Por meio de análise genética, estudo pretende descobrir porque a COVID-19 se manifesta de formas tão diferentes entre pacientes
Voluntários brasileiros já estão participando do estudo “COVID Human Genetic Effort”, o esforço mundial de pesquisadores que buscam compreender, a partir da análise genética, porque a COVID-19 se apresenta de formas tão diferentes entre os pacientes. O objetivo é coletar pelo menos mil amostras de sangue em todo o País que passarão por um exame molecular chamado Exoma, para sequenciar, ao mesmo tempo, 22 mil genes presentes no genoma humano, identificando alterações que possam estar relacionadas com o agravamento ou com a resistência ao coronavírus.
“Queremos contribuir para a construção de um conhecimento que nos permita compreender por que o sistema imunológico de algumas pessoas é mais suscetível do que o de outras para quadros graves de COVID-19. Assim, novas estratégias para prevenção e tratamento da doença poderão ser desenvolvidas”, explica a diretora de Medicina Translacional do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP), que faz parte da diretoria internacional do estudo, Carolina Prando.
Liderado internacionalmente pelos pesquisadores americanos Jean Laurent Casanova (The Rockefeller University) e Helen Su (The National Institute of Health), o projeto reúne imunologistas de 24 países. No Brasil, além da equipe do IPP (ou da Complexo Pequeno Príncipe), que coordena o trabalho nos três estados da região Sul, a Universidade de São Paulo (USP) vai agregar dados dos demais estados brasileiros. Outros 20 centros já aderiram à pesquisa em parceria com o Pequeno Príncipe e com o Instituto de Ciências Biológicas da USP, e estão trabalhando em conjunto para a coleta de material.
Parcialmente financiada pela Agência Nacional de Saúde e Pesquisa da França, no Brasil, o estudo está recebendo apoio da empresa LogLife Logística – Transporte de Material Biológico, que está custeando o transporte das amostras de Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). “O interesse dos voluntários está sendo acima da expectativa, o que nos motiva ainda mais a trabalhar, mas justamente por isso estamos em busca de mais parcerias como essa, que são fundamentais para que possamos seguir com o projeto”, ressalta a médica.
Conheça os centros de saúde que estão participando do projeto:
– Hospital Pequeno Príncipe (PR)
– Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná – UFPR (PR)
– Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina – UEL (PR)
– Hospital Ministro Costa Cavalcanti (PR)
– Hospital Municipal Padre Germano Lauck (PR)
– Santa Casa de Porto Alegre (RS)
– Hospital Moinhos de Vento (RS)
– Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (RJ)
– Faculdade de Medicina do ABC – Centro Universitário Saúde ABC e Hospital Mário Covas (SP)
– Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP (SP)
– Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP (SP)
– Santa Casa de Sorocaba (SP)
– Instituto Pensi – Hospital Sabará (SP)
– Laboratório de Genoma Humano da USP (SP)
– Hospital Dr. Miguel Soeiro – UNIMED Sorocaba (SP)
– Universidade Federal do Maranhão – UFMA (MA)
– Universidade CEUMA (MA)
– Clínica Alergia, Asma e Imunologia Clínica (MA)
– Centro Universitário do Estado do Pará (PA)
Luta contra o coronavírus
A participação do IPP no “COVID Human Genetic Effort” é uma das contribuições do Pequeno Príncipe na luta contra o novo coronavírus. Além desse estudo, existem outras pesquisas relacionadas à doença em andamento na instituição, que também está preparada para este enfrentamento na sua unidade de assistência, o Hospital Pequeno Príncipe, onde crianças e adolescentes com diagnóstico positivo para a COVID-19 estão recebendo tratamento.