Segundo Lúcia Endriukaite, nutricionista do Instituto Ovos Brasil, o ovo possui cerca de 70 calorias e é considerado um alimento completo

 

Para coroar as comemorações pelos dez anos desde a fundação do Instituto Ovos Brasil, entidade sem fins lucrativos fundada para promover as propriedades nutricionais e os benefícios do ovo, a nutricionista do IOB, Lúcia Endriukaite, fala sobre os efeitos positivos do consumo desse alimento, que ainda gera algumas dúvidas nos consumidores.

Segundo a nutricionista, o ovo possui cerca de 70 calorias e é considerado um alimento completo. Por possuir proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e os carotenoides luteína e zeaxantina, o consumo do ovo melhora a qualidade da alimentação e é um grande aliado para incrementar a dieta.

P: Quais os benefícios do ovo?

R: O ovo é um alimento saboroso e acessível, além de uma excelente fonte de proteína. O ovo possui uma combinação de nutrientes muito importantes para a saúde do organismo, tais como vitaminas, minerais e carotenoides que possuem ação antioxidante. O ovo é um dos poucos alimentos que contêm vitamina D em sua composição. É também rico em colina, um nutriente responsável pela condução de impulsos nervosos e pela formação do centro da memória. Possui também, em quantidade expressiva, o selênio, um mineral antioxidante, e ainda todo um composto antioxidante – vitamina A, E, Magnésio, Zinco.

P: O ovo tem algum papel importante relacionado à saúde dos olhos?

R: O ovo possui na gema os carotenoides luteína e zeaxantina, que são extremamente antioxidantes e protegem os olhos da luz. Esses carotenoides ficam depositados em uma região da retina chamada mácula, área responsável pela visão. Na ausência desses pigmentos, pode ocorrer a degeneração macular relacionada à idade – uma doença que compromete a visão e pode provocar cegueira de forma irreversível. São esses carotenoides que proporcionam a cor amarelada à gema.

P: O ovo aumenta o colesterol?

R: Cerca de 70% do colesterol circulante é produzido no fígado e apenas o restante advém da ingestão alimentar. O fígado é o grande produtor de colesterol do corpo. Isso porque o colesterol é um tipo de gordura fundamental para o bom funcionamento do organismo. Ele é a matéria-prima para a produção de hormônios sexuais, vitamina D, participa da estrutura de todas as células, principalmente cérebro, e ainda é matéria-prima para a produção de secreção biliar, que atua no intestino como se fosse um detergente, melhorando a digestão e a absorção de gorduras. O desequilíbrio do organismo, alimentação irregular, excesso de gorduras saturadas e deficiência de fibras são alguns fatores externos relacionados ao aumento do colesterol.

P: A proteína do alimento está contida somente na clara?

R: A proteína do ovo está distribuída na clara e na gema. O ovo possui em torno de 6g de proteína, em torno de 3,6g na clara e 2,7 na gema.

P: Por que o alimento é importante para a gestante e para o feto?

R: A colina presente no ovo é fundamental na alimentação das gestantes, para que o bebê tenha um cérebro saudável. Ela atua no fechamento do tubo neural do feto e é também responsável pela formação da memória.

P: Existe diferença entre ovos comerciais e caipiras?

R: A diferença entre os ovos comerciais e os ovos caipiras está na forma de manejo da galinha poedeira. No entanto, não existe diferença na composição dos ovos.

P: Existe diferença entre ovos brancos e vermelhos?

R: A coloração da casca do ovo está relacionada à raça da galinha. Na prática, não existe diferença na composição nutricional entre os dois tipos de ovos.

P: O consumo do ovo ajuda no processo de emagrecimento?

R: Sim, alguns estudos foram realizados com o objetivo de avaliar o consumo do ovo no café da manhã e o poder de saciedade. O que se verificou é que a proteína do ovo proporciona saciedade e pode estar relacionada à liberação de hormônios da saciedade. Então, quando foi consumido no café da manhã, proporcionou saciedade evitando beliscos ao longo do dia.

P: Há um limite de consumo diário?

R: Um estudo publicado este ano mostrou que o consumo de 2 a 3 ovos/dia aumentou o colesterol bom e aumentou também a luteína plasmática, melhorando a saúde dos olhos. Diversos estudos mostram que o consumo de um ovo por dia não aumenta o risco de doenças cardiovasculares e nem acidente vascular cerebral, além de melhorar os índices nutricionais em geral. Além disso, estudo realizado pela American Academy of Pediatrics, no Equador, aponta que o consumo de ovos foi essencial para o crescimento de bebês em situações de risco.