A Agroflux criou um produto que revoluciona o dia a dia do agricultor na identificação de problemas na pulverização em plantações baixas como algodão e soja. A empresa desenvolveu um equipamento que agrega tecnologia na verificação das ponteiras das máquinas pulverizadoras, dispensando o trabalho manual.
“Criamos um produto que não existia no mercado, o Fluxin, para auxiliar os agricultores na verificação do equipamento e garantir que o insumo aplicado atinja o alvo na quantidade adequada. Às vezes são mais se 100 pontas que, com o nosso equipamento, podem ser verificadas de forma automatizada”, explica o empreendedor Guilherme Castro Diniz, cientista da computação.
Antes da pulverização, o equipamento é acoplado em cada uma das ponteiras do pulverizador e verifica a vazão de cada uma, enviando via bluetooth para o celular as informações para análise e gestão. É portátil e utiliza bateria recarregável de longa duração.
A ideia surgiu em 2019, a partir de uma conversa entre os outros sócios da Agroflux, o engenheiro agrônomo André Henrique da Silva e o engenheiro eletrônico Rafael Felipe da Costa. Eles identificaram a oportunidade de ajudar a solucionar uma das dores do segmento e começaram a buscar mercado em 2020, em plena pandemia.
“Por ser um produto novo e assim não ter como comparar, sabíamos que não seria fácil. O que notamos é uma dificuldade porque o púbico agro espera ver o produto funcionando, presencialmente, mas ainda no cenário de pandemia, estamos fechando vendas”, conta Guilherme.
Na fase de tração e desenvolvimento, a Agroflux, que integra o ecossistema de inovação de Campo Mourão, noroeste do Paraná, já está presente em 11 estados brasileiros e comercializa a solução também no Paraguai, Argentina, Uruguai e Bolívia.
Uma prestadora de serviços para agricultores, de Arapongas, é um dos clientes da Agroflux. A empresa adquiriu cinco equipamentos para teste no ano passado e hoje tem mais de 30. Segundo o especialista em tecnologia de aplicação da empresa, Lucas Rafael Maesta Dias, o objetivo era modernizar o serviço de verificação das ponteiras das pulverizadoras.
“Antes era manual, com balde. Agora fazemos a aferição com o equipamento que gera relatório rápido e prático. Antes, um trabalho que durava cerca de cinco horas em um pulverizador, agora leva menos de 30 minutos”, conta Rafael. Ele acrescenta que a inovação tem ajudado a fidelizar clientes.
Redesenho
O desenvolvimento do produto impôs desafios para os empreendedores. O grupo iniciou o projeto com investimento baixo por meio de recursos próprios. Guilherme conta que a primeira versão ainda apresenta acabamento rústico. “Neste formato o produto nunca deu recall, mas agora estamos fazendo o redesenho”, explica o empreendedor.
A Agroflux contratou o redesign no ano passado com recursos obtidos por meio do Sebraetec, programa subsidiado pelo Sebrae/PR para oportunizar a inovação nos pequenos negócios. O modelo em 3D e o molde da versão 2.0 estão prontos. Já a parte eletrônica foi terceirizada e virá pronta da China. A expectativa é lançar o piloto em maio.
Este ano, novamente com apoio do Sebraetec, a empresa dará mais um passo na adaptação da solução também para pulverizadores de plantios de árvores, como café e laranja. Além disso, o recurso ajudou a empresa a criar o aplicativo linkado com a solução.