos níveis desta proteína, produzida exclusivamente pela próstata, há a suspeita de doença na próstata”, diz Dr. Moura.

Fatores de risco
Diferentes fatores têm sido relacionados ao surgimento do câncer de próstata. Antecedentes familiares da doença, pele negra e obesidade têm uma maior probabilidade de desenvolver o câncer de próstata. “Hábitos alimentares pouco saudáveis podem causar sérios problemas de saúde e predispor o desenvolvimento de câncer de próstata. A prática de atividades físicas também pode ser usada como estratégia preventiva”, orienta o cancerologista.

Dicas para prevenir o câncer de próstata
· Cuide da alimentação;
· Consuma bebidas alcóolicas com moderação;
· Reduza a quantidade de gordura na alimentação, principalmente as de origem a animal;
· Pratique, no mínimo, 30 minutos de atividade física por dia.

Quando a Raiva Vira um Verdadeiro Transtorno

Todos nós ficamos com raiva vez ou outra. Talvez aquele seu colega de trabalho esteja coberto de razão de estar morto de ódio por ter perdido todo o dia de trabalho porque o computador simplesmente pifou antes de salvar o relatório. Mas, o que dizer daquele amigo ou familiar que parece viver à beira do limite, que esperneia, xinga, quebra coisas e se descontrola por qualquer razão?

Será que ele teria apenas o “pavio curto” ou algo a mais?

“Ataques de raiva repetitivos e desproporcionais aos motivos que serviram de provocação podem ser sinais do Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), um tipo de Transtorno de Controle de Impulsos (TCIs). O TEI se caracteriza por episódios graves e isolados de agressividade de forma desproporcional aos eventos que os desencadearam. Em geral, são precedidos de um fator estressante e seguidos de profundo arrependimento”, explica a psicóloga Fernanda Queiroz, cofundadora da Estar Saúde Mental.

TEI atinge 3 em cada 10 brasileiros
Mas, atenção: alguns dias de fúria não são suficientes para que se constate que alguém tem este transtorno. Os critérios para o diagnóstico, entretanto, ainda são motivo de debate. Alguns especialistas acreditam que a especificação de um número de ataques por ano – hoje é de três episódios em 12 meses – não é suficiente para delimitar o problema. Até a classificação da OMS parece apontar que não há critérios totalmente definidos.

Estimativas feitas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo dão conta de que no Brasil, 3 em cada 10 brasileiros são portadores do transtorno. No mundo, os levantamentos apontam para a mesma taxa de prevalência, embora muitos estudiosos afirmem que como o TEI tende a ser subdiagnosticado, esse número seria bem maior.

A origem da fúria
Embora os sintomas sejam bastante visíveis e perceptíveis, ainda não se chegou às causas. “O mais provável é que seja uma combinação de fatores biológicos e emocionais.” Sabe-se, por exemplo, que pessoas com histórico familiar de dependência química ou de desordens do humor têm maior predisposição para desenvolver esse transtorno. Crianças criadas em ambientes disfuncionais também, como por exemplo, pai ou mãe alcóolatras ou violentos.

Um dos estudos mais recentes a respeito, publicado em 2014 na revista médica JAMA Psychiatry, sugere que haveria uma ligação entre dois marcadores de inflamação – a proteína C reativa e a interleucina 6 – e impulsos agressivos. A pesquisa, entretanto, acompanhou um grupo bastante pequeno. Foram apenas 200 pessoas. “Outras teorias apontam para alterações em neurotransmissores como a serotonina, hormônio ligado à sensação de prazer”, comenta Fernanda.

Depois da raiva, a culpa
Os ataques geralmente são seguidos de culpa e remorso e não raro, os pacientes acabam acometidos por depressão, ansiedade e podem abusar de álcool ou de outras substâncias.

