Nos dias de hoje, a palavra de ordem é praticidade. Ninguém nas famílias tem tempo para cuidar da casa e, por isso, é importante que o lar seja de fácil manutenção

Neste projeto executado por Melina Mundim, praticidade é a palavra de ordem. Tudo é limpo com pano úmido. No sofá foi passado o teflon. Dessa forma, se algo cair nele, é só passar um pano e que ele é facilmente limpado. Foto: Rodrigo Tozzi

Muito trabalho para fazer, muitas atividades fora de casa, compromissos sociais sem fim. Difícil encontrar quem, hoje em dia, não se identifique com esse cenário. E se a vida está cada vez mais atribulada, fica difícil encontrar tempo para a limpeza e organização da casa. Por isso, é importante pensar numa morada prática, ainda durante o seu projeto de interiores.

 

Para a designer de interiores Melina Mundim, não adianta uma casa ser linda se não for prática. Ela diz que, em seus projetos, este é um ponto primordial. “Temos no mercado uma gama enorme de produtos fáceis de se manter e, além disso, ambientes mais leves e com menos informação também são sempre bem-vindos. Mesmo quando um cliente não me pede, eu mesma levo a questão para dentro do projeto, pois a nossa vida é corrida e certas facilidades em casa, com a sua manutenção, contribuem até mesmo para a harmonia da família”, avalia.

Ap_simone-015

 

 

A designer explica que uma casa que demanda muito trabalho acaba gerando desentendimentos entre os moradores e, para que isso não ocorra, é preciso ponderar cada detalhe. “Fuja dos revestimentos foscos para piso. Piso laminado e porcelanato ou cerâmica polida ou acetinada são bem-vindos. Tinta fosca, por exemplo, suja muito, então use sempre tinta acetinada”.

A arquiteta Simone Rocha concorda que a escolha do revestimento  é fundamental para manter a praticidade no lar e acrescenta algumas dicas. Segundo ela, para o piso o mais recomendado são produtos com algum tipo de pigmentação, pois as peças muito claras e homogêneas mostram, com mais facilidade, os pontos de sujeira. Em relação à textura, a profissional explica que os pisos mais lisos são os mais fáceis de se manter. “Revestimentos ásperos são indicados para áreas externas, onde devemos levar em consideração o risco de escorregar. Outro ponto importante é o tamanho das placas, pois quanto maiores, menor será o rejuntamento e, consequentemente, melhor será a limpeza. Estas regras valem tanto para mármores e granitos, quanto para tábuas, cerâmicas, porcelanatos, laminados e vinílicos. Entre os porcelanatos, por exemplo, deve-se dar preferência aos de acabamento retificado, que não possuem bordas arredondadas, pois as peças justapostas são mais fáceis de se limpar”, explica Simone. Já para as paredes, a arquiteta sugere o uso de pedras, porcelanatos ou laminado melamínico nas áreas molhadas por serem materiais de alta resistência à umidade e, para as áreas secas, os papéis de parede ou revestimentos vinílicos.

Com relação ao mobiliário e outros complementos, Melina avalia alguns detalhes essenciais. “Nos estofados, um impermeabilizante, no ato da entrega do móvel, é importante para a conservação e manutenção do mesmo. Opte por cortinas de tecidos em poliéster que não amassam com facilidade. Em cima de bancadas de marcenaria, buffet e aparador, é bom colocar um vidro laqueado para facilitar a limpeza e evitar que o móvel fique danificado. Móveis laqueados somente para casas com pouco movimento, pois eles lascam com facilidade. Prefira os MDF, pois já vem de fábrica com acabamento laqueado”, indica a designer.

A arquiteta Simone Rocha ressalta ainda uma outra questão importante: a distribuição dos móveis no espaço. “Uma casa cujo layout de mobiliário é leve e bem distribuído permite uma circulação melhor e, consequentemente, mais acesso para a limpeza de todos os cantinhos. Por outro lado, móveis muito pesados e um ambiente entulhado dificultam a faxina e acabam deixando o ambiente desorganizado”, indica.

A profissional destaca também que é preciso ficar atento aos espaços de armazenamento, pois quanto melhor for o aproveitamento dos armários, menor será a quantidade de coisas espalhadas pela casa. Como CD´s e livros, por exemplo, que acumulam muita poeira e devem ficar guardados em móveis fechados. “No contexto atual, temos um número cada vez menor de famílias com funcionários domésticos todos os dias e, por isso, a limpeza e a organização tornam-se tarefas dos próprios moradores. Considerando que a maioria das pessoas passa a grande parte do dia no trabalho e que no tempo livre quer realizar suas atividades de lazer, a praticidade de manutenção da casa passou a ser um quesito essencial nos novos projetos. O que buscamos em nosso escritório é entender as demandas e as limitações de cada cliente”, encerra Simone.