Assim como outros distúrbios do impulso, o TEI traz inúmeros prejuízos ao paciente e às pessoas que o cercam. A desordem pode levar ao fim de casamentos, à perda de empregos, à suspensão da escola ou universidade, entre outros. Um levantamento feito pela Universidade de Harvard (EUA) chegou a estimar que, durante a vida, o prejuízo material para o paciente chegaria a quase US$ 1.500 (ou aproximadamente R$ 4.500) só em destruição de propriedade própria ou alheia.

Terapia
Segundo Fernanda, o primeiro passo é reconhecer a frequência e a intensidade desses ataques. “O ideal é procurar um psiquiatra e também iniciar uma psicoterapia, que pode ser a abordagem da(TCC), amplamente usada para a TEI, com resultados favoráveis, principalmente no controle da agressividade. É importante entender que esse transtorno causa enormes prejuízos sociais, profissionais e acadêmicos. Por isso, quanto antes for diagnosticado e tratado, melhor”, conclui Fernanda.

Alta carga tributária é empecilho para sobrevivência de empresas

Por Jalila Arabi

O Brasil registrou queda na abertura de novas empresas por dois anos seguidos. Dados do IBGE divulgados em outubro deste ano mostram que cerca de 38% das empresas sobrevivem após cinco anos de atividade. Das 733 mil empresas que nasceram em 2010, 551 mil sobreviveram até 2011. Até 2015, apenas 277 mil dessas empresas estavam ativas.

A pesquisa também aponta que o número de funcionários pode influenciar nessa conta. Quanto mais pessoas trabalhando, maior a chance de sobrevivência da empresa no mercado. O que se registrou foi uma queda na permanência de empresas sem pessoal assalariado, com apenas 31,3% de sobrevivência em locais com esse perfil.

Dos quase cinco milhões de empresas ativas em 2015, quatro milhões e duzentas mil sobreviveram em relação a 2014. A fisioterapeuta cearense e agora ocupante de uma cadeira na Câmara dos Deputados, Gorete Pereira (PR-CE), acredita que a alta tributação tem um grande peso nesses números. Para ela, o sistema é complexo e as empresas acabam não resistindo. “A carga tributária é muito alta. Mesmo que eles queiram e tenham boa vontade de pagar, não conseguem chegar até o fim.”

O advogado especialista em direito tributário Erich Endrillo concorda que o sistema seja complexo. O Congresso Nacional vem discutindo uma proposta de reforma para simplificar o sistema e o advogado defende que isso seja feito o quanto antes. “Toda expectativa da nação gira em torno de haver um alento maior em relação à carga tributária que o brasileiro paga. Em tese, a proposta deveria ser direcionada para esse fim.”

A carga tributária brasileira é a maior da América Latina, segundo informações da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. A expectativa do governo é que a reforma seja votada ainda neste ano. Com a proposta, nove impostos seriam transformados em um, chamado IBS, Imposto sobre Operações de Bens e Serviços. Outro ponto da reforma é dar um peso maior aos impostos sobre a renda, e não sobre consumo, como é feito hoje.

Professor de Libras comenta sobre o tema da prova do ENEM 2017

Sobre o tema da redação do ENEM 2017: “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”

A educação de surdos no Brasil faz parte dos sérios problemas que a sociedade enfrenta. Infelizmente, muitos percorrem todo período de escolarização sofrendo bullying e sem aprender o mínimo do proposto pelo currículo básico brasileiro. Para o professor Rafael Dias Silva, que se dedica ao projeto Libras na Ciência, ensinando deficientes auditivos por meio da língua de sinais, as reações negativas sobre a prova de redação do ENEM, realizada ontem, refletem o momento atual de nossa sociedade, que não garante acessibilidade e inclusão.

O professor discorda que os alunos do Ensino Médio tenham dificuldades na elaboração de um texto argumentativo com este tema, pois a grande maioria dos alunos que prestam o ENEM são alunos de escola pública e já conhecem realidade dos alunos de inclusão.Infelizmente, muitas escolas não possuem tradutores intérpretes e, por consequência, os professores não conseguem fazer um trabalho didático-pedagógico ainda mais dedicado com os alunos surdos.

Para Silva, esses jovens ainda estão invisíveis no processo educacional brasileiro. Com a necessidade de cobrar o poder público para que muitas leis saiam do papel, o tema do ENEM se legitima a comemoração da comunidade surda, que há mais de 30 anos ela vem luta para conquistar o direto à educação. Segundo o IBGE, o Brasil conta com uma população de mais 10 milhões de deficientes auditivos.

Em uma aplicação experimental da prova para alunos surdos, as questões do teste são disponibilizadas em LIBRAS, fruto de uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

 

Câncer de próstata em pets – o que é necessário saber

Conhecido pela alta incidência em homens, o câncer de próstata deve ser também uma preocupação entre os tutores de pets

O câncer de próstata, assim como todos os tipos de câncer, é caracterizado por um crescimento exagerado das células cancerígenas em um determinado tecido do corpo. Nesse caso, são as células da glândula prostática que, atingidas, causam um aumento no tamanho dessa estrutura.

Apesar das doenças na próstata poderem se manifestar em todos os machos da classe dos mamíferos, dentre os animais de estimação são os cães de pequeno porte os mais atingidos. No entanto, não existem raças mais propensas a desenvolverem esse quadro e o aparecimento do câncer, geralmente, acontece quando os pets estão mais velhos, na faixa etária entre 9 e 10 anos.

Sintomas

Os sintomas que acusam alguma alteração na glândula prostática são bem específicos. Um deles é a dificuldade para defecar e urinar, pois devido à proximidade da próstata ao ânus, seu aumento interfere no canal do reto e dificulta a saída das fezes. Movimentos de locomoção limitados, como subir em móveis ou degraus, também podem indicar uma possível alteração no tecido da próstata. Emagrecimento por diminuição de apetite também é um sinal que merece atenção.

Segundo Renata Setti, médica veterinária especializada em Oncologia e parceira do COMAC (Comissão de Animais de Companhia), o primeiro passo para um diagnóstico preciso é consultar um médico veterinário para exames de prevenção. A palpação retal é um deles. O exame é indolor e dispensa a necessidade de anestesia permite que o veterinário detecte algum aumento significativo da glândula. O ultrassom de abdômen e a radiografia da região lombar (onde está localizado o órgão) podem dar indícios do tamanho da próstata e se está afetando a bexiga ou coluna. Todos esses diagnósticos avaliam a possibilidade de metástases, multiplicação das células cancerígenas que se espalham para outros tecidos do organismo, como o pulmão. Exames mais invasivos como a citologia ou a biópsia da próstata também são aplicados e necessitam de anestesia para serem realizados.

Prevenção

Exames de rotina sempre são recomendados para prevenir a doença. Tumores benignos possuem sintomas parecidos ao tumor da próstata e cães não castrados são mais propensos a desenvolvê-los. Por isso, a castração é importante inclusive para prevenir infecções e tumores benignos. “Estima-se que 75% dos cães adultos não castrados vão desenvolver tumores benignos chamados de Hiperplasia Prostática Benigna que tem sintomas semelhantes ao tumor da próstata”, alerta a Dra. Renata Setti.

Tratamento

Assim como em homens, o tratamento é baseado em quimioterapia e cuidados que atenuam as dores e desconfortos. Para isso, o uso de medicação e cuidados com a alimentação é de grande relevância. Devido à dificuldade em defecar, às vezes o uso de laxantes é recomendável. Os efeitos colaterais da quimioterapia não são intensos como nos humanos, os animais tendem a aceitar melhor a mediação. Não é comum suspender um tratamento por efeitos colaterais severos.

Em casos de suspeita de câncer, independente de sua origem, não se deve esperar e o veterinário precisa ser acionado rapidamente, pois o tempo e o diagnóstico precoce são essenciais para um tratamento eficiente para garantir boa qualidade de vida aos pets.